CARLOS AUGUSTO PETERSEN PARCHEN ok - departamento de ...
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Em pesquisas realizadas na região ocidental dos Andes venezuelanos, zona de ocorrência de “Bosque Pluvial Montano Bajo Tropical”, Valcarcel (1985) encontrou que, de uma precipitação anual de 1.576 mm, as perdas por interceptação atingiram 19%; o escoamento pelos troncos representou 0,7%; a precipitação interna representou 80%; o escoamento superficial alcançou 0,95%; 37% infiltraram e o restante ficou retido na vegetação rasteira e serapilheira. Apresenta Shuttleworth (1993), que a interceptação em florestas apresenta variações na ordem de 10 a 30% da precipitação total, sendo tal fato decorrente da variação de intensidade e da duração da chuva. Destaca que em chuvas convectivas, características de florestas tropicais, com precipitações intensas e de curta duração, apresentam variações de 10 a 18% de interceptação sobre a precipitação total ocorrida. Já em eventos de menor intensidade e maior duração, associados a chuvas frontais, encontram-se variações de interceptação na ordem de 20 a 30% da precipitação total. Trabalhando com plantação de seringueira, no interior de São Paulo, Mendes et al. (1992), obtiveram valores médios de interceptação pelo dossel florestal da ordem de 5% da precipitação total. Trabalhando com Pinus sylvestris, em diferentes densidades de copa, Lorens e Gallart (2000) encontraram que a interceptação devido às copas variou de 1,2 a 2,7 mm. Em estudo próprios, Lima (2004) concluiu que a interceptação média para o eucalipto, aos 6 anos de idade, foi de 12,2%; para pinheiros com a mesma idade, a interceptação média foi de 6,6%. Em outros trabalhos, em florestas no interior de São Paulo, Lima (1998) constatou que cerca de 95% da precipitação interna pode ser explicada pela precipitação total. Constatou ainda que valores de precipitações inferiores a cerca de 1,4 mm são totalmente interceptados pela cobertura vegetal e devolvidos à atmosfera por evaporação, o que é relativamente próximo ao obtido em outros experimentos realizados no mesmo local. Destaca o autor, que em experimentos realizados no Chile com Pinus, estimou-se uma capacidade de retenção da copa de 2,1 mm. Verificou-se, ainda, que apenas eventos de chuvas com valores médios superiores a 4,2 mm permitiram os registros do escoamento pelo tronco para as condições do seu experimento. 62
Comparando os resultados encontrados nos experimentos de São Paulo com outros estudos, Lima (1998) destaca que resultados diferentes têm sido encontrados. Segundo o autor, essas diferenças demonstram a influência particular de cada ecossistema, onde o tipo de vegetação, características climatológicas locais e, principalmente, a intensidade e intervalo entre precipitações, além do grau de umidade da cobertura vegetal, condicionam diretamente a partição da precipitação. Destaca o autor que as repartições das precipitações como um todo, em uma cobertura florestal, não podem ser consideradas como mantendo uma proporção constante da precipitação do local durante todo o ano. Isso é comprovado em trabalhos realizados em Floresta Atlântica, no município de Cunha, estado de São Paulo, por Arcova, Cicco e Rocha (2003). Os autores encontraram que no período chuvoso, a precipitação que chegou ao piso florestal equivaleu a 85% da precipitação total incidente na área. Já no período pouco chuvoso, em média 72% da precipitação penetrou no dossel. Em uma das medições, somente 53,7% das chuvas transpassaram a cobertura das copas. Destacam os autores que a água chegou ao piso florestal, majoritariamente, pela precipitação interna, sendo que o escoamento pelos troncos não ultrapassou 0,3% da precipitação total. Os porcentuais de interceptação foram elevados na estação pouco úmida, com valor médio estimado em 26% da precipitação no aberto. Na estação das chuvas os porcentuais foram reduzidos, sendo a média de 16%. No mesmo trabalho foi constatado que em termos da precipitação anual, a contribuição do fluxo de água escoado pelo tronco das árvores para a precipitação efetiva – aquela que chega ao piso florestal – foi de apenas 4,8 mm (0,27% da precipitação interna), valor este pouco significativo e até mesmo desprezível quando comparada com a participação dessa precipitação interna, que alcançou 1.802,9 mm. Já a interceptação, que atingiu 412 mm, apresenta um valor significativo, uma vez que a evapotranspiração, calculada pelo método do balanço hídrico, foi da ordem de 539 ± 100 mm, o que indica que a interceptação tem grande importância no total das perdas evaporativas da microbacia (ARCOVA, CICCO e ROCHA, 2003). Nos estudo realizados por Thomaz (2005), trabalhando com capoeira em regeneração, tendendo a floresta secundária, e também em floresta secundária com predomínio de Araucaria angustifolia, no município de Guarapuava, Região Centro- Sul do Paraná, foram encontrados resultados médios de precipitação interna 63
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Em pesquisas realizadas na região oci<strong>de</strong>ntal dos An<strong>de</strong>s venezuelanos, zona<br />
<strong>de</strong> ocorrência <strong>de</strong> “Bosque Pluvial Montano Bajo Tropical”, Valcarcel (1985)<br />
encontrou que, <strong>de</strong> uma precipitação anual <strong>de</strong> 1.576 mm, as perdas por interceptação<br />
atingiram 19%; o escoamento pelos troncos representou 0,7%; a precipitação interna<br />
representou 80%; o escoamento superficial alcançou 0,95%; 37% infiltraram e o<br />
restante ficou retido na vegetação rasteira e serapilheira.<br />
Apresenta Shuttleworth (1993), que a interceptação em florestas apresenta<br />
variações na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 10 a 30% da precipitação total, sendo tal fato <strong>de</strong>corrente da<br />
variação <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong> e da duração da chuva. Destaca que em chuvas<br />
convectivas, características <strong>de</strong> florestas tropicais, com precipitações intensas e <strong>de</strong><br />
curta duração, apresentam variações <strong>de</strong> 10 a 18% <strong>de</strong> interceptação sobre a<br />
precipitação total ocorrida. Já em eventos <strong>de</strong> menor intensida<strong>de</strong> e maior duração,<br />
associados a chuvas frontais, encontram-se variações <strong>de</strong> interceptação na or<strong>de</strong>m <strong>de</strong><br />
20 a 30% da precipitação total.<br />
Trabalhando com plantação <strong>de</strong> seringueira, no interior <strong>de</strong> São Paulo, Men<strong>de</strong>s<br />
et al. (1992), obtiveram valores médios <strong>de</strong> interceptação pelo dossel florestal da<br />
or<strong>de</strong>m <strong>de</strong> 5% da precipitação total.<br />
Trabalhando com Pinus sylvestris, em diferentes <strong>de</strong>nsida<strong>de</strong>s <strong>de</strong> copa, Lorens<br />
e Gallart (2000) encontraram que a interceptação <strong>de</strong>vido às copas variou <strong>de</strong> 1,2 a<br />
2,7 mm.<br />
Em estudo próprios, Lima (2004) concluiu que a interceptação média para o<br />
eucalipto, aos 6 anos <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>, foi <strong>de</strong> 12,2%; para pinheiros com a mesma ida<strong>de</strong>, a<br />
interceptação média foi <strong>de</strong> 6,6%.<br />
Em outros trabalhos, em florestas no interior <strong>de</strong> São Paulo, Lima (1998)<br />
constatou que cerca <strong>de</strong> 95% da precipitação interna po<strong>de</strong> ser explicada pela<br />
precipitação total. Constatou ainda que valores <strong>de</strong> precipitações inferiores a cerca <strong>de</strong><br />
1,4 mm são totalmente interceptados pela cobertura vegetal e <strong>de</strong>volvidos à<br />
atmosfera por evaporação, o que é relativamente próximo ao obtido em outros<br />
experimentos realizados no mesmo local. Destaca o autor, que em experimentos<br />
realizados no Chile com Pinus, estimou-se uma capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> retenção da copa <strong>de</strong><br />
2,1 mm. Verificou-se, ainda, que apenas eventos <strong>de</strong> chuvas com valores médios<br />
superiores a 4,2 mm permitiram os registros do escoamento pelo tronco para as<br />
condições do seu experimento.<br />
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