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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 45 • 311<br />

parava da semente <strong>de</strong> Abraão, o povo eleito [Ef 2.14]; pois o pacto que<br />

Deus fez com Abraão excluiu os gentios do reino do céu até à vinda <strong>de</strong><br />

Cristo. Cristo, pois, <strong>de</strong> sua livre graça, <strong>de</strong>seja firmar uma santa aliança <strong>de</strong><br />

núpcias com o mundo inteiro, nos mesmos mol<strong>de</strong>s em que um ju<strong>de</strong>u nos<br />

tempos antigos tomava para si uma esposa <strong>de</strong> uma terra estrangeira e<br />

pagã. Mas a fim <strong>de</strong> conduzir sua casta e imaculada esposa à presença <strong>de</strong><br />

Cristo, o profeta exorta a Igreja adquirida <strong>de</strong>ntre os gentios a esquecer sua<br />

anterior forma <strong>de</strong> vida e a <strong>de</strong>votar-se totalmente a seu esposo. Visto esta<br />

mudança, pela qual os filhos <strong>de</strong> Adão começam a ser filhos <strong>de</strong> Deus, e são<br />

transformados em novo homem, ser uma coisa por <strong>de</strong>mais difícil, o profeta<br />

impõe a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong>la o mais energicamente possível. Ao inculcar<br />

sua exortação <strong>de</strong>ssa forma mediante diferentes termos, ouve, consi<strong>de</strong>ra,<br />

inclina teu ouvido, ele notifica que os fiéis não negam a si mesmos e não<br />

se <strong>de</strong>svencilham <strong>de</strong> seus antigos hábitos sem intenso e doloroso esforço;<br />

pois tal exortação seria <strong>de</strong> todo supérflua, se os homens natural e voluntariamente<br />

se dispusessem a ela. E <strong>de</strong> fato a experiência revela quão<br />

entorpecidos e morosos somos em seguir a Deus. Pelo termo, consi<strong>de</strong>ra,<br />

ou compreen<strong>de</strong>, nossa natural estupi<strong>de</strong>z é tacitamente repreendida, e não<br />

sem boas razões; pois don<strong>de</strong> nasce aquele amor próprio que é tão cego, a<br />

saber, a falsa opinião <strong>de</strong> que possuímos inerentemente sabedoria e força,<br />

a <strong>de</strong>cepção oriunda das fascinações do mundo e, enfim, a arrogância e<br />

a soberba que nos são inerentes, senão pelo fato <strong>de</strong> não consi<strong>de</strong>rarmos<br />

quão precioso tesouro Deus nos apresenta em seu unigênito Filho? Se tal<br />

ingratidão não nos impedir, sem qualquer pesar, segundo o exemplo <strong>de</strong><br />

Paulo [Fp 3.8], reputemos como nada ou como ‘esterco’ as coisas que<br />

mais admiramos, para que Cristo nos reabasteça com suas riquezas. Pelo<br />

termo, filha, o profeta gentil e meigamente conforta a nova Igreja; e também<br />

põe diante <strong>de</strong>la a promessa <strong>de</strong> uma farta recompensa, 15 com vistas<br />

a induzi-la, por amor a Cristo, a voluntariamente <strong>de</strong>sprezar e abandonar<br />

tudo quanto até aqui ela valorizou. Certamente não é uma consolação<br />

<strong>de</strong> somenos importância saber que o Filho <strong>de</strong> Deus se <strong>de</strong>leitará em nós,<br />

15 “En luy proposant bonne recompense.” – v.f.

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