Ciranda de Livros - FNLIJ

Ciranda de Livros - FNLIJ Ciranda de Livros - FNLIJ

24.10.2013 Views

40 anos da FnlIJ XIII leira do Livro doava. De incio, nosso estande era cedido, depois passou a ser pago. Só com literatura infantil e juvenil. E um outro marco em nossa história, ainda em 74, foi a exposição no Museu de Arte Moderna. Regina Yolanda, que é ilustradora e educadora e também foi representante da Fundação no IBBY, quando ocorreu o Congresso, teve a idéia de fazer uma exposição no MAM, com livros de todos os paises do mundo. E uma exposição de desenhos feitos pelas crianças. Há outros marcos a serem destacados? LS – Em julho de 1976, houve a vinda do professor alemão Klaus Doderer, diretor do Instituto de Pesquisa em Literatura Infantil da Goethe Universitat, de Frankfurt, para dar um curso. Entramos em contato com Affonso Romano de Sant’Anna, que era o diretor de Letras da PUC. Ele admitiu fazer o encontro lá na PUC. Tivemos uma semana de curso de literatura infantil e juvenil. Mas tenho que ir mais para trás. Em 1972, José Gorayeb, secretário geral da Câmara Brasileira do Livro, achou que seria legal ocorrer um seminário de literatura infantil em paralelo à Bienal do Livro de São Paulo. E disse que quem ia organizar este seminário era a Fundação. Dona Ruth saiu convidando estrangeiros, como o francs Marc Soriano. Depois, passamos a fazer sempre este seminário na Bienal de São Paulo. Convidei várias pessoas para nos ajudar. Surgiram nomes que hoje são importantes, como Regina Zilberman e Marisa Lajolo. Quarenta anos... há outras datas ainda a serem lembradas? LS – Sim, houve a vinda da Geneviève Patte, em 77 mais ou menos. Uma grande bibliotecária francesa, com vários livros publicados, que fez curso de biblioteca infantil nos EUA. Ela foi fazer especialização lá e, ao voltar para França, criou uma biblioteca famosssima, a Clamart. Sabamos do trabalho dela e pedimos que viesse dar um curso sobre biblioteca infantil no Brasil. Ela veio e passou dois meses percorrendo o pas todo, de Belém a Porto Alegre. Quando o estado era pequeno, fazia apenas uma palestra. Mas nas grandes capitais, deu cursos para as bibliotecárias de bibliotecas públicas. A partir da as bibliotecárias passaram a saber o que fazer com os livros infantis. E há ainda uma outra história: em 79, a Fundação entrou em contato com o doutor Américo Lacombe, diretor da Casa de Rui Barbosa, propondo que ele usasse as estrebarias no jardim para uma biblioteca infantil. Ele achou a idéia ótima Essa biblioteca existe até hoje. Durante dois anos tomamos conta dela e depois a própria Casa de Rui Barbosa a assumiu. Foi chamada de Maria Mazetti, em homenagem a uma autora carioca de livros para crianças pequenas, com textos maravilhosos.

XIV um ImagInárIo de lIVros e leIturas E nas escolas, o que vocês faziam de início? LS – Fazamos feiras de livros. Também fomos pioneiros em feira de livro no Brasil. Havia uma escola, a Souza Leão, que fazia feira. Fui lá e conversei com a responsável. Disse que a Fundação tinha que entrar na área. Ela me deu todas as dicas, foi um amor, e a Fundação assumiu. Organizei a feira no colégio São Vicente. Depois, todo mundo passou a fazer feira e não houve mais necessidade de nossa atuação. E a aconteceu a Ciranda de Livros, que foi muito importante. Quando começou? LS – Foi de 82 até 85. Durou quatro anos. A Ciranda era uma sapateira plástica com livros. Nela cabiam 15 ttulos, selecionados por Luiz Raul e eu. Tnhamos que resolver um verdadeiro quebra-cabeças, porque não queramos repetir editora e autor. E ia da primeira a quarta série. Beneficiava 35 mil escolas, selecionadas por carncia. Era uma parceria da Fundação do Livro Infantil e Juvenil, da Fundação Roberto Marinho e da Hoechst. Escolhamos os livros. A Fundação Roberto Marinho contratou a Ebal – Editora Brasil América, que ocupava uma área imensa em São Cristóvão e só fazia livros para criança. Eles tinham uma linha de montagem enorme, onde produziram as caixas. Fui ver essa linha de montagem. Havia cartazes da Hoechst e um guia para o professor. Incrível, livros em sapateira para 35 mil escolas... LS – Mandávamos dois pregos e a sapateira para colocar direto na sala de aula. Tinha fichinha para quando o aluno tirasse o livro dele. Semente de biblioteca nas escolas, o projeto foi realmente um sucesso. E ajudou a divulgar autores como Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Lygia Bojunga e Ziraldo. ES – A Ciranda é importante porque depois dela é que o governo criou o Programa Nacional Sala de Leitura. A compra que o governo faz de livros infantis para as escolas está ligada de certa forma à Ciranda? LS – Está ligada, porque nós fomos pioneiros. Quando a Ciranda ia acabar, tentamos convencer o governo de que deveria mant-la. Não aceitaram a idéia. Deixaram passar uns dois anos e fizeram a Sala de Leitura. Era a mesma coisa, só que com muitos mais livros. ES – Depois de Sala de Leitura o programa passou a ser chamado de Biblioteca na Escola. Quando eu estava no Proler, sugerimos a mudança de nome para implantar a palavra biblioteca no imaginário da criançada.

XIV um ImagInárIo <strong>de</strong> lIVros e leIturas<br />

E nas escolas, o que vocês faziam <strong>de</strong> início?<br />

LS – Fazamos feiras <strong>de</strong> livros. Também fomos pioneiros em feira <strong>de</strong><br />

livro no Brasil. Havia uma escola, a Souza Leão, que fazia feira. Fui lá e conversei<br />

com a responsável. Disse que a Fundação tinha que entrar na área. Ela me<br />

<strong>de</strong>u todas as dicas, foi um amor, e a Fundação assumiu. Organizei a feira no<br />

colégio São Vicente. Depois, todo mundo passou a fazer feira e não houve mais<br />

necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> nossa atuação. E a aconteceu a <strong>Ciranda</strong> <strong>de</strong> <strong>Livros</strong>, que foi muito<br />

importante.<br />

Quando começou?<br />

LS – Foi <strong>de</strong> 82 até 85. Durou quatro anos. A <strong>Ciranda</strong> era uma sapateira<br />

plástica com livros. Nela cabiam 15 ttulos, selecionados por Luiz Raul<br />

e eu. Tnhamos que resolver um verda<strong>de</strong>iro quebra-cabeças, porque não queramos<br />

repetir editora e autor. E ia da primeira a quarta série. Beneficiava 35<br />

mil escolas, selecionadas por carncia. Era uma parceria da Fundação do Livro<br />

Infantil e Juvenil, da Fundação Roberto Marinho e da Hoechst. Escolhamos os<br />

livros. A Fundação Roberto Marinho contratou a Ebal – Editora Brasil América,<br />

que ocupava uma área imensa em São Cristóvão e só fazia livros para criança.<br />

Eles tinham uma linha <strong>de</strong> montagem enorme, on<strong>de</strong> produziram as caixas.<br />

Fui ver essa linha <strong>de</strong> montagem. Havia cartazes da Hoechst e um guia para o<br />

professor.<br />

Incrível, livros em sapateira para 35 mil escolas...<br />

LS – Mandávamos dois pregos e a sapateira para colocar direto na<br />

sala <strong>de</strong> aula. Tinha fichinha para quando o aluno tirasse o livro <strong>de</strong>le. Semente <strong>de</strong><br />

biblioteca nas escolas, o projeto foi realmente um sucesso. E ajudou a divulgar<br />

autores como Ana Maria Machado, Ruth Rocha, Lygia Bojunga e Ziraldo.<br />

ES – A <strong>Ciranda</strong> é importante porque <strong>de</strong>pois <strong>de</strong>la é que o governo criou<br />

o Programa Nacional Sala <strong>de</strong> Leitura.<br />

A compra que o governo faz <strong>de</strong> livros infantis para as<br />

escolas está ligada <strong>de</strong> certa forma à <strong>Ciranda</strong>?<br />

LS – Está ligada, porque nós fomos pioneiros. Quando a <strong>Ciranda</strong> ia<br />

acabar, tentamos convencer o governo <strong>de</strong> que <strong>de</strong>veria mant-la. Não aceitaram<br />

a idéia. Deixaram passar uns dois anos e fizeram a Sala <strong>de</strong> Leitura. Era a mesma<br />

coisa, só que com muitos mais livros.<br />

ES – Depois <strong>de</strong> Sala <strong>de</strong> Leitura o programa passou a ser chamado<br />

<strong>de</strong> Biblioteca na Escola. Quando eu estava no Proler, sugerimos a mudança <strong>de</strong><br />

nome para implantar a palavra biblioteca no imaginário da criançada.

Hooray! Your file is uploaded and ready to be published.

Saved successfully!

Ooh no, something went wrong!