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Implementação de Lógica Binária com Componentes Discretos

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INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO<br />

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL<br />

FACULDADE DE ENGENHARIA<br />

Aula 5 – <strong>Implementação</strong> <strong>de</strong> <strong>Lógica</strong> <strong>Binária</strong> <strong>com</strong> <strong>Componentes</strong><br />

<strong>Discretos</strong><br />

Introdução<br />

O Transistor<br />

Circuitos Lógicos <strong>Discretos</strong><br />

Tarefa<br />

INTRODUÇÃO<br />

Po<strong>de</strong>-se dizer que o dispositivo eletrônico precursor dos <strong>com</strong>putadores existentes atualmente é a<br />

<strong>de</strong>nominada “válvula elétrica”. Através do arranjo a<strong>de</strong>quado <strong>de</strong>stes dispositivos eletrônicos foi possível<br />

criar um circuito eletrônico <strong>com</strong> capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> <strong>com</strong>utar entre dois estados diferentes <strong>de</strong> forma controlada<br />

e estável, conferindo a estes circuitos o nome <strong>de</strong> biestável, abrindo o caminho para as memórias<br />

eletrônicas <strong>de</strong> dados. Os avanços da física do estado sólido permitiram que em 1947, dois cientistas<br />

pertencentes aos laboratórios Bell, Walter Brattain e John Bar<strong>de</strong>n, inventassem o transistor. O transistor<br />

viria em breve a substituir a válvula elétrica em quase todas as aplicações proporcionando uma revolução<br />

em todas as áreas <strong>de</strong> eletrônica. Na área da <strong>com</strong>putação a substituição foi total, agregando aos<br />

<strong>com</strong>putadores da era “pós-válvula elétrica” características <strong>de</strong> menor tamanho e maior confiabilida<strong>de</strong>.<br />

Baseados no transistor, também foram construídos circuitos eletrônicos capazes <strong>de</strong> realizar as funções<br />

lógicas que hoje integram os microprocessadores. Alguns <strong>de</strong>stes circuitos eletrônicos serão apresentados<br />

na seqüência.<br />

O TRANSISTOR<br />

Para simplificar o entendimento do princípio <strong>de</strong> funcionamento do transistor, po<strong>de</strong>-se fazer uma<br />

analogia, ainda que limitada, entre este dispositivo eletrônico e uma válvula hidráulica. A válvula<br />

hidráulica colocada em uma tubulação, é utilizada para regular o fluxo do líquido entre pontos adjacentes<br />

da tubulação. A válvula hidráulica, por exemplo uma torneira <strong>com</strong>um, tem seu funcionamento<br />

caracterizado por três diferentes estados <strong>de</strong> operação, conforme apresentado na Tabela 5.1.<br />

Estado Fluxo <strong>de</strong> Líquido<br />

Fechada Nenhum<br />

Aberta Proporcional a Abertura<br />

Totalmente Aberta Máximo<br />

Tabela 5.1: Estados e situações <strong>de</strong> operação <strong>de</strong> uma válvula hidráulica.<br />

Ainda, no caso da válvula hidráulica, cada um dos estados <strong>de</strong> funcionamento é <strong>de</strong>finido pela posição<br />

angular ou linear <strong>de</strong> uma peça móvel utilizada para regulação do fluxo do líquido, posição esta<br />

normalmente <strong>de</strong>finida pela ação <strong>de</strong> uma força ou torque externamente aplicado a parte móvel da válvula.<br />

Analogamente, o transistor é um dispositivo eletrônico empregado para regulação da corrente<br />

elétrica em partes adjacentes <strong>de</strong> um circuito eletrônico. Da família dos transistores, po<strong>de</strong>-se dizer que o<br />

mais conhecido é o transistor bipolar. De acordo <strong>com</strong> [1], tais dispositivos consistem em um cristal <strong>de</strong><br />

silício (ou germânio) no qual existe uma camada <strong>de</strong> silício do tipo n entre duas camadas <strong>de</strong> silício do tipo<br />

p, ou, <strong>de</strong> uma camada p entre duas camadas n; no primeiro caso tem-se um transistor bipolar chamado <strong>de</strong><br />

Professores: Avelino Francisco Zorzo & Luís Fernando Alves Pereira 1


INTRODUÇÃO À ENGENHARIA DE COMPUTAÇÃO<br />

PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL<br />

FACULDADE DE ENGENHARIA<br />

pnp e, no segundo um transistor npn. Os dois tipos <strong>de</strong> transistor estão representados nas Figuras 5.1 (a) e<br />

(b), apresentadas a seguir.<br />

Base<br />

Coletor<br />

Emissor<br />

Coletor<br />

Emissor<br />

Base<br />

(a)<br />

(b)<br />

(c)<br />

Fig. 5.1(a) – Representação <strong>de</strong> um transistor bipolar pnp, (b) – representação do npn, (c) – Foto <strong>de</strong> um transistor<br />

Como po<strong>de</strong>-se observar na Figura 5.1, o transistor bipolar é um dispositivo <strong>de</strong> três terminais<br />

<strong>de</strong>nominados <strong>de</strong> Base (B), Coletor (C) e Emissor (E). Observa-se também que os terminais dos emissores<br />

dos transistores pnp e npn são caracterizados por uma seta entrando na base (pnp) e por uma seta saindo<br />

da base (npn). Esta seta é empregada para indicar o sentido das correntes elétricas em cada um dos<br />

terminais dos transistores. Na figura 5.1 c, está apresentado uma foto <strong>de</strong> um transistor NPN do tipo<br />

BC549, sendo representado os seus terminais.<br />

i. A equação que relaciona as correntes nos terminais <strong>de</strong> um transistor é a dada a seguir:<br />

I = I + I<br />

(5.1)<br />

E<br />

C<br />

Professores: Avelino Francisco Zorzo & Luís Fernando Alves Pereira 2<br />

C<br />

B<br />

I = β ⋅ I<br />

(5.2)<br />

sendo β um parâmetro construtivo que <strong>de</strong>fine o ganho <strong>de</strong> corrente do transistor.<br />

Dado que as correntes <strong>de</strong> Emissor IE – possuem os sentidos convencionados pelo sentido das<br />

setas nos terminais dos emissores dos transistores bipolares pnp e npn, estabeleça nos transistores<br />

abaixo, os sentidos das correntes <strong>de</strong> Coletor IC e <strong>de</strong> Base IB.<br />

ii. Para que os transistores pnp e npn funcionem, o sentido da corrente elétrica convencionado<br />

pelo sentido da seta nos terminais dos emissores <strong>de</strong>ve ser respeitado. Sabendo <strong>de</strong>sta característica<br />

intrínseca aos transistores <strong>de</strong> uma forma geral, refaça a analogia entre o transistor e a válvula<br />

hidráulica observando as diferenças e o que po<strong>de</strong> ser feito para melhorar esta analogia.<br />

Os transistores também possuem três regiões distintas <strong>de</strong> operação, <strong>de</strong>nominadas <strong>de</strong> região <strong>de</strong><br />

corte, região linear e região <strong>de</strong> saturação. Cada uma <strong>de</strong>stas regiões é estabelecida pela intensida<strong>de</strong> da<br />

corrente aplicada ao terminal <strong>de</strong> Base do transistor bipolar. A Tabela 5.2 apresenta as regiões <strong>de</strong> operação<br />

dos transistores bipolares, relacionando-as <strong>com</strong> as correntes <strong>de</strong> Base.<br />

Região Corrente <strong>de</strong> Base IB<br />

Corte IB = 0<br />

Linear 0 < IB < IBsat<br />

Saturação IB >= IBsat<br />

Tabela 5.2: Regiões <strong>de</strong> operação relacionadas <strong>com</strong> as correntes <strong>de</strong> base dos transistores.<br />

Das três regiões <strong>de</strong> operação apresentadas na Tabela 5.2, os transistores que <strong>com</strong>põem os<br />

circuitos dos microprocessadores utilizados em todos os <strong>com</strong>putadores operam apenas nas regiões <strong>de</strong><br />

B


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PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL<br />

FACULDADE DE ENGENHARIA<br />

Corte e <strong>de</strong> Saturação, replicando as condições <strong>de</strong> “Fechada” ou <strong>de</strong> “Totalmente Aberta” da válvula<br />

hidráulica, que é a mesma condição <strong>de</strong> “Desligado” e “Ligado” em um transistor ou, respectivamente,<br />

estados <strong>de</strong> “0s” e <strong>de</strong> “1s”. A reprodução <strong>de</strong>stes dois estados <strong>com</strong> transistores, tornou possível a<br />

representação eletrônica <strong>de</strong> qualquer arranjo numérico <strong>com</strong> “0s” e “1s” e, da mesma forma, realizar<br />

operações lógicas e aritméticas <strong>com</strong> estes números.<br />

Circuitos Lógicos <strong>Discretos</strong><br />

Inversor Lógico<br />

Pela simplicida<strong>de</strong> construtiva e <strong>de</strong> <strong>com</strong>preensão <strong>de</strong> funcionamento, o primeiro circuito lógico<br />

discreto a ser apresentado é o inversor lógico. A Tabela 5.2 apresenta a relação entre os sinais <strong>de</strong> entrada<br />

e saída no inversor lógico no circuito eletrônico da Figura 5.2.<br />

Nível <strong>de</strong> Tensão - A Nível Lógico -A Nível <strong>de</strong> Tensão - S Nível Lógico - S<br />

VCC 1 0 0<br />

0 0 VCC 1<br />

Tabela 5.3: Relação os sinais <strong>de</strong> entrada (A) e saída (S) em um inversor lógico.<br />

A<br />

R23<br />

10k<br />

Professores: Avelino Francisco Zorzo & Luís Fernando Alves Pereira 3<br />

2<br />

Vcc<br />

1<br />

3<br />

0<br />

R22<br />

1k<br />

BC549C<br />

Figura 5.2: Circuito eletrônico do inversor lógico <strong>com</strong> transistor npn.<br />

i. Explicar, empregando as relações apresentadas na Tabela 5.3, o funcionamento elétrico<br />

do inversor lógico apresentado na Figura 5.2;<br />

ii. Supondo que o transistor acima apresenta um ganho <strong>de</strong> corrente β (equação 5.2), igual a<br />

200. Dado que a tensão VCEsat (Tensão Coletor Emissor <strong>de</strong> Saturação), é igual a 0,2 volts,<br />

que VCC = 5.0 volts e R22 = 4700 Ω, <strong>de</strong>termine qual é o menor valor para a resistência<br />

R23 que <strong>de</strong>ve ser utilizado para possibilitar a saturação do transistor;<br />

iii. Refaça este circuito eletrônico, utilizando um transistor pnp, explicando seu<br />

funcionamento.<br />

Operação <strong>Lógica</strong> NAND<br />

A operação lógica “NAND” será exemplificada na Tabela 5.4, consi<strong>de</strong>rando duas entradas “A” e<br />

“B” e a saída “S”. Esta tabela estabelece a relação entre os sinais <strong>de</strong> entrada e saída do circuito “NAND”<br />

lógico apresentado no circuito eletrônico da Figura 5.3. Esta porta terá em sua saída o valor lógico 0<br />

(zero) somente quando em suas entradas estiver presente o valor lógico 1 (um).<br />

S


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Tarefa:<br />

A<br />

B<br />

R2 10k<br />

R3 10k<br />

2<br />

BC549C<br />

Professores: Avelino Francisco Zorzo & Luís Fernando Alves Pereira 5<br />

1<br />

3<br />

Vcc<br />

R1<br />

1k<br />

0<br />

1<br />

3<br />

BC549C<br />

2<br />

Figura 5.4: Circuito eletrônico que implementa a operação lógica “NOR”.<br />

vii. Explicar, empregando as relações apresentadas na Tabela 5.5, o funcionamento elétrico<br />

do circuito apresentado na Figura 5.4;<br />

viii. Transforme, utilizando o inversor lógico da Figura 5.2, o circuito apresentado na Figura<br />

5.4 em um circuito que implemente a operação lógica OR;<br />

ix. Refaça o circuito eletrônico da Figura 5.4, utilizando transistores pnp e explique seu<br />

funcionamento.<br />

Montar em laboratório, cada um dos circuitos lógicos apresentados nas Figuras 5.2, 5.3 e 5.4,<br />

avaliando o funcionamento <strong>de</strong> cada um <strong>de</strong>les e <strong>com</strong>provando os resultados apresentados nas tabelas.<br />

BIBLIOGRAFIA<br />

[1] Millman, J. e Halkias, C.C., Eletrônica, Dispositivos e Circuitos, Vol. 1, MAKRON Books do Brasil<br />

Editora Ltda.<br />

http://www.geocities.<strong>com</strong>/SiliconValley/Haven/8692/<strong>com</strong>put.htm<br />

S

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