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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 47 • 339<br />

que não se preten<strong>de</strong> atribuir aos ju<strong>de</strong>us alguma superiorida<strong>de</strong> que<br />

porventura naturalmente possuam acima dos <strong>de</strong>mais, mas que toda<br />

sua excelência <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> disto: que o perfeito culto <strong>de</strong>vido a Deus se<br />

expan<strong>de</strong> entre eles e que mantêm a doutrina celestial em alta estima.<br />

Isto, pois, não inclui os ju<strong>de</strong>us bastardos ou apóstatas, que por sua<br />

própria incredulida<strong>de</strong> se excluem da Igreja. Mas visto que, segundo a<br />

afirmação do Apóstolo Paulo [Rm 11.16], a raiz sendo santa, os ramos<br />

também são santos, segue-se que a apostasia da maioria não impe<strong>de</strong><br />

esta honra <strong>de</strong> continuar pertencendo ao resto. Conseqüentemente,<br />

a ‘<strong>de</strong>struição’ que, segundo indicada na profecia <strong>de</strong> Isaías, inundou<br />

toda a terra, é chamada o povo do Deus <strong>de</strong> Abraão [Is 10.22, 23]. Esta<br />

passagem contém duas verda<strong>de</strong>s muito importantes e instrutivas. Em<br />

primeiro lugar, apren<strong>de</strong>mos <strong>de</strong>la que todos os que são contados entre<br />

os filhos <strong>de</strong> Deus <strong>de</strong>vem procurar encontrar um espaço na Igreja e<br />

unir-se a ela, para que mantenham união fraternal com todos os santos;<br />

e, em segundo lugar, que quando a unida<strong>de</strong> da Igreja é afirmada,<br />

não se <strong>de</strong>ve consi<strong>de</strong>rar que a mesma consiste <strong>de</strong> outra coisa senão <strong>de</strong><br />

um sincero e comum propósito <strong>de</strong> ren<strong>de</strong>r-se obediência à Palavra <strong>de</strong><br />

Deus, a fim <strong>de</strong> que haja um só rebanho e um só Pastor. Além do mais,<br />

os que são exaltados no mundo com referência a honras e riquezas são<br />

aqui admoestados a <strong>de</strong>svencilhar-se <strong>de</strong> toda soberba, e voluntária e<br />

submissamente suportar o jugo juntamente com os <strong>de</strong>mais, para que<br />

possam mostrar-se obedientes filhos da Igreja.<br />

O que imediatamente se segue, Os escudos da terra são <strong>de</strong> Deus,<br />

é interpretado por muitos como que falando <strong>de</strong> príncipes. 7 Admito que<br />

esta metáfora é <strong>de</strong> freqüente ocorrência na Escritura, tampouco este<br />

sentido parece a<strong>de</strong>quado ao escopo da passagem. É como se o profeta<br />

dissesse: É no po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> Deus para enxertar em sua Igreja os gran<strong>de</strong>s<br />

do mundo que ele sempre se agrada; pois ele reina sobre eles também.<br />

No entanto, o sentido será mais simples se explicarmos as palavras<br />

7 Os magistrados e governadores são chamados escudos em Oséias 4.18 e Salmo 89.19. É neste<br />

sentido que a palavra é aqui subentendida pela Septuaginta.

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