Selos de Portugal - FEP - Universidade do Porto
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Concepção e texto <strong>de</strong> Carlos Kullberg<br />
P o r t u g a l<br />
1937 – Emissão Comemorativa <strong>do</strong> IV Centenário da Morte <strong>de</strong> Gil Vicente<br />
Por sugestão <strong>do</strong> director da revista vimarenense “Gil Vicente”, foi estudada a emissão comemorativa,<br />
sen<strong>do</strong> o <strong>de</strong>senho <strong>de</strong> autoria da artista Raquel Roque Gameiro Ottolini, que cometeu o erro da legenda<br />
“Gil Vicente no Auto <strong>do</strong> Vaqueiro” quan<strong>do</strong> não existe nenhum Auto <strong>do</strong> Vaqueiro, mas sim Auto da Visitação,<br />
<strong>do</strong> qual faz parte o Monólogo <strong>do</strong> Vaqueiro. A gravura é <strong>de</strong> Arnal<strong>do</strong> Fragoso, e a impressão tipográfica da<br />
Casa da Moeda, foi feita sobre papel porcelana, em folhas <strong>de</strong> 100 selos com <strong>de</strong>ntea<strong>do</strong> 11,5. Foram<br />
emiti<strong>do</strong>s 21.110.000 selos <strong>de</strong> $40 castanho e 10.364.000 selos <strong>de</strong> 1$00 carmim. Circularam a partir <strong>de</strong><br />
29 <strong>de</strong> Julho/37 a taxa <strong>de</strong> $40 e 20 <strong>de</strong> Agosto/37 a taxa <strong>de</strong> 1$00 ten<strong>do</strong> si<strong>do</strong> retira<strong>do</strong>s <strong>de</strong> circulação em 1<br />
<strong>de</strong> Outubro <strong>de</strong> 1945.<br />
GIL VICENTE. Comediógrafo e lírico, um <strong>do</strong>s máximos escritores <strong>de</strong> <strong>Portugal</strong>, nasceu talvez em<br />
Guimarães, cerca a 1465 e morreu talvez em fins <strong>de</strong> 1536 ou princípios <strong>de</strong> 1537. O conhecimento que<br />
nas suas obras ele revela da linguagem, <strong>do</strong>s costumes, das superstições <strong>do</strong> povo, tem leva<strong>do</strong> eruditos<br />
a julgarem-no nasci<strong>do</strong> <strong>de</strong> gente popular. Nada <strong>de</strong> seguro se sabe acerca das pessoas que o instruíram,<br />
<strong>do</strong>s estu<strong>do</strong>s que fez! É muito <strong>de</strong>bati<strong>do</strong> o problema da sua biografia, não estan<strong>do</strong> apura<strong>do</strong> se Gil Vicente<br />
trova<strong>do</strong>r, era ou não o mesmo que Gil Vicente ourives, autor <strong>de</strong> inúmeras obras <strong>de</strong> arte das quais se<br />
<strong>de</strong>staca a célebre “Custódia <strong>de</strong> Gil Vicente” lavrada com o ouro das primeiras páreas pagas pelo Rei <strong>de</strong><br />
Quíloa, e <strong>do</strong>ada por D. Manuel, em testamento, ao Mosteiro <strong>de</strong> Santa Maria <strong>de</strong> Belém. O perío<strong>do</strong> da sua<br />
activida<strong>de</strong> teatral, <strong>de</strong>corre entre 1502 e 1536. Apresentou a sua primeira obra, na noite <strong>de</strong> 7 para 8 <strong>de</strong><br />
Junho <strong>de</strong> 1502, no Paço da Alcáçova e na câmara da rainha D. Maria, segunda mulher <strong>de</strong> D. Manuel e<br />
terceira filha <strong>do</strong>s reis católicos <strong>de</strong> Espanha que ás duas horas da madrugada <strong>do</strong> dia 6 <strong>de</strong>ra à luz o<br />
príncipe D. João (futuro D. João III). Chamava-se a obra, “Auto da Visitação”, em que <strong>de</strong>pois <strong>do</strong> autor<br />
representar o «Monólogo <strong>do</strong> Vaqueiro» apareciam trinta porqueiros e vaqueiros com ovos, leite, queijos<br />
e mel, para o Príncipe recém-nasci<strong>do</strong>. Escreveu Gil Vicente <strong>de</strong>zenas <strong>de</strong> obras, entre Autos, Trágicocomédias,<br />
Farsas, etc.. O In<strong>de</strong>x publica<strong>do</strong> em Lisboa, em Julho <strong>de</strong> 1551 pelo Car<strong>de</strong>al-Infante Dom<br />
Henrique, proíbe sete <strong>de</strong>stas peças