daros augusto teodoro da silva caracterização da distribuição e ...
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no Espírito Santo) e algumas partes <strong>da</strong> Amazônia, nossas plantas necessitam dos<br />
meliponíneos para a polinização e frutificação”. Ain<strong>da</strong> segundo este autor, “O mel<br />
que Pedro Álvares Cabral tomou no dia 22 de abril de 1500 era <strong>da</strong> uruçu [(Melipona<br />
scutellaris Latreille, 1811)]”, abelha indígena muito popular nas regiões norte e<br />
nordeste do país. Biesmeijer et al. (2005) estimam que as abelhas sociais, “[...]<br />
provavelmente, são responsáveis por 30 a 50% de to<strong>da</strong>s as interações entre plantas<br />
e visitantes florais”. As abelhas do grupo dos meliponíneos coevoluíram com a flora<br />
fanerógama, sendo, portanto, fun<strong>da</strong>mentais para a perpetuação de diversas<br />
espécies de plantas, sejam herbáceas, arbóreas ou epífitas. Um fóssil de<br />
meliponíneo, em âmbar, foi encontrado em New Jersey, na América do Norte, e<br />
<strong>da</strong>tado em 80 milhões de anos, ou seja, no Cretáceo, quando se supõe terem<br />
surgido as primeiras angiospermas, como as famílias Winteraceae, Magnoliaceae,<br />
Nympheaceae, Lauraceae, e Piperaceae, além de já existirem numerosas<br />
ocorrências de palmáceas (MICHENER & GRIMALDI, 1988).<br />
Roubik (1989) atribui a diversi<strong>da</strong>de de espécies de meliponíneos existentes<br />
hoje, principalmente, ao isolamento geográfico proporcionado por mu<strong>da</strong>nças<br />
marcantes no clima e geologia do planeta há milhões de anos, quando o grande<br />
paleocontinente do sul, Gondwana, provável core do grupo, começou a dividir-se.<br />
No Brasil, os meliponíneos são representados por mais de 200 espécies<br />
(FEIDEN, 1994; AIDAR, 1996; SILVEIRA et al., 2002), ou, como afirmam Imperatriz-<br />
Fonseca et al. (2006), por mais de 500 espécies, to<strong>da</strong>s eussociais, que variam<br />
desde 2mm de comprimento, como a lambe-olhos (Trigonisca sp.) (FEIDEN, 1994),<br />
até entre 11mm e 13mm, diga-se a uruçu (Melipona scutellaris) e jan<strong>da</strong>íra preta<br />
(Melipona interrupta). Há também muitas espécies que habitam as florestas com<br />
araucárias, mas que vêm sofrendo grandes ameaças, principalmente devido ao<br />
desmatamento e ao extrativismo de seus produtos (mel, pólen, etc.).<br />
A destruição do habitat é a maior ameaça à diversi<strong>da</strong>de biológica, to<strong>da</strong>via<br />
não só a destruição como também sua fragmentação causa impactos muitas vezes<br />
irreversíveis, pois os fragmentos ficam isolados uns dos outros, por uma paisagem<br />
altamente modifica<strong>da</strong> ou degra<strong>da</strong><strong>da</strong> (PRIMACK & RODRIGUES, 2001). Essa<br />
degra<strong>da</strong>ção, além de eliminar várias espécies vegetais, diminui a diversi<strong>da</strong>de de<br />
insetos, ocasionando um rápido decréscimo na disponibili<strong>da</strong>de de recursos naturais,<br />
e isto afeta, particularmente, as populações de abelhas eussociais, como os<br />
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