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tese paulo eduardo sobreira moraes - departamento de engenharia ...

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Não obstante, o paradigma quantitativo não dá conta do real como um todo.<br />

Em especial, o real apresenta uma constituição (sýnkrasis) que em absoluto é<br />

própria (idios) para cada observador ainda que generalizável. Assim, a verda<strong>de</strong><br />

também é idiossincrática: própria em sua constituição, sui generis, ainda que se<br />

possa ampliar a valida<strong>de</strong> <strong>de</strong> sua asserção até o ponto em que se generalize.<br />

Neste sentido, a verda<strong>de</strong> é polissêmica em formas que não se excluem entre si<br />

antes se complementam em um entendimento que seja revelador <strong>de</strong> sua<br />

integralida<strong>de</strong>.<br />

Assim, não é só o objeto real em si mesmo, mediante suas qualida<strong>de</strong>s<br />

intrínsecas, que <strong>de</strong>termina o conteúdo da verda<strong>de</strong> mediante mensuração; antes, o<br />

que mensura <strong>de</strong>termina o significado transcen<strong>de</strong>nte à medida. É o que busca a<br />

verda<strong>de</strong> quem dá sentido à própria verda<strong>de</strong>, a construção da verda<strong>de</strong> se opõe a<br />

uma verda<strong>de</strong> dada essencialmente no real. Os acontecimentos que se dão na<br />

existência são os acontecimentos percebidos (fenomenum).<br />

Tal perspectiva fundamenta o paradigma epistemológico qualitativo: o<br />

percebido e o compreendido é o que dá significado ao real para além do que lhe é<br />

peculiar no sentido <strong>de</strong> intrínseco. Kant fundamenta tal perspectiva a perscrutar a<br />

razão enquanto ente prático e filosófico – KANT (2003) e (2001), respectivamente.<br />

Autores como Wittegenstein, Hegel, Marx, Hei<strong>de</strong>gger, Merleau-Ponty,<br />

Scheler, Ricoeur, Freud, Mayo, Jung, Habermas e Kierkegaard a<strong>de</strong>riram;<br />

parcialmente ou <strong>de</strong> modo inovado; a tal perspectiva e suas reflexões influenciaram<br />

suas épocas e influenciam até o hoje a ciência como um todo; seja na<br />

<strong>de</strong>sconstrução do mito da neutralida<strong>de</strong> da pesquisa, seja na interpretação <strong>de</strong><br />

resultados, etc.<br />

O paradigma qualitativo; em contraposição ao quantitativo, monolítico;<br />

apresenta uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> manifestações. Como a fundamentação do<br />

paradigma é a possibilida<strong>de</strong> <strong>de</strong> interpretação do real, é também conhecido como<br />

paradigma interpretativo; dado que busca significado para o fenômeno, também é<br />

conhecido como fenomenológico; como a dialética é utilizada em muitos<br />

momentos ao se pon<strong>de</strong>rar o real, é igualmente conhecido como dialético; etc...<br />

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