31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 39 • 195<br />

<strong>de</strong>clara isto dos homens, mesmo quando são firmes; 9 o que equivale dizer<br />

que, estando no primor e vigor da vida, <strong>de</strong>sejam ser tidos em estima, homens<br />

que a si mesmos pareçam possuidores <strong>de</strong> consi<strong>de</strong>rável influência<br />

e po<strong>de</strong>r. Foram as punções do sofrimento que forçaram Davi a dar vazão<br />

a estas queixas. Mas é preciso observar que é principalmente quando os<br />

homens são dolorosamente oprimidos pela adversida<strong>de</strong> que são levados<br />

a sentir sua nulida<strong>de</strong> à vista <strong>de</strong> Deus. A prosperida<strong>de</strong> os intoxica <strong>de</strong> tal<br />

forma que, olvidando sua condição e se protegendo na insensibilida<strong>de</strong>,<br />

sonham com uma imortal condição sobre a terra. É-nos muito proveitoso<br />

ter consciência <strong>de</strong> nossa própria fragilida<strong>de</strong>, mas é preciso estarmos<br />

cônscios <strong>de</strong> que não po<strong>de</strong>mos em hipótese alguma cair num estado tal <strong>de</strong><br />

sofrimento que sejamos levados a murmurar e a <strong>de</strong>sabafar o <strong>de</strong>scontentamento.<br />

Davi fala veraz e sabiamente, ao <strong>de</strong>clarar que o homem, mesmo<br />

quando pareça atinge a mais elevada condição <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>za, não passa<br />

<strong>de</strong> espumas produzidas pela água e que se <strong>de</strong>sfazem pelo vento. Ele se<br />

acha culpado, porém, quando aproveita a chance <strong>de</strong> reclamar <strong>de</strong> Deus.<br />

Portanto, sintamos, então, a miséria <strong>de</strong> nossa presente condição: quanto<br />

mais <strong>de</strong>rrotados e aflitos, mais po<strong>de</strong>mos, como humil<strong>de</strong>s suplicantes,<br />

erguer nossos olhos para Deus e implorar sua misericórdia. Isto encontramos<br />

Davi um pouco <strong>de</strong>pois a corrigir. Porque não prosseguiu entregue às<br />

temerida<strong>de</strong>s e inconsi<strong>de</strong>radas lamentações, senão que, soerguendo sua<br />

alma pelo exercício da fé, obtém consolação celestial.<br />

6. Na verda<strong>de</strong> o homem anda em sombras. 10 Ele ainda se mantém<br />

no mesmo tema. Com a palavra sombra ele quer dizer que não<br />

existe nada <strong>de</strong> substancial no homem, senão que não passa, como<br />

9 Esta palavra aqui traduzida por firme “é bem parafraseada por Dathe: ‘Dum firmissime constitutus<br />

vi<strong>de</strong>atur.’” – Rogers’ Psalms in Heb., vol. ii. p. 200.<br />

10 No hebraico, literalmente é: “O homem anda numa imagem”; um fantasma que nada tem<br />

<strong>de</strong> real e substancial, que não é digno <strong>de</strong>sse caráter que não passa mera aparência. A vida não<br />

passa <strong>de</strong> mera aparência; “uma vil encenação diante dos olhos”; trás a aparência <strong>de</strong> soli<strong>de</strong>z, mas<br />

que não há nela nenhuma realida<strong>de</strong>. A palavra ocorre novamente no Salmo 73.20: “Tu <strong>de</strong>sprezas<br />

a imagem <strong>de</strong>les”; sua vão exibição ou fantasmagórica prosperida<strong>de</strong>. Walford traduz: “anda como<br />

uma sombra”; observando que “o prefixo ב é com freqüência usado para ‏,כ como uma partícula <strong>de</strong><br />

similitu<strong>de</strong>”. Ele observa ainda que a tradução <strong>de</strong> Dathe, “ele persegue uma sombra”, fornece bom<br />

sentido, mas não comunica a exata noção da figura que é transmitida pelo hebraico.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!