KELLY CRISTINA CANCELA INFLUÊNCIA DA FAMÍLIA E DO ...
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Uma das razões mais importantes para a introdução do gênero Pinus no Brasil foi a necessidade da produção de madeira em plantações florestais para abastecimento industrial, visando o processamento mecânico para a produção de madeira serrada ou laminada, confecção de painéis e produção de celulose e papel (KRONKA et al., 2005), com a substituição da madeira da Araucaria angustifolia, cujas florestas achavam-se em rápido processo de exaustão na década de 1960. As primeiras introduções de pinus no sul e sudeste do Brasil aconteceram por volta de 1954 e foram aceleradas a partir de 1966/67, com a implantação da política de incentivos fiscais. Somente em 1975 dos 459.000 hectares plantados no Estado de São Paulo, cerca de 190.000 hectares eram do gênero Pinus (MONTAGNA; YAMAZOC, 1978). A área total com povoamentos para as espécies de pinus e eucalipto atingiu 5.373.417 hectares em 2006, dos quais cerca de 1,8 milhões de hectares correspondem ao plantio com pinus. Do total plantado com pinus, 1,4 milhões de hectares estão localizados na Região Sul (ABRAF, 2007). No ano de 2006 o consumo de madeira em toras de pinus para uso industrial no Brasil foi de 52,8 milhões de m 3 (ABRAF 2007) e a expectativa é que a demanda continue a crescer. Com a evolução de sua produção, os principais usos da matéria prima estão sendo direcionados para o processamento industrial em serrarias, laminadoras, fábricas de chapas e para indústrias de celulose e papel. Nos últimos sete anos houve grande demanda por pinus e a valorização do dólar fez com que o setor se tornasse competitivo, aumentando significativamente as exportações para a Europa e para os Estados Unidos. Entre os principais produtos madeireiros exportados estão os compensados de pinus, serrados de pinus, portas, painéis e móveis de pinus (BELING, 2006). 2.1.2 Biologia Reprodutiva O órgão reprodutivo da grande maioria das espécies de gimnospermas é conhecido como estróbilo ou cone (KRONKA et al., 2005). O estróbilo masculino consiste em um arranjo espiral de microsporófitos em torno de um eixo central. Cada microsporófito possui dois microsporângios, nos quais o pólen é produzido. Este pólen é disperso pelo vento. Já o megastróbilo de coníferas (estróbilos femininos) consiste em um eixo central com um arranjo espiral de megasporófilos (ou escamas ovulíferas) desenvolvidas sobre pequenas brácteas. 20
Cada megasporófilo mantém dois óvulos envoltos por um tegumento. Embora os óvulos não sejam, como nas angiospermas, protegidos em um pistilo, eles são protegidos durante o desenvolvimento pelas escamas fechadas dos cones. Durante a polinização as escamas ovulíferas se separam, expondo os óvulos. Uma substância viscosa exsudada da micrópila ajuda na aderência do pólen. O grão de pólen afunda ou é sugado pela evaporação desta substância até a abertura do macrosporângio. Após isso a micrópila é selada e as escamas ovulíferas fecham (SCHIMIDT, 2000a). A dupla fecundação em gimnospermas não acontece como nas angiospermas e o endosperma (gametófito feminino), grande responsável pelo tamanho das sementes, tem um número haplóide de cromossomos (n=12) e não diplóide (n=24). O endosperma é envolvido por um tegumento diplóide, também desenvolvido a partir de tecido materno. Portanto, as características dos envoltórios das sementes, incluindo as asas, são herdadas unicamente do progenitor feminino (MATZIRIS, 1997). Após a polinização, o desenvolvimento do embrião e da semente tem início. O ovo fertilizado inicialmente se divide para formar quatro conjuntos de células, cada um dos quais poderá se desenvolver em embriões geneticamente idênticos (poliembrionia). Contudo, geralmente apenas um embrião se desenvolve completamente, os demais desintegram. Enquanto os embriões se desenvolvem, o gametófito feminino sofre divisões celulares e aumenta de tamanho para se tornar o tecido nutritivo da semente madura, o endosperma. Simultaneamente os tegumentos lignificam, endurecem e se desenvolvem no envoltório da semente. As estruturas de dispersão, tais como as asas, se desenvolvem durante os estádios finais da maturação da semente (SCHIMIDT, 2000). Uma característica reprodutiva das gimnospermas é que geralmente precisam de um longo período entre a diferenciação dos órgãos reprodutivos até a maturidade da semente. Vários pinus como o P. caribeae, P. kesya e também o P. taeda precisam de quase dois anos. O longo ciclo reprodutivo implica que cones de várias idades e diferentes estádios de desenvolvimento podem ser encontrados na mesma árvore. Em algumas espécies de coníferas os cones vazios permanecem na árvore um longo período após a dispersão das sementes, não sendo raro encontrar 21
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Cada megasporófilo mantém dois óvulos envoltos por um tegumento. Embora os<br />
óvulos não sejam, como nas angiospermas, protegidos em um pistilo, eles são<br />
protegidos durante o desenvolvimento pelas escamas fechadas dos cones. Durante<br />
a polinização as escamas ovulíferas se separam, expondo os óvulos. Uma<br />
substância viscosa exsudada da micrópila ajuda na aderência do pólen. O grão de<br />
pólen afunda ou é sugado pela evaporação desta substância até a abertura do<br />
macrosporângio. Após isso a micrópila é selada e as escamas ovulíferas fecham<br />
(SCHIMIDT, 2000a).<br />
A dupla fecundação em gimnospermas não acontece como nas<br />
angiospermas e o endosperma (gametófito feminino), grande responsável pelo<br />
tamanho das sementes, tem um número haplóide de cromossomos (n=12) e não<br />
diplóide (n=24). O endosperma é envolvido por um tegumento diplóide, também<br />
desenvolvido a partir de tecido materno. Portanto, as características dos envoltórios<br />
das sementes, incluindo as asas, são herdadas unicamente do progenitor feminino<br />
(MATZIRIS, 1997).<br />
Após a polinização, o desenvolvimento do embrião e da semente tem início.<br />
O ovo fertilizado inicialmente se divide para formar quatro conjuntos de células, cada<br />
um dos quais poderá se desenvolver em embriões geneticamente idênticos<br />
(poliembrionia). Contudo, geralmente apenas um embrião se desenvolve<br />
completamente, os demais desintegram. Enquanto os embriões se desenvolvem, o<br />
gametófito feminino sofre divisões celulares e aumenta de tamanho para se tornar o<br />
tecido nutritivo da semente madura, o endosperma. Simultaneamente os tegumentos<br />
lignificam, endurecem e se desenvolvem no envoltório da semente. As estruturas de<br />
dispersão, tais como as asas, se desenvolvem durante os estádios finais da<br />
maturação da semente (SCHIMIDT, 2000).<br />
Uma característica reprodutiva das gimnospermas é que geralmente<br />
precisam de um longo período entre a diferenciação dos órgãos reprodutivos até a<br />
maturidade da semente. Vários pinus como o P. caribeae, P. kesya e também o P.<br />
taeda precisam de quase dois anos. O longo ciclo reprodutivo implica que cones de<br />
várias idades e diferentes estádios de desenvolvimento podem ser encontrados na<br />
mesma árvore. Em algumas espécies de coníferas os cones vazios permanecem na<br />
árvore um longo período após a dispersão das sementes, não sendo raro encontrar<br />
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