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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 44 • 279<br />

9. Não obstante, te enfadaste <strong>de</strong> nós. Aqui surge uma queixa, na<br />

qual <strong>de</strong>ploram suas atuais misérias e extrema calamida<strong>de</strong>. Aqui se<br />

<strong>de</strong>screve uma mudança tal que revela não só o fato <strong>de</strong> Deus haver<br />

cessado <strong>de</strong> exercer para com eles seu costumeiro favor, mas também<br />

que se tornara publicamente contrário e hostil a seu povo. Primeiro,<br />

se queixam <strong>de</strong> que foram rejeitados com ódio, porquanto é isso o que<br />

exatamente comunica a palavra ‏,זנחת zanachta, a qual, juntamente<br />

com outros, traduzi por te enfadaste. Todavia, se porventura alguém<br />

preferir, antes, traduzi-la por esqueceste, ou rejeitaste, não faço muita<br />

objeção. Em seguida acrescentam que foram expostos à ignomínia,<br />

isto é, visto que necessariamente se seguiria que tudo iria mal com<br />

eles caso fossem privados da proteção divina. Isto eles <strong>de</strong>claram imediatamente<br />

em seguida, ao dizerem: Deus não mais sai com nossos<br />

exércitos – não sai como seu Lí<strong>de</strong>r ou Guia, quando saem para guerra.<br />

10. Fizeste-nos voltar as costas ao nosso inimigo. Aqui o povo<br />

<strong>de</strong> Deus se queixa ainda mais <strong>de</strong> que foram obrigados a fugir diante<br />

<strong>de</strong> seus inimigos e lhes foram entregues como presa para serem<br />

<strong>de</strong>vorados por eles. Visto que os santos firmemente crêem que os homens<br />

só se sentem fortes e valentes enquanto Deus os sustenta com<br />

seu secreto po<strong>de</strong>r, então também concluem que, quando fogem e são<br />

assenhoreados pelo medo, isso é indicativo <strong>de</strong> que Deus os espanta<br />

com terror, <strong>de</strong> tal maneira que as pobre e miseráveis criaturas se vêem<br />

privadas da razão, e tanto sua capacida<strong>de</strong> quanto sua coragem se <strong>de</strong>svanecem<br />

nelas. A expressão aqui usada é extraída da lei [Dt 32.30],<br />

on<strong>de</strong> Moisés afirma: “Como po<strong>de</strong>ria um só perseguir mil, e dois fazer<br />

fugir <strong>de</strong>z mil, se sua Rocha não os ven<strong>de</strong>ra, e o Senhor não os entregara?”<br />

Os fiéis, plenamente persuadidos <strong>de</strong>sta verda<strong>de</strong>, não atribuem à<br />

fortuna a mudança que ocorre neles, ou seja, que aqueles que outrora<br />

costumavam vigorosa e <strong>de</strong>stemidamente acossar seus inimigos, agora<br />

são terrificados por sua mera sombra. O fato é que se asseguram <strong>de</strong><br />

que foi pelo <strong>de</strong>sígnio celestial que são assim <strong>de</strong>sbaratados e postos<br />

em fuga diante <strong>de</strong> seus inimigos. E visto que antigamente confessavam<br />

que a força que até agora possuíram era dom <strong>de</strong> Deus, então, por um

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