Ciranda de Livros - FNLIJ
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40 anos da FnlIJ 31 selecionados – duzentos ttulos cada um. A Bienal Internacional de Bratislava – BIB enviará um conjunto de ilustrações originais que, pela primeira vez, será mostrado na América Latina. Está sendo organizada ainda uma atividade com crianças na qual elas terão oportunidade de a partir da leitura de uma história desenvolv-la através de outras formas de expressão como pintura, teatro e música”. (A estas atividade deu-se o nome de ‘Domingo da Fantasia’ e ela foi tão bem sucedida que foi realizada em outras ocasiões.) Em 1974, o IBBY realizou, pela primeira vez em sua história, um Congresso fora da Europa. A Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil, seção brasileira da entidade, foi convidada a organizá-lo e o fez na cidade do Rio de Janeiro. O tema proposto foi dividido em oito sub-temas, expostos por especialistas de diferentes pases e estudados em seguida por grupos de participantes previamente inscritos. O Boletim n° 28 (outubro/dezembro – 1974) traz artigo de Leny Werneck intitulado “O XIV Congresso do IBBY visto pela Secretária-Executiva” comentando seus sucessos e pequenos problemas, e outro de Heliette Covas Pereira com suas observações de participante. Ainda o ponto de vista de um estrangeiro com o artigo “Impressões de um Congresso”, de Raoul Dubois, e a palavra de Regina Yolanda sobre a Exposição do MAM, lembrando que, ao lado dos livros estrangeiros, havia uma pequena exposição de desenhos infantis feitas por alunos de escolas cariocas. Pretendo aqui dar uma visão geral do que foi ali discutido além das recomendações contidas no Relatório Final. Constato, ainda, que muitos dos problemas apontados continuam existindo hoje embora nas mais de trs – décadas que nos separam daquele Congresso venha-se desenvolvendo um grande esforço no sentido de saná-los. Naquela terça-feira, dia 22 de outubro de 1974, mais de 400 pessoas reunidas no Rio de Janeiro, no amplo auditório do Hotel Glória, para participar do 14º Congresso do International Board on Books for Young People (IBBY) ouviram seu então presidente, o finlands Nülo Visapaä, começar assim o discurso de recepção aos congressistas: “Servindo-me das palavras que bem escritas e bem enunciadas tm o poder mágico de abrir e fechar, experimento o sentido histórico deste momento: o IBBY atinge a idade adulta, saindo para o alto-mar, como fez outrora Fernando de Magalhães em busca de um mundo novo. Pela primeira vez seu Congresso bienal e sua Assembléia Geral são realizados fora
32 um ImagInárIo de lIVros e leIturas da Europa. Tal decisão reflete, por um lado, notável arrojo; por outro, tornar realidade este Congresso na América Latina, particularmente nesta próspera República Federativa do Brasil, se deveu à contribuição efetiva e prática das amáveis representantes deste Pas, Sras. Ruth Villela Alves de Souza e Leny Werneck, durante os últimos quatro anos, junto ao Comit-Executivo e (com relação à primeira) no júri do Prmio Hans Christian Andersen, sem esquecer os que as auxiliaram nesse esforço, seus funcionários e colaboradores”. Talvez alguns dos presentes tenham se espantado com a informação ali contida: durante 20 anos o IBBY, organização internacional fundada pela alemã Jella Lepman em 1951 visando laços de amizade e conhecimento mútuo – que pudessem levar no futuro à paz universal – através dos livros infantis, era na realidade uma instituição européia. Às vésperas da maioridade seus dirigentes encontram coragem para enfrentar o desafio de torná-la realmente internacional e para isso escolhem a pequena entidade brasileira nos seus anos iniciais de vida. Ouvindo essa saudação, alguns momentos básicos dessa história passaram pela minha cabeça. O primeiro, quando numa reunião do Comit-Executivo do IBBY, realizada em Viena nos dias 3 e 4 de setembro de 1972, a representante da Fundação, Leny Werneck, ouviu proposta para que o Brasil sediasse o 14° Congresso a realizar-se dali a dois anos, em outubro de 1974. Chegando ao Rio de Janeiro, sede da FNLIJ, contou-nos a novidade dizendo que ficara de dar uma resposta logo que possvel. A diretoria da Fundação, da qual à época eu fazia parte, ficou dividida entre as enormes perspectivas que a realização do Congresso abriria para o Brasil e para toda a América e as possibilidades reais de uma entidade pequena, pobre e ainda pouco conhecida nos seus quatro anos de existncia, obter os recursos necessários para tanto. Em belo gesto de coragem, o Conselho Superior da Fundação, formado por diferentes entidades ligadas ao livro, decidiu aceitar o desafio e já na reunião seguinte do Comit-Executivo do IBBY, realizada em Moscou, nos dias 20 a 22 de março de 1973, era aceito “com louvor” o tema proposto pela Seção Brasileira: “O livro como instrumento de formação e desenvolvimento de crianças e jovens”, assim como a data 21 a 25 de outubro de 1974. Na mesma ocasião já se definia o método de trabalho elaborado por um grupo de colaboradores. Logo surge o slogan para a divulgação: “O livro ensina a viver” e os subtemas, que seriam objeto de conferncias, seguidas por reuniões dos grupos de trabalho, nos quais os participantes poderiam inscrever-se. Uma ficha de inscrição distribuda no incio de 1974 e publicada no Boletim Informativo informava
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<strong>de</strong>ste Pas, Sras. Ruth Villela Alves <strong>de</strong> Souza e Leny Werneck,<br />
durante os últimos quatro anos, junto ao Comit-Executivo e<br />
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funcionários e colaboradores”.<br />
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uma instituição européia. Às vésperas da maiorida<strong>de</strong> seus dirigentes encontram<br />
coragem para enfrentar o <strong>de</strong>safio <strong>de</strong> torná-la realmente internacional e para<br />
isso escolhem a pequena entida<strong>de</strong> brasileira nos seus anos iniciais <strong>de</strong> vida.<br />
Ouvindo essa saudação, alguns momentos básicos <strong>de</strong>ssa história passaram<br />
pela minha cabeça. O primeiro, quando numa reunião do Comit-Executivo<br />
do IBBY, realizada em Viena nos dias 3 e 4 <strong>de</strong> setembro <strong>de</strong> 1972, a representante<br />
da Fundação, Leny Werneck, ouviu proposta para que o Brasil sediasse<br />
o 14° Congresso a realizar-se dali a dois anos, em outubro <strong>de</strong> 1974. Chegando<br />
ao Rio <strong>de</strong> Janeiro, se<strong>de</strong> da <strong>FNLIJ</strong>, contou-nos a novida<strong>de</strong> dizendo que ficara <strong>de</strong><br />
dar uma resposta logo que possvel. A diretoria da Fundação, da qual à época<br />
eu fazia parte, ficou dividida entre as enormes perspectivas que a realização do<br />
Congresso abriria para o Brasil e para toda a América e as possibilida<strong>de</strong>s reais<br />
<strong>de</strong> uma entida<strong>de</strong> pequena, pobre e ainda pouco conhecida nos seus quatro anos<br />
<strong>de</strong> existncia, obter os recursos necessários para tanto.<br />
Em belo gesto <strong>de</strong> coragem, o Conselho Superior da Fundação, formado<br />
por diferentes entida<strong>de</strong>s ligadas ao livro, <strong>de</strong>cidiu aceitar o <strong>de</strong>safio e já na<br />
reunião seguinte do Comit-Executivo do IBBY, realizada em Moscou, nos dias 20<br />
a 22 <strong>de</strong> março <strong>de</strong> 1973, era aceito “com louvor” o tema proposto pela Seção<br />
Brasileira: “O livro como instrumento <strong>de</strong> formação e <strong>de</strong>senvolvimento <strong>de</strong> crianças<br />
e jovens”, assim como a data 21 a 25 <strong>de</strong> outubro <strong>de</strong> 1974. Na mesma ocasião<br />
já se <strong>de</strong>finia o método <strong>de</strong> trabalho elaborado por um grupo <strong>de</strong> colaboradores.<br />
Logo surge o slogan para a divulgação: “O livro ensina a viver” e os<br />
subtemas, que seriam objeto <strong>de</strong> conferncias, seguidas por reuniões dos grupos<br />
<strong>de</strong> trabalho, nos quais os participantes po<strong>de</strong>riam inscrever-se. Uma ficha <strong>de</strong> inscrição<br />
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