Ciranda de Livros - FNLIJ
Ciranda de Livros - FNLIJ Ciranda de Livros - FNLIJ
40 anos da FnlIJ XVII 2002. Em 2003, o governo criou um prmio dele. Mantivemos o nosso, que nos últimos quatro anos conta com o apoio da Petrobras. Há uma moça lá no Paraná que a deixou comovida... ES – É uma bela história. Uma professora que vendeu uma mula. Ela constata que os alunos estavam lendo pouco e chega à conclusão de que o que faltava para estimular as crianças eram livros de literatura infantil. Oferece, então, a mula que utilizava como meio de transporte para uma rifa. Com o dinheiro da rifa, compra livros. Isso demonstra que a população quer ler. O que falta é oportunidade. O estmulo passa pela escola e por um sistema de bibliotecas públicas, que atenda o jovem ao sair da escola. Uma lacuna que o Otaviano de Fiore percebeu muito bem. Ele chegou a fazer 300 bibliotecas públicas em um ano. O projeto seguiu, com Lula... ES – Acompanhei bem de perto este projeto. No primeiro ano, Otaviano fez 45 bibliotecas. No segundo ano, passou a ter uma demanda de duzentas e pouco. Depois, passou para quatrocentas, ao ponto de que, no final, havia mais demanda das prefeituras do que bibliotecas para oferecer. Antes deste programa, não havia por parte das prefeituras uma demanda por bibliotecas públicas. Hoje, é uma realidade, Os prefeitos pedem bibliotecas. Houve aquela história da seleção dos 3 mil livros iniciais... ES – No governo passado, havia uma comissão. No governo Lula, já com o Galeno Amorim, houve o programa Fome de Livro. E há também o Arca das Letras, que é do tempo de Fernando Henrique. Gostaria de lembrar também que no incio do governo Lula, na área do livro, havia o Wally Salomão, só que ele morreu. Entra o Galeno. Propôs fazer esta grande compra de livros, pela internet, através de um edital virtual para todas as editoras. Nós recebemos a atribuição de escolher os livros infanto-juvenis. A seleção final saiu, mas a compra demorou a acontecer. Acho que só começou de fato a acontecer em 2005. Em 2007, creio que as últimas bibliotecas foram atendidas. Mas foi difcil deslanchar. Se considerarmos a lacuna que temos na oferta de livros e na cultura do uso de bibliotecas, ainda estamos muito aquém do que deveria ser feito. O conceito de uso coletivo de livros como direito do cidadão, desde a escola, tem que ser levado em conta. Isso apenas começa a acontecer. O programa Sala de Leitura foi transformado em Biblioteca na Escola. Havia o Literatura em Casa. Queramos que o livro fosse levado para dentro da famlia.
XVIII um ImagInárIo de lIVros e leIturas O livro não pode ser só didático. Tem de ter a ficção, a poesia, desde pequeno. A palavra como arte. ES – É isso a. A gente até afirma que livro didático não forma leitor. Quando voc tem uma famlia privilegiada, com acesso a livros, isso acontece por meio dela. Mas, na maior parte de nossa gigantesca população, isso não ocorre na famlia, porque as pessoas não tm a cultura da leitura, não tm dinheiro para comprar livros, as crianças não vem pai e mãe lendo. Este projeto Literatura em Casa foi proposto ao MEC para tentar levar de alguma maneira os livros para dentro da casa dos brasileiros, a fim de que as crianças e os jovens lessem junto com seus pais. Infelizmente, acabou. Nós temos trinta anos de compras de livros didáticos pelo governo e não temos jovens leitores. Falta arte, literatura. O que achou do fato de o último Retrato do Livro indicar que o brasileiro está lendo mais? O livro per capita teria passado de 1,8 para 3.7... E.S – Sem dúvida hoje as crianças e os jovens estão com oportunidades de leitura maiores do que tinham antes. Há muito mais livros nas escolas. Com isso, as crianças estão com maior interesse na leitura do que os adultos. Um bom exemplo é o Salão de Livros, que começou pequenino e agora já tem dez anos. Este ano o aumento na visitação foi de 35%. O que é a marca do Salão, pela qual luto com unhas e dentes? As atividades são só de leitura e de ilustração. Não há dramatização. Ano passado, eram 37 mil visitantes e, agora, 51 mil. Antes era no Galpão das Artes do MAM, que virou teatro. Passamos então para os jardins. Doze dias de leitura, leitura, leitura, com a presença de cem escritores e 65 editoras.
- Page 1: MANTENEDORES DA FNLIJ: Abrelivros,
- Page 5 and 6: © Fundação Nacional do Livro Inf
- Page 7 and 8: VI um ImagInárIo de lIVros e leItu
- Page 9 and 10: VIII um ImagInárIo de lIVros e leI
- Page 11 and 12: X um ImagInárIo de lIVros e leItur
- Page 13 and 14: XII um ImagInárIo de lIVros e leIt
- Page 15 and 16: XIV um ImagInárIo de lIVros e leIt
- Page 17: XVI um ImagInárIo de lIVros e leIt
- Page 22 and 23: 40 Anos FNLIJ Por iniciativa da edu
- Page 24 and 25: 40 anos da FnlIJ competente a ata d
- Page 26 and 27: 40 anos da FnlIJ O Boletim Informat
- Page 28 and 29: 40 anos da FnlIJ No mesmo Boletim i
- Page 30 and 31: 40 anos da FnlIJ 11 no exterior. Ou
- Page 32 and 33: 40 anos da FnlIJ 13 II. Medidas par
- Page 34 and 35: 40 anos da FnlIJ 1 de Santa Rosa fo
- Page 36 and 37: 40 anos da FnlIJ 1 de Munique, na e
- Page 38 and 39: 40 anos da FnlIJ 1 Na mesma ediçã
- Page 40 and 41: 40 anos da FnlIJ 21 Alfredo Storni,
- Page 42 and 43: 40 anos da FnlIJ 23 Loyce e Roy Loo
- Page 44 and 45: 40 anos da FnlIJ 2 5. O livro para
- Page 46 and 47: 40 anos da FnlIJ 2 Em março, a equ
- Page 48 and 49: 40 anos da FnlIJ 2 • Domingo da F
- Page 50 and 51: 40 anos da FnlIJ 31 selecionados -
- Page 52 and 53: 40 anos da FnlIJ 33 o local e o pre
- Page 54 and 55: 40 anos da FnlIJ 3 restrito o terre
- Page 56 and 57: 40 anos da FnlIJ 3 ção, produçã
- Page 58 and 59: 40 anos da FnlIJ 3 que os pases pos
- Page 60 and 61: 40 anos da FnlIJ 41 boração de ar
- Page 62 and 63: 40 anos da FnlIJ 43 além dos Congr
- Page 64 and 65: 40 anos da FnlIJ 4 Em agosto de 75
- Page 66 and 67: 40 anos da FnlIJ 4 ver textos para
40 anos da FnlIJ XVII<br />
2002. Em 2003, o governo criou um prmio <strong>de</strong>le. Mantivemos o nosso, que nos<br />
últimos quatro anos conta com o apoio da Petrobras.<br />
Há uma moça lá no Paraná que a <strong>de</strong>ixou comovida...<br />
ES – É uma bela história. Uma professora que ven<strong>de</strong>u uma mula. Ela<br />
constata que os alunos estavam lendo pouco e chega à conclusão <strong>de</strong> que o que<br />
faltava para estimular as crianças eram livros <strong>de</strong> literatura infantil. Oferece, então,<br />
a mula que utilizava como meio <strong>de</strong> transporte para uma rifa. Com o dinheiro<br />
da rifa, compra livros. Isso <strong>de</strong>monstra que a população quer ler. O que falta é<br />
oportunida<strong>de</strong>. O estmulo passa pela escola e por um sistema <strong>de</strong> bibliotecas<br />
públicas, que atenda o jovem ao sair da escola.<br />
Uma lacuna que o Otaviano <strong>de</strong> Fiore percebeu muito<br />
bem. Ele chegou a fazer 300 bibliotecas públicas em um ano. O<br />
projeto seguiu, com Lula...<br />
ES – Acompanhei bem <strong>de</strong> perto este projeto. No primeiro ano, Otaviano<br />
fez 45 bibliotecas. No segundo ano, passou a ter uma <strong>de</strong>manda <strong>de</strong> duzentas e<br />
pouco. Depois, passou para quatrocentas, ao ponto <strong>de</strong> que, no final, havia mais<br />
<strong>de</strong>manda das prefeituras do que bibliotecas para oferecer. Antes <strong>de</strong>ste programa,<br />
não havia por parte das prefeituras uma <strong>de</strong>manda por bibliotecas públicas. Hoje,<br />
é uma realida<strong>de</strong>, Os prefeitos pe<strong>de</strong>m bibliotecas.<br />
Houve aquela história da seleção dos 3 mil livros iniciais...<br />
ES – No governo passado, havia uma comissão. No governo Lula,<br />
já com o Galeno Amorim, houve o programa Fome <strong>de</strong> Livro. E há também o<br />
Arca das Letras, que é do tempo <strong>de</strong> Fernando Henrique. Gostaria <strong>de</strong> lembrar<br />
também que no incio do governo Lula, na área do livro, havia o Wally Salomão,<br />
só que ele morreu. Entra o Galeno. Propôs fazer esta gran<strong>de</strong> compra <strong>de</strong><br />
livros, pela internet, através <strong>de</strong> um edital virtual para todas as editoras. Nós<br />
recebemos a atribuição <strong>de</strong> escolher os livros infanto-juvenis. A seleção final<br />
saiu, mas a compra <strong>de</strong>morou a acontecer. Acho que só começou <strong>de</strong> fato a<br />
acontecer em 2005. Em 2007, creio que as últimas bibliotecas foram atendidas.<br />
Mas foi difcil <strong>de</strong>slanchar. Se consi<strong>de</strong>rarmos a lacuna que temos na oferta<br />
<strong>de</strong> livros e na cultura do uso <strong>de</strong> bibliotecas, ainda estamos muito aquém<br />
do que <strong>de</strong>veria ser feito. O conceito <strong>de</strong> uso coletivo <strong>de</strong> livros como direito do<br />
cidadão, <strong>de</strong>s<strong>de</strong> a escola, tem que ser levado em conta. Isso apenas começa<br />
a acontecer. O programa Sala <strong>de</strong> Leitura foi transformado em Biblioteca na<br />
Escola. Havia o Literatura em Casa. Queramos que o livro fosse levado para<br />
<strong>de</strong>ntro da famlia.