Tese em PDF - departamento de engenharia florestal - ufpr ...
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REVISÃO BIBLIOGRÁFICA<br />
A FORMAÇÃO FLORESTAL NA DEPRESSÃO CENTRAL DO RIO GRANDE DO<br />
SUL<br />
A Depressão Central do Rio Gran<strong>de</strong> do Sul é uma região fisiográfica com<br />
formações campestres e florestais, caracterizada, <strong>em</strong> parte, como uma área <strong>de</strong><br />
tensão ecológica (LEITE e KLEIN, 1990), mistura entre a floresta estacional e os<br />
campos. Tratam-se <strong>de</strong> unida<strong>de</strong>s muito distintas tanto <strong>em</strong> termos <strong>de</strong> estrutura quanto<br />
<strong>de</strong> florística, on<strong>de</strong> as in<strong>de</strong>pendências <strong>de</strong>ssas formações obrigam-nas a lutar entre si<br />
por espaço constant<strong>em</strong>ente (MARCHIORI, 2009). Contudo, o clima atual apresenta-<br />
se como tipo úmido e t<strong>em</strong>perado quente, favorável e característico para a expansão<br />
e domínio das formações florestais. Apesar disso, quase meta<strong>de</strong> da vegetação<br />
natural do estado é constituída por formações campestres, criando na paisag<strong>em</strong><br />
contrastes entre áreas <strong>de</strong> florestas e campos, dispondo-as lado a lado,<br />
supostamente sobre solos que apresentam as mesmas características físicas,<br />
químicas e geomorfológicas, <strong>de</strong> mesma profundida<strong>de</strong> e com as mesmas<br />
disponibilida<strong>de</strong>s climáticas, conforme <strong>de</strong>scrito por muitos estudiosos da vegetação<br />
natural do estado (LINDMAN, 1974; RAMBO, 2005; KLEIN, 1975;<br />
LEITE e KLEIN, 1990; MARCHIORI, 2002 e 2004; BOTH, 2009).<br />
Os campos sulinos estão na região há milhares <strong>de</strong> anos, muito antes da<br />
expansão das florestas, que somente após a meta<strong>de</strong> do Holoceno, nos últimos 4 mil<br />
anos, v<strong>em</strong> se estruturando (BEHLING et al., 2009; PILLAR e VÉLEZ, 2010). Mesmo<br />
que o clima atual favoreça a expansão das florestas, muitos fatores interag<strong>em</strong> para<br />
<strong>de</strong>finir se o campo ou a floresta irão se estabelecer num <strong>de</strong>terminado sítio (PILLAR e<br />
VÉLEZ, 2010). As condições geomorfológicas e dos solos são as principais<br />
suposições correlacionadas, com poucos estudos específicos (BOTH, 2009).<br />
Assim, o fator que influenciou na existência e distribuição <strong>de</strong> campos e <strong>de</strong><br />
florestas no Rio Gran<strong>de</strong> do Sul, s<strong>em</strong> dúvida, refere-se às mudanças climáticas, on<strong>de</strong><br />
o clima pretérito foi mais seco, s<strong>em</strong>iárido, com as sucessivas modificações graduais<br />
para o clima ombrófilo cont<strong>em</strong>porâneo. Isso possibilitou a expansão <strong>florestal</strong> sobre<br />
as atuais e antigas áreas campestres. O avanço se originou por meio dos refúgios<br />
r<strong>em</strong>anescentes do longo período xerotérmico da última ida<strong>de</strong> do gelo, no<br />
Pleistoceno (Wisconsin ou Würm), com o avanço <strong>em</strong> direção ao sul do Brasil das<br />
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