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25.10.2013 Views

O questionário, aplicado as respondentes do nicho de pesquisa – sobre o qual se falará adiante, se torna o primeiro meio de aproximação entre pesquisador e real. De fato, as técnicas de coleta de dados e o instrumento concernente a cada uma delas em associação se potencializam em uma perspectiva de aproximação ao real. Entrementes, como já exposto durante a apresentação do método, a análise e interpretação dos dados se dá em concomitância à aplicação dos instrumentos de coleta dos mesmos, o que não exclui a possibilidade analítica “a posteriori” de sua obtenção. Em especial, DEMO (1989) ressalta que tal abordagem de aproximação e apreciação do real é compatível com o paradigma de pesquisa e é aplicável no Estudo de Caso para organizações e grupamentos sociais. Deriva desta assertiva a opção que se faz. Deveras o uso de questionários permite que ativamente os respondentes cooperem com o esforço de pesquisa colocando-se nas respostas que fornecem. O questionário, ainda que não se reconheça com freqüência tal virtude, permite ao respondente interagir com o pesquisador ainda que não diretamente. Esta interação, constituinte da triangulação, dá fôlego ao estudo ao sedimentar dados metodologicamente sistematizados que permanecem acessível ao pesquisador a qualquer momento. Os questionários, aplicados aos responsáveis organizacionais que possam fornecer informações acerca de estratégias de gestão da qualidade e da inovação no nicho de pesquisa, foram ora respondidos por meio de correspondência eletrônica ora pessoalmente. Todavia, se apresentará no Capítulo 4 os elementos necessários à compreensão da aplicação do questionário. Por outro lado, o questionário por si só não permite que nuances acerca do espaço de pesquisa se revelem no esforço de pesquisa. Importa que se perceba situações fundamentais ao funcionamento do espaço de pesquisa em sua dinâmica operacional, detalhes relevantes à compreensão do nicho se fazem perceber ao se divisar o mesmo. O uso da observação não-participativa, como técnica de coleta de dados, permite que o pesquisador se intere de modo vivencial acerca do nicho de 40

pesquisa e, portanto, permite se identifique características do mesmo que pelo questionário não haveria como as perceber. A observação não-participativa remete à possibilidade de diretamente se aperceber a dinâmica inerente ao nicho de pesquisa, suas razões e peculiaridades. Deveras, a observação não-participativa possibilita a comparação com informações provenientes de outras fontes como questionários e o estado da arte (dos quais se tratou acima), ou de outras técnicas não citadas. QUEIROZ, VASCONCELOS & MOREIRA (2005), BERTACO (2005), FERNANDES (2006) e MATTAR (2007) corroboram tal perspectiva; ora no uso, ora na prescrição. A observação possibilita contato entre pesquisador e nicho de pesquisa; isto é, permite ao observador vivenciar a realidade do seu espaço de pesquisa e, pelo exercício de seus sentidos, abstrair informações das mais variadas possíveis acerca do que estuda. Tal posição foi adotada por ANDRADE (2007) ao pesquisar o setor supermercadista em Estudo de Caso, segundo o viés qualitativo, e é corroborada por CAMPOMAR (1991). Deveras, percebe-se como vantagem da observação pessoal que pela vivência da observação se adquire conhecimento técnico e prático sobre o nicho pesquisado. Isto é, ao se testemunhar efetivamente o funcionamento do nicho deste toma-se informações que permitem a intimidade com os acontecimentos, com o real de modo prático – enquanto vivencial. Por outro lado, a mesma vivência permite o desenvolvimento de expertise sobre tal realidade, conhecimento técnico que propicia o julgamento e a avaliação de suas condições. GODOY (1995a) avaliza tal percepção, à qual BACELAR (2000) reforça. Mas, a observação não-participativa requer que se reconheçam suas limitações, a propósito do que MORAES (2002) pondera, a saber: i) Pode ser um processo de coleta de dados que requeira tempo alargado em função do que se pretende observar, ii) Como o processo de observação é pessoal, ainda que possivelmente referendado por outros métodos de coleta de dados 41

pesquisa e, portanto, permite se i<strong>de</strong>ntifique características do mesmo que pelo<br />

questionário não haveria como as perceber. A observação não-participativa<br />

remete à possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> diretamente se aperceber a dinâmica inerente ao nicho<br />

<strong>de</strong> pesquisa, suas razões e peculiarida<strong>de</strong>s.<br />

Deveras, a observação não-participativa possibilita a comparação com<br />

informações provenientes <strong>de</strong> outras fontes como questionários e o estado da arte<br />

(dos quais se tratou acima), ou <strong>de</strong> outras técnicas não citadas. QUEIROZ,<br />

VASCONCELOS & MOREIRA (2005), BERTACO (2005), FERNANDES (2006) e<br />

MATTAR (2007) corroboram tal perspectiva; ora no uso, ora na prescrição.<br />

A observação possibilita contato entre pesquisador e nicho <strong>de</strong> pesquisa;<br />

isto é, permite ao observador vivenciar a realida<strong>de</strong> do seu espaço <strong>de</strong> pesquisa e,<br />

pelo exercício <strong>de</strong> seus sentidos, abstrair informações das mais variadas possíveis<br />

acerca do que estuda. Tal posição foi adotada por ANDRADE (2007) ao pesquisar<br />

o setor supermercadista em Estudo <strong>de</strong> Caso, segundo o viés qualitativo, e é<br />

corroborada por CAMPOMAR (1991).<br />

Deveras, percebe-se como vantagem da observação pessoal que pela<br />

vivência da observação se adquire conhecimento técnico e prático sobre o nicho<br />

pesquisado. Isto é, ao se testemunhar efetivamente o funcionamento do nicho<br />

<strong>de</strong>ste toma-se informações que permitem a intimida<strong>de</strong> com os acontecimentos,<br />

com o real <strong>de</strong> modo prático – enquanto vivencial.<br />

Por outro lado, a mesma vivência permite o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> expertise<br />

sobre tal realida<strong>de</strong>, conhecimento técnico que propicia o julgamento e a avaliação<br />

<strong>de</strong> suas condições. GODOY (1995a) avaliza tal percepção, à qual BACELAR<br />

(2000) reforça.<br />

Mas, a observação não-participativa requer que se reconheçam suas<br />

limitações, a propósito do que MORAES (2002) pon<strong>de</strong>ra, a saber:<br />

i) Po<strong>de</strong> ser um processo <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados que requeira tempo<br />

alargado em função do que se preten<strong>de</strong> observar,<br />

ii) Como o processo <strong>de</strong> observação é pessoal, ainda que<br />

possivelmente referendado por outros métodos <strong>de</strong> coleta <strong>de</strong> dados<br />

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