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Comentário de Salmos - Vol. 2

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

O salmista confirma a sentença precedente, demonstrando a grandeza de Deus à luz do maravilhoso caráter de suas obras. Ele não fala da essência secreta e misteriosa de Deus que enche céu e terra, mas das manifestações de seu poder, sabedoria, bondade e justiça, que são claramente exibidos, embora sejam tão vastos para que nosso tacanho entendimento os apreenda. À luz deste fato aprendemos que a glória de Deus está bem perto de nós, e que ele tão franca e claramente se desvendou, que não podemos com razão pretender qualquer justificativa para a ignorância. Aliás, ele opera tão maravilhosamente, que até mesmo as nações pagãs são indesculpáveis por sua cegueira. - João Calvino - Salmo 77.14.

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Salmo 36 • 113<br />

com os olhos da fé para a providência <strong>de</strong> Deus que, ao predispor nossa<br />

mente à paciência, nos conserva continuamente no temor <strong>de</strong> Deus.<br />

[vv. 1-4]<br />

A impieda<strong>de</strong> fala ao perverso no âmago <strong>de</strong> meu coração: Não há temor <strong>de</strong><br />

Deus diante <strong>de</strong> seus olhos. Pois a seus próprios olhos se lisonjeia, até que<br />

se <strong>de</strong>scubra que sua iniqüida<strong>de</strong> é odiosa. 1 As palavras <strong>de</strong> sua boca são<br />

iniqüida<strong>de</strong> 2 e engano; ele <strong>de</strong>ixou <strong>de</strong> enten<strong>de</strong>r que po<strong>de</strong> fazer o bem. Em seu<br />

leito ele medita [ou engendra] a iniqüida<strong>de</strong>; põe-se num caminho que não<br />

é bom; não abomina o mal.<br />

1. A impieda<strong>de</strong> fala ao perverso no âmago <strong>de</strong> meu coração.<br />

Os comentaristas não são concor<strong>de</strong>s na interpretação do primeiro<br />

versículo. Literalmente, é: Ao dizer [ou falar] <strong>de</strong> transgressão, ou, me-<br />

‏,ל lhor: A transgressão diz ao perverso. Entretanto, visto que a letra<br />

lamed, em hebraico às vezes é usada para ‏,מן min, alguns a traduzem<br />

assim: A impieda<strong>de</strong> ou transgressão fala do perverso em meu coração;<br />

como se o profeta quisesse dizer: Percebo claramente, à luz da perversida<strong>de</strong><br />

que os ímpios cometem, que não são influenciados pelo temor<br />

<strong>de</strong> Deus. Como, porém, não há necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se afastar da significação<br />

própria das palavras, concordo antes com outros, pressupondo<br />

que a linguagem do profeta tem este propósito: A malícia dos perversos,<br />

ainda que aparentemente oculta e ignorada, fala soberba em meu<br />

coração e sou uma testemunha convicta do que ela diz ou insinua.<br />

É preciso observar-se em primeiro lugar que o profeta não fala<br />

<strong>de</strong> erros externos, mas penetra até mesmo à própria fonte; como se<br />

quisesse dizer: Embora os perversos disfarcem sua malícia com astuta<br />

dissimulação, todavia estou certo <strong>de</strong> ouvi-la falar. É <strong>de</strong> fato verda<strong>de</strong><br />

que, visto que os ímpios e profanos se lançam <strong>de</strong> ponta cabeça a todo<br />

gênero <strong>de</strong> impieda<strong>de</strong>, como se jamais fossem chamados a prestar<br />

contas <strong>de</strong>la, o juízo que Davi aqui expressa po<strong>de</strong>ria ser formulado até<br />

mesmo com base na vida <strong>de</strong>les. Sua linguagem, porém, é muito mais<br />

1 “C’est, tant que chacun commence à avoir en haine l’iniquite d’iceluy.” – n.m.f. “Isto é, <strong>de</strong><br />

modo que cada um comece a odiar sua iniqüida<strong>de</strong>.”<br />

2 “Mensonge.” – v.f. “Falsida<strong>de</strong>.”

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