Sobre as Ciências Sociais - FEP - Universidade do Porto
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Carlos Pimenta Complexidade e Interdisciplinaridade n<strong>as</strong> Ciênci<strong>as</strong> <strong>Sociais</strong> Versão 02<br />
Bibliografia<br />
Tenho sempre muita dificuldade em apresentar a bibliografia de um trabalho sobre a interdisciplinaridade<br />
ou a complexidade, pelo menos muito mais <strong>do</strong> que a apresentar um qualquer artigo de especialidade da<br />
minha área científica.<br />
O que se pretende com a apresentação da bibliografia?<br />
Excluíd<strong>as</strong> algum<strong>as</strong> intenções habituais, m<strong>as</strong> que me apresso a excluir (mostrar que se é trabalha<strong>do</strong>r, que<br />
se está a par da última obra publicada sobre o <strong>as</strong>sunto, que se leu a bibliografia <strong>do</strong> orienta<strong>do</strong>r – no c<strong>as</strong>o de<br />
trabalhos acompanha<strong>do</strong>s –, que se alinha com uma determinada corrente <strong>do</strong> pensamento, etc.), restam<br />
du<strong>as</strong> hipóteses:<br />
− Dar ao leitor a possibilidade de verificar que <strong>as</strong> posições transmitid<strong>as</strong> de outrem estão correct<strong>as</strong>,<br />
que se respeitou a sua maneira de apresentar o problema e resolvê-lo.<br />
− Dar ao leitor a possibilidade de percorrer um caminho de leitur<strong>as</strong> – admitin<strong>do</strong> como hipótese<br />
simplifica<strong>do</strong>ra uma mesma formação de b<strong>as</strong>e e experiência de vida – que conduzam a um<br />
conjunto de conhecimentos similares ao autor <strong>do</strong> trabalho.<br />
Chamar-lhes-ia preocupação ética e pedagógica, respectivamente.<br />
Amb<strong>as</strong> têm vantagens e inconvenientes, amb<strong>as</strong> apresentam dificuldades em qualquer circunstância, m<strong>as</strong><br />
ampliada nest<strong>as</strong> temátic<strong>as</strong>. Com efeito, se nos inclinamos para uma opção pedagógica, eventualmente a<br />
que mais nos atrairia, corremos o risco, no limite, de colocarmos tu<strong>do</strong> o que lemos.<br />
Quan<strong>do</strong> <strong>as</strong>sumimos numa p<strong>as</strong>sagem fugaz que a interdisciplinaridade pode aconselhar a a<strong>do</strong>pção de uma<br />
lógica com vári<strong>as</strong> gradações de verdade não estamos espontaneamente a reflectir vári<strong>as</strong> leitur<strong>as</strong> sobre<br />
lógica, incluin<strong>do</strong> os apontamento de quan<strong>do</strong> estudante sobre lógic<strong>as</strong> trivalentes dad<strong>as</strong> numa disciplina de<br />
matemática <strong>do</strong> curso de Economia? Não estamos simultaneamente a rever certez<strong>as</strong> e dúvid<strong>as</strong> adquirid<strong>as</strong><br />
em divers<strong>as</strong> leitur<strong>as</strong> filosófic<strong>as</strong> desde Platão a Jean-Paul Sartre? Não estamos a concretizar crític<strong>as</strong> à<br />
Economia neoclássic<strong>as</strong>? Não estamos até, a extrav<strong>as</strong>ar uma certa maneira de sentir resultante da leitura de<br />
romances ou de poem<strong>as</strong>? De observação de alguns filmes ou da contemplação de um Pic<strong>as</strong>so, sobretu<strong>do</strong><br />
na sua f<strong>as</strong>e cubista?<br />
Com o actual acesso à informação, a selecção é muito mais importante que a inventariação. A bibliografia<br />
pedagógica deve ser obra de cada um, em função d<strong>as</strong> su<strong>as</strong> preocupações.<br />
Então resta a bibliografia ética. Esta, no limite, é a nossa bem conhecida “bibliografia citada”. É um<br />
refúgio admissível.<br />
A razão de aqui estarmos tem a ver com a apresentação de uma comunicação sobre “Comlexidade e<br />
Interdisciplinaridade” apresentada em Novembro último no seminário internacional Interdisciplinaridade,<br />
Humanismo, <strong>Universidade</strong>, na <strong>Universidade</strong> <strong>do</strong> <strong>Porto</strong>. Essa comunicação, como outr<strong>as</strong>, estão disponíveis<br />
na Internet – em http://www.humanismolatino.online.pt – e serão publicad<strong>as</strong> em breve. Por isso<br />
<strong>as</strong>sumimos como conhecida a bibliografia (essencialmente ética m<strong>as</strong> com alguns extrav<strong>as</strong>amentos) aí<br />
apresentada e o que aqui indicamos é a síntese d<strong>as</strong> obr<strong>as</strong> que mais de perto serviram para a preparação<br />
desta comunicação, trabalhad<strong>as</strong> após aquele texto, <strong>as</strong>sim como os textos expressamente cita<strong>do</strong>s no<br />
trabalho<br />
ALMEIDA, Maria da Conceição de (org.) (1997)<br />
Ensaios de Complexidade; <strong>Porto</strong> Alegre, Editora Sulina<br />
BELLEFLEUR, Nichel (2002)<br />
Le Loisir Contemporain. Essai de Philosophie Sociale ; Montreal, Presse de l’Université du<br />
Québec<br />
BENKIRANE, Réda (2002)<br />
La Complexité, Vertiges et Promesses; Paris, Le Pommier<br />
BRECHT, Bertolt (sd)<br />
Poem<strong>as</strong>; Lisboa, Editorial Presença.<br />
CASTRO, Arman<strong>do</strong> (1978)<br />
Teoria <strong>do</strong> Conhecimento Científico (II), <strong>Porto</strong>, Limiar<br />
COLANDER, David & Outros (2000)<br />
The Complexity Vision and the Teaching of Economics, Cheltenham, Edward Elgar<br />
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