Ciranda de Livros - FNLIJ
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40 anos da FnlIJ Glória Pondé faz uma carta sobre a morte de Haroldo Bruno, ocorrida no ms de julho/82, e comenta os prmios da FNLIJ explicando a maneira como os mesmos são concedidos. Diz ela: “Visando a premiar os melhores escritores e ilustradores, a FNLIJ instituiu essas láureas, anuais, que se referem às primeiras edições de autor nacional, lançadas no ano anterior, conforme data impressa no volume”. Concorrem todos os exemplares que chegam à FNLIJ, até a data da primeira reunião da Comissão Julgadora, a qual realiza uma seleção prévia, levando em consideração o conjunto: texto, ilustração e aspectos gráficos (diagramação, impressão e acabamento). Neste primeiro encontro, o especialista em ilustração avalia a parte pictórica e exclui os livros que não se enquadram no critério estabelecido. A equipe de pré-seleção é sempre constituda de profissionais que atuam em diversas áreas: ilustrador, professor, livreiro, bibliotecário, crtico literário. Em seguida, os outros membros analisam os textos para verificar a qualidade literária e, assim, organizar uma lista que é enviada aos crticos e professores de literatura infanto-juvenil do pas. Essa lista serve como sugestão e não é rgida: se o especialista não concordar com ela, pode sugerir outros ttulos para serem premiados. Nem todos os profissionais contatados enviam parecer. Alguns se consideram impedidos, outros, por motivos diversos, não respondem. As obras que recebem indicação para o 1° lugar, mas que não obtm essa classificação, são consideradas “Altamente Recomendáveis”. A FNLIJ inciou esta premiação em 1974 e até 1977 só havia a láurea “O Melhor para a Criança”, em virtude do percentual pouco expressivo de livros para os adolescentes. Com o surgimento de obras para jovens, a partir de 1978, instituiu-se “O Melhor para o Jovem” e, em 1982, criou-se “O Melhor Livro sem Texto”, pelo aparecimento de ttulos destinados à criança que ainda não sabe ler mas pode elaborar oralmente suas histórias, com base nas imagens dessas publicações. Sempre que se cria uma nova láurea, concorrem todas as obras que se enquadram na categoria, publicadas nos anos anteriores. Examinando o número de livros recebidos e os dos premiados Glória realiza uma interessante sntese do panorama editorial de 1975 a 1981, que reproduzimos a seguir: – Em 1975, a oferta de ttulos nacionais em 1ª edição era de 42 obras; em 1978 chegou a 107, havendo uma sensvel queda no ano seguinte. A partir de 1980, recupera-se o aumento da produção. – Em termos de qualidade, ocorreu também uma melhoria significativa, a partir de 1980. Verificou-se, nesse ano, que 24% da produção já se enquadrava nos critérios de qualidade editorial e literária requeridos pela FNLIJ. No
um ImagInárIo de lIVros e leIturas perodo seguinte, o percentual cresceu para 34,9, o que atesta o alto nvel de nossos escritores e ilustradores, que tem merecido atenção até do exterior, com tradução de várias obras e concessão de prmios. – Por último o crescimento da oferta de livros destinados aos adolescentes, cujo tratamento gráfico aponta o cuidado dos autores, ilustradores e editores. Em 1981, o número de livros juvenis superou o dos infantis, na pré-seleção, ato inédito que demonstra uma verdadeira explosão de textos para adolescentes. O ilustrador Gian Calvi, com relação aos prmios de 1981, assim se manifestou: “‘O Melhor para a Criança’, ‘O Melhor para o Jovem’ e ‘O Melhor Livro sem Texto’ estão definitivamente melhores. Faz bem a gente ver quantos bons livros, textos e ilustrações apareceram. Quantas editoras novas e quantas boas idéias. Dá vontade de ser de novo criança, para aproveitar toda essa chance de escolha e dá vontade de ter pais que percebam que os bons livros brasileiros estão a, é só escolher o tema, a idéia, o desenho e abrir a porta para o prazer da fantasia”. A concessão anual de prmios permitiu à FNLIJ pesquisar as necessidades do mercado. Há algum tempo esta instituição vem alertando sobre a escassez de livros para o pré-leitor e para o jovem. De acordo com o quadro estatstico, pudemos verificar que a indústria editorial é sensvel a essas pesquisas e responde positivamente, colocando no mercado os livros especficos para as faixas etárias que carecem de textos para leitura. A evolução do livro infantil deve ser considerada satisfatória, se atentarmos para a crise em que o pas mergulhou, na segunda metade dos anos 70. Assim, contriburam para o fortalecimento do mercado editorial, a melhoria da qualidade dos textos e o aumento do número de leitores: a intensa discussão do problema em congressos, seminários e debates de toda ordem, nas universidades, escolas e páginas da imprensa; a lei da reforma de ensino que considerou “conveniente” o uso de textos de autores brasileiros no ensino de Comunicação e Expressão de 1° grau; a instituição de prmios para autores e ilustradores. Deste modo, a concessão desses prmios permitiu a melhoria e o aumento da produção editorial, à medida que foram apontadas carncias, e favoreceu a consagração de escritores, como também o surgimento de valores novos, contribuindo para a maioridade da literatura infantil brasileira. Prestigiar o público, apontando-lhe o que há de melhor, e prestigiar escritores, ilustradores e editores de todas as regiões do pas é uma das principais metas da FNLIJ.
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Glória Pondé faz uma carta sobre a morte <strong>de</strong> Haroldo Bruno, ocorrida<br />
no ms <strong>de</strong> julho/82, e comenta os prmios da <strong>FNLIJ</strong> explicando a maneira como<br />
os mesmos são concedidos. Diz ela:<br />
“Visando a premiar os melhores escritores e ilustradores, a <strong>FNLIJ</strong> instituiu<br />
essas láureas, anuais, que se referem às primeiras edições <strong>de</strong> autor nacional,<br />
lançadas no ano anterior, conforme data impressa no volume”.<br />
Concorrem todos os exemplares que chegam à <strong>FNLIJ</strong>, até a data da<br />
primeira reunião da Comissão Julgadora, a qual realiza uma seleção prévia,<br />
levando em consi<strong>de</strong>ração o conjunto: texto, ilustração e aspectos gráficos (diagramação,<br />
impressão e acabamento). Neste primeiro encontro, o especialista<br />
em ilustração avalia a parte pictórica e exclui os livros que não se enquadram<br />
no critério estabelecido. A equipe <strong>de</strong> pré-seleção é sempre constituda <strong>de</strong> profissionais<br />
que atuam em diversas áreas: ilustrador, professor, livreiro, bibliotecário,<br />
crtico literário.<br />
Em seguida, os outros membros analisam os textos para verificar a<br />
qualida<strong>de</strong> literária e, assim, organizar uma lista que é enviada aos crticos e professores<br />
<strong>de</strong> literatura infanto-juvenil do pas. Essa lista serve como sugestão e não<br />
é rgida: se o especialista não concordar com ela, po<strong>de</strong> sugerir outros ttulos para<br />
serem premiados. Nem todos os profissionais contatados enviam parecer. Alguns<br />
se consi<strong>de</strong>ram impedidos, outros, por motivos diversos, não respon<strong>de</strong>m. As obras<br />
que recebem indicação para o 1° lugar, mas que não obtm essa classificação,<br />
são consi<strong>de</strong>radas “Altamente Recomendáveis”.<br />
A <strong>FNLIJ</strong> inciou esta premiação em 1974 e até 1977 só havia a láurea<br />
“O Melhor para a Criança”, em virtu<strong>de</strong> do percentual pouco expressivo <strong>de</strong> livros<br />
para os adolescentes. Com o surgimento <strong>de</strong> obras para jovens, a partir <strong>de</strong> 1978,<br />
instituiu-se “O Melhor para o Jovem” e, em 1982, criou-se “O Melhor Livro sem<br />
Texto”, pelo aparecimento <strong>de</strong> ttulos <strong>de</strong>stinados à criança que ainda não sabe<br />
ler mas po<strong>de</strong> elaborar oralmente suas histórias, com base nas imagens <strong>de</strong>ssas<br />
publicações. Sempre que se cria uma nova láurea, concorrem todas as obras que<br />
se enquadram na categoria, publicadas nos anos anteriores.<br />
Examinando o número <strong>de</strong> livros recebidos e os dos premiados Glória<br />
realiza uma interessante sntese do panorama editorial <strong>de</strong> 1975 a 1981, que<br />
reproduzimos a seguir:<br />
– Em 1975, a oferta <strong>de</strong> ttulos nacionais em 1ª edição era <strong>de</strong> 42<br />
obras; em 1978 chegou a 107, havendo uma sensvel queda no ano seguinte. A<br />
partir <strong>de</strong> 1980, recupera-se o aumento da produção.<br />
– Em termos <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong>, ocorreu também uma melhoria significativa,<br />
a partir <strong>de</strong> 1980. Verificou-se, nesse ano, que 24% da produção já se enquadrava<br />
nos critérios <strong>de</strong> qualida<strong>de</strong> editorial e literária requeridos pela <strong>FNLIJ</strong>. No