Ciranda de Livros - FNLIJ
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40 anos da FnlIJ IX que havamos reunido da primeira vez e demos nossa sugestão. Foi aprovada. Assinamos a ata de fundação. Em 23 de maio de 1968, a criação da Fundação Nacional do Livro Infantil e Juvenil foi oficializada em cartório. Nasceu como seção brasileira do IBBY. E hoje há também o Salão do Livro, muito bem-sucedido. LS – O Salão é da Fundação, sempre a Fundação. O pioneirismo em qualquer área é da Fundação. Na década de 70, foi criado em São Paulo um Centro da Literatura Infantil e Juvenil, o Celiju, por escritoras paulistas que haviam publicado livros juvenis, como Odette de Barros Mott e Lucilia Junqueira de Almeida Prado. Elas iam às escolas fazer propaganda dos próprios livros. Um grupo de autoras. Totalmente diferente da Fundação. Ninguém que trabalha aqui, na diretoria, é autor ou autora. Achamos que não cabe, eticamente. Pode ser crtico de livro infantil, mas não escrever para criança. Se não, teramos a sensação de estar defendendo o próprio livro. Chamamos os autores, os ilustradores e os editores para participar de todas as atividades. Mas, na direção e entre as pessoas que participam do júri da Fundação, não há autor. Se alguém publica um livro, sai do júri. E é assim nos outros países? ELIZABETH SERRA – Agora, na presidncia do júri do prmio Hans Christian Andersen, a presidente do IBBY está presente ex-officio. Ela não pode votar. Como havia um livro da sua editora concorrendo, deixou a presidncia, tendo delegado a função para a vice-presidente, uma brasileira. A maioria das seções do IBBY tem esta preocupação, mas de vez em quando ocorre uma escorregadela. LS – Na Argentina, é meio confuso. Eles nunca conseguiram ter uma seção atuante por causa disso. Há autores e ilustradores na diretoria. Creio que agora está um pouco melhor. ES – É como a Laura falou. Acabam defendendo seu próprio livro. Muitas vezes as pessoas se surpreendem, ao ver que os editores são mantenedores da Fundação. Mas eles não participam da seleção dos livros. Editora, mesmo que seja mantenedora, não tem nenhuma influncia na seleção. As editoras são mantenedoras desde o início? LS – No começo eram duas ou trs, e agora são sessenta. No incio não havia muitas editoras. Quando fizemos a Ciranda dos Livros, eram selecionados quinze ttulos por Ciranda. No total, foram quatro Cirandas. Nas duas primeiras, conseguimos fazer com trinta editoras diferentes. Não queramos re-
X um ImagInárIo de lIVros e leIturas petir editor nem autor. Tanto que os autores foram diferentes nos sessenta ttulos. Os ilustradores é que se repetiram, porque havia poucos. Não conseguimos, no entanto, sessenta editoras diferentes. Havia poucas editoras naquela ocasião. Hoje, no Salão, existem mais de cem. Mais de cem dedicadas à literatura infantil? LS – Editoras em geral, no Brasil, existem muito mais do que isso. Essas cem se ocupam de literatura infantil. Algumas são quase especializadas, e outras só fazem alguns livros. Varia muito ES – Recentemente, foram publicados no blog do jornalista e escritor Galeno Amorim resultados da nova pesquisa Retratos da Leitura no Brasil, feita com os editores para levantar números. Faturamento do setor, exemplares, ttulos. Recebemos aqui para avaliação. Em geral, o número que eles recebem lá, de literatura infanto-juvenil, é trs vezes maior do que o nosso. Depois fica claro que uma parte é reedição e outra parte é primeira edição. Por outro lado, quando o editor manda o livro para cá, ele manda já sabendo que está concorrendo. Então, nós, evidentemente, temos menos ttulos, porque já há uma pré-seleção. Isso ficou muito claro quando fizemos a seleção dos livros para o projeto Fome de Livro. Dos 7 500 mil ttulos recebidos, uns 5 mil, para nós, seriam lixo. Mas quisemos ficar com todo o acervo porque era um retrato do que se entendia como literatura infantil, naquele tempo, no Brasil. Elegemos 2 mil e no final ficaram 800 titulos para a compra do Fome de Livro. Este conceito do que é literatura infantil é muito variado. Tem a terminologia do paradidático, que também não diz nada. E tem a literatura como leitura complementar, um conceito contra o qual batalhamos. A literatura é essencial na formação da criança. No início da Fundação, Laura era a presidente? LS – De acordo com o primeiro estatuto, eu era diretora-executiva. Havia ainda a diretora-secretária e a o tesoureiro. Esta denominação durou até que eu sa e Eliana Yunes assumiu. Quantos anos você ficou na direção, Laura? LS – Fiquei dezesseis anos. Gloria Pondé me substituiu, mas ficou só um ano, e a, em 1987, veio a gestão da Eliana Yunes. Em 89, a Beth assume. Inicialmente ficava na Voluntários da Pátria? LS – É, era lá. Acho que nos mudamos para o prédio do Ministério da Cultura em 1977, 1978. O Centro Brasileiro de Pesquisas Educacionais mudouse para Braslia e a casa em Botafogo, linda, foi pedida pelo irmão do presidente,
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que havamos reunido da primeira vez e <strong>de</strong>mos nossa sugestão. Foi aprovada.<br />
Assinamos a ata <strong>de</strong> fundação. Em 23 <strong>de</strong> maio <strong>de</strong> 1968, a criação da Fundação<br />
Nacional do Livro Infantil e Juvenil foi oficializada em cartório. Nasceu como<br />
seção brasileira do IBBY.<br />
E hoje há também o Salão do Livro, muito bem-sucedido.<br />
LS – O Salão é da Fundação, sempre a Fundação. O pioneirismo<br />
em qualquer área é da Fundação. Na década <strong>de</strong> 70, foi criado em São Paulo<br />
um Centro da Literatura Infantil e Juvenil, o Celiju, por escritoras paulistas que<br />
haviam publicado livros juvenis, como O<strong>de</strong>tte <strong>de</strong> Barros Mott e Lucilia Junqueira<br />
<strong>de</strong> Almeida Prado. Elas iam às escolas fazer propaganda dos próprios livros.<br />
Um grupo <strong>de</strong> autoras. Totalmente diferente da Fundação. Ninguém que trabalha<br />
aqui, na diretoria, é autor ou autora. Achamos que não cabe, eticamente. Po<strong>de</strong><br />
ser crtico <strong>de</strong> livro infantil, mas não escrever para criança. Se não, teramos a sensação<br />
<strong>de</strong> estar <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo o próprio livro. Chamamos os autores, os ilustradores<br />
e os editores para participar <strong>de</strong> todas as ativida<strong>de</strong>s. Mas, na direção e entre as<br />
pessoas que participam do júri da Fundação, não há autor. Se alguém publica<br />
um livro, sai do júri.<br />
E é assim nos outros países?<br />
ELIZABETH SERRA – Agora, na presidncia do júri do prmio Hans<br />
Christian An<strong>de</strong>rsen, a presi<strong>de</strong>nte do IBBY está presente ex-officio. Ela não po<strong>de</strong><br />
votar. Como havia um livro da sua editora concorrendo, <strong>de</strong>ixou a presidncia,<br />
tendo <strong>de</strong>legado a função para a vice-presi<strong>de</strong>nte, uma brasileira. A maioria das<br />
seções do IBBY tem esta preocupação, mas <strong>de</strong> vez em quando ocorre uma escorrega<strong>de</strong>la.<br />
LS – Na Argentina, é meio confuso. Eles nunca conseguiram ter uma<br />
seção atuante por causa disso. Há autores e ilustradores na diretoria. Creio que<br />
agora está um pouco melhor.<br />
ES – É como a Laura falou. Acabam <strong>de</strong>fen<strong>de</strong>ndo seu próprio livro.<br />
Muitas vezes as pessoas se surpreen<strong>de</strong>m, ao ver que os editores são mantenedores<br />
da Fundação. Mas eles não participam da seleção dos livros. Editora, mesmo<br />
que seja mantenedora, não tem nenhuma influncia na seleção.<br />
As editoras são mantenedoras <strong>de</strong>s<strong>de</strong> o início?<br />
LS – No começo eram duas ou trs, e agora são sessenta. No incio<br />
não havia muitas editoras. Quando fizemos a <strong>Ciranda</strong> dos <strong>Livros</strong>, eram selecionados<br />
quinze ttulos por <strong>Ciranda</strong>. No total, foram quatro <strong>Ciranda</strong>s. Nas duas<br />
primeiras, conseguimos fazer com trinta editoras diferentes. Não queramos re-