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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 44 • 271<br />

os pagãos [ou nações 2 ] com tua mão e os plantaste; 3 <strong>de</strong>vastaste os povos 4<br />

e os multiplicaste [ou os 5 fizeste expandir-se]. Pois não foi por sua própria<br />

espada que tomaram posse da terra, e seu próprio braço não os salvou;<br />

mas tua mão direita, e teu braço, e a luz <strong>de</strong> teu rosto, porque sentiste amor<br />

por ele.<br />

1. Ó Deus, temos ouvido com nossos ouvidos. O povo <strong>de</strong> Deus<br />

aqui relata a bonda<strong>de</strong> que antigamente se manifestou em favor <strong>de</strong><br />

seus pais, para que, exibindo a gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>ssemelhança <strong>de</strong> sua própria<br />

condição, pu<strong>de</strong>sse induzir a Deus a aliviar suas misérias. Começam<br />

<strong>de</strong>clarando que não falam <strong>de</strong> coisas <strong>de</strong>sconhecidas ou duvidosas,<br />

mas que relatavam eventos, verda<strong>de</strong>s que eram autenticadas por<br />

irrepreensíveis testemunhos. A expressão, temos ouvido com nossos<br />

ouvidos, não <strong>de</strong>ve ser consi<strong>de</strong>rada uma forma redundante <strong>de</strong> linguagem,<br />

mas uma expressão <strong>de</strong> gran<strong>de</strong> valor. Destina-se a realçar que<br />

a graça <strong>de</strong> Deus para com seus pais era tão famosa que sem dúvida<br />

podia ser acolhida. Acrescentam que seu conhecimento <strong>de</strong>ssas coisas<br />

passava <strong>de</strong> século para século por aqueles que testificavam <strong>de</strong>las.<br />

Não significa que seus pais, que foram tirados do Egito, tinham, mil e<br />

quinhentos anos <strong>de</strong>pois, <strong>de</strong>clararam à sua posterida<strong>de</strong> os benefícios<br />

que lhes havia conferido. A substância da linguagem é que não só o<br />

primeiro livramento, mas que também as várias outras obras que Deus<br />

operara <strong>de</strong> tempo em tempo no meio <strong>de</strong> seu povo, tinha chegado, por<br />

assim dizer, <strong>de</strong> mão em mão, numa série ininterrupta, até ao último<br />

século. Portanto, visto que aqueles que, <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> um intervale <strong>de</strong><br />

2 Isto é, os cananeus.<br />

3 “Asçavoir, nos peres.” – n.m.f. “Isto é, nossos pais.” Israel é aqui comparado a uma vinha plantada<br />

na terra prometida. Vejam-se Êxodo 15.17; Isaías 5.17. Veja-se também Salmo 80.8, on<strong>de</strong> esta<br />

elegante figura é expressa com notável vigor e beleza <strong>de</strong> linguagem.<br />

4 Os cananeus.<br />

5 “Asçavoir, nos peres.” – n.m.f. “Isto é, nossos pais.” A redação em nossas versões é: “e os<br />

expulsaste”, isto é, os pagãos. Mas a tradução <strong>de</strong> Calvino parece ser mais a<strong>de</strong>quada ao gênio da<br />

poesia hebraica, e também concorda com o significado do original. “A metáfora como um todo”,<br />

diz o Dr. Ged<strong>de</strong>s, “é extraída da vi<strong>de</strong>ira ou <strong>de</strong> alguma outra árvore exuberante. Em nossa versão<br />

comum, ‘e os expulsou’, se per<strong>de</strong> o paralelismo e <strong>de</strong>saparece a beleza da frase.” O verbo hebraico,<br />

aqui, é geralmente aplicado à germinação das plantas, ou aos brotos e expansão dos galhos. Deus<br />

fez que seu povo escolhido se expandisse, para lançar raízes e galhos como os <strong>de</strong> uma vi<strong>de</strong>ira.

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