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26.10.2013 Views

causados por geadas podem acarretar perdas no crescimento em altura. Normalmente, o crescimento é retomado abaixo da altura onde ocorreu o dano, muitas vezes, com o desenvolvimento de mais de uma gema epicórmica, deixando uma marca característica (HIGA et al., 2000). Outra característica muito importante é a brotação, que após a ocorrência da geada foi possível ser observada em uma avaliação feita por Higa et al. (2000), após 26 meses de idade em um ensaio com E. dunnii, quando o dano foi provocado ainda no primeiro inverno (aproximadamente oito meses de idade). Segundo esses mesmos autores, a brotação é conseqüência da morte da gema apical e pode provocar deformações no fuste ou bifurcação. Na maioria das situações práticas, os sintomas visuais (expressão fenotípica) são resultantes de um somatório de efeitos genéticos, efeitos ambientais e de interação genótipo x ambiente. Tais sintomas seriam decorrência de efeitos puramente genéticos se a herdabilidade do caráter fosse igual a 1 e decorrência de efeitos puramente ambientais se a herdabilidade do caráter fosse 0. Como em geral, as herdabilidades estimadas situam-se entre 0 e 1, pode-se inferir que existem diferentes respostas dos genótipos aos fatores ambientais (RESENDE, 2001). Segundo Namkoog et al. (1966), os efeitos de interação de genótipos x ambientes nem sempre são considerados na maioria dos trabalhos, sendo normalmente incluídos no componente genético. O componente devido a interações de genótipos x ambientes tem, particularmente, alta importância em espécies florestais, principalmente porque o zoneamento ecológico para as espécies/procedências envolve regiões muito extensas, englobando ambientes bastante diversos, já que as plantações têm caminhado a cada ano para novas áreas. A instalação de redes experimentais permite a avaliação da interação genótipo x ambiente e, conseqüentemente, a definição de “zonas de melhoramento”. Estas zonas são estabelecidas de forma que, dentro delas, a interação genótipo x ambiente seja desprezível e, entre elas, a interação seja problemática para o melhorista. Assim, cada zona de melhoramento demandará um programa de melhoramento específico, e o número destas indicará o número mínimo de populações de melhoramento a serem empregadas pelo melhorista (RESENDE, 2005). 31

A existência de interação genótipo x ambiente influência o ganho a ser obtido por seleção. Quando o programa de melhoramento for restrito a uma determinada condição ambiental, capitaliza-se a interação genótipo x ambiente e, conseqüentemente, a fração da variância genética utilizada na predição do ganho é aquela confundida com a variância da interação genótipo x ambiente (CRUZ, 2005). Outro enfoque a ser considerado no estudo da interação genótipos x ambientes é a sua natureza. A interação é causada por dois fatores: o primeiro, também denominado de parte simples, é devido às magnitudes das diferenças de variabilidade entre os genótipos; o segundo, denominado de parte complexa, depende da correlação dos genótipos nos ambientes (CRUZ; CASTOLDI, 1991; LYNCH; WALSH, 1998). Segundo Vencovsky e Barriga (1992), a quantificação dos fatores que compõem a interação é importante porque informa ao melhorista sobre o grau de dificuldade no momento da seleção ou recomendação de cultivares. Quando há predomínio da parte simples, o trabalho de seleção é facilitado, pois a classificação genotípica, nos diferentes ambientes, não se altera, e a seleção pode ser feita na média dos ambientes. No entanto, quando a parte complexa é mais expressiva, torna a decisão mais difícil, uma vez que neste caso existem genótipos que são bem adaptados a ambientes específicos. 1.2 OBJETIVO Estimar os parâmetros genéticos de progênies de polinização aberta de Eucalyptus benthamii, plantados em quatro localidades no Planalto Catarinense,para futuras definições de estratégias de melhoramento genético. 32

causados por geadas pod<strong>em</strong> acarretar perdas no crescimento <strong>em</strong> altura.<br />

Normalmente, o crescimento é retomado abaixo da altura on<strong>de</strong> ocorreu o dano,<br />

muitas vezes, com o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> mais <strong>de</strong> uma g<strong>em</strong>a epicórmica, <strong>de</strong>ixando<br />

uma marca característica (HIGA et al., 2000).<br />

Outra característica muito importante é a brotação, que após a ocorrência da<br />

geada foi possível ser observada <strong>em</strong> uma avaliação feita por Higa et al. (2000), após<br />

26 meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong> <strong>em</strong> um ensaio com E. dunnii, quando o dano foi provocado ainda<br />

no primeiro inverno (aproximadamente oito meses <strong>de</strong> ida<strong>de</strong>). Segundo esses<br />

mesmos autores, a brotação é conseqüência da morte da g<strong>em</strong>a apical e po<strong>de</strong><br />

provocar <strong>de</strong>formações no fuste ou bifurcação.<br />

Na maioria das situações práticas, os sintomas visuais (expressão fenotípica)<br />

são resultantes <strong>de</strong> um somatório <strong>de</strong> efeitos genéticos, efeitos ambientais e <strong>de</strong><br />

interação genótipo x ambiente. Tais sintomas seriam <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong> efeitos<br />

puramente genéticos se a herdabilida<strong>de</strong> do caráter fosse igual a 1 e <strong>de</strong>corrência <strong>de</strong><br />

efeitos puramente ambientais se a herdabilida<strong>de</strong> do caráter fosse 0. Como <strong>em</strong> geral,<br />

as herdabilida<strong>de</strong>s estimadas situam-se entre 0 e 1, po<strong>de</strong>-se inferir que exist<strong>em</strong><br />

diferentes respostas dos genótipos aos fatores ambientais (RESENDE, 2001).<br />

Segundo Namkoog et al. (1966), os efeitos <strong>de</strong> interação <strong>de</strong> genótipos x<br />

ambientes n<strong>em</strong> s<strong>em</strong>pre são consi<strong>de</strong>rados na maioria dos trabalhos, sendo<br />

normalmente incluídos no componente genético. O componente <strong>de</strong>vido a interações<br />

<strong>de</strong> genótipos x ambientes t<strong>em</strong>, particularmente, alta importância <strong>em</strong> espécies<br />

florestais, principalmente porque o zoneamento ecológico para as<br />

espécies/procedências envolve regiões muito extensas, englobando ambientes<br />

bastante diversos, já que as plantações têm caminhado a cada ano para novas<br />

áreas.<br />

A instalação <strong>de</strong> re<strong>de</strong>s experimentais permite a avaliação da interação<br />

genótipo x ambiente e, conseqüent<strong>em</strong>ente, a <strong>de</strong>finição <strong>de</strong> “zonas <strong>de</strong> melhoramento”.<br />

Estas zonas são estabelecidas <strong>de</strong> forma que, <strong>de</strong>ntro <strong>de</strong>las, a interação genótipo x<br />

ambiente seja <strong>de</strong>sprezível e, entre elas, a interação seja probl<strong>em</strong>ática para o<br />

melhorista. Assim, cada zona <strong>de</strong> melhoramento d<strong>em</strong>andará um programa <strong>de</strong><br />

melhoramento específico, e o número <strong>de</strong>stas indicará o número mínimo <strong>de</strong><br />

populações <strong>de</strong> melhoramento a ser<strong>em</strong> <strong>em</strong>pregadas pelo melhorista (RESENDE,<br />

2005).<br />

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