31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 47 • 333<br />

daquela providência secreta pela qual Deus governa por meio <strong>de</strong> sua<br />

Palavra; e portanto, a fim <strong>de</strong> que possa ser propriamente chamado Rei,<br />

seu próprio povo <strong>de</strong>ve necessariamente reconhecê-lo como tal. É possível,<br />

contudo, perguntar-se: “Visto que Cristo tem conduzido a Igreja<br />

<strong>de</strong>baixo <strong>de</strong> sua autorida<strong>de</strong> pessoal e celestial po<strong>de</strong>r, em que sentido<br />

se po<strong>de</strong> dizer que as nações estão sujeitas aos ju<strong>de</strong>us, se sabemos<br />

que a or<strong>de</strong>m da Igreja não po<strong>de</strong> estabelecer-se <strong>de</strong>vidamente, e como<br />

se espera, a menos que Cristo, a única cabeça, se ponha proeminentemente<br />

acima <strong>de</strong> todos, e que todos os fiéis, do maior ao menor <strong>de</strong>les,<br />

se conservem na humil<strong>de</strong> categoria <strong>de</strong> membros? Sim, ainda mais,<br />

quando Cristo erigiu seu domínio através do mundo inteiro, a adoção<br />

que outrora havia sido privilégio peculiar <strong>de</strong> um único povo começou<br />

a ser um privilégio comum <strong>de</strong> todas as nações; e por esse meio<br />

garantiu-se liberda<strong>de</strong> a todos igualmente, para que, estando unidos<br />

uns aos outros pelos laços da verda<strong>de</strong>ira fraternida<strong>de</strong>, aspirassem a<br />

herança celestial.” A resposta a isto é simples: Quando o jugo da lei 3 foi<br />

imposto aos gentios, os ju<strong>de</strong>us então granjearam soberania sobre eles;<br />

ainda quando pela Palavra os pastores da Igreja exercem a jurisdição<br />

do Espírito Santo. Por esta mesma razão a Igreja é chamada a Rainha<br />

e Mãe <strong>de</strong> todos os santos [Gl 4.26], visto que a divina verda<strong>de</strong>, que é<br />

como um cetro a subjugar todos nós, tem sido confiada à sua guarda.<br />

Embora os ju<strong>de</strong>us, quando o reino <strong>de</strong> Cristo emergiu para a luz, viviam<br />

num estado <strong>de</strong> miserável e ignominiosa servidão às nações pagãs<br />

e fossem, por assim dizer, seus escravos, todavia a soberania lhes é<br />

verda<strong>de</strong>ira e justamente atribuída, porquanto Deus “enviou <strong>de</strong> Sião a<br />

vara <strong>de</strong> seu po<strong>de</strong>r” [Sl 110.2], e visto que lhes fora confiada a guarda<br />

da lei, sua função era restringir e subjugar os gentios por meio <strong>de</strong> sua<br />

autorida<strong>de</strong>. A única maneira pela qual o resto do mundo foi posto em<br />

sujeição a Deus é que os homens, sendo renovados pelo Espírito <strong>de</strong><br />

Deus, espontaneamente se ren<strong>de</strong>m dócil e maleavelmente aos ju<strong>de</strong>us<br />

3 “C’est à dire, la reformation selon la vraye religion <strong>de</strong> Dieu.” – n.m.f. “Equivale dizer, a reforma<br />

segundo a verda<strong>de</strong>ira religião <strong>de</strong> Deus.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!