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INTRODUÇÃO A paisagem atual do Planalto Norte Catarinense é um complexo mosaico, altamente antropizado e composto por fragmentos florestais de diversos tamanhos, em diferentes estados de conservação, inseridos numa matriz de pastos, plantios de diferentes cultivos (Pinus spp.ou Eucalyptus spp.), estradas e áreas urbanizadas. Cada um desses elementos da matriz pode estimular ou limitar o estabelecimento de diferentes espécies (RICKLEFS, 2001). E é nesse sentido que os estudos de ecologia de comunidades de espécies buscam encontrar padrões que expliquem a composição, riqueza e abundância de espécies ao longo do tempo e do espaço, tentando entender que fatores bióticos e abióticos estão correlacionados com a diversidade observada (BEGON et al., 1996). Embora no estado de Santa Catarina sejam escassos os estudos sobre as comunidades de pequenos mamíferos, as relações entre os componentes do habitat e as comunidades de roedores têm sido utilizadas para estabelecer estratégias de conservação de diferentes ecossistemas no Brasil (FERNANDEZ, 1989; MARINHO, 2003; GASPAR, 2005; PEDÓ, 2005; GHELER-COSTA, 2006; ARAGONA, 2008). Para roedores, considera-se que os componentes do habitat são descritos por atributos da vegetação, e que estão relacionados com oferta de recursos, abrigos e sítios de reprodução (CALDARA e LEITE, 2007). Em áreas como as encontradas no Planalto Norte Catarinense, onde há um mosaico de fitofisionomias em diferentes estágios de desenvolvimento e muitas delas associadas a plantios de Pinus spp., as ocorrências de espécies de roedores podem estar associadas aos diferentes elementos estruturais destas paisagens (LACHER e ALHO, 2001; FREITAS et al., 2002; CALDARA e LEITE, 2007). Estas associações entre os elementos da paisagem e os roedores são refletidas na riqueza de espécies e abundância de indivíduos (GENTILE e FERNANDEZ, 1999; GRELLE, 2003; PARDINI et al., 2005), ou seja, em florestas mais jovens ou em paisagens alteradas há uma redução na riqueza, 40
comprometendo a manutenção de espécies especialistas e favorecendo aquelas generalistas e oportunistas (FELICIANO et al., 2002; PARDINI, 2004; PARDINI et al., 2005). As alterações ambientais e as variações na composição das comunidades de roedores têm despertado interesse não somente de estudiosos que visam a conservação dos ecossistemas, mas também daqueles que estudam estes organismos em outros contextos, como por exemplo em saúde pública. Neste contexto, os roedores silvestres são elementos fundamentais uma vez que estes participam do processo saúde-doença, e no caso do Planalto Norte Catarinense têm grande importância à luz das descobertas sobre a hantavirose (CALDAS e AMORIM, 2006). Assim, o objetivo deste trabalho foi comparar as comunidades de roedores (riqueza, abundância, diversidade e similaridade) em quatro habitats com estrutura vegetacional distinta. MATERIAIS E MÉTODOS Área de estudo O estudo da comunidade de roedores foi realizado em quatro de diferentes ambientes localizados Fazenda Santa Alice, município de Rio Negrinho - SC e pertencente a microbacia do Rio Verde, tributário do Rio Negro, no planalto norte do estado de Santa Catarina (Figura 1). De acordo com a classificação climática de Köppen, o clima da região é do tipo temperado úmido com verão quente (Cfa), se caracteriza por apresentar chuvas durante todos os meses do ano, possuir a temperatura do mês mais quente superior a 22ºC e a do mês mais frio superior a 3ºC (BOGNOLA, 2007). 41
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INTRODUÇÃO<br />
A paisag<strong>em</strong> atual do Planalto Norte Catarinense é um complexo mosaico,<br />
altamente antropizado e composto por fragmentos florestais <strong>de</strong> diversos<br />
tamanhos, <strong>em</strong> diferentes estados <strong>de</strong> conservação, inseridos numa matriz <strong>de</strong><br />
pastos, plantios <strong>de</strong> diferentes cultivos (Pinus spp.ou Eucalyptus spp.), estradas e<br />
áreas urbanizadas. Cada um <strong>de</strong>sses el<strong>em</strong>entos da matriz po<strong>de</strong> estimular ou limitar<br />
o estabelecimento <strong>de</strong> diferentes espécies (RICKLEFS, 2001). E é nesse sentido<br />
que os estudos <strong>de</strong> ecologia <strong>de</strong> comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> espécies buscam encontrar<br />
padrões que expliqu<strong>em</strong> a composição, riqueza e abundância <strong>de</strong> espécies ao longo<br />
do t<strong>em</strong>po e do espaço, tentando enten<strong>de</strong>r que fatores bióticos e abióticos estão<br />
correlacionados com a diversida<strong>de</strong> observada (BEGON et al., 1996).<br />
Embora no estado <strong>de</strong> Santa Catarina sejam escassos os estudos sobre as<br />
comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequenos mamíferos, as relações entre os componentes do<br />
habitat e as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> roedores têm sido utilizadas para estabelecer<br />
estratégias <strong>de</strong> conservação <strong>de</strong> diferentes ecossist<strong>em</strong>as no Brasil (FERNANDEZ,<br />
1989; MARINHO, 2003; GASPAR, 2005; PEDÓ, 2005; GHELER-COSTA, 2006;<br />
ARAGONA, 2008).<br />
Para roedores, consi<strong>de</strong>ra-se que os componentes do habitat são <strong>de</strong>scritos<br />
por atributos da vegetação, e que estão relacionados com oferta <strong>de</strong> recursos,<br />
abrigos e sítios <strong>de</strong> reprodução (CALDARA e LEITE, 2007). Em áreas como as<br />
encontradas no Planalto Norte Catarinense, on<strong>de</strong> há um mosaico <strong>de</strong><br />
fitofisionomias <strong>em</strong> diferentes estágios <strong>de</strong> <strong>de</strong>senvolvimento e muitas <strong>de</strong>las<br />
associadas a plantios <strong>de</strong> Pinus spp., as ocorrências <strong>de</strong> espécies <strong>de</strong> roedores<br />
pod<strong>em</strong> estar associadas aos diferentes el<strong>em</strong>entos estruturais <strong>de</strong>stas paisagens<br />
(LACHER e ALHO, 2001; FREITAS et al., 2002; CALDARA e LEITE, 2007).<br />
Estas associações entre os el<strong>em</strong>entos da paisag<strong>em</strong> e os roedores são<br />
refletidas na riqueza <strong>de</strong> espécies e abundância <strong>de</strong> indivíduos (GENTILE e<br />
FERNANDEZ, 1999; GRELLE, 2003; PARDINI et al., 2005), ou seja, <strong>em</strong> florestas<br />
mais jovens ou <strong>em</strong> paisagens alteradas há uma redução na riqueza,<br />
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