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Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...

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Esses distúrbios levantam dúvida sobre a naturalida<strong>de</strong> dos campos e das<br />

áreas <strong>de</strong> abrangência dos maciços florestais na região Sul, <strong>de</strong>vido às condições<br />

pedológicas e climáticas favoráveis para o <strong>de</strong>senvolvimento <strong>florestal</strong>, supondo que<br />

as áreas florestais foram maiores no passado (GALVÃO e AUGUSTIN, 2011).<br />

Muitos autores como Quadros e Pillar (2002), Marchiori (2004) Galvão e<br />

Augustin (2011) levantam que os distúrbios sobre a vegetação foram originados,<br />

tanto pelos indígenas, os pré-colonizadores, quanto pelos europeus, sendo ambos<br />

responsáveis por extensas áreas perturbadas que possibilitaram a supressão e a<br />

alteração nos processos dinâmicos das florestas e campos.<br />

O crescimento d<strong>em</strong>ográfico humano e a necessida<strong>de</strong> <strong>de</strong> ocupação territorial<br />

com o uso e manejo indiscriminado <strong>de</strong> fogo, da caça <strong>de</strong> gran<strong>de</strong>s herbívoros e sua<br />

extinção pelos primeiros povos americanos e, posteriormente, as gran<strong>de</strong>s criações<br />

<strong>de</strong> gado extensivamente livre das vacarias das reduções jesuíticas e dos colonos,<br />

s<strong>em</strong> dúvida, possibilitaram um gran<strong>de</strong> impacto na vegetação dos campos e,<br />

consequent<strong>em</strong>ente, sobre as florestas, impedindo-as <strong>de</strong> suce<strong>de</strong>r-se rapidamente<br />

sobre os campos <strong>em</strong> maior extensão (SAINT-HILAIRE, 1974; PILLAR e<br />

QUADROS, 1997; PILLAR, 2003; BEHLING et al., 2004; PILLAR e VÉLEZ, 2010).<br />

O efeito do fogo foi, e s<strong>em</strong> dúvida, é um distúrbio <strong>de</strong> alta intensida<strong>de</strong> na<br />

influência ecológica da paisag<strong>em</strong> e sobre a estrutura das comunida<strong>de</strong>s vegetais. A<br />

forma <strong>de</strong> propagação rápida, o alto potencial <strong>de</strong>strutivo e a probabilida<strong>de</strong> <strong>de</strong><br />

abranger extensas áreas (GUREVITCH et al., 2009), possibilita a manutenção das<br />

formações campestres, ao mesmo t<strong>em</strong>po que restringe o avanço <strong>florestal</strong> (PILLAR e<br />

VÉLEZ, 2010). No Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, o fogo teve seu aumento <strong>de</strong> frequência<br />

constado do início ao final do Holoceno (10.000 a 1.000 anos), período que coinci<strong>de</strong><br />

com a chegada dos primeiros humanos no Sul do Brasil, que po<strong>de</strong> ser confirmado<br />

pela presença <strong>de</strong> paleófogos suspeitamente <strong>de</strong> orig<strong>em</strong> antrópica (BEHLING et al.,<br />

2001; QUADROS e PILLAR, 2002; BEHLING et al., 2004; BEHLING et al., 2005;<br />

BAUERMANN et al., 2008).<br />

Assim, tudo indica que a matriz que dominava a paisag<strong>em</strong> no pretérito na<br />

Depressão Central, antes da chegada dos europeus era os campos naturais com<br />

esparsos capões, árvores e arbustos isolados, além <strong>de</strong> fragmentos <strong>de</strong> florestas <strong>de</strong><br />

galeria, ao longo dos rios e córregos (SAINT-HILAIRE, 1974; RAMBO,<br />

2005; BILENCA e MINÃRRO, 2004; BEHLING et al., 2005).<br />

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