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25.10.2013 Views

chapas ou tábuas, a embalagem entre outras atividades para além do desdobro são operações que em serrarias pode se encontrar. Entretanto, nem todas as serrarias apresentam tais operações ainda que todas desdobrem e basicamente todas operam pelo menos. De fato, SEBRAE-MG (2007) atribui somente quatro etapas características dos processos que configuram uma empresa de beneficiamento de madeira como serraria, a saber: desdobro, destopo, imunização e classificação. Apesar dessa de tal caracterização ser em si mesmo rasa, não obstante é a mínima necessária para que se possa delimitar qual seja o escopo de funcionamento de tais organizações. OBINO & MENEZES (1995) já determinavam tal perspectiva ponderando que esta seria uma indústria de desdobro primário. Independentemente do desdobro ser primário, secundário (no sentido de redução de dimensões a partir de uma peça de madeira já desdobrada) ou terciário (no sentido de agregar ao material desdobrado outras características que o valorizem tais como ação de lixa fina, polimento, prensagem, moldagem, tratamento químico par preservação, etc.), a posição estratégica das indústrias de desdobro ou serrarias reside na condição de beneficiar inicialmente uma matéria prima colhida em área nativa ou reflorestada que tem préstimos reduzidos sem tal benefício. Não é o caso aqui de se explanar como tecnicamente funciona ou pode funcionar uma serraria. ROCHA (2002) se constitui em uma referência importante neste sentido e tem orientado os empreendedores e profissionais da área da madeira na construção de empresas de desdobro. O certo é que, independentemente de se seguir orientações prescritivas do funcionamento de serrarias, todas beneficiam a matéria prima emergente da atividade agroflorestal. Emerge do processo de beneficiamento pelo desdobro um grande número de itens que podem ser utilizados imediatamente ou que servem de insumo ou matéria prima para a constituição de outros tantos. Tábuas, sarrafos, vigas, blocos e peças que podem servir à construção civil (diretamente como constituinte principal ou secundário da obra, e inclusive em acabamentos ou portas, janelas e batentes, etc.), à produção de móveis (camas, sofás, armários, cadeiras, estantes, 96

etc.), à produção de peças artesanais (desde enfeites a material escultural, desde molduras a suportes, etc.), à produção de veículos (barcos, charretes, carrocerias, etc.), etc. Da madeira nada se perde, após o processamento da mesma em serraria tudo se aproveita; se houver planejamento integrado para tal. No entanto, há um grande desperdício de matéria prima e, portanto, de madeira. Restos do processo de desdobro mais são desperdiçados que aproveitados. BANKS (2003), acerca do emprego de resíduos da indústria da madeira, permite que se infira que muito pouco do potencial a ser aproveitado vem a ser de fato utilizado. Na pior da hipótese para o aproveitamento de resíduos de madeira, em seu uso menos nobre, sempre há a possibilidade de se aproveitar o potencial energético da biomassa inerente à madeira, mas mesmo esse destino é comumente negligenciado. Semelhantemente, LIMA (2005), todavia estudando o caso de empresas moveleiras, permite que se fortaleça a perspectiva de que há desperdício não só nesta etapa da cadeia de valor com base florestal. Posição que DOBROVOLSKI (1999) assinala quanto a serrarias e laminadoras. Esse grande desperdício pode levar à falha impressão de há fartura de matéria prima madeirável, quando já se viu que se vive justamente o inverso: há falta de madeira no mercado. Por outro lado, como elo básico na cadeia de valor da madeira, as serrarias se revestem de especial importância, pois que se o material serrado não adequado ao fim que os demais elos se lhe propõem então o desperdício será ainda maior. Assim, não se tem somente um espectro de análise da atividade da serraria como tal, mas também da implicação de sua atividade para todas as fases de agregação de valor que lhe seguem. Se a atividade de desdobro não for adequadamente efetivada o produto que dela emerge é menos desejado e, portanto, tem interesse menor para seguimentos que lhe agregariam valor mais intensamente. Segundo ROCHA (2004) cabe ao gestor da serraria tomar providências para que o desdobro seja adequado, o uso recursos informacionais inclusive é recomendado pelo autor para o aumento da eficiência, eficácia e produtividade em serrarias. 97

etc.), à produção <strong>de</strong> peças artesanais (<strong>de</strong>s<strong>de</strong> enfeites a material escultural, <strong>de</strong>s<strong>de</strong><br />

molduras a suportes, etc.), à produção <strong>de</strong> veículos (barcos, charretes, carrocerias,<br />

etc.), etc. Da ma<strong>de</strong>ira nada se per<strong>de</strong>, após o processamento da mesma em<br />

serraria tudo se aproveita; se houver planejamento integrado para tal.<br />

No entanto, há um gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício <strong>de</strong> matéria prima e, portanto, <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira. Restos do processo <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdobro mais são <strong>de</strong>sperdiçados que<br />

aproveitados. BANKS (2003), acerca do emprego <strong>de</strong> resíduos da indústria da<br />

ma<strong>de</strong>ira, permite que se infira que muito pouco do potencial a ser aproveitado vem<br />

a ser <strong>de</strong> fato utilizado. Na pior da hipó<strong>tese</strong> para o aproveitamento <strong>de</strong> resíduos <strong>de</strong><br />

ma<strong>de</strong>ira, em seu uso menos nobre, sempre há a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> se aproveitar o<br />

potencial energético da biomassa inerente à ma<strong>de</strong>ira, mas mesmo esse <strong>de</strong>stino é<br />

comumente negligenciado.<br />

Semelhantemente, LIMA (2005), todavia estudando o caso <strong>de</strong> empresas<br />

moveleiras, permite que se fortaleça a perspectiva <strong>de</strong> que há <strong>de</strong>sperdício não só<br />

nesta etapa da ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor com base florestal. Posição que DOBROVOLSKI<br />

(1999) assinala quanto a serrarias e laminadoras. Esse gran<strong>de</strong> <strong>de</strong>sperdício po<strong>de</strong><br />

levar à falha impressão <strong>de</strong> há fartura <strong>de</strong> matéria prima ma<strong>de</strong>irável, quando já se<br />

viu que se vive justamente o inverso: há falta <strong>de</strong> ma<strong>de</strong>ira no mercado.<br />

Por outro lado, como elo básico na ca<strong>de</strong>ia <strong>de</strong> valor da ma<strong>de</strong>ira, as serrarias<br />

se revestem <strong>de</strong> especial importância, pois que se o material serrado não<br />

a<strong>de</strong>quado ao fim que os <strong>de</strong>mais elos se lhe propõem então o <strong>de</strong>sperdício será<br />

ainda maior. Assim, não se tem somente um espectro <strong>de</strong> análise da ativida<strong>de</strong> da<br />

serraria como tal, mas também da implicação <strong>de</strong> sua ativida<strong>de</strong> para todas as fases<br />

<strong>de</strong> agregação <strong>de</strong> valor que lhe seguem.<br />

Se a ativida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>de</strong>sdobro não for a<strong>de</strong>quadamente efetivada o produto que<br />

<strong>de</strong>la emerge é menos <strong>de</strong>sejado e, portanto, tem interesse menor para<br />

seguimentos que lhe agregariam valor mais intensamente. Segundo ROCHA<br />

(2004) cabe ao gestor da serraria tomar providências para que o <strong>de</strong>sdobro seja<br />

a<strong>de</strong>quado, o uso recursos informacionais inclusive é recomendado pelo autor para<br />

o aumento da eficiência, eficácia e produtivida<strong>de</strong> em serrarias.<br />

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