Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ... Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
A ausência de registros de Monodelphis sorex em A4 pode estar relacionada com o tipo e a dimensão das armadilhas usada no solo (tipo Tomahawk), hipótese corroborada por Pardini e Umetsu (2006) que em seu estudo com comunidades de pequenos mamíferos utilizando armadilhas de queda (pitfalls), sugerem que espécies desse gênero também sejam freqüentes em florestas maduras em decorrência do maior volume e umidade da serrapilheira. A elevada abundância de Monodelphis sorex no período de janeiro de 06 pode estar associada ao aumento da disponibilidade de recursos alimentares ou ainda pode ser resultado de uma experiência favorável durante as primeiras capturas (trap happy). Didelphis aurita e D. albiventris não se configuraram como as espécies mais abundantes para a Fazenda Santa Alice, embora sejam consideradas generalistas e oportunistas por alguns autores (NOSS, 1983; FONSECA, 1989; FONSECA e ROBINSON, 1990; CÁCERES et al., 1999) e que, portanto poderiam ser favorecidas frente à intensa alteração dos ambientes (ELLIS et al., 1997; GHELER-COSTA et al., 2002; BONVICINO et al., 2002; VIVEIROS DE CASTRO e FERNANDEZ, 2004; GHELER-COSTA, 2006). Destaca-se que apesar de seu status generalista e oportunista, D. aurita não ocorreu homogeneamente entre os ambientes, onde 80% dos seus indivíduos foram capturados no remanescente de floresta nativa (A4) e nenhum indivíduo capturado em A1 e A2, enquanto que D. albiventris ocorreu em A1, A2 e A4. Estes dados corraboram com Cáceres et al. (1999) que ao constatarem que D. aurita e D. albiventris são espécies generalistas e oportunistas, D. aurita é encontrado em fragmentos florestais menos perturbados. A diversidade obtida para o remanescente de floresta secundária (A4) foi superior ao observado para as demais áreas amostradas, tanto para o índice de Shannon-Wiener, quanto para o índice de Simpson, e esta diversidade aumenta com a densidade das árvores e está relacionada à estrutura do hábitat. A menor diversidade nas demais áreas (A1, A2 e A3) pode estar relacionada à estrutura da vegetação e ao estado de conservação das áreas. Estudos destacam que fragmentos florestais bem conservados tendem a ter mais estratos, maior 36
disponibilidade de frutos, menor densidade de folhagem no sub-bosque, maior densidade de folhagem nos estratos superior, favorecendo a manutenção e a diversidade da fauna (ALHO, 1981, 1982; DEVELEY, 2004; MARCELINO, 2007; ROSSI et al., 2007). Quando comparada às diversidades das áreas abertas (A1 e A2) observou- se que a diversidade de A2 foi superior a de A1, embora ambas sejam compostas pelas mesmas espécies. Porém os índices de diversidade se baseiam não somente no número de espécies como também no número de indivíduos por espécie. Assim, os índices de diversidade foram menores em A1, em decorrência da elevada quantidade de indivíduos de Monodelphis sorex, enquanto que em A2 a distribuição de indivíduos por espécies foi mais equilibrada. Os índices de diversidade de espécies obtidos para A1 e A2 corroboram com a hipótese de Pivello et al. (1999). Estes autores sugerem que em áreas onde há predomínio de gramíneas exóticas, as espécies de pequenos mamíferos oportunistas são favorecidas, em virtude de estas gramíneas serem melhores competidoras que as gramíneas nativas, se dispersarem com mais facilidade, produzirem mais biomassa e resistirem melhor as adversidades ambientais. A maioria dos estudos com comunidades de pequenos mamíferos compara, com base principalmente na riqueza, abundância e diversidade, a estrutura dessas comunidades, levando em consideração, o tamanho dos fragmentos florestais ou das áreas agrosilviculturais. Porém, o intuito desse trabalho foi destacar a importância da conservação e dos remanescentes de floresta nativa e principalmente dos ambientes ripários. Pelos resultados observou-se que as comunidades de marsupiais são compostas por espécies com diferentes adaptações ecológico-comportamentais como espécies semi-fossoriais, semi-arborícola e oportunistas, em decorrência da estrutura e composição da vegetação das áreas amostradas. As conclusões principais deste estudo foram: a abundância e a diversidade de marsupiais estão relacionadas com a estrutura da vegetação, sendo que o ambiente com maior abundância, riqueza e diversidade foi o da floresta secundária, 37
- Page 5 and 6: v Dedico a minha família e em espe
- Page 7 and 8: As minhas amigas Letícia e Soraiha
- Page 9 and 10: com capoeirinha e o remanescente de
- Page 11 and 12: suggest that the population structu
- Page 13 and 14: CAPÍTULO 1 FIGURA 1 - Localizaçã
- Page 15 and 16: número de espécies estimadas pelo
- Page 17 and 18: CAPÍTULO 1 LISTA DE TABELAS TABELA
- Page 19 and 20: SUMÁRIO APRESENTAÇÃO............
- Page 21 and 22: APRESENTAÇÃO Esta tese é compost
- Page 23 and 24: pequenos mamíferos sejam igualment
- Page 25 and 26: microrregião de São Bento do Sul,
- Page 27 and 28: suave a fortemente ondulada, com al
- Page 29 and 30: as áreas ciliar com capoeirinha (A
- Page 31 and 32: Sebastiania commersoniana; Fabaceae
- Page 33 and 34: eunindo elementos florísticos das
- Page 35 and 36: Armadilha Tomahawk Figura 9 - Model
- Page 37 and 38: Capítulo 1 - Estrutura da comunida
- Page 39 and 40: (1961) as variações nas composiç
- Page 41 and 42: Salicaceae - Xylosma prockia; Mimos
- Page 43 and 44: dez armadilhas do tipo Sherman live
- Page 45 and 46: utilizados como unidades amostrais.
- Page 47 and 48: Número de espécies 6 4 2 Número
- Page 49 and 50: Número de espécies 5 4 3 2 1 0 0
- Page 51 and 52: A maior abundância relativa foi ob
- Page 53 and 54: separadamente, exceto para A1 (0,42
- Page 55: campos e cerrado sensu stritu (FONS
- Page 59 and 60: Capítulo 2 - Estrutura da comunida
- Page 61 and 62: comprometendo a manutenção de esp
- Page 63 and 64: Mimosaceae - Mimosa scabrella; Myrs
- Page 65 and 66: fixadas em árvores a uma altura m
- Page 67 and 68: RESULTADOS No período de novembro
- Page 69 and 70: Número de espécies 10 8 6 4 2 0 1
- Page 71 and 72: Número de espécies Número de esp
- Page 73 and 74: Numero de indivíduos 280 240 200 1
- Page 75 and 76: pequeno de registros, dentre elas d
- Page 77 and 78: indivíduos a forragearem mais (O
- Page 79 and 80: A2. Apesar disso, Pardini (2004) su
- Page 81 and 82: de similaridade, A1 e A2 apresentam
- Page 83 and 84: INTRODUÇÃO Estudos teóricos e pr
- Page 85 and 86: litólico com predomínio das espé
- Page 87 and 88: possuía duas grades de amostragem,
- Page 89 and 90: período amostral. A área de captu
- Page 91 and 92: a b Densidade (ind./ha) Biomassa (g
- Page 93 and 94: as fêmeas e machos foi de quatro m
- Page 95 and 96: sucesso reprodutivo elevado. Já as
- Page 97 and 98: Uma relação direta entre a flutua
- Page 99 and 100: Capítulo 4 - Deslocamento de Akodo
- Page 101 and 102: epresenta um dos grupos mais divers
- Page 103 and 104: Eugenia pluriflora, Eugenia pyrifor
- Page 105 and 106: intercaladas com as armadilhas Toma
disponibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> frutos, menor <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> folhag<strong>em</strong> no sub-bosque, maior<br />
<strong>de</strong>nsida<strong>de</strong> <strong>de</strong> folhag<strong>em</strong> nos estratos superior, favorecendo a manutenção e a<br />
diversida<strong>de</strong> da fauna (ALHO, 1981, 1982; DEVELEY, 2004; MARCELINO, 2007;<br />
ROSSI et al., 2007).<br />
Quando comparada às diversida<strong>de</strong>s das áreas abertas (A1 e A2) observou-<br />
se que a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> A2 foi superior a <strong>de</strong> A1, <strong>em</strong>bora ambas sejam compostas<br />
pelas mesmas espécies. Porém os índices <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> se baseiam não<br />
somente no número <strong>de</strong> espécies como também no número <strong>de</strong> indivíduos por<br />
espécie. Assim, os índices <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> foram menores <strong>em</strong> A1, <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência<br />
da elevada quantida<strong>de</strong> <strong>de</strong> indivíduos <strong>de</strong> Mono<strong>de</strong>lphis sorex, enquanto que <strong>em</strong> A2<br />
a distribuição <strong>de</strong> indivíduos por espécies foi mais equilibrada.<br />
Os índices <strong>de</strong> diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> espécies obtidos para A1 e A2 corroboram<br />
com a hipótese <strong>de</strong> Pivello et al. (1999). Estes autores suger<strong>em</strong> que <strong>em</strong> áreas on<strong>de</strong><br />
há predomínio <strong>de</strong> gramíneas exóticas, as espécies <strong>de</strong> pequenos mamíferos<br />
oportunistas são favorecidas, <strong>em</strong> virtu<strong>de</strong> <strong>de</strong> estas gramíneas ser<strong>em</strong> melhores<br />
competidoras que as gramíneas nativas, se dispersar<strong>em</strong> com mais facilida<strong>de</strong>,<br />
produzir<strong>em</strong> mais biomassa e resistir<strong>em</strong> melhor as adversida<strong>de</strong>s ambientais.<br />
A maioria dos estudos com comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> pequenos mamíferos compara,<br />
com base principalmente na riqueza, abundância e diversida<strong>de</strong>, a estrutura <strong>de</strong>ssas<br />
comunida<strong>de</strong>s, levando <strong>em</strong> consi<strong>de</strong>ração, o tamanho dos fragmentos florestais ou<br />
das áreas agrosilviculturais. Porém, o intuito <strong>de</strong>sse trabalho foi <strong>de</strong>stacar a<br />
importância da conservação e dos r<strong>em</strong>anescentes <strong>de</strong> floresta nativa e<br />
principalmente dos ambientes ripários.<br />
Pelos resultados observou-se que as comunida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> marsupiais são<br />
compostas por espécies com diferentes adaptações ecológico-comportamentais<br />
como espécies s<strong>em</strong>i-fossoriais, s<strong>em</strong>i-arborícola e oportunistas, <strong>em</strong> <strong>de</strong>corrência da<br />
estrutura e composição da vegetação das áreas amostradas. As conclusões<br />
principais <strong>de</strong>ste estudo foram:<br />
a abundância e a diversida<strong>de</strong> <strong>de</strong> marsupiais estão relacionadas com<br />
a estrutura da vegetação, sendo que o ambiente com maior<br />
abundância, riqueza e diversida<strong>de</strong> foi o da floresta secundária,<br />
37