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26.10.2013 Views

origem na zona cambial, durante a maturação da parede celular das fibras da madeira. As fibras, células do xilema têm uma diminuta contração longitudinal logo após a divisão celular. Essas contrações fazem com que as novas camadas de células estejam em condição de tensão de tração. Estas tensões nas partes mais externas dos fustes fazem o papel de armadura de aço nas colunas de concreto, sendo fundamentais para que os fustes das árvores não se quebrem facilmente quando submetidas a ventos ou outros esforços laterais. O fuste das folhosas apresenta então a parte externa em tensão, e como conseqüência, a parte interna em compressão. A tensão de compressão na parte interna pode ser tão alta que ultrapassa a tensão de ruptura, surgindo então, as fraturas de compressão nas regiões centrais dos fustes. As conseqüências das tensões de crescimento são: tendência ao rachamento radial nas toras e nas peças diametrais durante o desdobro e encurvamento das peças desdobradas. O encurvamento se dá de tal modo que faces ou arestas côncavas são sempre dos anéis mais externos da peça (PONCE, 1995). As tensões de crescimento longitudinais são parcialmente liberadas quando a árvore é derrubada e traçada em toras. O traçamento causa principalmente a redistribuição e transformações das tensões longitudinais em tensões transversais e tensões de cisalhamento. Essa liberação é exponencialmente decrescente, até a distância de 1,3 vezes o diâmetro da extremidade da tora. As variações observadas experimentalmente em relação a esse valor podem ter sido causadas por variação das constantes elásticas, especialmente as transversais (WILHELMY; KUBLER, 1973). Segundo Schacht (1998), quando uma pressão é aplicada sobre uma madeira, produz-se uma deformação que é medida pela variação dimensional. A deformação é proporcional à tensão (até o limite de elasticidade), sendo que a razão entre a tensão e a deformação é expressa como módulo de elasticidade, e é considerada característica da espécie. A tensão, que pode ser de tração ou compressão, é calculada como a pressão, ou seja, uma força aplicada sobre uma área. Segundo Garcia (1995), dada a impossibilidade de medir a tensão de crescimento diretamente, ela é determinada como sendo o produto da deformação pelo módulo de elasticidade. 117

Outra maneira de avaliar as conseqüências das tensões de crescimento é através do empenamento da madeira serrada por meio da medição da flecha que a mesma forma no sentido longitudinal da árvore, constituindo um importante indicador de seleção de árvores para serraria (GARCIA, 1995). Segundo Garcia (2005), o empenamento é um defeito genérico atribuído a uma peça fletida, mas, no que se refere à sua origem e à forma de utilização da peça serrada empenada, é importante especificá-lo mais corretamente em encurvamento e arqueamento, conforme a NBR 94987 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 1986). O encurvamento se dá num plano que contém o eixo da peça e é perpendicular à sua maior face serrada e o arqueamento ocorre num plano também coincidente com o eixo da peça, mas paralelo a face. Pode-se dizer do ponto de vista estrutural, que o encurvamento oriundo do giro da seção transversal da peça em relação ao seu eixo de menor inércia e o arqueamento, segundo o eixo de maior inércia. Dessa forma, não é difícil recuperar o encurvamento, mas é quase sempre impossível recuperar o arqueamento (GARCIA, 2005). Segundo esse mesmo autor pode-se trabalhar também com a resultante vetorial dos valores de encurvamento e arqueamento. O nível de tensão de crescimento pode então ser avaliado pelo empenamento, arqueamento e a resultante vetorial desses valores, para se determinar a magnitude da fecha de uma peça Schacht (1998) e Crêspo (2000) avaliaram a flecha da costaneira e da viga da costaneira. Os resultados mostram que existiam tensões residuais na costaneira que se manifestaram no processamento mecânico secundário de obtenção da viga da costaneira. Segundo Garcia (2005), embora seja visível uma boa correlação entre a flecha da costaneira e a flecha da viga da costaneira, pode-se dizer que essa última é mais pura porque está mais desconfinada dada a maior supressão de tesões que ocorreu na sua obtenção. Assim, está menos sujeita a erros conseqüentes das dimensões imprecisas da costaneira que depende majoritariamente do diâmetro. O autor ressalta que dimensões não condizentes da seção transversal da costaneira podem mascarar a real expressão da tensão de crescimento que existia na árvore e/ou a residual da tora, depreendendo-se, portanto, a necessidade de tornar os indicadores mais puros, ou seja, não dependentes de dimensões ou posições dentro da tora (GARCIA, 2005). 118

Outra maneira <strong>de</strong> avaliar as conseqüências das tensões <strong>de</strong> crescimento é<br />

através do <strong>em</strong>penamento da ma<strong>de</strong>ira serrada por meio da medição da flecha que a<br />

mesma forma no sentido longitudinal da árvore, constituindo um importante indicador<br />

<strong>de</strong> seleção <strong>de</strong> árvores para serraria (GARCIA, 1995).<br />

Segundo Garcia (2005), o <strong>em</strong>penamento é um <strong>de</strong>feito genérico atribuído a<br />

uma peça fletida, mas, no que se refere à sua orig<strong>em</strong> e à forma <strong>de</strong> utilização da<br />

peça serrada <strong>em</strong>penada, é importante especificá-lo mais corretamente <strong>em</strong><br />

encurvamento e arqueamento, conforme a NBR 94987 (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA<br />

DE NORMAS TÉCNICAS (ABNT), 1986). O encurvamento se dá num plano que<br />

contém o eixo da peça e é perpendicular à sua maior face serrada e o arqueamento<br />

ocorre num plano também coinci<strong>de</strong>nte com o eixo da peça, mas paralelo a face.<br />

Po<strong>de</strong>-se dizer do ponto <strong>de</strong> vista estrutural, que o encurvamento oriundo do giro da<br />

seção transversal da peça <strong>em</strong> relação ao seu eixo <strong>de</strong> menor inércia e o<br />

arqueamento, segundo o eixo <strong>de</strong> maior inércia. Dessa forma, não é difícil recuperar<br />

o encurvamento, mas é quase s<strong>em</strong>pre impossível recuperar o arqueamento<br />

(GARCIA, 2005). Segundo esse mesmo autor po<strong>de</strong>-se trabalhar também com a<br />

resultante vetorial dos valores <strong>de</strong> encurvamento e arqueamento.<br />

O nível <strong>de</strong> tensão <strong>de</strong> crescimento po<strong>de</strong> então ser avaliado pelo<br />

<strong>em</strong>penamento, arqueamento e a resultante vetorial <strong>de</strong>sses valores, para se<br />

<strong>de</strong>terminar a magnitu<strong>de</strong> da fecha <strong>de</strong> uma peça Schacht (1998) e Crêspo (2000)<br />

avaliaram a flecha da costaneira e da viga da costaneira. Os resultados mostram<br />

que existiam tensões residuais na costaneira que se manifestaram no<br />

processamento mecânico secundário <strong>de</strong> obtenção da viga da costaneira.<br />

Segundo Garcia (2005), <strong>em</strong>bora seja visível uma boa correlação entre a<br />

flecha da costaneira e a flecha da viga da costaneira, po<strong>de</strong>-se dizer que essa última<br />

é mais pura porque está mais <strong>de</strong>sconfinada dada a maior supressão <strong>de</strong> tesões que<br />

ocorreu na sua obtenção. Assim, está menos sujeita a erros conseqüentes das<br />

dimensões imprecisas da costaneira que <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> majoritariamente do diâmetro.<br />

O autor ressalta que dimensões não condizentes da seção transversal da<br />

costaneira pod<strong>em</strong> mascarar a real expressão da tensão <strong>de</strong> crescimento que existia<br />

na árvore e/ou a residual da tora, <strong>de</strong>preen<strong>de</strong>ndo-se, portanto, a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

tornar os indicadores mais puros, ou seja, não <strong>de</strong>pen<strong>de</strong>ntes <strong>de</strong> dimensões ou<br />

posições <strong>de</strong>ntro da tora (GARCIA, 2005).<br />

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