CARLOS AUGUSTO PETERSEN PARCHEN ok - departamento de ...

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Afirma Ribeiro Neto (2006) que o escoamento superficial, dentre os processos de superfície do ciclo hidrológico, é o componente mais importante e de difícil determinação in situ, em virtude dos muitos fatores intervenientes, tais como o tipo de solo, a cobertura vegetal, o teor antecedente de umidade do solo e a topografia do terreno. O estudo in situ dos processos hidrológicos de superfície, permite determinar o escoamento superficial, útil para avaliação de inundações e do volume de recarga de um aqüífero, por exemplo. Ao se determinar os parâmetros do escoamento superficial e os correlacionar com a precipitação efetiva, pode-se também avaliar a infiltração. Muitos equipamentos utilizados para a mensuração do escoamento superficial permitem também a determinação da infiltração ocorrida (TUCCI, 2005). Silva et al. (2001), trabalhando com simulador de chuvas de braços rotativos, sobre parcelas de 4 m 2 , colocam que o processo de selamento superficial devido ao impacto das gotas da chuva é acelerado, reduzindo a taxa de infiltração de água no solo já nos primeiros eventos de precipitação, produzindo, conseqüentemente, altos valores de vazão de escoamento superficial, e que o aumento da cobertura vegetal sobre o solo minimiza esse efeito. Trabalhando-se com diferentes coberturas de solos e diferentes intensidades de precipitação, chegou-se as seguintes conclusões: - para as intensidades de precipitação adotadas, com o aumento de cobertura sobre o solo, diminui as perdas de água por escoamento superficial; - a vazão máxima de escoamento superficial cresce com o aumento da intensidade de precipitação e com a diminuição da cobertura sobre o solo; - independentemente do percentual de cobertura sobre o solo, o efeito cumulativo da energia cinética provoca aumento das perdas de água; - proporcionalmente, os maiores valores de lâmina escoada ocorrem nas menores intensidades de precipitação; - nas condições do estudo, a cobertura sobre o solo apresentou influência maior do que a intensidade de precipitação nas perdas de água. Em estudos de escoamento superficial, Freitas (2003) pesquisando no Parque do Grumari, na cidade do Rio de Janeiro, encontrou valores de escoamento superficial na ordem de 1,3% da precipitação em parcela sob cultivo de bananal, 1,0% em área de regeneração natural de mata e 0,8% em área de floresta nativa. 52

Trabalhando com plantação de seringueira, em São Paulo, Mendes et al. (1992), constataram que o escoamento superficial representou, na situação estudada, em média 15,6% da chuva. Destacam que, em se considerando eventos de chuva que ocorreram imediatamente após outros de dias de chuva, em situações de umidade superficial do solo maiores (umidade antecedente), estas perdas alcançaram valores máximos de até 50% da precipitação total. Entre as aplicações práticas das determinações in situ do escoamento e da infiltração, destaca Borges et al. (2005), que a obtenção de dados em campo, como medições desses parâmetros, em diferentes solos e respectivos usos e ocupação, permite estimar a área de cobertura florestal necessária para compensar as perdas de água por escoamento superficial na bacia hidrográfica. Utilizando essa perspectiva, Rocha e Kurtz (2001) elaboraram a metodologia “Florestamentos Compensatórios para Retenção de Água em Microbacias” – FCRAM –, que possibilita determinar os valores das perdas de água e dimensionar o reflorestamento compensatório dessas perdas. 2.4 INTERCEPTAÇÃO Interceptação é o processo de retenção de água acima da superfície do solo, constituindo um volume de precipitação que é retido ou armazenado pela vegetação, e eventualmente perdido por evaporação (ABID, 1978). Dependendo do tipo de cobertura vegetal e das características da precipitação, sua influência no balanço hídrico pode-se tornar significativo e, sob certas condições, as perdas por interceptação podem atingir 25% da água precipitada (OLIVEIRA e TUCCI, 2003; LIMA, 2004). Diante disso, a interceptação da precipitação propiciada pela cobertura vegetal desempenha importantes efeitos nos processos hidrológicos, geomorfológicos e pedológicos no sistema vertente, destacando-se: influência no tempo de concentração, ou seja, tempo decorrido entre o início da precipitação e início do escoamento superficial; redução da energia cinética das gotas de chuva; participação na dinâmica do balanço de água da vertente em sentido amplo, entre outros (THOMAZ, 2005). 53

Trabalhando com plantação <strong>de</strong> seringueira, em São Paulo, Men<strong>de</strong>s et al.<br />

(1992), constataram que o escoamento superficial representou, na situação<br />

estudada, em média 15,6% da chuva. Destacam que, em se consi<strong>de</strong>rando eventos<br />

<strong>de</strong> chuva que ocorreram imediatamente após outros <strong>de</strong> dias <strong>de</strong> chuva, em situações<br />

<strong>de</strong> umida<strong>de</strong> superficial do solo maiores (umida<strong>de</strong> antece<strong>de</strong>nte), estas perdas<br />

alcançaram valores máximos <strong>de</strong> até 50% da precipitação total.<br />

Entre as aplicações práticas das <strong>de</strong>terminações in situ do escoamento e da<br />

infiltração, <strong>de</strong>staca Borges et al. (2005), que a obtenção <strong>de</strong> dados em campo, como<br />

medições <strong>de</strong>sses parâmetros, em diferentes solos e respectivos usos e ocupação,<br />

permite estimar a área <strong>de</strong> cobertura florestal necessária para compensar as perdas<br />

<strong>de</strong> água por escoamento superficial na bacia hidrográfica.<br />

Utilizando essa perspectiva, Rocha e Kurtz (2001) elaboraram a metodologia<br />

“Florestamentos Compensatórios para Retenção <strong>de</strong> Água em Microbacias” –<br />

FCRAM –, que possibilita <strong>de</strong>terminar os valores das perdas <strong>de</strong> água e dimensionar o<br />

reflorestamento compensatório <strong>de</strong>ssas perdas.<br />

2.4 INTERCEPTAÇÃO<br />

Interceptação é o processo <strong>de</strong> retenção <strong>de</strong> água acima da superfície do solo,<br />

constituindo um volume <strong>de</strong> precipitação que é retido ou armazenado pela vegetação,<br />

e eventualmente perdido por evaporação (ABID, 1978). Depen<strong>de</strong>ndo do tipo <strong>de</strong><br />

cobertura vegetal e das características da precipitação, sua influência no balanço<br />

hídrico po<strong>de</strong>-se tornar significativo e, sob certas condições, as perdas por<br />

interceptação po<strong>de</strong>m atingir 25% da água precipitada (OLIVEIRA e TUCCI, 2003;<br />

LIMA, 2004).<br />

Diante disso, a interceptação da precipitação propiciada pela cobertura<br />

vegetal <strong>de</strong>sempenha importantes efeitos nos processos hidrológicos,<br />

geomorfológicos e pedológicos no sistema vertente, <strong>de</strong>stacando-se: influência no<br />

tempo <strong>de</strong> concentração, ou seja, tempo <strong>de</strong>corrido entre o início da precipitação e<br />

início do escoamento superficial; redução da energia cinética das gotas <strong>de</strong> chuva;<br />

participação na dinâmica do balanço <strong>de</strong> água da vertente em sentido amplo, entre<br />

outros (THOMAZ, 2005).<br />

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