CARLOS AUGUSTO PETERSEN PARCHEN ok - departamento de ...
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No entanto, a socieda<strong>de</strong> continua a consumir água <strong>de</strong> maneira perdulária,<br />
pagando, em especial no caso brasileiro, muito barato pela água tratada <strong>de</strong><br />
consumo nas cida<strong>de</strong>s ou valor nenhum pela água natural <strong>de</strong> minas, nascentes e<br />
corpos <strong>de</strong> água.<br />
De modo geral não se reconhece que aqueles proprietários e produtores,<br />
plantadores e preservadores <strong>de</strong> áreas florestais, receberam da socieda<strong>de</strong> a<br />
incumbência <strong>de</strong> “produzir” um bem precioso e <strong>de</strong> valor econômico, que todos<br />
querem <strong>de</strong>sfrutar, sem reconhecer-lhes o valor intrínseco e o “custo <strong>de</strong> produção”,<br />
atribuído, unilateralmente, a um setor da socieda<strong>de</strong> – o meio rural brasileiro.<br />
Alerta a esse respeito Magalhães (2005) que na <strong>de</strong>finição da Lei 9433, a água<br />
é um recurso natural escasso e dotado <strong>de</strong> valor econômico, e que a cobrança <strong>de</strong><br />
seu uso é um instrumento que visa, entre outros objetivos, criar a cultura e o<br />
reconhecimento da água como bem econômico, propiciando ao usuário a percepção<br />
<strong>de</strong> seu real valor.<br />
No evento realizado em 08/12/2005 pela SMA – Secretaria do Meio Ambiente<br />
do Estado <strong>de</strong> São Paulo, com a <strong>de</strong>nominação – Encontro Floresta-Água: A<br />
cobrança do uso da água e o ressarcimento ao produtor <strong>de</strong> água – , a pesquisadora<br />
Helena Carrascosa (SMA, 2005), que coor<strong>de</strong>na o projeto GEF Mata Ciliar, mostrou<br />
que pesquisa realizada nas proprieda<strong>de</strong>s rurais <strong>de</strong> São Paulo, <strong>de</strong>monstrou que não<br />
se recupera floresta ciliar nesse estado porque a maioria das terras que precisam<br />
ser reflorestadas estão em proprieda<strong>de</strong>s privadas, e os proprietários não acham<br />
justo que eles arquem com os custos da restauração, para o bem da coletivida<strong>de</strong>,<br />
sem receber em troca algum incentivo ou remuneração vindo da socieda<strong>de</strong>.<br />
Destacou também que existe a falta <strong>de</strong> instrumentos efetivos para mensurar e<br />
monitorar os processos <strong>de</strong> “produção <strong>de</strong> água”.<br />
No mesmo encontro, A<strong>de</strong>mar Ribeiro, da UNICAMP – Universida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />
Campinas – <strong>de</strong>stacou que dois aspectos <strong>de</strong>vem ser levados em conta para que o<br />
processo da preservação da floresta, água e meio ambiente não seja pontual: 1) que<br />
a avaliação econômica não seja o único critério; 2) que se consi<strong>de</strong>re a escala do<br />
projeto e os parâmetros <strong>de</strong> uso e cobertura sobre o solo (SMA, 2005).<br />
Destacou, ainda, que a questão econômica não po<strong>de</strong> ser o único critério,<br />
porque as técnicas e metodologias existentes são falhas e inconsistentes, que têm<br />
limites na mensuração, sendo necessário ampliar e exercitar as técnicas <strong>de</strong><br />
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