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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 45 • 303<br />

no reino <strong>de</strong> Salomão Deus exibira um tipo ou figura daquele reino eterno<br />

que ainda podia ser contemplado e esperado. Em primeiro lugar, o nome<br />

do rei é atribuído a Salomão, simplesmente à guisa <strong>de</strong> eminência, com<br />

o fim <strong>de</strong> ensinar-nos que o que aqui se diz não indica algum rei comum<br />

ou ordinário, e, sim, daquele ilustre soberano cujo trono Deus prometeu<br />

duraria enquanto o sol e a lua continuassem a brilhar nos céus [Sl 72.5].<br />

Davi certamente foi rei, e assim foram os que suce<strong>de</strong>ram a Salomão. É necessário,<br />

pois, observar que há neste termo alguma significação especial,<br />

como se o Espírito Santo houvera selecionado este único homem <strong>de</strong>ntre<br />

todos os <strong>de</strong>mais para distingui-lo pela mais elevada marca <strong>de</strong> soberania.<br />

Além disso, quão inconsistente seria enaltecer <strong>de</strong>mais o valor militar <strong>de</strong><br />

Salomão, o qual era pessoa <strong>de</strong> disposição mansa e tranqüila, e que uma<br />

vez assentado no trono num tempo em que o reino <strong>de</strong>sfrutava <strong>de</strong> tranqüilida<strong>de</strong><br />

e paz se <strong>de</strong>votou exclusivamente ao cultivo <strong>de</strong>ssas coisas, as quais<br />

são próprias <strong>de</strong> um tempo <strong>de</strong> paz, e jamais se distinguiu por alguma ação<br />

em batalha! Acima <strong>de</strong> tudo, porém, nenhum testemunho mais clara se po<strong>de</strong>ria<br />

<strong>de</strong>duzir da aplicação <strong>de</strong>ste Salmo a Cristo do que o que aqui se diz<br />

da eterna duração do reino. Não po<strong>de</strong> haver dúvida <strong>de</strong> que aqui se faz alusão<br />

ao santo oráculo do qual eu já fiz menção: que enquanto o sol e a lua<br />

durarem nos céus, seria a duração do trono <strong>de</strong> Davi. Até mesmo os ju<strong>de</strong>us<br />

são constrangidos a referir isto ao Messias. Conseqüentemente, embora<br />

o profeta comece seu discurso apontando para o filho <strong>de</strong> Davi, não po<strong>de</strong><br />

haver dúvida <strong>de</strong> que, guiado pelo Espírito Santo a uma composição mais<br />

sublime, ele compreen<strong>de</strong>u o reino do verda<strong>de</strong>iro e eterno Messias. Além<br />

disso, está presente o título ‏,אלהים Elohim, que é oportuno observar. Sem<br />

dúvida, também se aplica tanto aos anjos quanto aos homens, mas não<br />

po<strong>de</strong> aplicar-se a um mero homem sem qualificação. E portanto a divina<br />

majesta<strong>de</strong> <strong>de</strong> Cristo, além <strong>de</strong> qualquer sombra <strong>de</strong> dúvida, expressamente<br />

se <strong>de</strong>nota aqui. 5<br />

5 É um tanto estranho, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> fazer as observações acima, que Calvino consi<strong>de</strong>re este belo<br />

Salmo uma referência primária a Salomão e a seu casamento com a filha <strong>de</strong> Faraó. Que este é um<br />

epithalamium ou canto nupcial, é prontamente admitido; mas que é uma referência às núpcias <strong>de</strong><br />

Salomão com a filha <strong>de</strong> Faraó parece não haver uma base justa para se concluir. Se Salomão não

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