31.10.2013 Views

Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

SHOW MORE
SHOW LESS

You also want an ePaper? Increase the reach of your titles

YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.

Salmo 38 • 183<br />

mutilado ou aleijado por todos os dias <strong>de</strong> sua vida. 10 Ele diz em seguida,<br />

à guisa <strong>de</strong> explicação, que meu sofrimento está continuamente diante<br />

<strong>de</strong> mim. Eis o sentido: ele se achava tão profundamente aflito que não<br />

conseguia esquecer por um só instante, sem po<strong>de</strong>r obter qualquer alívio.<br />

Em ambas as cláusulas do versículo, Davi confessa que sua doença era<br />

incurável, a menos que conseguisse algum antídoto da parte <strong>de</strong> Deus;<br />

e que não podia suportá-la, a menos que fosse soerguido e sustentado<br />

pela mão do próprio Deus. Eis a razão por que ele dirige todos os seus<br />

pensamentos e seus pedidos exclusivamente a Deus; pois se Deus vier a<br />

<strong>de</strong>sviar-se <strong>de</strong>le, nada mais verá senão ruína imediata.<br />

18 e 19. Certamente confesso minha iniqüida<strong>de</strong>. À guisa <strong>de</strong> comparação,<br />

ele amplia o que esteve justamente dizendo concernente ao orgulho<br />

e à conduta repreensível <strong>de</strong> seus inimigos; pois ele diz que, enquanto permanece<br />

numa condição <strong>de</strong> imundície e miséria, e abandonado por Deus<br />

como se fosse ímpio, eles se entregavam à pân<strong>de</strong>ga e euforia; ainda mais,<br />

trazem suas cabeças levantadas, porquanto são ricos e po<strong>de</strong>rosos. Antes,<br />

porém, é oportuno notar em que sentido ele <strong>de</strong>clara seu pecado. Em<br />

minha opinião, está equivocado quem enten<strong>de</strong> esta passagem simplesmente<br />

significando uma confissão <strong>de</strong> sua culpa perante Deus, com o fim<br />

<strong>de</strong> obter <strong>de</strong>le o perdão. Segundo sua interpretação, supõe-se o salmista<br />

a repetir, aqui, o que já o vimos dizer no Salmo 32.5: “Reconheci meu pecado<br />

contra ti, e minha iniqüida<strong>de</strong> não ocultei.” Neste lugar, porém, ele<br />

não está falando tanto <strong>de</strong> seu arrependimento, quanto está <strong>de</strong>plorando<br />

sua triste e miserável condição; e, portanto, pecado e iniqüida<strong>de</strong> <strong>de</strong>vem<br />

ser entendidos em relação às aflições e castigos que são emblemas da ira<br />

divina; como se dissesse que a mão divina estava contra si, e que pesava<br />

<strong>de</strong>mais sobre si, que ante a miséria a que fora reduzido, o mundo em geral<br />

po<strong>de</strong>ria consi<strong>de</strong>rá-lo um homem con<strong>de</strong>nado e réprobo. A fim <strong>de</strong> tornar o<br />

significado mais óbvio, os versículos 18 e 19 têm <strong>de</strong> ser lidos juntos, assim:<br />

Declaro minha iniqüida<strong>de</strong>, e meus inimigos estão <strong>de</strong>sfrutando da vida;<br />

10 “Et que son afflction est telle, qu’il ne sera jour <strong>de</strong> sa vie qu’il ne s’en sente.” – v.f. “E que sua<br />

aflição era tal, que não havia um só dia <strong>de</strong> sua vida que não a sentisse.”

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!