concreto armado ii flexão simples - Faculdade de Engenharia - pucrs
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P U C R S PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL FACULDADE DE ENGENHARIA CURSO DE ENGENHARIA CIVIL CONCRETO ARMADO II FLEXÃO SIMPLES Prof. Almir Schäffer PORTO ALEGRE MARÇO DE 2006
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- Page 16 and 17: ANEXO A Tabela 1 Valores de ε yd e
P U C R S<br />
PONTIFÍCIA UNIVERSIDADE CATÓLICA DO RIO GRANDE DO SUL<br />
FACULDADE DE ENGENHARIA<br />
CURSO DE ENGENHARIA CIVIL<br />
CONCRETO ARMADO II<br />
FLEXÃO SIMPLES<br />
Prof. Almir Schäffer<br />
PORTO ALEGRE<br />
MARÇO DE 2006
1- Generalida<strong>de</strong>s<br />
FLEXÃO SIMPLES<br />
Na seção transversal <strong>de</strong> uma peça existe uma solicitação <strong>de</strong> <strong>flexão</strong> pura<br />
quando na mesma atua apenas um momento fletor (M). Neste caso as tensões<br />
normais <strong>de</strong> tração e <strong>de</strong> compressão produzidas pelo momento se reduzem a um par<br />
<strong>de</strong> forças (Rs e Rc), que é equivalente a um momento (Fig. 1).<br />
Quando junto com o momento fletor atua uma força cortante (V), a<br />
solicitação passa a ser chamada <strong>de</strong> <strong>flexão</strong> <strong>simples</strong>.<br />
Na solicitação <strong>de</strong> <strong>flexão</strong> <strong>simples</strong> as tensões tangenciais produzidas pela<br />
força cortante não influem nas tensões normais produzidas pelo momento fletor.<br />
Assim, o que for estabelecido para a tensões normais na <strong>flexão</strong> pura vale também<br />
na <strong>flexão</strong> <strong>simples</strong>.<br />
A solicitação <strong>de</strong> <strong>flexão</strong> po<strong>de</strong> ser classificada <strong>de</strong> acordo com a direção do<br />
traço do plano <strong>de</strong> solicitação sobre a seção transversal da peça, em:<br />
a) reta (ou normal), quando o traço coinci<strong>de</strong> com um dos dois eixos principais <strong>de</strong><br />
inércia da seção; e<br />
b) <strong>de</strong>sviada (ou oblíqua), quando o traço não coinci<strong>de</strong> com nenhum dos dois eixos.<br />
2- Hipóteses básicas<br />
No cálculo <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> <strong>armado</strong>, no estado limite último (ELU),<br />
solicitadas por <strong>flexão</strong>, são feitas as seguintes hipóteses básicas (NBR 6118, item<br />
17.2.2):<br />
a) as seções transversais permanecem planas após a <strong>de</strong>formação da peça;<br />
b) as <strong>de</strong>formações das barras <strong>de</strong> aço (alongamentos e encurtamentos) são iguais<br />
às do <strong>concreto</strong> no entorno das mesmas;<br />
c) ... (referente à <strong>concreto</strong> protendido);<br />
1
d) as tensões <strong>de</strong> tração no <strong>concreto</strong> são <strong>de</strong>sprezadas;<br />
e) as tensões <strong>de</strong> compressão no <strong>concreto</strong> se distribuem na seção <strong>de</strong> acordo com o<br />
diagrama parábola-retângulo (<strong>de</strong> cálculo) do <strong>concreto</strong> (NBR 6118, item 8.2.10),<br />
ou, como simplificação, <strong>de</strong> acordo com um diagrama retangular <strong>de</strong> altura<br />
y = 0, 8.<br />
x (on<strong>de</strong> x é a distância da linha neutra até a borda mais comprimida da<br />
seção) e tensão σ c cd<br />
= 0, 80.<br />
f ou σc = 0, 85.<br />
fcd<br />
(conforme a largura da seção<br />
diminua ou não, da linha neutra para a borda mais comprimida);<br />
f) as tensões no aço se distribuem na seção <strong>de</strong> acordo com o diagrama tensão-<br />
<strong>de</strong>formação (<strong>de</strong> cálculo) do aço (NBR 6118, item 8.3.6); e<br />
g) o estado limite último (<strong>de</strong> esgotamento da capacida<strong>de</strong> resistente da seção) é<br />
atingido quando o encurtamento do <strong>concreto</strong> atinge o encurtamento <strong>de</strong> ruptura<br />
do <strong>concreto</strong>, εR = 3, 5 ‰, ou quando o alongamento do aço atinge o alongamento<br />
plástico limite do aço, ε L = 10 ‰.<br />
3- Distribuição das tensões na seção<br />
Seja uma fatia <strong>de</strong> viga, compreendida entre duas seções transversais S1 e<br />
S2, solicitada apenas por um esforço <strong>de</strong> <strong>flexão</strong> (Fig. 1).<br />
M<br />
c<br />
S1 S'2<br />
R<br />
S2<br />
1<br />
LN<br />
yd<br />
M<br />
FIGURA 1<br />
s<br />
L<br />
d<br />
x<br />
y<br />
c<br />
s<br />
z<br />
Rc<br />
Rs<br />
2
Devido ao esforço <strong>de</strong> <strong>flexão</strong> as seções S1 e S2 giram, uma em relação à<br />
outra. Imaginando fixa a seção S1, então a seção S2 gira, em torno da linha neutra,<br />
para a nova posição S'2.<br />
A região da seção acima da linha neutra será comprimida. Se o<br />
encurtamento ε c da fibra mais comprimida <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> atingir o valor do<br />
encurtamento <strong>de</strong> ruptura do <strong>concreto</strong> ε R (Fig. 1), o que ocorre sempre por ocasião<br />
da ruptura da viga, então po<strong>de</strong>-se admitir que as tensões <strong>de</strong> compressão no<br />
<strong>concreto</strong> se distribuam na seção segundo o diagrama retangular <strong>de</strong> tensões<br />
sugerido na norma (NBR 6118, item 17.2.2, e).<br />
A região da seção abaixo da linha neutra será tracionada. O <strong>concreto</strong><br />
tracionado fissura, não sendo permitido contar com qualquer resistência à tração<br />
<strong>de</strong>ste material. Para resistir aos esforços <strong>de</strong> tração que se <strong>de</strong>senvolvem abaixo da<br />
linha neutra é usada então uma armadura <strong>de</strong> aço. Se o alongamento ε s do aço for<br />
superior à ε yd (Fig. 1), então a tensão no aço atinge o valor f yd.<br />
4- Momento resistente <strong>de</strong> cálculo em função da resistência do <strong>concreto</strong><br />
As tensões normais que atuam na seção <strong>de</strong> uma viga solicitada por <strong>flexão</strong><br />
se reduzem a um par <strong>de</strong> forças (Rs e Rc). O momento <strong>de</strong>sse par in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong> do<br />
ponto em relação ao qual se calcula o momento.<br />
O momento resistente <strong>de</strong> uma viga <strong>de</strong> seção retangular, em função da<br />
resistência do <strong>concreto</strong>, po<strong>de</strong> ser obtido calculando-se o momento do par <strong>de</strong> forças<br />
em relação ao ponto <strong>de</strong> aplicação da força Rs, como segue:<br />
Distância x, da linha neutra até a borda mais comprimida da seção (arbitrada<br />
como uma fração k x da altura útil da seção):<br />
x = k x.<br />
d<br />
(1)<br />
Altura y da zona comprimida <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> (NBR 6118, item 17.2.2):<br />
y = 0, 8.<br />
x<br />
(2)<br />
3
h<br />
resulta:<br />
resulta:<br />
d<br />
As<br />
bw<br />
c<br />
S'2<br />
R<br />
S2<br />
LN<br />
x<br />
yd L<br />
s<br />
FIGURA 2<br />
Substituindo x da equação (1) na (2), e fazendo<br />
y<br />
c<br />
s<br />
z<br />
Rc<br />
Rs<br />
k = 0, 8.<br />
k<br />
(3)<br />
y x<br />
Braço <strong>de</strong> alavanca z, das forças internas (Fig. 2):<br />
y = k y.<br />
d<br />
(4)<br />
z d y<br />
= − 2 (5)<br />
Substituindo y dado pela equação (4) na (5) e fazendo<br />
k<br />
z<br />
= 1−<br />
k<br />
y<br />
2<br />
M<br />
(6)<br />
z = k z.<br />
d<br />
(7)<br />
Área da zona comprimida da seção <strong>de</strong> <strong>concreto</strong> (Fig. 2):<br />
Substituindo y da equação (4) na (8), resulta:<br />
Ac = bw. y<br />
(8)<br />
Ac = k y. bw . d<br />
(9)<br />
Tensão <strong>de</strong> compressão no <strong>concreto</strong> (NBR 6118, item 17.2.2):<br />
σc = 0 85 fcd<br />
, . (10)<br />
Resultante das tensões <strong>de</strong> compressão no <strong>concreto</strong> (Fig. 2):<br />
Rc = Ac.σ<br />
c<br />
(11)<br />
4
(Fig. 2):<br />
resulta:<br />
Substituindo A c e σ c dados pelas equações (9) e (10) na (11), resulta:<br />
R = 0, 85.<br />
k . b . d. f<br />
(12)<br />
c y w cd<br />
Momento do par <strong>de</strong> forças, em relação ao ponto <strong>de</strong> aplicação da força Rs<br />
= R . z<br />
(13)<br />
Mc c<br />
Substituindo R c e z dados pelas equações (12) e (7) na (13) e fazendo<br />
k = 0, 85.<br />
k . k<br />
(14)<br />
c<br />
m y z<br />
m<br />
w<br />
2<br />
M = k . b . d . f<br />
(15)<br />
Esta equação fornece o momento resistente <strong>de</strong> cálculo da seção da viga, em<br />
função da resistência do <strong>concreto</strong>.<br />
5- Momento resistente <strong>de</strong> cálculo em função da resistência do aço<br />
O momento resistente da seção, em função da resistência do aço, po<strong>de</strong> ser<br />
obtido calculando-se o momento do par <strong>de</strong> forças em relação ao ponto <strong>de</strong> aplicação<br />
da força Rc, como segue:<br />
(Fig. 2):<br />
Tensão <strong>de</strong> tração no aço (NBR 6118, item 17.2.2):<br />
Resultante das tensões <strong>de</strong> tração no aço (Fig. 2):<br />
cd<br />
σs = fyd<br />
(16)<br />
Rs = As.σ<br />
s<br />
(17)<br />
Substituindo σ s dado pela equação (16) na (17), resulta:<br />
Rs = As. fyd<br />
(18)<br />
Momento do par <strong>de</strong> forças em relação ao ponto <strong>de</strong> aplicação da força Rs<br />
Ms s<br />
= R . z<br />
(19)<br />
Substituindo R s dado pela equação (18) na (19), resulta:<br />
M yd<br />
s = A s.<br />
f . z<br />
(20)<br />
Esta equação fornece o momento resistente <strong>de</strong> cálculo da seção, em função<br />
da resistência do aço.<br />
5
6- Alongamento do aço<br />
obtém-se:<br />
Da semelhança dos triângulos do diagrama <strong>de</strong> <strong>de</strong>formações unitárias (Fig. 2)<br />
εR εs<br />
=<br />
x ( d − x)<br />
(21)<br />
Substituindo x dado pela equação (1) na (21) e isolando ε s , resulta<br />
on<strong>de</strong> o encurtamento <strong>de</strong> ruptura do <strong>concreto</strong>, ε R , vale:<br />
k x<br />
εs = εR<br />
k<br />
− 1<br />
. (22)<br />
x<br />
εR = 3, 5 ‰ (23)<br />
Para que o aço entre em escoamento (vigas subarmadas), é necessário que<br />
εs ≥ ε yd<br />
(24)<br />
on<strong>de</strong> o alongamento ε yd do aço, para a tensão <strong>de</strong> cálculo, vale<br />
sendo<br />
ε yd<br />
fyd<br />
= (25)<br />
E<br />
s<br />
E MPa<br />
s = 210 000 (26)<br />
Substituindo ε s dado pela equação (22) na (24) e isolando k x , resulta:<br />
Logo:<br />
k x<br />
k x,<br />
max<br />
εR<br />
≤<br />
ε + ε<br />
R yd<br />
R<br />
yd<br />
(27)<br />
εR<br />
= (28)<br />
ε + ε<br />
Com as equações (25) e (28) foram calculados os valores <strong>de</strong> ε yd e k x,<br />
max<br />
da tabela 1 do anexo A.<br />
Para que o alongamento do aço não ultrapasse o alongamento plástico limite<br />
do aço, ε L , é necessário que<br />
on<strong>de</strong><br />
ε (29)<br />
s ≤ εL<br />
ε L = 10 ‰ (30)<br />
6
Substituindo ε s dado pela equação (22) na (29) e isolando k x , resulta:<br />
Logo:<br />
k x<br />
k x,<br />
min<br />
εR<br />
≥ (31)<br />
ε + ε<br />
R<br />
R<br />
L<br />
εR<br />
= (32)<br />
ε + ε<br />
Substituindo εR e ε L dados pelas equações (23) e (30) na (32) resulta:<br />
k , min<br />
7- Tabela adimensional para a <strong>flexão</strong><br />
L<br />
x = 0,<br />
259<br />
(33)<br />
Usando k x como variável in<strong>de</strong>pen<strong>de</strong>nte e as equações (3), (6) e (14) para<br />
calcular k y , k z e k m , foi construída a tabela 2 do anexo A. Esta tabela é útil no<br />
cálculo <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong> seção retangular solicitadas por <strong>flexão</strong>.<br />
A tabela 2 po<strong>de</strong> ser usada com qualquer <strong>concreto</strong>, qualquer aço e qualquer<br />
sistema <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s.<br />
8- Cálculo da armadura com o uso <strong>de</strong> uma tabela<br />
Para calcular a armadura <strong>de</strong> <strong>flexão</strong> <strong>de</strong> uma viga <strong>de</strong> seção retangular, com o<br />
auxílio da tabela 2, proce<strong>de</strong>-se como segue:<br />
a) Calcular km (fazer c d M M = na equação (15) e isolar km ).<br />
b) Entrar com k m na tabela 2 e obter k z .<br />
c) Calcular z (usar a equação (7)).<br />
k<br />
m<br />
Md<br />
=<br />
b . d . f<br />
w cd<br />
2 (34)<br />
z = k z.<br />
d<br />
d) Calcular As (fazer s d M M = na equação (20) e isolar As ).<br />
A<br />
s<br />
M<br />
=<br />
z. f<br />
d<br />
yd<br />
(35)<br />
7
9- Cálculo da armadura com o uso <strong>de</strong> um programa <strong>de</strong> computador<br />
Com as equações anteriores po<strong>de</strong>-se facilmente <strong>de</strong>senvolver um programa<br />
<strong>de</strong> computador para o cálculo <strong>de</strong> vigas <strong>de</strong> seção retangular solicitadas por <strong>flexão</strong>.<br />
10- Taxas <strong>de</strong> armadura<br />
A taxa geométrica <strong>de</strong> armadura ( ρ ) é a relação entre a área da seção da<br />
armadura e a área da seção do <strong>concreto</strong> que a envolve.<br />
ρ = A<br />
A<br />
s<br />
c<br />
(36)<br />
A taxa mecânica <strong>de</strong> armadura ( ω) é a relação entre a resistência <strong>de</strong> cálculo<br />
da armadura e a resistência <strong>de</strong> cálculo do <strong>concreto</strong> que a envolve.<br />
se<br />
N A . f sd<br />
ω = =<br />
N A . f<br />
cd<br />
s yd<br />
c cd<br />
(37)<br />
Dividindo membro a membro a equação (36) pela (37) e isolando ρ , obtém-<br />
ρ = ω.<br />
f<br />
f<br />
que é a relação existente entre as duas taxas <strong>de</strong> armadura.<br />
11- Armadura <strong>de</strong> tração mínima<br />
cd<br />
yd<br />
(38)<br />
A taxa geométrica da armadura <strong>de</strong> tração <strong>de</strong> uma viga não po<strong>de</strong> ser menor<br />
que a mínima dada pela expressão (NBR 6118, item 17.3.5.2.1):<br />
fcd<br />
ρ min = Maior(<br />
0,<br />
0015;<br />
ωmin.<br />
)<br />
(39)<br />
f<br />
Para vigas <strong>de</strong> seção retangular (NBR 6118, tabela 17.3),<br />
yd<br />
ω 0,<br />
035<br />
(40)<br />
min =<br />
A área mínima <strong>de</strong> seção <strong>de</strong> armadura é dada por:<br />
A = ρ . A<br />
(41)<br />
s,<br />
min<br />
min<br />
c<br />
8
11- Força na armadura <strong>de</strong> tração<br />
Fazendo s d M<br />
M = e R R<br />
s = sd na equação (19) e isolando Rsd , resulta<br />
R<br />
sd<br />
Md<br />
= (42)<br />
z<br />
equação que fornece a força <strong>de</strong> tração <strong>de</strong> cálculo na armadura da viga.<br />
Como o braço <strong>de</strong> alavanca z varia pouco com o momento <strong>de</strong> cálculo M d<br />
(ver k z na tabela 2), po<strong>de</strong>-se admitir z = cons tan te e, neste caso, <strong>de</strong> acordo com a<br />
equação (42), a força na armadura <strong>de</strong> tração, R sd , em cada seção, resulta<br />
diretamente proporcional ao momento M d que atua nessa seção. Assim, admitindo<br />
z = cons tan te , o diagrama das forças Rsd resulta afim ao diagrama dos momentos<br />
M d . O método <strong>de</strong> cobertura do diagrama <strong>de</strong> momentos usado no exemplo seguinte<br />
é baseado nesta afinida<strong>de</strong>.<br />
12- Exemplo <strong>de</strong> cálculo<br />
Calcular e <strong>de</strong>talhar a armadura <strong>de</strong> <strong>flexão</strong> da viga da figura.<br />
Esquema Seção<br />
P = 115 kN<br />
A C<br />
B<br />
3,00 2,00<br />
5,00 m<br />
FIGURA 3<br />
0,20<br />
0,50<br />
9
Dados:<br />
Concreto C30: fck = 30 MPa<br />
Aço CA-50: fyk = 500 MPa<br />
Comprimento <strong>de</strong> ancoragem básico: b = 33, 4.φ<br />
Translação: a = d<br />
Cobrimento: c = 30 mm<br />
f<br />
f<br />
cd<br />
yd<br />
Solução:<br />
Resistências <strong>de</strong> cálculo:<br />
fck<br />
30<br />
= = = 214 , MPa<br />
γ 14 ,<br />
c<br />
fyk<br />
500<br />
= = = 435 MPa<br />
γ 115 ,<br />
s<br />
VA = 46, 0 kN<br />
VB = 69, 0 kN<br />
Reações <strong>de</strong> apoio:<br />
Diagramas V e M:<br />
V<br />
M<br />
A C<br />
B<br />
FIGURA 4<br />
10
Momento máximo na viga:<br />
M = 46, 0. 3, 00 = 69, 0. 2, 00 = 138, 0 kN. m<br />
Momento <strong>de</strong> cálculo:<br />
M = γ .M = 14138 , . , 0 = 193, 2 kN. m<br />
d f<br />
Altura útil da seção:<br />
φ<br />
a = c + φt<br />
+ = 30 + 10 + = mm = m<br />
2<br />
20<br />
50 0, 05<br />
2<br />
d = h − a = 0, 50 − 0, 05 = 0, 45 m<br />
k<br />
Coeficiente km:<br />
M<br />
193,<br />
2<br />
=<br />
= 0,<br />
223<br />
2<br />
0,<br />
20.<br />
0,<br />
45 .( 21,<br />
4E3)<br />
d<br />
m = → Tabela 2 → k<br />
2<br />
z = 0, 840<br />
bw<br />
. d . fcd<br />
Braço <strong>de</strong> alavanca z:<br />
z = k . d = 0, 840. 0, 45 = 0, 378 m<br />
z<br />
Armadura necessária (na seção mais solicitada):<br />
Md<br />
193,<br />
2<br />
A s = =<br />
=<br />
z.<br />
f 0,<br />
378.(<br />
435E3)<br />
ρ<br />
min<br />
yd<br />
0,<br />
001180<br />
Verificação da armadura <strong>de</strong> tração mínima:<br />
Taxa mínima <strong>de</strong> armadura:<br />
= Maior(<br />
0,<br />
0015;<br />
ω<br />
ρ min = 0,<br />
00173<br />
s,<br />
min<br />
min<br />
f<br />
.<br />
f<br />
Armadura mínima:<br />
A = ρ . A = 0,<br />
00173.<br />
0,<br />
20.<br />
0,<br />
50 =<br />
min<br />
c<br />
cd<br />
yd<br />
Conclusão. Como s,<br />
min<br />
m<br />
2<br />
21,<br />
4<br />
) = Maior(<br />
0,<br />
0015;<br />
0,<br />
035.<br />
) = Maior(<br />
0,<br />
0015;<br />
0,<br />
00173)<br />
435<br />
0,<br />
000173<br />
m<br />
s A A > , usa-se s<br />
2<br />
A . Portanto:<br />
11
s<br />
2<br />
A = 0,<br />
001180 m = 11,<br />
80 cm → 4 φ 20 mm<br />
Detalhamento da armadura:<br />
2<br />
A armadura calculada <strong>de</strong>ve ser colocada, evi<strong>de</strong>ntemente, no lado tracionado<br />
da viga. Portanto, neste problema, no lado <strong>de</strong> baixo da viga.<br />
Esta armadura ( A s <strong>de</strong> 4 φ 20 mm) é necessária apenas na seção mais<br />
solicitada da viga (on<strong>de</strong> o momento fletor é máximo). Nas outras seções, on<strong>de</strong> o<br />
momento fletor é menor, esta armadura po<strong>de</strong> ser diminuída, <strong>de</strong> modo a reduzir o<br />
consumo <strong>de</strong> aço na construção da viga.<br />
Os comprimentos mínimos das barras da armadura <strong>de</strong>vem ser <strong>de</strong>terminados<br />
<strong>de</strong> tal modo que o diagrama <strong>de</strong> momentos fletores (afim ao diagrama <strong>de</strong> forças na<br />
armadura) seja coberto, isto é, em cada seção da viga <strong>de</strong>ve existir armadura<br />
suficiente para resistir o momento que nela atua. Para cobrir o diagrama <strong>de</strong><br />
momentos fletores proce<strong>de</strong>-se em etapas, como segue (Fig. 5):<br />
a) Numa primeira etapa, todos os pontos do diagrama <strong>de</strong> momentos fletores (A D B)<br />
são <strong>de</strong>slocados, paralelamente ao eixo da viga, para o lado <strong>de</strong>sfavorável, <strong>de</strong> uma<br />
distância igual à translação ( a ), obtendo-se um novo diagrama(A1 D1 D2 B2). É<br />
este novo diagrama o diagrama que <strong>de</strong>ve ser coberto pela armadura.<br />
b) Numa segunda etapa, o diagrama <strong>de</strong> momentos fletores é dividido em faixas <strong>de</strong><br />
igual altura ∆M. Tantas faixas quanto o número <strong>de</strong> barras escolhido para a<br />
armadura. Cada uma <strong>de</strong>stas faixas <strong>de</strong>ve ser coberta por uma das barras da<br />
armadura.<br />
c) Numa terceira etapa, marca-se, em cada faixa, para ambos os lados (ver faixa 2<br />
na figura seguinte):<br />
1) a partir dos pontos em que os momentos na faixa começam a diminuir<br />
(E1 e E2), o comprimento <strong>de</strong> ancoragem da barra ( b ), <strong>de</strong>terminando os<br />
pontos G1 e G2; e<br />
12
2) a partir dos pontos em que os momentos na faixa se anulam (F1 e F2), o<br />
comprimento <strong>de</strong> 10.φ , <strong>de</strong>terminando os pontos H1 e H2.<br />
A barra que <strong>de</strong>ve cobrir esta faixa <strong>de</strong>ve se esten<strong>de</strong>r entre os pontos<br />
G e H mais afastados do centro <strong>de</strong>sta faixa.<br />
M<br />
A1<br />
A<br />
H1<br />
G1<br />
F1<br />
10.φ<br />
E1<br />
F2<br />
10.φ<br />
E2<br />
H2<br />
G2<br />
b b<br />
D1<br />
C<br />
D<br />
a a<br />
D2<br />
Barra da posição 2<br />
FIGURA 5<br />
B B2<br />
Faixa 4<br />
Faixa 3<br />
Faixa 2<br />
Faixa 1<br />
Os comprimentos das barras das posições 1 e 2 foram <strong>de</strong>terminados com o<br />
procedimento anterior (Fig. 6).<br />
Foram usados:<br />
Translação:<br />
a = d = 0, 45 m<br />
b<br />
Comprimento <strong>de</strong> ancoragem das barras:<br />
= 33, 4. φ = 33, 4. 0, 02 = 0, 67 m<br />
Prolongamento das barras:<br />
10. φ = 10. 0, 02 = 0, 20 m<br />
As duas barras da posição 3, necessárias para ancorar forças que se<br />
<strong>de</strong>senvolvem junto aos apoios (o que será visto posteriormente), <strong>de</strong>vem ser<br />
13
estendidas até os apoios. Estas barras também são necessárias para ancorar os<br />
cantos dos estribos. Ainda com a finalida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ancorar os cantos dos estribos são<br />
usadas mais duas barras, com diâmetro no mínimo igual ao diâmetro dos estribos,<br />
na posição 4.<br />
M<br />
Pos 1 - 1 20 mm<br />
Pos 2 - 1 20 mm<br />
Pos 3 - 2 20 mm<br />
FIGURA 6<br />
4 4<br />
1<br />
3 2 3<br />
10<br />
Translação a<br />
Compr. ancoragem<br />
14<br />
b
ANEXO A<br />
Tabela 1<br />
Valores <strong>de</strong> ε yd e k x,<br />
max<br />
Aço ε yd (‰)<br />
( γ s = 115 , )<br />
k x,<br />
max<br />
CA-25 1,035 0,772<br />
CA-50 2,070 0,628<br />
CA-60 2,484 0,585<br />
15
h<br />
d<br />
Tabela 2<br />
Flexão <strong>simples</strong> reta - Seção retangular<br />
As<br />
bw<br />
kx ky kz km<br />
(Tabela adimensional)<br />
ε<br />
ε<br />
c<br />
R<br />
S'2 S2<br />
LN<br />
0.26 0.208 0.896 0.158<br />
0.28 0.224 0.888 0.169<br />
0.30 0.240 0.880 0.180<br />
0.32 0.256 0.872 0.190<br />
0.34 0.272 0.864 0.200<br />
0.36 0.288 0.856 0.210<br />
0.38 0.304 0.848 0.219<br />
0.40 0.320 0.840 0.228<br />
0.42 0.336 0.832 0.238<br />
0.44 0.352 0.824 0.247<br />
0.46 0.368 0.816 0.255<br />
0.48 0.384 0.808 0.264<br />
0.50 0.400 0.800 0.272<br />
0.52 0.416 0.792 0.280<br />
0.54 0.432 0.784 0.288<br />
0.56 0.448 0.776 0.296<br />
0.58 0.464 0.768 0.303<br />
Maximo para o aco CA-60<br />
0.60 0.480 0.760 0.310<br />
0.62 0.496 0.752 0.317<br />
Maximo para o aco CA-50<br />
0.64 0.512 0.744 0.324<br />
0.66 0.528 0.736 0.330<br />
0.68 0.544 0.728 0.337<br />
0.70 0.560 0.720 0.343<br />
0.72 0.576 0.712 0.349<br />
0.74 0.592 0.704 0.354<br />
0.76 0.608 0.696 0.360<br />
Maximo para o aco CA-25<br />
0.78 0.624 0.688 0.365<br />
ε<br />
x<br />
ε<br />
ε s<br />
yd L<br />
y<br />
0,85.fcd<br />
k<br />
fyd<br />
m<br />
z<br />
x = k x.<br />
d<br />
y = k y.<br />
d<br />
z = k z.<br />
d<br />
Md<br />
=<br />
b . d . f<br />
2<br />
A<br />
s<br />
Rcd<br />
Rsd<br />
Md<br />
w cd<br />
M<br />
=<br />
z. f<br />
d<br />
yd<br />
16<br />
Mar/2006