31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

Create successful ePaper yourself

Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.

Salmo 45 • 299<br />

guerra ousadamente contra reinos estrangeiros, se o estado interno <strong>de</strong><br />

seu próprio reino não estiver bem estabelecido e bem regulado com<br />

retidão e justiça. Conseqüentemente, o escritor inspirado diz que a<br />

espada com que ele se acha cingido será, em primeiro lugar, um emblema<br />

<strong>de</strong> bravura militar para repelir e <strong>de</strong>sarraigar seus inimigos; e, em<br />

segundo lugar, também <strong>de</strong> autorida<strong>de</strong>, para que ele não seja menosprezado<br />

entre seus próprios súditos. Ele acrescenta, ao mesmo tempo,<br />

que a glória que ele obterá não será algo meramente transitório, como<br />

a pompa e vanglória dos reis, que logo murcham, mas será <strong>de</strong> duração<br />

interminável e aumentará imensamente.<br />

Ele então passa a falar das virtu<strong>de</strong>s que se expan<strong>de</strong>m muito num<br />

tempo <strong>de</strong> paz, e as quais, mediante uma similitu<strong>de</strong> a<strong>de</strong>quada, ele mostra<br />

ser o verda<strong>de</strong>iro meio <strong>de</strong> adicionar força e prosperida<strong>de</strong> a um reino.<br />

À primeira vista, é verda<strong>de</strong>, parece uma forma estranha e não elegante<br />

<strong>de</strong> expressão falar <strong>de</strong> cavalgando a palavra da verda<strong>de</strong>, a mansidão<br />

e a justiça [v. 4], mas, como eu já disse, ele mui apropriadamente compara<br />

estas virtu<strong>de</strong>s a carruagens, nas quais o rei conspiquamente se<br />

inclina no alto com gran<strong>de</strong> majesta<strong>de</strong>. Ele contrasta não só estas virtu<strong>de</strong>s<br />

com a vã pompa e <strong>de</strong>sfile em que os reis terrenos se exibem<br />

soberbamente, mas também com os vícios e corrupções por meio<br />

dos quais mui comumente procuram adquirir autorida<strong>de</strong> e renome.<br />

Salomão mesmo diz nos Provérbios [20.28]: “Misericórdia e verda<strong>de</strong><br />

preservam o rei; e seu trono é sustentado pela misericórdia.” Mas, ao<br />

contrário, quando os reis profanamente <strong>de</strong>sejam alargar seus domínios<br />

e aumentar seu po<strong>de</strong>r, ambição, orgulho, ferocida<strong>de</strong>, cruelda<strong>de</strong>,<br />

extorsão, rapina e violência são os corcéis e carruagens que empregam<br />

para concretizar seus fins; e portanto não se <strong>de</strong>ve admirar se<br />

Deus mui amiú<strong>de</strong> os precipita, ao se ensoberbecerem com incontida<br />

arrogância e vanglória, <strong>de</strong> seus tronos oscilantes e <strong>de</strong>teriorados. Para<br />

os reis, pois, cultivar a fi<strong>de</strong>lida<strong>de</strong> e a integrida<strong>de</strong>, bem como temperar<br />

seu governo com misericórdia e benignida<strong>de</strong>, constitui o verda<strong>de</strong>iro e<br />

sólido fundamento dos reinos. A última cláusula do versículo notifica<br />

que tudo quanto Salomão intentasse fazer prosperaria, contanto que

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!