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Roteiro - UFMG

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LABORATÓRIO DE<br />

FÍSICA GERAL<br />

UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA -<br />

CAMPUS FLORESTAL<br />

Florestal, Minas Gerais


Experimento 1: Determinação do Coeficiente<br />

de Expansão Linear em Metais<br />

Introdução<br />

Expansão Térmica<br />

Quando aquecemos um objeto sólido, fornecemos aos seus átomos, energia em forma<br />

de calor. Com a energia adicionada, os átomos podem se afastar uns dos outros mais do<br />

que o normal, em oposição às forças elásticas interatômicas que mantêm os átomos unidos<br />

em um sólido. A este fenômeno damos o nome de expansão térmica e o grau de expansão<br />

depende do material de que o objeto é feito.<br />

Imagine que uma haste metálica de comprimento L sofra um aumento de temperatura<br />

∆T. Acorrespondentevariaçãonocomprimentodahaste, ∆L, élinearepodeserexpresso<br />

pela seguinte equação:<br />

∆L = L0α∆T (1)<br />

onde α é uma constante chamada de coeficiente de expansão linear ou coeficiente de<br />

dilatação térmica. A unidade de α no S.I. é K −1 (“por kelvin”), embora utilizemos mais<br />

comumente a unidade ◦ C −1 (“por grau Celcius”). Apesar do valor de α variar um pouco<br />

com a temperatura, ele pode ser considerado constante em algumas aplicações práticas,<br />

assim como no experimento que iremos realizar.<br />

A Tabela 1 mostra valores do coeficiente de expansão linear para algumas substâncias.<br />

Tabela 1: Coeficientes de expansão linear para algumas substâncias.<br />

Substânica α (10 −6 / ◦ C)<br />

Gelo (a 0 ◦ C) 51<br />

Chumbo 29<br />

Alumínio 23<br />

Bronze 19<br />

Latão 18<br />

Cobre 17<br />

Aço 11<br />

Vidro (comum) 9<br />

Vidro (pyrex) 3,2<br />

Diamante 1,2<br />

Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

Medir o coeficiente de expansão linear de um metal e, a partir deste valor, identificá-lo<br />

dentre os apresentados na Tabela 1.<br />

1


Material utilizado<br />

• um dilatômetro com base principal, medidor de dilatação, escala milimetrada, guia<br />

com mufa e guia de saída<br />

• uma haste de metal<br />

• uma conexão de entrada<br />

• uma conexão de saída<br />

• um medidor de temperatura digital<br />

• um termômetro analógico<br />

• um batente móvel fim de curso<br />

• um gerador de vapor<br />

• uma fonte de calor<br />

• um recipiente com água fria<br />

Procedimento<br />

Verifique se a montagem de seu experimento está de acordo com o esquema da Figura<br />

1, abaixo:<br />

medidor de temperatura<br />

digital<br />

17<br />

conexao de saida<br />

medidor de dilatacao<br />

00 11<br />

00 11<br />

00 11<br />

00 11<br />

batente movel<br />

0 100 200 300 400 500 mm<br />

01<br />

01<br />

01<br />

01<br />

termometro<br />

gerador de vapor<br />

guia com mufa<br />

haste de metal<br />

conexao de entrada<br />

base principal<br />

fonte de calor<br />

Figura 1: Esquema da mon<br />

Verifique se o guia com mufa está na marca dos 500 mm e se o batente móvel fim de<br />

curso está tocando na ponteira do medidor de dilatação.<br />

Ajuste a escala do medidor de dilatação na posição ZERO, girando o anel recartilhado<br />

ao seu redor.<br />

Meça o comprimento inicial, L0, da haste do metal. Meça a temperatura inicial, T0<br />

do sistema.<br />

ATENÇÃO: Não deixe que o termômetro analógico toque no fundo do reservatório<br />

de água!!!<br />

2


Ative a fonte de calor, ligando-a na tomada, e aguarde para que a temperatura do<br />

sistema atinja a temperatura máxima.<br />

Quando os medidores estabilizarem, meça as temperaturas nos pontos de entrada e<br />

saída do vapor. Meça a variação de comprimento, ∆L, sofrido pela haste metálica.<br />

Desligueafontedecaloremeça, simultaneamente, valoresdevariaçãodocomprimento<br />

da haste ∆Li, da temperatura no ponto de entrada do vapor, Ti,e e da temperatura no<br />

ponto de saída do vapor, Ti,s a cada 5 ◦ C, até que o metal atinja uma temperatura de<br />

25 ◦ C. Anote estes valores em uma tabela, com suas respectivas incertezas.<br />

As temperaturas Ti,e e Ti,s são iguais ou diferentes? Justifique.<br />

Construa um gráfico ∆L versus ∆T e obtenha, por meio de análise gráfica, o valor do<br />

coeficiente de expansão linear e sua respecitva incerteza. Discuta seus resultados.<br />

Compare o valor obtido com os valores de coeficientes de expansão linear fornecidos<br />

na Tabela 1 e identifique o material de que é feita a haste usada neste experimento.<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 2, editora LTC.<br />

Livro de Atividades Experimentais: Física Experimental - Termodinâmica CIDEPE.<br />

3


Experimento 2: Pêndulo Simples<br />

Introdução<br />

O pêndulo simples é um sistema mecânico ideal constituído de uma partícula de massa<br />

m suspensa por um fio inextensível e sem massa de comprimento L, conforme mostrado<br />

na Fig. 1. Quando o pêndulo está em repouso (lado esquerdo da Fig. 1, abaixo), as duas<br />

forças que agem sobre a partícula, o seu peso (mg) e a tensão aplicada pelo fio (τ), se<br />

equilibram. Porém, se o pêndulo for afastado de sua posição de equilíbrio (lado direito<br />

da Fig. 1), de modo que a direção do fio faça um ângulo θ com a vertical, o componente<br />

do peso perpendicular ao fio, de intensidade P⊥ = mgsinθ, agirá no sentido de restaurar<br />

o equilíbrio, fazendo o pêndulo oscilar, sob a ação da gravidade.<br />

(a) (b)<br />

τ<br />

mg<br />

θ<br />

mgsenθ<br />

m<br />

L<br />

θ<br />

mg<br />

mgcosθ<br />

Figura 1: (a) Pêndulo simples em repouso. (b) Pêndulo simples em pequenas<br />

oscilações.<br />

Todo movimento oscilatório é caracterizado por um período T, que é o tempo necessário<br />

para se executar uma oscilação completa. Para pequenas amplitudes de oscilação,<br />

taisquesinθ≈θ (θ < 5◦ ),operíododeoscilaçãodopêndulosimplesnãodependedoângulo<br />

θ, e é dadopela equação:<br />

L<br />

T = 2π , (1)<br />

g<br />

onde g é a aceleração da gravidade. A demonstração desse resultado requer conhecimento<br />

de Matemática de nível superior ao exigido nesta disciplina mas, experimentalmente, é<br />

simples ser verificado.<br />

Elevando ao quadrado os dois lados desta equação, obtemos a seguinte expressão:<br />

4


T2 = 4π2L. (2)<br />

g<br />

O pêndulo simples é um sistema mecânico caracterizado pelo seu período T, e este,<br />

por sua vez, depende apenas dos parâmetros L e g, para pequenas oscilações. Além disso,<br />

outro fator que pode afetar o período do pêndulo é a amplitude (A) de sua oscilação. Esse<br />

último fator determina a condição inicial imposta à dinâmica do sistema mecânico, não<br />

sendo uma de suas características intrínsecas.<br />

Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

Encontrar o valor da aceleração da gravidade local.<br />

Material utilizado<br />

• fio fino<br />

• uma haste de metal<br />

• cronômetro<br />

• uma régua<br />

Procedimento<br />

1) Ajuste o comprimento do fio para um valor de aproximadamente L = 1 m. Para<br />

este comprimento do pêndulo, desloque a massa suspensa pelo fio, como no lado direito<br />

da figura acima.<br />

ATENÇÃO: Certifique-se de que ângulo θ, entre o fio e a vertical, seja pequeno,<br />

θ < 5 ◦ !!!<br />

Em seguida solte a massa suspensa fazendo o pêndulo oscilar. Meça o tempo gasto<br />

para que o mesmo efetue 10 oscilações. Com essa medida, determine o valor mais provável<br />

do período do pêndulo, T.<br />

2) Na sua opnião, porque pede-se para calcular o período de 10 oscilações para depois<br />

obter o período ao invés de medir diretamente o tempo gasto em uma única oscilação?<br />

3) Diminua o comprimento L do fio em 5 cm, enrolando-o na haste ou através do<br />

reguladordecomprimento. ParaestenovovalordocomprimentoL, repitaoprocedimento<br />

anterior até que você obtenha medidas de período para 10 valores diferentes de L.<br />

4) Coloque seus dados de T e de L corretamente em uma tabela, incluindo seus<br />

respectivos erros.<br />

5) Usando papel milimetrado, construa um gráfico T 2 versus L.<br />

6) Trace, no gráfico, a reta que melhor se ajusta visualmente aos pontos. Essa reta<br />

deve ser do tipo: y = ax+b.<br />

7) Através de um processo de regressão linear, obtenha os valores dos coeficientes<br />

angularelineardaretaquemelhorseajustaaospontosdográficoT 2 ×L,eseusrespectivos<br />

erros.<br />

5


ATENÇÃO: O processo de regressão linear poderá ser feito utilizando-se um<br />

programa específico, indicado no site da disciplina:<br />

http://www.fisica.ufmg.br/∼nlandin/fif121/exercicios.html<br />

8)Escrevaosvaloresdea, ∆a, be∆bcomonúmerocorretodealgarismossignificativos<br />

e casas decimais.<br />

9) Com estes valores, encontre o valor da aceleração da gravidade local, g, com sua<br />

respectiva incerteza, ∆g. Discuta seus resultados, tendo como base o valor médio aproximado<br />

do valor da aceleração da gravidade, g = 9,8 m/s.<br />

10) O valor encontrado para o coeficiente linear b está de acordo com o esperado?<br />

EXPLIQUE!<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 2, editora LTC.<br />

Campos, Alves, Speziali, 2007, Física Experimental Básica na Universidade, editora<br />

<strong>UFMG</strong>.<br />

<strong>Roteiro</strong> de atividades da disciplina Laboratório de Física Geral da UFV - campus<br />

VIÇOSA.<br />

6


Experimento 3: Resistividade Elétrica<br />

Introdução<br />

A resistividade elétrica, grandeza denotada por ρ, é uma propriedade específica dos<br />

materiais e depende de características microscópicas intrínsecas de cada material. A<br />

resistividade também depende da temperatura, sendo que para os metais costuma-se<br />

considerar que a resistividade aumenta linearmente com a temperatura (para pequenas<br />

variações de temperatura). A resistividade apresenta valores muito altos para os isolantes<br />

e valores baixos para os metais, que são bons condutores de eletricidade. A Tabela 1<br />

fornece alguns da resistividade para alguns materiais.<br />

Tabela 2: Resistividade de alguns materiais à temperatura de 20 ◦ C.<br />

Material Resistividade (Ω·m)<br />

Aço 1,60 ×10 −7<br />

Cobre 1,72 ×10 −8<br />

Níquel 6,99 ×10 −8<br />

Alumínio 2,75 ×10 −8<br />

Tungstênio 5,25 ×10 −8<br />

Ferro 9,68 ×10 −8<br />

A resistividade relaciona-se a uma grandeza macroscópica denominada resistência<br />

elétrica, R. A resistência é uma característica de cada resistor e mede a dificuldade que os<br />

átomos oferecem à passagem da corrente elétrica. A resistência depende do comprimento,<br />

da espessura e do material de que o resistor é feito.<br />

A relação entre a resistência de um fio condutor homogêneo e a sua resistividade tem<br />

a forma:<br />

R = ρ L<br />

, (1)<br />

A<br />

onde L é o comprimento e A é a área da seção transversal de um fio condutor homogênio,<br />

mostrados na Figura 1. Dizemos que a resistividade é o análogo microscópico da resistência.<br />

A<br />

L<br />

Figura 1: Condutor cilíndrico, homogêneo, de comprimento L e área de seção<br />

transversal A.<br />

7


Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

1) Verificar a dependência da resistência da resistência em relação ao comprimento do<br />

fio.<br />

2) Verificar a dependência da resistência em relação à área da seção reta do fio.<br />

Material utilizado<br />

• Suporte com fios de ferro, cobre e três fios de níquel.<br />

• Multímetro.<br />

• Cabos para conxão.<br />

Procedimento<br />

1 a − parte: Relação entre R e L<br />

1) Escolha um dos fios para essa parte do experimento. Anote ou meça a área da seção<br />

transversao do fio. Comece com um comprimento inicial L=10 cm. Varie o comprimento<br />

do fio de 10 cm em 10 cm até 100 cm e meça o valor da resistência associado a cada<br />

comprimento.<br />

2) Coloque os dados de L e de R, corretamente em uma tabela, incluindo seus respectivos<br />

erros.<br />

3) Construa um gráfico R×L e observe a curva gerada.<br />

4) Através de um processo de regressão linear, determine os coeficientes angular e<br />

linear da reta. Escreva-os utilizando o número correto de algarismos significativos e casas<br />

decimais. O que o coeficiente angular da reta representa nesta situação?<br />

ATENÇÃO: O processo de regressão linear poderá ser feito utilizando-se um<br />

programa específico denominado Kaleida.<br />

5) Com estes valores, encontre a resistividade do material utilizado e sua respectiva<br />

incerteza.<br />

2 a − parte: Relação entre R e A<br />

Para esta parte utilize os três fios de níquel. A Tabela 2 indica o diâmetro de cada fio<br />

presente na montagem.<br />

Tabela 2: Diâmetros de alguns fios condutores utilizados no experimento.<br />

Material diâmetro (mm)<br />

Aço 0,4<br />

Cobre 0,6<br />

Níquel 0,08<br />

Níquel 0,16<br />

Níquel 0,45<br />

1) Considere um comprimento fixo L a ser utilizado em todos os fios. Meça este<br />

comprimento e escreva-o, com sua respectiva incerteza.<br />

8


2) Para cada um dos fios de níquel, determine a resistência do fio.<br />

3) Coloque os dados de A e R, corretamente em uma tabela, incluindo seus respectivos<br />

erros.<br />

4) Construa um gráfico R×A e observe a curva gerada.<br />

5) Que tipo de equação matemática melhor descreve a curva?<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 2, editora LTC.<br />

Campos, Alves, Speziali, 2007, Física Experimental Básica na Universidade, editora<br />

<strong>UFMG</strong>.<br />

<strong>Roteiro</strong> de atividades da disciplina Laboratório de Física Geral da UFV - campus<br />

VIÇOSA.<br />

9


Experimento 4: Ondas Estacionárias - Tubo<br />

de Kundt<br />

Introdução<br />

Ondas Estacionárias<br />

Ondas estacionárias podem ser produzidas em uma corda esticada e fixa em ambas as<br />

extremidades. As ondas progressivas que se propagam ao longo da corda são refletidas<br />

de volta sobre a corda em cada extremidade. Para determinadas relações entre o comprimento<br />

de onda das ondas e o comprimento da corda, a superposição das ondas que<br />

se propagam em sentidos opostos produz um padrão de ondas estacionárias (ou modo de<br />

oscilação). O comprimento de onda que gera tais ondas corresponde a uma das chamadas<br />

frequências de ressonância da corda.<br />

Podemos também produzir ondas estacionárias de som em um tubo cheio de ar de<br />

forma semelhante. Quando as ondas se propagam através do ar em um tubo elas são<br />

refletidas em cada uma das extremidades e se propagam de volta através do tubo. As<br />

reflexões ocorrem mesmo se as extremidades do tubo estiverem abertas mas a reflexão<br />

não é tão completa como no caso da extremidade fechada. Se o comprimento de onda das<br />

ondas sonoras coincidir adequadamente com o comprimento do tubo, a superposição das<br />

ondas se propagando em sentidos opostos através do tubo produz um padrão de ondas estacionárias.<br />

Existe uma família de comprimentos de onda para os quais tais coincidências<br />

ocorrem. Estes comprimentos de onda correspondem às frequências de ressonância do<br />

tubo.<br />

O padrão de onda estacionária mais simples que pode ser produzido em um tubo com<br />

uma extremidade aberta e a outra fechada é mostrado na figura A. Devido as condições<br />

de contorno nesta situação, é necessário que haja um nó 1 na extremidade fechada do tubo<br />

e um antinó 2 na extremidade aberta. Este padrão mais simples exige ondas sonoras tendo<br />

um comprimento de onda dado por L = λ/4 ou λ = 4L. Esta situação está mostrada no<br />

painel a esquerda da Figura 1. O próximo padrão mais simples exige um comprimento<br />

de onda dado por L = 3λ/4 ou λ = 4L/3 (ver painel do meio da Figura 1). O painel a<br />

direita desta figura, mostra o terceiro padrão mais simples, que corresponde a L = 5λ/4<br />

ou λ = 4L/5.<br />

Figura 1: Esquerda: Modo fundamental (λ = 4L). Meio: Terceiro harmônico<br />

(λ = 4L/3). Direita: Quinto harmônico (λ = 4L/5).<br />

De modo mais geral, as frequências de ressonância para um tubo de comprimento L<br />

com uma extremidade aberta e outra fechada correspondem aos comprimentos de onda<br />

λ = 4L,<br />

para n = 1, 3, 5,..., (1)<br />

n<br />

1 pontos onde não há vibração.<br />

2 pontos em que as vibrações têm amplitude máxima.<br />

10


no qual o número harmônico n deve ser um número ímpar. As frequências de ressonância<br />

são dadas por:<br />

f = v<br />

λ<br />

nv = , para n = 1, 3, 5,... (tubo com apenas uma extremidade aberta). (2)<br />

4L<br />

O tubo de Kundt<br />

O tubo de Kundt é composto de um tubo de vidro cilíndrico com comprimento L e raio<br />

interno R, que contém ar e serragem fina de cortiça em seu interior. Fazendo um altofalante<br />

vibrar em uma das extremidades do tubo em uma das frequências de ressonância<br />

do tubo, produzem-se ondas estacionárias em seu interior. As vibrações são transmitidas<br />

para o pó de cortiça pelo ar que está contido dentro do tubo. Observa-se que, quando<br />

ocorrer ressonância, em certas regiões do tubo há acúmulo de cortiça (ventre ou antinó)<br />

em relação a outras regiões que não apresentam vibrações longitudinais (nó). Sabendose<br />

que a distância média entre esses acúmulos e a frequência da onda gerada, pode-se<br />

determinar a velocidade de propagação do som no ar contido no tubo.<br />

A velocidade de propagação do som (vsom) depende da temperatura ambiente (T) e<br />

obedece, aproximadamente, a expressão:<br />

vsom(T) = vsom(T0)+0,6T, (3)<br />

onde vsom(T0), a velocidade do som no ar a uma temperatura de 0 ◦ C, é igual a 331 m/s<br />

e T é a temperatura ambiente em, ◦ C.<br />

Avelocidadedepropagaçãodosomnointeriordotubopodesercalculadaconhecendose<br />

a frequência de ressonância e o comprimento de onda da onda gerada, através da<br />

equação:<br />

f = 1v.<br />

(4)<br />

λ<br />

Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

Determinar a velocidade de propagação do som em um tubo com uma extremidade<br />

aberta e outra fechada.<br />

Material utilizado<br />

• um tubo de vidro<br />

• um gerador de funções<br />

• um amplificador<br />

• um conjunto de cabos de ligação<br />

• pó de curtiça<br />

11


• uma trena<br />

Procedimento<br />

Meça o comprimento L e o raio R do tubo, com suas respectivas incertezas. Na<br />

extremidade aberta do tubo, o ventre se forma um pouco fora do tubo. Para tubos<br />

de seção circular e paredes não muito espessas, devemos corrigir o comprimento do tubo<br />

acrescentandoaomesmo0,6Remcadaextremidadeaberta. Assimocomprimentoefetivo,<br />

Lef, fica:<br />

Lef = L+0,6R. (5)<br />

Calcular os valores das frequências de ressonância para os hamônicos n =1, 3, 5, 7, 9<br />

e 11.<br />

O tubo deve estar na posição horizontal e no seu interior deve conter pó de cortiça.<br />

O alto-falante deve estar bem próximo da extremidade aberta do tubo. Ligue o gerador<br />

de funções e o amplificador. Deixar o gerador de funções ajustado para uma amplitude<br />

baixa. Variar continuamente a frequência, começando com um valor bem próximo do<br />

modo fundamentao (n = 1) e ajustá-la para a ressonância do modo fundamental. Quando<br />

opódecortiçavibrar noventre, ésinaldequeotubofechadodear entrouem ressonância.<br />

Meçaadistânciaentreumventreeumnóconsecutivos,calculeocomprimentodeonda.<br />

A distância entre um ventre e um nó consecutivo corresponde a 1/4 do comprimento de<br />

onda. Faça uma estimativa da incerteza da medida do comprimento de onda obtido.<br />

Repetir o procedimento para as demais frequências de ressonância obtidas anteriormente,<br />

até o harmônico n = 11. Anote, em uma tabela, os valores de frequência e comprimento<br />

de onda (com as respectivas incertezas).<br />

Construa um gráfico de f versus 1.<br />

Através de análise gráfica, encontre o valor da<br />

λ<br />

velocidade do som no ar com sua respectiva incerteza.<br />

Meça (ou estime) a temperatura ambiente e calcule a velocidade do som para esta<br />

temperatura usando a equação (3). Compare o valor obtido desta maneira (resultado<br />

teórico) com o resultado obtido anteriormente (resultado experimental). Discuta seus<br />

resultados.<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 2, editora LTC.<br />

Manual de instruções e guia de equipamentos AZEHEB - Laboratórios de Física.<br />

12


Experimento 5: Constante Elástica de uma<br />

Mola<br />

Introdução<br />

Mesmo os objetos aparentemente mais rígidos sofrem uma certa deformação quando<br />

são submetidos a uma força de tração ou de compressão. Ao cessar a atuação dessa força,<br />

o corpo pode recuperar ou não sua forma original. Quando o corpo recupera sua forma<br />

original, dizemos que a deformação é elástica. Em geral, existe um limite para o valor da<br />

força a partir do qual acontece uma deformação permanente no corpo. Dentro do limite<br />

elástico, há uma relação linear entre a força aplicada e a deformação. Esta relação de<br />

linearidade é conhecida como Lei de Hooke.<br />

x 0<br />

x<br />

i<br />

(a) (b)<br />

x= x x<br />

i<br />

− 0<br />

Fe= −kx<br />

P= mg<br />

Figura 1: (a) Mola em seu estado relaxado. (b) Mola alongada de x, em relação à<br />

posição inicial, devido ao peso de um objeto de massa m.<br />

O lado esquerdo da Fig. 1, mostra uma mola helicoidal, de massa desprezível, pendurada<br />

por uma de suas extremidades. Neste estado, a mola não está nem comprimida<br />

nem distendida, dizemos que ela se encontra em seu estado relaxado. Um objeto de massa<br />

m, colocado na extremidade livre da mola (como pode ser visto no lado direito da Fig.1)<br />

produz um alongamento (ou uma deformação) x = xi − x0 na mola. A mola, por sua<br />

vez, tende restaurar o estado relaxado, ou seja, “tenta” trazer a mola de volta para a<br />

posição x0. Este tipo de força é tambem chamada de força restauradora. A força elástica,<br />

exercida pela mola sobre o objeto é dada por:<br />

Fe = −kx (Lei de Hooke), (1)<br />

onde k é a constante elástica da mola e é uma medida da rigidez da mola. Quanto maior<br />

o valor de k, mais rígida é a mola e maior será a força necessária para produzir um<br />

determinado deslocamento. O valor de k é determinado pelo tipo de material que a mola<br />

13


é feita, bem como de sua espessura, tamanho e outros fatores.<br />

A força aplicada na mola para produzir o deslocamento é igual ao peso do objeto de<br />

massa m que nele está pendurado, F = P = mg. Dentro do limite elástico, tem-se, no<br />

equilíbrio:<br />

F + Fe = 0, → EQUILÍBRIO (2)<br />

F = − Fe<br />

(3)<br />

mg = kx. (4)<br />

Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

Encontrar o valor da constante elástica de uma mola.<br />

Material utilizado<br />

• uma mola<br />

• um dinamômetro<br />

• uma haste de metal<br />

• objetos de massa (mi ±∆mi)<br />

• uma régua<br />

• um suporte para objetos<br />

Procedimento<br />

O experimento consiste em aplicar várias forças - pesos - a uma mola vertical e medir<br />

os alongamentos, x, produzidos.<br />

1) Usando o dinamômetro, meça a força peso de cada um dos objetos de massa mi,<br />

com seu respectivo erro e anote-os. Você deve ser capaz de identificar cada objeto com<br />

seu respectivo peso.<br />

2) Suspenda a mola na haste de metal e pendure um suporte para objetos em sua<br />

extremidade livre. Escolha um ponto de referência no suporte e leia a posição dele na<br />

régua. Este será o alongamento ZERO, ou seja, o valor x0 (ver lado esquerdo da Fig. 1).<br />

3) Coloque um dos objetos de massa mi no suporte e meça o alongamento xi por<br />

ele produzido, lendo sua posição na régua. Calcule o valor de x = xi − x0. Este será o<br />

primeiro valor de alongamento, ou seja, x1. Calcule a incerteza associada a x1, ou seja,<br />

∆x1.<br />

4) Repita o procedimento anterior, acrescente um a um, todos os objetos disponíveis,<br />

de modo que você obtenha um conjunto de pares de alongamentos x e forças F. Registre,<br />

corretamente, esses valores e suas respectivas incertezas em uma tabela.<br />

5) Retire todos os objetos que você colocou pendurados na mola; repare que a mola<br />

volta a sua posição inicial - a deformação foi elástica.<br />

6) Usando papel milimetrado, construa o gráfico F versus x.<br />

14


7) Trace, no grágico, a reta que melhor se ajusta visualmente aos pontos. Esta reta<br />

deve ser do tipo: y = ax+b.<br />

8) Através de um processo de regressão linear, obtenha os valores dos coeficientes<br />

angular e linear (e seus respectivos erros) da reta que melhor se ajusta a estes pontos.<br />

ATENÇÃO: O processo de regressão linear poderá ser feito utilizando-se um<br />

programa específico, indicado no site da disciplina:<br />

http://www.fisica.ufmg.br/∼nlandin/fif121/exercicios.html<br />

9)Escrevaosvaloresdea, ∆a, be∆bcomonúmerocorretodealgarismossignificativos<br />

e casas decimais.<br />

10) Com estes valores, determine o valor da constante elástica da mola e sua respectiva<br />

incerteza. Discuta seus resultados.<br />

11) O valor encontrado para b está de acordo com o esperado? EXPLIQUE!<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 1, editora LTC.<br />

Campos, Alves, Speziali, 2007, Física Experimental Básica na Universidade, editora<br />

<strong>UFMG</strong>.<br />

15


Experimento 6: Resistência Elétrica<br />

Introdução<br />

A resistência é uma característica de cada resistor, ou seja, de uma amostra de um<br />

dado material, e mede a dificuldade que os átomos oferecem à passagem da corrente<br />

elétrica. A resistência R é uma grandeza macroscópica e seu corresponden microscópico é<br />

aresistividadeρ. Aresistividadeéumapropriedadeespecíficadecadamaterialeseuvalor<br />

depende da temperatura. A resistência depende do comprimento, da espessura e também<br />

do material de que o resistor é feito, através de sua dependência com a resistência.<br />

Ao aplicarmos uma diferença de potencial V nos terminais de um condutor, uma<br />

corrente i se estabelece nele, como mostra a Figura 1.<br />

i<br />

i<br />

V<br />

Figura 1: Condutor cilíndrico, homogêneo, ao qual foi aplicada uma diferença de<br />

potencial V estabelecendo-se uma corrente i.<br />

Podemos calcular a resistência de qualquer resistor através da relação,<br />

V = Ri. (1)<br />

Estaequaçãodefinearesistênciaparaqualquertipodeobjeto. Noentanto,certostipos<br />

de objetos obedecem a Lei de Ohm, para os quais o valor da resistência é independente<br />

da intensidade ou do sinal da diferença de potencial aplicada. Estes tipos de objetos são<br />

chamados de Resistores Ôhmicos. Para os resistores não-ôhmicos a resistência também é<br />

calculada através da relação R = V/i, porém, para cada valor de V se obtém um valor<br />

diferente de R.<br />

Os resistores comuns que são encontrados em circuitos elétricos são considerados<br />

ôhmicos para as faixas de diferenças de potenciais normalmente utilizadas. No entanto,<br />

podemos observar variação de temperatura em um condutor quando uma corrente elétrica<br />

o percorre, este fenômeno é denominado efeito Joule. Tal variação de temperatura pode<br />

ser interpretada como a transformação de energia elétrica em energia térmica. Os resistores<br />

são os componentes de circuito elétrico que provocam tal efeito. Sabe-se que<br />

a resistividade, e logo a resistência elétrica, varia com a temperatura. Então, devido<br />

ao efeito Joule, um aumento na temperatura de um condutor metálico provocará um aumento<br />

na resistividade e, consequentemente, na resistência do condutor. Conclui-se, então<br />

que resistores ôhmicos são resistores idealizados, mas para pequenas variações de temperatura,<br />

podemos considerar que os resistores comuns se comportam, aproximadamente,<br />

como resistores ôhmicos.<br />

16


Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

Detreminar a resistência elétrica de diferentes fios metálicos.<br />

Material utilizado<br />

• Suporte com fios metálicos.<br />

• Fonte de tensão<br />

• Multímetros.<br />

• Cabos para conxão.<br />

Procedimento<br />

1) Escolha um fio metálico e aplique uma diferença de potencial entre dois pontos<br />

deste fio. Reserve dois pontos intermediários entre os pontos de aplicação da diferença de<br />

potencial.<br />

2) Em um dos multímetros selecione a escala 20 DCV. Este multímetro será usado<br />

como voltímetro.<br />

3) Selecione a escala 10 A no segundo multímetro, este será usado como amperímetro.<br />

4) Conecte o voltímetro nos pontos onde estão conectados os cabos da fonte de tensão.<br />

Conecte o amperímetro em pontos intermediários.<br />

5) Ligue a fonte e ajuste a diferença de potencial no voltímetro para 1 V. Varie a<br />

diferença de potencial aplicada de 1 V até 6 V. Para cada valor de diferença de potencial<br />

anote o valor da corrente medida no amperímetro e anote os valores em uma tabela. Faça<br />

o mesmo para os outros fios.<br />

6) Construa, para cada fio utilizado, um gráfico V ×i. Determine o coeficiente angular<br />

da reta gerada. O que este valor representa?<br />

7) Como deveria ser a resistência interna de um multímetro ideal? E de um amperímetro<br />

ideal?<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 2, editora LTC.<br />

Campos, Alves, Speziali, 2007, Física Experimental Básica na Universidade, editora<br />

<strong>UFMG</strong>.<br />

<strong>Roteiro</strong> de atividades da disciplina Laboratório de Física Geral da UFV - campus<br />

VIÇOSA.<br />

17


Experimento 7: Campo Magnético da Terra<br />

Introdução<br />

Um objeto como um iímã gera em torno de si um campo magnético, e, assim como ele,<br />

bobinas por onde passam correntes também geram campos magnéticos. Podemos dizer<br />

que bobinas que possuem correntes se comportam como um dipolo magnético. De modo<br />

geral, cargas em movimento geram um campo magnético que exerce forças em outras<br />

cargas em movimento. Note que o campo magnético pode exercer força em cargas em<br />

movimento e também em objetos magnéticos, como o ímã em uma bússola.<br />

Nosso planeta possui várias placas tectônicas, e um núcleo em atividade. Note que<br />

estasplacasemcontatomútuopossuematritoentreelas, eonúcleodaTerra,quepodemos<br />

idealizar como um fluido condutor em rotação e convecção, também está em constante<br />

movimento. Assim, a teoria mais aceita hoje em dia para a geração do campo magnético<br />

de um planeta diz respeito a estas cargas em movimento. Graças a este campo magnético<br />

podemos nos movimentar com o auxílio de bússolas, além de podermos ver as auroras<br />

próximo aos pólos, e demais fenômenos. Tanto o módulo qaunto a direção do campo<br />

magnético da Terra varia de região para região. Em grande parte das regiões do globo<br />

terrestre, o campo magnético não é paralelo à superfície da Terra. Em cada ponto da<br />

superfície da Terra, o campo magnético é especificado pelas suas componentes horizontal<br />

(na direção norte-sul) e vertical.<br />

Neste trabalho, pretendemos estimar a componente horizontal do campo magnético da<br />

Terra no local do experimento, utilizando bobinas (geradoras de campo magnético cujo<br />

valor é conhecido), o próprio campo magnético da Terra (obviamente) e bússolas.<br />

Considerando o lado esquerdo da figura 1, vemos que<br />

tg(α) = B<br />

, (1)<br />

BT<br />

onde BT é a componente horizontal do campo magnético da Terra e B é o campo<br />

magnético produzido pelas bobinas, BR é o campo resultante sentido pela bússola, colocada<br />

no centro geométrico entre as duas bobinas e α é o ângulo entre BT e BR. O módulo<br />

do campo magnético entre as duas bobinas depende da geometria das mesmas.<br />

B<br />

α<br />

B<br />

R<br />

B<br />

T<br />

Figura 1: Esquerda: Campo magnético produzido pelas bobinas versus<br />

o campo magnético da Terra. Direita: Bobina de Helmholtz (Fonte:<br />

http://en.wikipedia.org/wiki/Helmholtz coil).<br />

18


O campo magnético gerado pelas bobinas circulares, coaxiais, ligadas em série e separadas<br />

por uma distância igual ao raio R das mesmas, aponta na direção x, mostrada<br />

no lado direito da figura 1. A configuração descrita acima é conhecida como Bobina de<br />

Helmholtz. O módulo deste campo magético no ponto P, equidistante do centro das duas<br />

bobinas como mostrado no lado direito da figura 2, é dado por:<br />

B = 8Niµ0<br />

R5 √ , (2)<br />

5<br />

onde R é o raio das bobinas, N é o número de espiras das bobinas, i é a corrente que<br />

percorreasbobinaseµ0 éumaconstantedenominadapermeabilidademagnéticanovácuo.<br />

A partir da equação (1), obtemos a relação B = BT tanα, na qual B será substituído<br />

pela expressão do campo magético gerado pelas bobinas circulares paralelas, isto é, pela<br />

equação (2). Fazendo-se esta substituição e isolando a corrente, obtemos:<br />

i = 5R√5BT tan(α)<br />

. (3)<br />

8Nµ0<br />

Queremos obter BT, mas para isto, iremos obter experimentalmente a corrente e o<br />

ângulo α. Para efeitos de comparação, o campo magnético da Terra é da ordem de<br />

BT ∼ 10 −4 T.<br />

Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

Medir o campo magnético da Terra.<br />

Material utilizado<br />

• Duas bobinas paralelas circulares.<br />

• Bússola<br />

• Multímetros.<br />

• Fonte de tensão DC.<br />

• Cabos para conexão.<br />

Procedimento<br />

ATENÇÃO: Para que a componente horizontal do campo magnético da Terra<br />

seja determinada com precisão razoável, é importante que as bobinas sejam<br />

colocadas em locais livre da influência de campos magnéticos perturbadores.<br />

Passe a bússola sobre a mesa para encontrar o melhor local para se realizar o<br />

experimento. Se houver materiais magnéticos próximos, a agulha se desviará<br />

da direção Norte-Sul.<br />

1) Meça o número de espiras N, que é o mesmo para as duas bobinas, e o raio das<br />

bobinas e seu respectivo erro.<br />

2) Conecte as bobinas paralelas como mostrado na Figura 2.<br />

19


V<br />

N<br />

S<br />

Bobinas<br />

Figura 2: Esquema do circuito contendo as bobinas circulares ligadas em série.<br />

3) Com a fonte desligada, coloque a bússola entre as duas bobinas. Ajuste a bússola de<br />

maneira que o ponto médio da agulha fique o mais perto possível do ponto médio entre as<br />

duas bobinas, de forma que a sua agulha magnética fique paralela ao plano das bobinas,<br />

isto é, na direção Leste-Oeste.<br />

4) Aplique uma corrente de, NO MÁXIMO, 150 mA (muita atenção nesta parte para<br />

no queimar o multímetro) e meça a deflexão da agulha da bússola. Inverta a polaridade<br />

da corrente através da chave inversora e meça a deflexão da agulha novamente. Explique<br />

o que ocorreu.<br />

5) Faça medidas do ângulo de deflexão da bússola em função da corrente aplicada<br />

nas bobinas. Faça todas as medidas para a corrente em um sentido e depois para o outro<br />

sentidoeobtenhaovalormédiodacorrenteedoânguloα, comsuasrespectivasincertezas.<br />

6) Apresente seus dadcs de i, ∆i, α e ∆α, corretamente em uma tabela.<br />

7) Faça um gráfico da corrente nas bobinas (i) versus tan(α).<br />

8) Através de um processo de regressão linear, obtenha os valores dos coeficientes<br />

angular e linear da reta que melhor se ajusta aos pontos do gráfico i × tan(α), e seus<br />

respectivos erros.<br />

ATENÇÃO: O processo de regressão linear poderá ser feito utilizando-se um<br />

programa específico denominado Kaleida.<br />

9) Escreva os valores dos coeficentes angular (a) e linear (b) da reta, com seus respectivos<br />

erros (∆a e ∆b), utilizando o número correto de algarismos significativos e casas<br />

decimais.<br />

10) Meça o número de espiras N, que é o mesmo para as duas bobinas, e o raio<br />

das bobinas e seu respectivo erro. Com estes valores, encontre o valor da componente<br />

horizontal do campo magnético da Terra no local do experimento e seu respectivo erro.<br />

Discuta seus resultados, tendo como base a informação de que o campo magnético da<br />

Terra é da ordem de BT ∼ 10 −4 T.<br />

11) O valor encontrado para o coeficiente linear b está de acordo com o esperado?<br />

EXPLIQUE!<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 2, editora LTC.<br />

Campos, Alves, Speziali, 2007, Física Experimental Básica na Universidade, editora<br />

<strong>UFMG</strong>.<br />

<strong>Roteiro</strong> de atividades da disciplina Laboratório de Física Geral da UFV - campus<br />

VIÇOSA.<br />

20


Experimento 8: Lei de Snell e Reflexão Interna<br />

Total<br />

Introdução<br />

Reflexão e Refração<br />

Quando um feixe de luz, propagando-se em linha reta em um dado meio, encontra<br />

uma superfície plana que forma uma interface com um outro meio, parte da luz é refletida<br />

pela superfície e outra parte penetra no segundo meio. Imaginemos que o meio 1 seja o<br />

vidro e o segundo meio, o ar, como mostra a figura 1.<br />

O raio refletido se propaga no mesmo plano que o raio incidente, como se tivesse<br />

sido ricocheteado pela superfície plana. Segundo a Lei da reflexão, o raio refletido se<br />

propaga no mesmo plano que o raio incidente e o ângulo de reflexão θ ′ 1 é igual ao ângulo<br />

de incidência θ1:<br />

θ ′ 1 = θ1<br />

raio incidente<br />

Figura 1: Refração e reflexão.<br />

Normal<br />

θ1<br />

θ 2<br />

θ<br />

1<br />

raio refratado<br />

raio refletido<br />

Ar<br />

Vidro<br />

A passagem da luz por uma superfície (ou interface) que separa dois meios diferentes<br />

é chamada de refração. A menos que o raio incidente seja perpendicular à interface, a<br />

refração muda a direção de propagação da luz. De acordo com a Lei da refração, o raio<br />

refratado está no mesmo plano que o raio incidente e tem um ângulo de refração θ2 que<br />

está relacionado ao ângulo de incidência θ1 através da equação:<br />

n2sinθ2 = n1sinθ1, (2)<br />

onde n1 e n2 são constantes adimensionais, denominadas índices de refração dos meios<br />

onde a luz se propaga. Neste caso, n1 é o índice de refração do vidro e n2 é o índice<br />

21<br />

(1)


de refração do ar, que para fins didáticos, é considerado ser igual a 1 3 . Esta relação é<br />

conhecida como Lei de Snell. A equação (2) também pode ser escrita como:<br />

sinθ2 = n1<br />

n2 sinθ1, (3)<br />

De acordo com a Lei de Snell, podemos concluir que:<br />

• Se n2=n1, θ2=θ1 e a refração não desvia o feixe luminoso.<br />

• Se n2>n1, θ2


Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

Determinar o índice de refração do acrilíco através da Lei de Snell e encontrar o ângulo<br />

crítico para o qual ocorre reflexão interna total.<br />

Material utilizado<br />

• um barramento com escala milimetrada<br />

• uma fonte de laser<br />

• um painel ótico com disco de Hartl<br />

• uma mesa suporte<br />

• um dióptro em forma de semicírculo<br />

Procedimento<br />

ATENÇÃO: Mantenha o laser desligado quando não estiver em uso. Nunca<br />

aponte o laser para os olhos!!!<br />

Posicione o disco ótico em forma de semicírculo sobre o disco ótico e o laser, conforme<br />

a Figura 3.<br />

laser<br />

Disco otico<br />

Figura 3: Posição inicial do disco ótico: incidência normal.<br />

Ligue a fonte de laser. Faça o feixe de laser incidir sobre o centro do disco ótico em<br />

forma de semicírculo. O feixe de laser penetra no acrílico através da superfície curva e<br />

emerge na superfície plana sem sofrer mudança na direção de propagação. Isso ocorre<br />

porque, nesta posição a incidência é normal.<br />

Gire o disco ótico fazendo com que o plano de incidência deixe de ser normal. O feixe<br />

de luz penetra no acrílico e incide em sua superfície plana, fazendo um ângulo θ1 com a<br />

23


direção normal. Parte da luz incidente reflete de volta para o acrílico, fazendo um ângulo<br />

θ1 com a normal e a outra parte da luz refrata, fazendo um ângulo θ2 com a direção<br />

normal, como mostra a figura 4.<br />

laser<br />

θ1 θ1 θ 2<br />

Disco otico<br />

Figura 4: Posição do disco ótico ao ser girado para variar o ângulo de incidência.<br />

Meça alguns pares de valores θ1 e θ2, a cada 5 ◦ , e suas respectivas incertezas, até um<br />

ângulo de incidência θ1 = 40 ◦ . Anote estes valores em uma tabela. Construa um gráfico<br />

sinθ2 versus sinθ1. Através de uma análise gráfica, calcule o valor do índice de refração<br />

do acrílico, com sua respectiva incerteza. Discuta seus resultados.<br />

Meça o ângulo crítico para esta situação, com sua respectiva incerteza. Utilizando o<br />

valor do índice de refração do acrílico, obtido experimentalmente, e a equação (4), calcule<br />

o valor do ângulo crítico e compare com o valor medido diretamente.<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 4, editora LTC.<br />

Livro de Atividades Experimentais: Física Experimental - Ótica CIDEPE.<br />

24


Experimento 9: Capacidade Térmica<br />

Introdução<br />

Em processos termodinâmicos é fundamental o conhecimento de como os materiais<br />

em estudo se comportam com relação a variações de temperatura, pressão, volume, etc.<br />

As quantidades físicas citadas (temperatura, pressão, volume, por exemplo), dentro do<br />

estudo da termodinâmica e física estatística, podem se alterar devido às várias trocas de<br />

calor que acontecem entre o sistema em estudo e o ambiente em que ele está acoplado,<br />

denominamos este calor (ou este valor de energia que transita entre os componentes em<br />

estudo) de Q. Em certas condições é possível conhecer a quantidade de calor cedida a<br />

um sistema. Por exemplo, podemos aquecer um objeto utilizando um sistema elétrico (da<br />

mesma forma que o chuveiro aquece a água em sua residência, devido ao efeito Joule).<br />

Nestas condições, a energia transferida para o objeto (isto é, o calor transferido ao sistema<br />

pela energia elétrica) é dada, desprezando perdas secundárias, por:<br />

∆Q = Vi∆t. (1)<br />

O calor assume este valor devido ao fato conhecido de que a potência é dada por:<br />

P = Vi ∆Q<br />

, (2)<br />

∆t<br />

onde V é a tensão fornecida e i é a corrente que circula no sistema. Em condições<br />

experimentais simples com esta, a variação de temperatura é proporcional ao calor cedido,<br />

ou seja:<br />

∆Q = C∆T, (3)<br />

∆Q = Vi∆t = C∆T. (4)<br />

A constante C acima é denominada capacidade térmica do objeto. A capacidade<br />

térmica é a razão entre o calor cedido ao sistema e sua variação de temperatura. Se<br />

conhecermos a massa m do objeto em estudo, podemos definir o calor específico, c, do<br />

material:<br />

c = C<br />

. (5)<br />

m<br />

O calor específico é uma propriedade da substância (assim como o coeficiente de dilatação<br />

térmica e a resistividade).<br />

Na tabela abaixo mostramos o calor específico e a capacidade térmica de vários tipos<br />

de materiais.<br />

Tabela 1:Calor específico e Capacidade térmica molar de alguns materiais.<br />

Substância c(cal/g ◦ C) CM(cal/mol ◦ C)<br />

Alumínio 0,215 5,82<br />

Chumbo 0,031 6,40<br />

Cobre 0,092 5,85<br />

Ferro 0,112 6,26<br />

Mercúrio 0,033 6,60<br />

Prata 0,056 6,09<br />

25


A unidade de calor específico e de capacidade térmica pode ser transformada da seguinte<br />

forma:<br />

1cal = 4,186J.<br />

Note que em nosso experimento os dados serão obtidos em Joule.<br />

Parte Experimental<br />

Objetivo<br />

Encontrar o valor da capacidade térmica e o calor específico de um corpo sólido.<br />

Material utilizado<br />

• Fonte de tensão regulável<br />

• Amperímetro<br />

• Multímetro com termopar<br />

• Cilindro maciço do material a ser estudado<br />

• Compartimento de proteção para o cilindro<br />

• Cronômetro<br />

Procedimento<br />

O experimento consiste em medirmos a capacidade térmica e o calor específico de um<br />

objeto dado. Iremos utilizar uma fonte de tensão que fornecerá a energia necessária para<br />

aquecermos o objeto.<br />

1)Confiraseoobjetoseencontranorecipientedeisoporparaproteçãodetemperatura<br />

alta;<br />

ATENÇÃO: Não levante o isopor com o objeto dentro dele. O objeto é pesado<br />

e pode danificar o isopor.<br />

2) Confiraseocircuitoestá ligado corretamente, isto é, seoamperímetro eas conexões<br />

estão feitas de maneira adequada;<br />

3) Coloque o termopar no orifício pequeno situado no objeto;<br />

4) Coloque o aquecedor dentro do cilindro;<br />

5) Meça a temperatura inicial T0 e sua incerteza;<br />

6) Marque o zero no cronômetro para o início do experimento;<br />

7) Ligue a fonte de tensão e inicie o cronômetro. Nesta mesma etapa meça o valor da<br />

tensão fornecida (na própria fonte) e da corrente no circuito (amperímetro).<br />

8) Anote o valor da temperatura e o tempo decorrido para vários valores de temperatura<br />

(iremos precisar de no mínimo 6 pontos).<br />

9) Faça um gráfico de ∆Q × T e a partir dele obtenha os valoreis de c e C para o<br />

objeto em questão com seus respectivos erros.<br />

26


10) O valor de b (coeficiente linear) dado pelo gráfico é o que seria esperado? Porque?<br />

Qual o significado físico de a (coeficiente angular)?<br />

11) Quais as fontes de erro mais prováveis neste experimento?<br />

Referências<br />

Halliday, Resnick, Walker, 2006, Fundamentos de Física, vol. 2, editora LTC.<br />

Campos, Alves, Speziali, 2007, Física Experimental Básica na Universidade, editora<br />

<strong>UFMG</strong>.<br />

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VIÇOSA.<br />

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