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25.10.2013 Views

Tem-se por certo que se não houver uma base que dê sustentação à pesquisa esta se torna incongruente com a prática da academia e não se reveste de credibilidade aos olhos do leitor. Neste sentido o contraditório não é a negação do esforço de investigação, mas um patamar de busca pelo que seja o melhor entendimento por meio da crítica construtiva ao trabalho. Por outro lado, a pesquisa se torna precária quanto à sua sustentação se não se revestir de argumentos que lhe dêem argumento de coesão interna. Nas seções a seguir se busca justamente apresentar a coesão interna do esforço de pesquisa de tal modo se apresente coerente consigo mesma e com os princípios que ora se trabalha, conforme se verá. 2.1.1 O Paradigma de Pesquisa A Ciência se baseia na perspectiva da sistematização metodologizada da verdade ou de uma representação da verdade (teoria) que se supera na medida que compreensão humana sobre o real evolui. Assim é que, à medida que novas descobertas são feitas ou novos entendimentos sobre o real se estabelecem o todo do conhecimento previamente aceito como verdade é re-estabelecido e re- significado. A Epistemologia, parte da Filosofia que se aplica a refletir sobre o surgimento e consolidação do conhecimento de modo estruturado, fundamenta; neste sentido; qual seja a noção de verdade aplicável à Ciência. Pondera-se, contudo, que a verdade é em função de um contexto histórico e social, ainda que validada pela razão lógica e matemática. A mesma Epistemologia, igualmente, fundamenta a perspectiva de vislumbre sobre o real; seja uma perspectiva que privilegie a experimentação ou seja uma perspectiva que delimite o entendimento do real como algo que se estabeleça por meio da razão crítica ou analítica ou outras ainda não tão amplamente aceitas na academia, o aspecto pelo qual se pontua o real fornece base a base que fundamenta a verdade científica. 22

Não obstante, pautando se por DA COSTA, BUENO & FRENCH (2005), a verdade não se estabelece à semelhança de um conceito unívoco nem como conceito simples. Antes a verdade, científica em especial, requer que se delimite qual se o escopo daquilo que pretende interpor como prisma de entendimento e estabelecimento do que verdadeiro ou real. Mas, historicamente, conquanto haja gradientes de intensidades, há polaridades no entendimento de qual seja a fundamentação que caracteriza o conteúdo da verdade: a quantificação do real por meio de medidas e da lógica matemática e a percepção do estruturada de modo lógico discursivo sobre o real de modo qualitativo. Quanto ao primeiro entendimento é significativo rememorar-se a fala que se atribui a Galileu Galilei: “Todas as verdades são facilmente compreendidas depois de descobertas, a questão é descobri-las”. Descobrir verdades, no contexto de Galilei, remete a determinação do funcionamento da natureza por meio de uma descrição lógico-matemática (com equações e demonstrações) que permita a previsão de acontecimentos naturais (fenomena) dos mais simples aos cósmicos. Newton, Descartes, Fourier, Bernouilli, Carnot, Laplace entre vários cientistas clássicos aderiram a tal perspectiva de entendimento da realidade: compreender é medir, classificar, calcular, parametrizar e atuar segundo a relação de causa e efeito. Áreas fundamentais do conhecimento se erigiram comungando fortemente de tal ponto de vista; por exemplo, a Engenharia moderna e suas especificidades ou a Estatística. PRIMON, SIQUEIRA JÚNIOR & ADAM (2000) corroboram tal percepção. De fato, a perspectiva quantitativa historicamente tem avalizado a experimentação como fonte de certeza e a verificação como condição para aceitação de um fato. Neste sentido, por certo não se pode negar o quão importante é a averiguação factual do real, a delimitação de propriedades e classificação de objetos e situações por meio de características intrínsecas que apresentam. MOLINA, SANTOS & DIAS (2007) corroboram tal percepção. 23

Não obstante, pautando se por DA COSTA, BUENO & FRENCH (2005), a<br />

verda<strong>de</strong> não se estabelece à semelhança <strong>de</strong> um conceito unívoco nem como<br />

conceito simples. Antes a verda<strong>de</strong>, científica em especial, requer que se <strong>de</strong>limite<br />

qual se o escopo daquilo que preten<strong>de</strong> interpor como prisma <strong>de</strong> entendimento e<br />

estabelecimento do que verda<strong>de</strong>iro ou real.<br />

Mas, historicamente, conquanto haja gradientes <strong>de</strong> intensida<strong>de</strong>s, há<br />

polarida<strong>de</strong>s no entendimento <strong>de</strong> qual seja a fundamentação que caracteriza o<br />

conteúdo da verda<strong>de</strong>: a quantificação do real por meio <strong>de</strong> medidas e da lógica<br />

matemática e a percepção do estruturada <strong>de</strong> modo lógico discursivo sobre o real<br />

<strong>de</strong> modo qualitativo.<br />

Quanto ao primeiro entendimento é significativo rememorar-se a fala que se<br />

atribui a Galileu Galilei: “Todas as verda<strong>de</strong>s são facilmente compreendidas <strong>de</strong>pois<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>scobertas, a questão é <strong>de</strong>scobri-las”. Descobrir verda<strong>de</strong>s, no contexto <strong>de</strong><br />

Galilei, remete a <strong>de</strong>terminação do funcionamento da natureza por meio <strong>de</strong> uma<br />

<strong>de</strong>scrição lógico-matemática (com equações e <strong>de</strong>monstrações) que permita a<br />

previsão <strong>de</strong> acontecimentos naturais (fenomena) dos mais simples aos cósmicos.<br />

Newton, Descartes, Fourier, Bernouilli, Carnot, Laplace entre vários<br />

cientistas clássicos a<strong>de</strong>riram a tal perspectiva <strong>de</strong> entendimento da realida<strong>de</strong>:<br />

compreen<strong>de</strong>r é medir, classificar, calcular, parametrizar e atuar segundo a relação<br />

<strong>de</strong> causa e efeito. Áreas fundamentais do conhecimento se erigiram comungando<br />

fortemente <strong>de</strong> tal ponto <strong>de</strong> vista; por exemplo, a Engenharia mo<strong>de</strong>rna e suas<br />

especificida<strong>de</strong>s ou a Estatística. PRIMON, SIQUEIRA JÚNIOR & ADAM (2000)<br />

corroboram tal percepção.<br />

De fato, a perspectiva quantitativa historicamente tem avalizado a<br />

experimentação como fonte <strong>de</strong> certeza e a verificação como condição para<br />

aceitação <strong>de</strong> um fato. Neste sentido, por certo não se po<strong>de</strong> negar o quão<br />

importante é a averiguação factual do real, a <strong>de</strong>limitação <strong>de</strong> proprieda<strong>de</strong>s e<br />

classificação <strong>de</strong> objetos e situações por meio <strong>de</strong> características intrínsecas que<br />

apresentam. MOLINA, SANTOS & DIAS (2007) corroboram tal percepção.<br />

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