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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 44 • 281<br />

12. Ven<strong>de</strong>ste teu povo, e não ficaste rico. Ao dizer que foram<br />

vendidos sem qualquer lucro, significa que foram expostos a venda<br />

como escravos <strong>de</strong>sprezíveis e <strong>de</strong> nenhum valor. Na segunda cláusula,<br />

também, e não lucraste com o preço <strong>de</strong>les, parece haver uma alusão<br />

ao costume <strong>de</strong> exporem-se coisas a leilão e <strong>de</strong> vendê-las pelo maior<br />

lance possível. Sabemos que os escravos que eram vendidos não eram<br />

entregues aos compradores enquanto o preço <strong>de</strong>les não recebesse o<br />

maior lanço. Portanto os fiéis querem dizer que foram banidos como<br />

se fossem algo totalmente sem valor, <strong>de</strong> modo que sua condição era<br />

muito pior que a <strong>de</strong> qualquer escravo. 15 E visto que apela a Deus para<br />

que não voltem para seus inimigos, <strong>de</strong> cuja soberba e cruelda<strong>de</strong> por<br />

justa causa se queixam, aprendamos disto que não há nada melhor<br />

ou mais vantajoso para nós, em nossa adversida<strong>de</strong>, do que entregarmo-nos<br />

à meditação sobre a providência e juízo <strong>de</strong> Deus. Quando os<br />

homens nos atribulam, sem dúvida é o diabo que os leva a fazer isso,<br />

e com ele que temos a ver; mas <strong>de</strong>vemos, não obstante, elevar nossos<br />

pensamentos a Deus mesmo, para que saibamos que somos provados<br />

e testados por ele, ou para nos disciplinar, ou para exercitar nossa<br />

paciência, ou para subjugar os <strong>de</strong>sejos pecaminosos <strong>de</strong> nossa carne,<br />

ou para humilhar-nos e treinar-nos na prática da renúncia. E quando<br />

ouvimos que os Pais que viveram sob a lei foram tratados <strong>de</strong> forma<br />

tão ignominiosa, não há razão por que <strong>de</strong>vamos per<strong>de</strong>r a coragem por<br />

algum ultraje ou maltrato, uma vez que Deus, em qualquer tempo, vê<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nos sujeitar-nos a isso. Não se diz aqui simplesmente<br />

que Deus ven<strong>de</strong>u algumas pessoas, mas que ven<strong>de</strong>u seu próprio povo,<br />

como se sua própria herança fosse <strong>de</strong> nenhuma valia a seus olhos.<br />

Mesmo em nossos dias, po<strong>de</strong>mos em nossas orações ainda formular a<br />

mesma queixa, contanto que nós, ao mesmo tempo, façamos uso <strong>de</strong>ste<br />

exemplo, com o propósito <strong>de</strong> fortalecer e estabelecer nossa fé, <strong>de</strong><br />

modo que, quanto mais afligidos formos, mais nossos corações supor-<br />

15 Como se dissesse: Tu nos ven<strong>de</strong>ste a nossos inimigos a qualquer preço que ofertassem;<br />

como uma pessoa que ven<strong>de</strong> a qualquer preço as coisas que são inúteis, não tanto por amor ao<br />

lucro, mas para se livrarem daquilo que consi<strong>de</strong>ram <strong>de</strong> nenhum valor e incômodo.

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