APOSTILA ESCOAMENTOS VISCOSOS 2010 - pucrs
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<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
<strong>APOSTILA</strong> DE<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Prof. Jorge Villar Alé<br />
2º Semestre<br />
<strong>2010</strong><br />
1<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.1 ESCOAMENTO VISCOSO E INCOMPRESSÍVEL.............................................................................................5<br />
1.1.1 Conceito de Escoamento Plenamente Desenvolvido...................................................................................5<br />
1.2 DISTRIBUIÇÃO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO EM TUBOS..........................................................7<br />
1.3 ESCOAMENTO LAMINAR EM TUBULAÇÕES .........................................................................................9<br />
1.4 ESCOAMENTO TURBULENTO EM TUBULAÇÕES...............................................................................................12<br />
1.4.1 Tensão de cisalhamento............................................................................................................................13<br />
1.4.2 Distribuição da Velocidade no Escoamento Turbulento ..........................................................................14<br />
1.5 EQUAÇÃO DE ENERGIA COM VELOCIDADE MÉDIA .........................................................................................16<br />
1.6 PERDA DE PRESSÃO NO ESCOAMENTO EM TUBULAÇÕES................................................................................17<br />
1.7 PERDA DE CARGA PRINCIPAL .........................................................................................................................18<br />
1.7.1 Perda de Carga Principal - Escoamento Laminar ...................................................................................18<br />
1.7.2 Perda de Carga Principal - Escoamento Turbulento ...............................................................................19<br />
1.7.3 DIAGRAMA DE MOODY.........................................................................................................................20<br />
1.8 MÉTODOS PARA DETERMINAR AS PERDAS DE CARGA SECUNDÁRIAS .................................................................23<br />
1.8.1 Método do comprimento equivalente........................................................................................................23<br />
1.8.2 Método do coeficiente de perda de carga .................................................................................................24<br />
1.9 PERDA DE CARGA EM ELEMENTOS SECUNDÁRIOS..........................................................................................25<br />
1.9.1 Saídas e Entradas Abruptas.....................................................................................................................25<br />
1.9.2 Expansão e Contração Abruptas ..............................................................................................................26<br />
1.9.3 Expansão e Contração Gradual ...............................................................................................................27<br />
1.10 PROBLEMAS TÍPICOS DE <strong>ESCOAMENTOS</strong> EM TUBOS .......................................................................................28<br />
1.10.1 Determinação da Vazão.......................................................................................................................28<br />
1.10.2 Determinação do Diâmetro da Tubulação...........................................................................................28<br />
1.11 RESUMO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO NAS PAREDES ................................................................................29<br />
1.12 CONCEITO DE DIÂMETRO HIDRÁULICO .........................................................................................................30<br />
2.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS - TENSOES DE REYNOLDS ...........................................................32<br />
2.2 REPRESENTACOES SEMI-EMPIRICAS DAS TENSOES DE REYNOLDS ............................................36<br />
2.3 CONCEITO DE MISTURA DE PRANDTL.................................................................................................36<br />
3.1 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS ....................................40<br />
3.2 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS LISOS .................................42<br />
3.3 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS RUGOSOS.........................47<br />
3.4 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – LEI EXPONENCIAL ......................48<br />
4.1 ESCOAMENTO VISCOSO EXTERNO: CONCEITOS DE CAMADA LIMITE .............................................................51<br />
4.2 ESCOAMENTO EM TORNO DE CORPOS ............................................................................................................51<br />
4.2.1 Efeito do Número de Reynolds no Escoamento Externo...........................................................................51<br />
4.3 ESCOAMENTO SOBRE PLACA PLANA ..............................................................................................................52<br />
4.3.1 Forças Viscosas Predominantes – Reynolds muito baixo - Re≈0,1 ..........................................................52<br />
4.3.2 Forças Viscosas Moderadas – Reynolds baixo - Re≈10 ..........................................................................52<br />
4.3.3 Forças de Viscosas Confinadas – Reynolds Alto - Re≈10 7 ......................................................................53<br />
4.4 CARACTERÍSTICAS DA CAMADA LIMITE.........................................................................................................54<br />
4.5 ESPESSURA DA CAMADA LIMITE ....................................................................................................................55<br />
4.6 ESPESSURA DE DESLOCAMENTO.....................................................................................................................55<br />
4.7 ESPESSURA DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO...............................................................................................56<br />
4.8 COEFICIENTE DE ARRASTO EM PLACAS PLANAS ............................................................................................57<br />
4.9 COEFICIENTE DE ARRASTO E FORÇA DE ARRASTO PELA TENSÃO DE CISALHAMENTO ...................................58<br />
4.10 EQUAÇÕES DE BLASIUS – PLACA PLANA – CAMADA LIMITE LAMINAR.......................................................59<br />
ESPESSURA DA CAMADA LIMITE...................................................................................................................................59<br />
ESPESSURA DE DESLOCAMENTO DA CAMADA LIMITE....................................................................................................59<br />
4.11 COEFICIENTE DE ARRASTO LOCAL OU COEF. DE TENSÃO DE CISALHAMENTO.................................................59<br />
4.12 COEFICIENTE DE ARRASTO MÉDIO ..................................................................................................................59<br />
4.13 TRANSIÇÃO DE ESCOAMENTO LAMINAR PARA TURBULENTO.........................................................................60<br />
4.14 CAMADA LIMITE TURBULENTA EM PLACA PLANA.........................................................................................61<br />
4.14.1 Coeficiente de Arrasto Local - Coeficiente de Tensão de Cisalhamento .............................................61<br />
4.14.2 Coeficiente de Arrasto Médio ..............................................................................................................61<br />
4.15 ESPESSURA DA CAMADA LIMITE - ESCOAMENTO TURBULENTO.....................................................................63<br />
4.16 RESUMO DAS EQUAÇÕES DA CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA ..................................................................64<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
3<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4<br />
5.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS: CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA ...............................................67<br />
5.2 RESULTADOS PARA ESCOMANETO LAMINAR:..................................................................................70<br />
5.3 RESUMO DAS EQUACOES DE CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA - LAMINAR E<br />
TURBULENTO...........................................................................................................................................................77<br />
5.4 RELACOES BASICAS......................................................................................................................................78<br />
5.5 COEFICIENTE DE ARRASTO EM PLACA PLANA – REGIME LAMINAR E TURBULENTO ......................................79<br />
6.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA .........................................................81<br />
7.1 FORÇAS AERODINÂMICOS DE SUSTENTAÇÃO E ARRASTO.......................................................................................88<br />
5.5.1 Coeficiente de Arrasto ..............................................................................................................................89<br />
7.2 ESCOAMENTO SOBRE CILINDROS - EFEITO DA VISCOSIDADE...................................................................................91<br />
7.3 ESCOAMENTO NÃO VISCOSO NUM CILINDRO ...........................................................................................................92<br />
7.4 ESCOAMENTO VISCOSO NUM CILINDRO : EFEITO DO GRADIENTE ADVERSO DE PRESSÃO ......................................94<br />
7.5 SUSTENTAÇÃO AERODINÂMICA .............................................................................................................................99<br />
7.6 RELAÇÃO ENTRE COEFICIENTE DE PRESSÃO E SUSTENTAÇÃO ..............................................................................101<br />
7,7 CURVA DE SUSTENTAÇÃO VERSUS ÂNGULO DE ATAQUE......................................................................................102<br />
5.5.2 Influência da Velocidade Induzida na Força de Arrasto........................................................................105<br />
5.5.3 Velocidade mínima de vôo .....................................................................................................................107<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.1 ESCOAMENTO VISCOSO E INCOMPRESSÍVEL<br />
1.1.1 Conceito de Escoamento Plenamente Desenvolvido<br />
Consideramos no estudo o escoamento viscoso interno num tubo com fluido incompressível (Fig.1). Se o tubo<br />
estivesse imerso num reservatório (ou na saída de um reservatório) a velocidade U0 na entrada poderia ser considerada<br />
como uniforme. A medida que o fluido entra no tubo os efeitos viscosos provocam aderência do fluido às paredes do<br />
tubo. Esta é conhecida como condição de não deslizamento. Assim, o fluido em contato com as paredes sempre terá<br />
velocidade nula ao longo de todo o comprimento da tubulação.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 1 Região de entrada em um tubo<br />
A medida que o fluido escoa para dentro do tubo (na direção x) se desenvolve uma camada limite, devido ao<br />
efeito das forças de cisalhamento das paredes, que retardam o escoamento. A medida que avança para o interior do<br />
tubo tal efeito aumenta. Os efeitos viscosos são importantes dentro da camada limite. Na região do núcleo não atingida<br />
pela camada limite os efeitos viscosos são desprezíveis.<br />
Considerando que o escoamento é incompressível a velocidade na linha central do tubo aumenta com a<br />
distância a partir da entrada satisfazendo a equação da continuidade. O perfil de velocidades u(r,x) muda conforme<br />
aumenta a camada limite. Contudo como a seção do tubo é constante a velocidade média deve ser a mesma em<br />
qualquer seção:<br />
1 r r<br />
u = ∫ udA<br />
A<br />
total<br />
Como na região de entrada a velocidade é uniforme também é verdadeiro que u=U0: Numa determinada<br />
posição x a camada limite atinge a linha central da tubulação e o perfil de velocidade não muda com a posição x que<br />
encontramos no tubo.<br />
5<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Comprimento de entrada L<br />
Distância da entrada até o local onde a camada limite atinge a linha central (de simetria) do tubo (x=L). A partir deste<br />
ponto o perfil de velocidade é plenamente desenvolvido significando que seu formato não varia mais na direção de x.<br />
• Para x > L o perfil de velocidade não varia mais com x, nesse caso denomina-se perfil de velocidades plenamente<br />
desenvolvido.<br />
Posição no tubo Perfil de velocidades<br />
Na entrada do tubo x=0. u=Uo = constante<br />
Na região de desenvolvimento x ≤ L u=u(r,x)<br />
Na região plenamente desenvolvida x > L u=u (r)<br />
• O formato do perfil plenamente desenvolvido depende se o regime de escoamento é laminar ou turbulento.<br />
Para Escoamento Laminar o comprimento de entrada é função do número de Reynolds:<br />
L ρVD ≈ 0 , 06 = 0,<br />
06 Re<br />
D μ<br />
Onde ρ é a massa especifica do fluido (kg/m 3 ), V é a velocidade média do escoamento (m/s), D é o diâmetro interno da<br />
tubulação (m) e μ é a viscosidade dinâmica do fluido (Pa.s).<br />
Considerando que o escoamento é laminar até<br />
Re < 2300<br />
podemos estimar o comprimento de entrada neste caso.<br />
L ≈ 0,<br />
06Re<br />
D<br />
L ≈ 0,<br />
06x2300D<br />
L ≈ 140D<br />
6<br />
O escoamento laminar plenamente desenvolvido ocorrerá para L > 100 D<br />
Para escoamento turbulento a mistura entre camadas de fluido aumenta rapidamente a camada limite (mais rápido que<br />
a laminar). A experiência mostra que a velocidade torna-se plenamente desenvolvida para<br />
L ≈ ( 25...<br />
40)<br />
D<br />
Dependendo das características do escoamento turbulento podem ser encontrados casos em que o escoamento atinge<br />
um perfil de velocidades plenamente desenvolvido para valores de L ≅80D.<br />
Para estimar-se o comprimento L num escoamento turbulento pode ser dotada a expressão:<br />
L<br />
≈ 4,<br />
4<br />
D<br />
( ) 6 / 1<br />
Re<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.2 DISTRIBUIÇÃO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO EM TUBOS<br />
No escoamento permanente plenamente desenvolvido num tubo horizontal, seja laminar ou turbulento, a<br />
queda de pressão é equilibrada pelas forças de cisalhamento nas paredes do tubo.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 2 Volume de controle para análise da tensão de cisalhamento<br />
Aplicando a equação da quantidade de movimento na direção x<br />
Hipóteses:<br />
(1) Tubo horizontal FBx=0<br />
(2) Escoamento permanente.<br />
(3) Escoamento incompressível.<br />
(4) Escoamento plenamente desenvolvido.<br />
F<br />
sx<br />
+ F<br />
bx<br />
∂<br />
=<br />
∂t<br />
∫<br />
vc<br />
uρ<br />
dV +<br />
∫<br />
sc<br />
r r<br />
uρVdA<br />
Desta forma F = 0 . Para o elemento de fluido da Fig. 8.2 o balanço de forças é dado por:<br />
sx<br />
⎛ ∂p<br />
dx ⎞ 2 ⎛ ∂p<br />
dx ⎞ 2<br />
Fsx<br />
= ⎜ p − ⎟πr<br />
− ⎜ p + ⎟πr<br />
+ τ rx 2πrdx<br />
= 0<br />
⎝ ∂x<br />
2 ⎠ ⎝ ∂x<br />
2 ⎠<br />
∂p<br />
dx 2<br />
− πr<br />
+ τ rxπrdx<br />
= 0<br />
∂x<br />
2<br />
obtendo-se finalmente:<br />
r ∂p<br />
τ rx = Válido para escoamento Laminar ou Turbulento<br />
2 ∂x<br />
desta forma a tensão de cisalhamento no fluido varia linearmente na direção transversal ao tubo, de zero na linha de<br />
centro até um máximo na parede. Denominando tensão de cisalhamento na parede como τw, e sabendo que a variação<br />
da pressão ao longo do tubo é constante<br />
R ∂p<br />
τ w = −τ<br />
rx = − r=<br />
R 2 ∂x<br />
7<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
A expressão fica negativa (-) já que se considera a tensão de cisalhamento na parede com a mesma<br />
magnitude da tensão do fluido porém agindo em sentido contrário.<br />
como<br />
8<br />
p<br />
=<br />
∂x<br />
( p − p )<br />
∂ 2 1<br />
L<br />
ΔP<br />
= − = cte<br />
L<br />
Figura 3 Perda de presão numa tubulação<br />
substituída na equação anterior obtém-se a equação que relaciona a tensão de cisalhamento na parede com a queda<br />
de pressão em tubos válida para escoamento laminar ou turbulento.<br />
R Δp<br />
D Δp<br />
τ w = ou τ w =<br />
2 L 4 L<br />
A distribuição da tensão de cisalhamento é mostrada na figura abaixo. É representada como uma função linear do tipo<br />
τ rx = cr onde a constante c=ΔP/2L.<br />
Figura 4 Perfil de velocidade e de tensão de cisalhamento em tubulações<br />
Desta forma podemos relacionar a queda de pressão com a tensão de cisalhamento na parede<br />
4L<br />
Δ p = τ w<br />
D<br />
Uma pequena tensão de cisalhamento na parede pode produzir uma grande diferença de pressão quando a tubulação<br />
for muito longa (L/D >> 1).<br />
Obs: As equações da tensão de cisalhamento obtidas aqui são válidas para escoamento laminar e turbulento já que a<br />
dedução foi realizada independente destes regimes de escoamento.<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.3 ESCOAMENTO LAMINAR EM TUBULAÇÕES<br />
Perfil de Velocidades<br />
No escoamento laminar unidimensional a tensão de cisalhamento é dada por:<br />
du<br />
τ rx = μ<br />
dr<br />
Explicitando desta equação a velocidade:<br />
1<br />
= τ dr<br />
μ<br />
du rx<br />
⎛ 1 ΔP<br />
⎞<br />
substituindo o termo da tensão de cisalhamento: τ rx = ⎜ ⎟r ⎝ 2 L ⎠<br />
1 ⎛ 1 ΔP<br />
⎞<br />
du = ⎜ ⎟rdr μ ⎝ 2 L ⎠<br />
integrando<br />
1 ⎛ 1 ΔP<br />
⎞<br />
du = ⎜ ⎟∫ rdr<br />
μ ⎝ 2 L ⎠<br />
∫<br />
2<br />
1 1 ΔP<br />
⎧r<br />
⎫<br />
u = ⎨ ⎬<br />
μ 2 L ⎩ 2 ⎭<br />
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R<br />
r<br />
R<br />
r<br />
{ } 2 2<br />
R r<br />
1 ΔP<br />
u = −<br />
4μ<br />
L<br />
ou também:<br />
2<br />
2<br />
ΔPR<br />
⎪⎧<br />
⎛ r ⎞ ⎪⎫<br />
u = ⎨1<br />
− ⎜ ⎟ ⎬<br />
4μL ⎪⎩ ⎝ R ⎠ ⎪⎭<br />
Esta equação representa o perfil de velocidades para escoamento laminar em tubos.<br />
9<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Vazão Volumétrica<br />
A vazão volumétrica ou simplesmente vazão no elemento de fluido da Fig. 8.2 é dada por:<br />
dQ = u2πrdr<br />
∫ dQ =<br />
10<br />
R<br />
∫<br />
0<br />
u2π<br />
rdr<br />
substituindo a velocidade u=u(r) pelo termo deduzido anteriormente: { } 2 2 1 ΔP<br />
u = R − r<br />
4μ<br />
L<br />
ΔP<br />
Q =<br />
4μL<br />
R<br />
2 2 { R − r } 2π<br />
∫<br />
0<br />
2 2 { R r }<br />
ΔP<br />
Q = 2π<br />
∫ −<br />
4μL<br />
R<br />
0<br />
rdr<br />
rdr<br />
4 4<br />
ΔP<br />
⎛ R R ⎞<br />
Q = 2π<br />
⎜ − ⎟<br />
4μL<br />
⎝ 2 4 ⎠<br />
4<br />
ΔP<br />
R<br />
Q = 2π<br />
4μL<br />
4<br />
πΔP<br />
Q = R<br />
8μL<br />
ou em função do diâmetro:<br />
4<br />
4<br />
πΔPD<br />
Q = (Equação de Hagen - Poussiulle)<br />
128μL<br />
Velocidade Média<br />
Q 4Q<br />
V = = 2<br />
A πD<br />
Substituindo a expressão de Hagen-Poussiulle:<br />
4<br />
4 πΔPD<br />
V = 2<br />
πD 128μL<br />
2<br />
ΔPD<br />
ΔPR<br />
V = Ou também V =<br />
32μL<br />
8μL<br />
2<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Velocidade Máxima<br />
Sabemos que o perfil de velocidades num escoamento laminar é dada por:<br />
2<br />
ΔP<br />
⎪⎧<br />
⎪⎫<br />
2 ⎛ r ⎞<br />
u = R ⎨1<br />
− ⎜ ⎟ ⎬<br />
4μL ⎪⎩ ⎝ R ⎠ ⎪⎭<br />
A velocidade máxima ocorre na linha central do tubo, isto é para r=0.<br />
u<br />
max<br />
2<br />
ΔPR<br />
=<br />
4μL<br />
Relação entre Velociade Máxima e Velocidade Média:<br />
u<br />
V<br />
max<br />
2<br />
ΔPR<br />
8μL<br />
= = 2 2<br />
ΔPR<br />
4μL<br />
umax = 2V<br />
(para escoamento Laminar)<br />
Perfil de Velocidades em Função da Velocidade Máxima<br />
2<br />
ΔP<br />
⎪⎧<br />
⎪⎫<br />
2 ⎛ r ⎞<br />
u = R ⎨1<br />
− ⎜ ⎟ ⎬<br />
4μL ⎪⎩ ⎝ R ⎠ ⎪⎭<br />
u = u<br />
2<br />
⎪⎧<br />
⎛ r ⎞ ⎪⎫<br />
⎨ − ⎜ ⎟ ⎬<br />
⎪⎩ ⎝ R ⎠ ⎪⎭<br />
max 1<br />
O perfil de velocidades num escoamento laminar é parabólico<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 5 Perfil de velocidade para escoamento laminar numa tubulação<br />
11<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.4 Escoamento Turbulento em Tubulações<br />
A natureza do escoamento nos tubos pode ser laminar ou turbulento. Tais regimes são dependentes do valor do<br />
número de Reynolds.<br />
ρVD Re =<br />
μ<br />
Onde ρ é a massa específica do fluido (kg/m 3 ), V é a velocidade média do escoamento (m/s), D é o diâmetro interno<br />
da tubulação (m) e μ é a viscosidade dinâmica do fluido (Pa.s).<br />
Fluido Laminar:<br />
O fluido escoa em camadas (lâminas) não existe mistura macroscópica das camadas adjacentes.<br />
Escoamento Turbulento:<br />
Manifestam-se pequenas flutuações da velocidade de alta freqüência superpostas ao movimento predominante.<br />
Medindo a componente da velocidade x num local fixo da tubulação podemos observar na Fig.8.6 o comportamento da<br />
velocidade para o caso laminar e turbulento. No escoamento turbulento a velocidade instantânea (u) é tão uniforme que<br />
sua velocidade é a mesma<br />
u = u<br />
Observa-se que no caso do escoamento turbulento existe uma componente aleatória de flutuação da velocidade<br />
instantânea (u´). Desta forma a velocidade instantânea é dada pela soma algébrica velocidade média mais a<br />
componente de flutuação:<br />
u = u + u´<br />
12<br />
Figura 6 Variação da velocidade num escoamento laminar e turbulento unidimensional<br />
No caso do escoamento real tridimensional a natureza do escoamento é mais complicada já que a velocidade<br />
manifesta três componentes de flutuação, sendo a velocidade instantânea dada como:<br />
u =<br />
u + u´<br />
v = v + v´<br />
w = w + w´<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.4.1 Tensão de cisalhamento<br />
No escoamento laminar unidimensional a tensão de cisalhamento é dada por:<br />
du<br />
τ yx = μ<br />
dy<br />
Conhecido o perfil de velocidades, podemos através da sua derivada (du/dy), determinar as tensões de cisalhamento no<br />
escoamento.<br />
Para escoamento turbulento não se tem uma relação direta como no caso do escoamento laminar, mesmo com<br />
velocidade média unidimensional. As flutuações aleatórias da velocidade tridimensional u´, v´, w´ transportam<br />
quantidade de movimento aumentando a tensão de cisalhamento efetiva. Desta forma não existe uma relação universal<br />
entre o campo de tensões e da velocidade no caso do escoamento turbulento.<br />
No caso do escoamento turbulento para determinar as tensões de cisalhamento utilizam-se teorias semi-empíricas e de<br />
dados experimentais. Neste caso a tensão de cisalhamento se expressa como sendo formada por uma componente<br />
laminar e outra turbulenta.<br />
= τ la min ar<br />
τ + τ<br />
onde<br />
turbulento<br />
du<br />
τ lam = μ τ turb = −ρu´v´<br />
dy<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
13<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.4.2 Distribuição da Velocidade no Escoamento Turbulento<br />
(a) Lei Exponencial Empírica<br />
Num escoamento turbulento o perfil de velocidades não pode ser deduzido da maneira como foi realizado para o<br />
escoamento laminar, devido a que não podemos utilizar a lei de Newton para relacionar a tensão de cisalhamento com<br />
o gradiente de velocidades.<br />
14<br />
Figura 7 Perfil de Velocidades num escoamento turbulento<br />
Num escoamento turbulento adotam-se perfis de velocidades obtidos de relações empíricas. Por exemplo a lei<br />
exponencial empírica considera um perfil do tipo:<br />
⎛ r ⎞<br />
u(<br />
r)<br />
= umax<br />
⎜1−<br />
⎟<br />
⎝ R ⎠<br />
1/<br />
n<br />
Tal equação não pode ser aplicada próxima à parede (R=0) já que o gradiente de velocidade é infinito. Contudo pode<br />
ser utiliza para y/R < 0,004 sendo y= R – r. O termo n depende do número de Reynolds como mostra a Fig. 8.8. O valor<br />
para n=7 é geralmente utilizado com precisão razoável em muitas situações reais. Também podemos utilizar a<br />
expressão n = 1. 85log(Re)<br />
−1.<br />
96<br />
Figura 8 Expoente n do perfil da lei exponencial de velocidade turbulento<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
A Fig.8.9 mostra um perfil turbulento utilizando a expressão exponencial com n=6 e n=10. Para comparação<br />
também mostra-se o perfil laminar de velocidade. Observa-se que os perfis turbulentos são muito mais “achatados” que<br />
os laminares. O achatamento aumenta com o número de Reynolds isto é´, com o aumento de n.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 9 Perfil de velocidades num tubo<br />
A razão entre a velocidade média ( u ou V ) e a velocidade máxima (Umax) para um perfil exponencial de velocidade é<br />
dada por:<br />
u<br />
U<br />
max<br />
=<br />
n<br />
2 2<br />
( n + 1)(<br />
2n<br />
+ 1)<br />
(b) Distribuição da Velocidade Considerando Fator de Atrito<br />
O fator de atrito ( f ) pode ser determinado para escoamentos em regime laminar e turbulento. O expoente n pode ser<br />
determinado no caso de escoamento turbulento como:<br />
n = k<br />
8<br />
f<br />
onde k=0,41 é denominada constante de von karman.<br />
No caso de escoamento turbulento podemos também utilizar a seguinte expressão para determinar o perfil de<br />
velocidades em função do fator de atrito ( f )<br />
{ + 1,<br />
43 f + 2,<br />
15 f log ( y R)<br />
}<br />
u = V<br />
/<br />
onde y=r - R.<br />
1 10<br />
A velocidade máxima é dada como:<br />
{ 1+<br />
1,<br />
f }<br />
u = V 43<br />
max<br />
15<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.5 Equação de Energia com Velocidade Média<br />
Considerando escoamento em regime permanente incompressível uma análise de energia entre duas seções,<br />
que incluem dissipação e/ou ganhos adicionais de energia, pode ser representada como:<br />
2<br />
p1<br />
u1<br />
+ + z1<br />
+ H<br />
ρg<br />
2g<br />
16<br />
A<br />
− H<br />
R<br />
− h<br />
LT<br />
2<br />
p2<br />
u2<br />
= + + z<br />
ρg<br />
2g<br />
2<br />
onde HA representa a energia adicionada, HR, representa a energia retirada do sistema e hLT representa a dissipação de<br />
energia. Num problema em particular nem todos os termos de energia são utilizados. Nos escoamentos viscosos o perfil<br />
de velocidade numa dada seção não pode ser uniforme. É conveniente portanto utilizar a velocidade média, para tal é<br />
necessário definir o coeficiente de fluxo de energia cinética (α). Aplicando a equação de energia numa tubulação entre<br />
os pontos 1 e 2, onde não existem dispositivos mecânicos (HA =0 e HR =0):<br />
p<br />
ρg<br />
u<br />
2g<br />
p<br />
ρg<br />
1<br />
+ α1<br />
2<br />
1<br />
+ z1<br />
− hLT<br />
=<br />
2<br />
+ α 2<br />
2<br />
u2<br />
+ z<br />
2g<br />
o coeficiente de energia cinética é definido como<br />
α =<br />
∫<br />
A<br />
ρV<br />
3<br />
m&<br />
V<br />
dA<br />
2<br />
No caso de escoamento laminar: α=2.<br />
No caso de escoamento turbulento:<br />
⎛U<br />
max ⎞ ⎛<br />
α = ⎜ ⎟ ⎜<br />
⎝ U ⎠ ⎝<br />
3<br />
2n 2<br />
⎞<br />
( )( ) ⎟⎟<br />
3 + n 3 + 2n<br />
⎠<br />
Por ex. para os números de Reynolds considerados<br />
Re n αααα<br />
2<br />
4,0x10 3 6 1,08<br />
3,2x10 6 10 1,03<br />
Se observa que α≅1. Desta forma para a maioria dos casos de engenharia nos cálculos de perda de carga considerase<br />
α=1.<br />
Observação: No material do Fox, McDonald a energia e perda de carga é apresentada como energia por unidade de<br />
massa (J/kg). No nosso caso é dada como energia por unidade de peso (J/N), ou metro de coluna de fluido (m).<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.6 Perda de Pressão no Escoamento em Tubulações<br />
A variação de pressão num duto resulta da variação da elevação, da velocidade e do atrito.<br />
Escoamento sem atrito<br />
A variação de pressão pode ser determinada aplicando a Eq. de Bernoulli.<br />
Δ P → f ( Z,<br />
V ) já que hLT=0.<br />
Escoamento real com atrito<br />
a variação de pressão pode ser determinada aplicando a Eq. da Energia<br />
Δ P →<br />
f ( Z,<br />
V , hLT<br />
)<br />
O atrito origina uma diminuição da pressão.<br />
Causa uma perda de pressão comparada com o caso de escoamento sem atrito.<br />
Perda de carga Total<br />
A perda de carga em tubulações é dada por duas parcelas.<br />
h = h + h<br />
LT<br />
L<br />
acc<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 10 Perda de carga em sistema de bombeamento<br />
Perda de Pressão ou de Carga Principal: (hL)<br />
Devido ao atrito no escoamento plenamente desenvolvido entre pontos da tubulação com área constante.<br />
Perda de Carga Secundária - (hac)<br />
Devido ao escoamento através de acessórios como válvulas, joelhos, registros e em porções do sistema de área<br />
variável tais como saídas de reservatórios, bocais convergentes e divergentes.<br />
A perda de carga na entrada ou saída de uma tubulação é considerada como perda de carga secundária.<br />
17<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.7 Perda de Carga Principal<br />
Transformação da energia cinética para energia térmica por efeitos viscosos.<br />
Consideremos um escoamento plenamente desenvolvido numa tubulação de comprimento L. Analisando uma<br />
tubulação com área constante A1=A2 e desta forma pela Eq. da continuidade u1=u2<br />
h L<br />
18<br />
=<br />
( p − p )<br />
1<br />
ρg<br />
2<br />
+<br />
( z − z )<br />
No caso de uma tubulação horizontal (z1=z2).<br />
h L<br />
=<br />
( p − p )<br />
1<br />
ρg<br />
2<br />
1<br />
ΔP<br />
=<br />
ρg<br />
2<br />
1.7.1 Perda de Carga Principal - Escoamento Laminar<br />
Utilizando a expressão da velocidade média<br />
2<br />
D ⎛ ΔP<br />
⎞<br />
32μVL<br />
V = ⎜ ⎟ e desta forma: Δ P = 2<br />
32μ<br />
⎝ L ⎠<br />
D<br />
substituindo esta última expressão na equação da perda de carga<br />
h L<br />
ΔP<br />
⎛<br />
= = ⎜<br />
ρg<br />
⎝<br />
μVL<br />
⎞⎛<br />
1 ⎞<br />
⎟⎜<br />
⎟<br />
D ⎠⎝<br />
ρg<br />
⎠<br />
32 2<br />
Podemos expressar esta equação em função do Número de Reynolds<br />
ρVD ρVD<br />
Re = explicitando a viscosidade dinâmica: μ =<br />
μ<br />
Re<br />
h L<br />
2<br />
ρVD<br />
⎛ 32VL<br />
⎞⎛<br />
1 ⎞ V ⎛ 32L<br />
⎞⎛<br />
1 ⎞<br />
= ⎜ ⎟⎜<br />
⎟ = ⎜ ⎟⎜<br />
⎟<br />
2<br />
Re ⎝ D ⎠⎝<br />
ρg<br />
⎠ Re ⎝ D ⎠⎝<br />
g ⎠<br />
expressando em função da energia cinética<br />
h L<br />
2<br />
64 L V<br />
= Escoamento laminar<br />
Re D 2g<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.7.2 Perda de Carga Principal - Escoamento Turbulento<br />
No caso de escoamento turbulento não existem expressões que permitam avaliar analiticamente a queda de<br />
pressão.<br />
Se utiliza análise dimensional e correlações de dados experimentais.<br />
Analisando o caso de escoamento turbulento plenamente desenvolvido a queda de pressão é função das seguintes<br />
variáveis.<br />
Δ P = φ( D,<br />
L,<br />
ε,<br />
V , ρ,<br />
μ)<br />
D diâmetro da tubulação L, comprimento da tubulação, V, Velocidade média, ε, rugosidade absoluta, ρ massa<br />
específica, μ, viscosidade dinâmica.<br />
Aplicando-se análise dimensional se obtém uma expressão da forma:<br />
ΔP<br />
⎡⎛<br />
μ ⎞ ⎛ L ⎞ ⎛ ε ⎞⎤<br />
= φ ⎢⎜<br />
⎟,<br />
⎜ ⎟,<br />
2<br />
⎜ ⎟⎥<br />
ρV<br />
⎣⎝<br />
ρVD<br />
⎠ ⎝ D ⎠ ⎝ D ⎠⎦<br />
como o termo é dado por<br />
do análise dimensional.<br />
ghL L<br />
2<br />
ρ<br />
ρV<br />
h L<br />
gh ⎡ L ε ⎤<br />
= = φ ⎢Re,<br />
,<br />
2<br />
V ⎣ D D ⎥<br />
⎦<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
ΔP<br />
= podemos explicitar a variação de pressão (ΔP) e substituir a mesma na equação<br />
ρg<br />
experimentos mostram que a perda de carga é diretamente proporcional a L/D. Para que a perda de carga seja obtida<br />
adimensionalizada em relação à energia cinética se introduz o termo 1/2 na equação ficando como:<br />
h L<br />
L ⎡ ε ⎤<br />
= φ ⎢Re,<br />
2<br />
V D ⎣ D ⎥<br />
⎦<br />
2g<br />
A função φ é conhecida como fator de atrito ou coeficiente de atrito.<br />
⎡ ε ⎤<br />
f = φ ⎢Re,<br />
⎣ D ⎥<br />
⎦<br />
desta forma se obtém a equação da perda de carga que representa a energia dissipada por unidade de peso do fluido<br />
escoando.<br />
h L<br />
2<br />
L V<br />
= f<br />
Equação de Darcy-Weisbach.<br />
D 2g<br />
O fator de atrito determina-se experimentalmente. Utiliza-se o Diagrama de Moody.<br />
19<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.7.3 DIAGRAMA DE MOODY<br />
Para determinar o fator de atrito se utiliza o Diagrama de Moody. Para tal deve-se ter o valor do número de<br />
Reynolds e a rugosidade relativa ε/D. A rugosidade absoluta ε depende do tipo de material da tubulação e do seu<br />
acabamento. Representa o valor médio das alturas da rugosidade da parede interna da tubulação. A Tabela dada<br />
mostra os valores da rugosidade absoluta para os materiais típicos de tubulações industriais utilizadas para o<br />
escoamento de fluidos.<br />
20<br />
Figura 11 Representação da rugosidade absoluta em tubulações<br />
Tabela 1 Rugosidade absoluta (mm) de tubulações industriais<br />
Material Rugosidade absoluta (mm)<br />
Aço, revestimento asfalto quente 0,3 a 0,9<br />
Aço, revestimento esmalte centrifugado 0,011 a 0,06<br />
Aço enferrujado ligeiramente 0,15 a 0,3<br />
Aço enferrujado 0,4 a 0,6<br />
Aço muito enferrujado 0,9 a 2,4<br />
Ferro galvanizado novo, com costura 0,15 a 0,2<br />
Ferro galvanizado novo, sem costura 0,06 a 0,15<br />
Ferro fundido revestido com asfalto 0,12 a 0,20<br />
Ferro fundido com crostas 1,5 a 3,0<br />
PVC e Cobre 0,015<br />
Cimento-amianto novo 0,05 a 0,10<br />
Fonte: - Equipamentos Industriais e de Processo - (Macintyre)<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
O diagrama de Moody apresenta uma zona laminar (Re < 2000), uma zona crítica (Re de 2000 e 4000) uma zona<br />
de transição e uma zona inteiramente rugosa. Nestas zonas o fator de atrito f apresenta diferentes dependências em<br />
relação ao número de Reynolds (Re) e em relação a rugosidade relativa ε/D as quais são resumidas a seguir:<br />
1. Na zona laminar fator de atrito f é independente da rugosidade ε/D e inversamente proporcional ao número de Re<br />
2. Na zona crítica o fator de atrito apresenta aumentos bruscos.<br />
3. Na zona de transição para um determinado Re o fator de atrito f diminui conforme a rugosidade relativa ε/D<br />
diminui.<br />
4. Na zona de transição, para uma determinada rugosidade relativa ε/D o fator de atrito f diminui ao aumentar o Re<br />
até alcançar a região inteiramente rugosa.<br />
5. Dentro da zona inteiramente rugosa, para uma determinada rugosidade relativa ε/D, o fator de atrito f, se mantém<br />
praticamente como um valor constante independente do Re.<br />
6. Na zona de transição, conforme diminui a rugosidade relativa ε/D o valor do Re no qual inicia a região plenamente<br />
turbulenta começa a aumentar<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 12 Representação do Diagrama de Moody<br />
21<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
I - Escoamento Laminar<br />
O fator de atrito para escoamento laminar pode ser obtido igualando a equação<br />
2<br />
2<br />
L V<br />
64 L V<br />
hL = f com a equação da perda de carga laminar hL = se obtém:<br />
D 2g<br />
Re D 2g<br />
64<br />
f = válido para Re < 2500<br />
Re<br />
No escoamento laminar o fator de atrito ( f ) é função somente do número de Reynolds.<br />
Independe da rugosidade da tubulação.<br />
II - Escoamento com Tubos Hidraulicamente Lisos<br />
Nesta região pode utilizar-se a Eq. de Blasius ou a Eq. de Drew Koo e McAdams<br />
/ 1<br />
0,<br />
316<br />
=<br />
Re<br />
f Eq. de Blasius 4000 < Re < 10 5<br />
22<br />
( ) 4<br />
−0,<br />
32<br />
f = 0,<br />
0056 + 0,<br />
5Re<br />
Eq. de Drew Koo e McAdams 105 < Re < 3x106 III - Escoamento Turbulento com Tubos Hidraulicamente Semi-Rugosos<br />
Permite determinar o fator de atrito para escoamento turbulento:<br />
1 ⎛<br />
⎞<br />
⎜<br />
ε / D 2,<br />
51<br />
= −2,<br />
0log<br />
+ ⎟ Equação de Colebrook 5,0x10<br />
f ⎜<br />
⎟<br />
⎝<br />
3,<br />
7 Re f ⎠<br />
3 < Re < 1x108 Como tal equação é do tipo transcendente deve ser utilizado um procedimento iterativo para determinar f. Uma<br />
alternativa é utilizar uma equação explícita:<br />
⎡ ⎛ ε / D<br />
f = 0,<br />
25⎢log⎜<br />
+<br />
⎣ ⎝ 3,<br />
7<br />
5,<br />
74<br />
0,<br />
9<br />
Re<br />
⎞⎤<br />
⎟⎥<br />
⎠⎦<br />
−2<br />
Equação Explícita 5,0x10 3 < Re < 1x10 8<br />
Utilizando a Eq. acima se encontram valores de f com margem de erro de +-1% comparados com os obtidos com a Eq.<br />
de Colebrook, para: ε/D de 1,0x10 -4 (0,0001) até 1x10 -6 (0,000001)<br />
IV - Escoamento Turbulento com Tubos Hidraulicamente Rugosos<br />
O fator de atrito depende unicamente da rugosidade relativa e pode ser determinado pela equação:<br />
1 ⎛ ε / D ⎞<br />
= −2log⎜<br />
⎟ Equação de Von Karman<br />
f ⎝ 3,<br />
7 ⎠<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.8 Métodos para Determinar as Perdas de Carga Secundárias<br />
1.8.1 Método do comprimento equivalente<br />
Os acessórios são todos aqueles elementos que existem numa tubulação através dos quais o fluido escoa, tais como<br />
curvas, bocais, registros e válvulas. Cada um destes elementos produz uma dissipação de energia que é avaliada pela<br />
perda de carga (hac) definida como:<br />
h<br />
ac<br />
2 Leq<br />
V<br />
= f<br />
(m)<br />
D 2g<br />
O comprimento equivalente em metros de canalização retilínea (Leq) é tabelado segundo o tipo de acessório, o material<br />
utilizado e o diâmetro da tubulação. Se substituirmos um certo acessório por uma tubulação retilínea com o<br />
comprimento igual ao comprimento equivalente (com igual material e diâmetro) ambos originariam a mesma perda de<br />
carga. A tabela abaixo mostra o comprimento equivalente adimensional (Leq/D) de diversos acessórios.<br />
Válvula globo<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 13 Representação do comprimento equivalente em acessórios<br />
Tabela 2 Perda de carga localizada<br />
Tipo de Acessório Comprimento Equivalente<br />
(Leq/D)<br />
Válvula de globo aberta 340<br />
Válvula de gaveta aberta 8<br />
3/4 aberta 35<br />
1/2 aberta 160<br />
1/4 aberta 900<br />
Válvula tipo borboleta aberta 45<br />
Válvula de esfera aberta 3<br />
Válvula de retenção tipo globo 600<br />
Válvula de retenção tipo em ângulo 55<br />
Válvula de pé com crivo: de disco móvel 75<br />
Cotovelo padronizado 90 0 30<br />
Cotovelo padronizado 45 0 16<br />
Te padronizada fluxo direto 20<br />
Te padronizada fluxo ramal 60<br />
Válvulas tipo borboleta<br />
Figura 14 acessórios utilizados em instalações industriais<br />
Te com flanges<br />
23<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.8.2 Método do coeficiente de perda de carga<br />
Uma outra forma de representar a perda de carga nos acessórios (hac) é definindo a mesma na forma:<br />
h ac<br />
24<br />
2<br />
V<br />
= K<br />
(m)<br />
2g<br />
Onde K é o coeficiente de perda de carga e V a velocidade média. O coeficiente de perda de carga será maior quanto<br />
mais abruto seja o elemento originando zonas de recirculação de fluxo e altos níveis de turbulência, aumentando desta<br />
forma a energia dissipada. A tabela mostra o coeficiente de perda e carga de diversos elementos.<br />
Tabela 3 Coeficiente de perda de carga de acessórios<br />
Tipo de Acessório K Tipo de Acessório K<br />
Ampliação Gradual 0,20* Junção 0,40<br />
Bocais 2,75 Medidor venturi 2,5<br />
Comporta aberta 1,00 Redução gradual 0,15<br />
Controlador de vazão 2,50 Registro de ângulo aberto 5,0<br />
Cotovelo 900 0,9 Registro de gaveta aberto 0,20<br />
Cotovelo 450 0,4 Registro de globo aberto 10,0<br />
Crivo 0,75 Saída de canalização 1,00<br />
Curva 90 0,4 Tê passagem direta 0,6<br />
Curva 45 0,20 Tê saída de lado 1,30<br />
Curva 22,5 0,10 Tê saída bilateral 1,80<br />
Entrada normal em canalização 0,50 Válvula de pé 1,75<br />
Entrada de borda 1,0 Válvula de retenção 2,50<br />
Existência de pequena derivação 0,03 Velocidade 1,0<br />
* com base na velocidade maior (seção menor) ** Relativa à velocidade de canalização<br />
Igualando as equações de perda de carga por acessórios se obtém:<br />
Leq<br />
K = f<br />
D<br />
mostrando a relação entre o coeficiente de perda de carga (K) e o comprimento equivalente (Leq).<br />
Curva de 900 Joelho de 900 Registro de gaveta Válvula de pé com crivo<br />
Figura 15 Exemplo de diversos acessórios utilizados em instalações industriais<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.9 Perda de Carga em Elementos Secundários<br />
1.9.1 Saídas e Entradas Abruptas<br />
Quando o fluido escoa de um tubo para um reservatório sua velocidade cai bruscamente até próximo de zero. A perda<br />
de carga para este caso é igual à energia cinética dissipada. K=1.<br />
(a) saída de tubos K=1 (b) entrada de tubos: K depende do tipo de entrada<br />
Figura 16 Representação de escoamento na saída e na entrada de tubos<br />
Entrada Abruta de um Reservatório para um Tubo<br />
No escoamento dado entre um reservatório e uma tubulação, a velocidade passa de um valor muito baixo para um valor<br />
elevado. O coeficiente de perda de carga depende do tipo de união entre o tubo e o reservatório. Três casos típicos<br />
apresentam diferentes perda de carga:<br />
( a ) Entrada com tubo para dentro K=1,0<br />
( b ) Entrada com cantos vivos K=0,5<br />
( c ) Entrada com cantos arredondados K conforme os dados da tabela abaixo:<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
r/D 0,02 0,06 ≥0,15<br />
K 0,28 0,15 0,04<br />
(a) tubo para dentro K=1<br />
(b) cantos vivos K=0,5<br />
(c) cantos arredondados<br />
Figura 17 Entrada com (a) tubo para dentro (b) cantos vivos e (c) cantos arredondados<br />
25<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.9.2 Expansão e Contração Abruptas<br />
Expansão abrupta<br />
Numa expansão abrupta o fluido escoa de um tubo de seção menor para um outro de seção maior. A velocidade cai<br />
abruptamente formando-se uma região de turbulência e recirculação de fluxo a qual provoca uma perda de carga<br />
proporcional à relação das seções dos tubos. A perda de carga localizada é determinada pela expressão:<br />
Onde V é a velocidade média do tubo menor.<br />
Contração Abrupta<br />
26<br />
(a) Contração abrupta (b) Expansão abrupta<br />
Figura 18 Contração abrupta e expansão abrupta<br />
Neste tipo de elemento, a perda de carga é originada pela contração da linhas de corrente formando uma veia contracta<br />
e regiões de recirculação de fluxo.<br />
0.6<br />
0.5<br />
0.4<br />
K 0.3<br />
0.2<br />
0.1<br />
0<br />
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1<br />
A2/A1<br />
0.6<br />
K<br />
0.4<br />
0<br />
0 0.2 0.4 0.6 0.8 1<br />
(a) Contração abrupta<br />
(b) Expansão abrupta<br />
Figura 19 Coeficiente de perda de carga para contração e expansão abrupta<br />
Para determinar a perda de carga com estas relaçoes se utiliza a velocidade correspondente a seção de menor<br />
diâmetro. O mesmos é valido para avaliar a perda de carga em peças com expansão o contração gradual como visto no<br />
proximo item.<br />
1<br />
0.8<br />
0.2<br />
A1/A2<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.9.3 Expansão e Contração Gradual<br />
A expansão gradual é obtida com uma peça de transição unindo um tubo de menor diâmetro com outro de maior<br />
diâmetro permite uma menor dissipação de energia do que uma transição abrupta direta entre dois tubos de diferente<br />
diâmetro. O coeficiente de perda de carga (K) depende da relação de diâmetros (D2/D1) e do ângulo do cone. Obtém-se<br />
uma perda de carga mínima adotando-se um ângulo do cone de 7 0 .<br />
Contração Gradual<br />
(a) Contração gradual<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
(b) Expansão gradual<br />
Figura 20 Contração gradual e expansão gradual<br />
Figura 21 Perda de carga em expansão gradual<br />
Da mesma forma que numa contração brusca a perda de carga depende da relação de diâmetros e do ângulo da<br />
contração.<br />
Tabela 4 Coeficiente de perda de carga (K) de contração gradual de tubos<br />
Angulo da contração - θ<br />
A2/A1 10 o 15 o a 40 o 50 o a 60 o 90 o 120 o 150 o 180 o<br />
0,10 0,05 0,05 0,08 0,19 0,29 0,37 0,43<br />
0,25 0,05 0,04 0,07 0,17 0,27 0,35 0,41<br />
0,50 0,05 0,05 0,06 0,12 0,18 0,24 0,26<br />
Obs. Válido para tubos redondos e retangulares. Fonte: Fox<br />
27<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.10 Problemas Típicos de Escoamentos em Tubos<br />
A variação de pressão entre dois pontos de uma tubulação depende basicamente das variáveis envolvidas na Eq. da<br />
Energia.<br />
1.10.1 Determinação da Vazão<br />
Q = φ (L,hL,D)<br />
1. Escrever a Eq. da energia introduzindo as grandezas conhecidas<br />
2. Expressar a perda de carga em função da velocidade e do fator de atrito hL =φ (V,f)<br />
3. Explicite a velocidade em função do fator atrito V= φ(f)<br />
4. Expresse o número de Reynolds em função da velocidade Re =φ (V)<br />
5. Calcule a rugosidade relativa ε/D.<br />
6. Selecione um valor inicial do fator de atrito f=fo tomando como referência o valor da rugosidade relativa ε/D e<br />
admitindo um Re na faixa turbulenta.<br />
7. Calcule a velocidade em função do fator de atrito assumido Vcal=φ(f)<br />
8. Calcule o Re com a nova velocidade Re =φ (Vcal)<br />
9. Com Recal e ε/D obtenha um novo valor do fator de atrito f= fcal.<br />
10. Se fcal ≠ f Adote f= fcal e repita o procedimento a partir do passo 7 até convergir o valor da fator de atrito.<br />
A solução do problema é encontrada quando o fator de atrito converge, determinado a vazão com a velocidade final<br />
calculada.<br />
1.10.2 Determinação do Diâmetro da Tubulação<br />
D = φ (L,Q, hL)<br />
1. Explicite da Eq. da energia a perda de carga.<br />
2. Expresse a vazão em função da velocidade e do diâmetro na Eq, da perda de carga.<br />
3. Explicitar o diâmetro da Eq. da perda de carga ficando uma expressão na forma: D=(C1f) 0,2<br />
4. Expresse o número de Reynolds como função do diâmetro Re= C2/D.<br />
5. Adote um valor inicial do fator de atrito f=f0 (por exemplo f0 =0,02)<br />
6. Calcule o diâmetro pela expressão obtida: D=(C1f) 0,2<br />
7. Calcule o número de Reynolds pela expressão: Re= C2/D.<br />
1. Calcule a rugosidade relativa ε/D.<br />
2. Com Re e ε/D determine um novo valor do fator de atrito fcal.<br />
3. Se fcal ≠ f adote f= fcal e repita o procedimento a partir do passo 7 até convergir o valor da fator de atrito.<br />
A solução do problema é encontrada quando o fator de atrito converge, determinado o diâmetro com o fator de atrito<br />
final.<br />
28<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.11 Resumo da Tensão de Cisalhamento nas Paredes<br />
A tensão na parede no escoamento laminar e turbulento é dada por:<br />
ΔP<br />
τ w =<br />
L<br />
D<br />
4<br />
tal valor representa a tensão de cisalhamento máxima τw =τmax<br />
A Eq. de Darcy-Weisbach também é válida para escoamento laminar e turbulento<br />
h L<br />
= f<br />
2<br />
L V<br />
D 2g<br />
A tensão de cisalhamento em função do fator de atrito (f) para regime laminar ou turbulento é obtida igualando-se as<br />
duas expressões anteriores obtendo-se<br />
2<br />
f V<br />
τ w = ρ válida para escoamento laminar ou turbulento<br />
4 2<br />
A tensão de cisalhamento para qualquer posição r do duto é dada como:<br />
r<br />
τ = τ max válida para escoamento laminar ou turbulento<br />
R<br />
r=0 é no centro da tubulação e r=R na parede da tubulação<br />
Perfil de velocidades e tensão de cisalhamento para escoamento Laminar e Turbulento<br />
Figura 22 Escoamento laminar e turbulento: perfil de velocidades e tensão de cisalhamento<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
29<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.12 Conceito de Diâmetro Hidráulico<br />
Os equacionamentos de perda de carga estudados neste capítulo também podem ser aplicados a tubulações com<br />
seções não circulares utilizando a definição de diâmetro hidráulico (Dh) :<br />
D h<br />
30<br />
4A<br />
=<br />
P<br />
Onde A é a área da seção transversal do tubo P é o perímetro molhado, que é o comprimento da parede em contato<br />
com o fluido. A equação acima para um duto circular A=πD 2 /4 e P=πD e desta forma Dh=D.<br />
Figura 23 Diversas geometrias de tubulações<br />
A Fig. 23 mostra diversas geometrias de seções transversais de tubos que podem ser utilizados nas aplicações<br />
industriais. Devido as limitações de espaço nas instalações de ar condicionado se utilizam freqüentemente dutos<br />
retangulares. Em trocadores de calor podem ser utilizados tubos achatados, hexagonais, ovais e outros com cilíndricos<br />
concêntricos para escoamento anular. Em canais de regadios, rios, córregos, canais de represamento e calhas o<br />
fluido não preenche totalmente a seção transversal do duto, isso deve ser considerado para determinar corretamente o<br />
perímetro molhado.<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2. <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS - TENSOES DE REYNOLDS<br />
31<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS - TENSOES DE REYNOLDS<br />
Objetivo:<br />
• Deduzir as tensões aparentes ou Tensões de Reynolds para escoamento turbulento utilizando as equações da<br />
conservação da massa e Eq. de Navier Stokes considerando fluido incompressível<br />
• Apresentar as equações de Navier-Stokes para escoamento turbulento.<br />
Definimos as equações que da conservação da massa e Eq. de Navier Stokes<br />
32<br />
• Equação valida para escoamento laminar e turbulento<br />
• Fluido incompressível (massa especifica constante) e viscosidade constante<br />
• Sem iteração térmica.<br />
• Condições de não-deslizamento e condições conhecidas na entrada e saída<br />
Equação da conservação da massa<br />
Equação de Navier Stokes<br />
Utilizando as grandezas escalares:<br />
Equação de Navier Stokes<br />
Componentes escalares<br />
∂u<br />
∂v<br />
∂w<br />
+ +<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
= 0<br />
r<br />
DV<br />
r r<br />
2<br />
ρ = −∇p<br />
+ ρg<br />
+ μ∇<br />
V<br />
Dt<br />
⎛ ∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
⎞ ∂p<br />
2<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
x + μ∇<br />
u<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂x<br />
⎛ ∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
⎞ ∂p<br />
2<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
y + μ∇<br />
v<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂y<br />
⎛ ∂w<br />
∂w<br />
∂w<br />
∂w<br />
⎞ ∂p<br />
2<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
z + μ∇<br />
w<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂z<br />
No escoamento turbulento velocidade instantânea e definida como sendo a soma da media temporal mais a<br />
componente de flutuação<br />
'<br />
u = u + u<br />
'<br />
v = v + v<br />
'<br />
w = w + w<br />
'<br />
p = p + p<br />
(1)<br />
(2)<br />
(3)<br />
(4)<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Media Temporal<br />
A media temporal u da função u ( x,<br />
y,<br />
z,<br />
t)<br />
e definida como:<br />
T<br />
= ∫o<br />
udt<br />
1<br />
T<br />
u<br />
=<br />
T ∫o<br />
vdt<br />
1<br />
v<br />
w =<br />
T<br />
T<br />
1<br />
T<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
∫<br />
T<br />
o wdt<br />
1<br />
p =<br />
T<br />
∫<br />
T<br />
o pdt<br />
Período de calculo da media, o qual deve ser maior que o período das flutuações. Para escoamentos<br />
turbulentos em gases e água T=5seg. e um período apropriado.<br />
Media da Flutuação<br />
Media do Quadrado da Flutuação<br />
Media do Produto das Flutuações<br />
u<br />
1<br />
T<br />
'<br />
= ∫ T<br />
o<br />
u<br />
'2<br />
1 '2<br />
= ∫ T<br />
u<br />
o<br />
T<br />
( u − u ) dt = 0<br />
dt ≠ 0<br />
' '<br />
' '<br />
' '<br />
u v ≠ 0 u w ≠ 0 v w ≠ 0<br />
Utilizando as velocidades instantâneas e introduzidas na conservação da massa:<br />
Tomando valores médios se obtém:<br />
Equação da Conservação da Massa<br />
para escoamento Turbulento.<br />
'<br />
'<br />
'<br />
( u + u ) ∂(<br />
v + v ) ∂(<br />
w + w ) + + = 0<br />
∂<br />
∂x<br />
⎧∂u<br />
∂v<br />
⎨ + +<br />
⎩ ∂x<br />
∂y<br />
∂y<br />
Equação de Navier Stokes para Escoamento Turbulento<br />
Substituindo as definições de velocidades instantâneas se obtém:<br />
∂z<br />
' ' '<br />
∂w<br />
⎫ ⎧∂u<br />
∂v<br />
∂w<br />
⎫<br />
⎬ + ⎨ + + ⎬ =<br />
∂z<br />
⎭ ⎩ ∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎭<br />
∂u<br />
∂v<br />
∂w<br />
+ +<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎛ ∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
⎞ ∂p<br />
⎛<br />
2 ⎜<br />
∂<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
x + μ∇<br />
u − ρ<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂x<br />
⎜<br />
⎝<br />
∂x<br />
0<br />
= 0<br />
'2<br />
' ' ' '<br />
( u ) ∂(<br />
u v ) ∂(<br />
u w )<br />
' ' '2<br />
' '<br />
( u v ) ∂(<br />
v ) ∂(<br />
v w )<br />
⎛ ∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
⎞ ∂p<br />
⎛<br />
⎞<br />
2 ⎜ ∂<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
⎟<br />
y + μ∇<br />
v − ρ + +<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂y<br />
⎜<br />
⎟<br />
⎝<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
⎛ ∂ ∂ ∂ ∂ ⎞ ∂<br />
⎛ ' ' ' '<br />
'2<br />
w w w w p<br />
( ) ( ) ( ) ⎞<br />
2 ⎜ ∂ u w ∂ v w ∂ w<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
+ ∇ w − + + ⎟<br />
z μ ρ<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂z<br />
⎜<br />
⎟<br />
⎝<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
Observa-se comparando a Eq.10 com a Eq,1 que no caso do escoamento turbulento surge forcas adicionais devido à<br />
turbulência denominada forcas aparentes. As tensões associadas a estas forcas são chamadas de tensões aparentes<br />
ou tensões de Reynolds<br />
+<br />
∂y<br />
+<br />
∂z<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
(6)<br />
(7)<br />
(8)<br />
(5)<br />
(9)<br />
(10)<br />
33<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Forcas Aparentes Associadas ao<br />
Escoamento Turbulento.<br />
34<br />
df<br />
df<br />
df<br />
Tx<br />
Ty<br />
Tz<br />
⎛<br />
⎜<br />
∂<br />
= −ρ<br />
⎜<br />
⎝<br />
∂x<br />
'2<br />
' ' ' '<br />
( u ) ∂(<br />
u v ) ∂(<br />
u w )<br />
+<br />
∂y<br />
∂z<br />
' ' '2<br />
' '<br />
( v u ) ∂(<br />
v ) ∂(<br />
v w )<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎛<br />
⎞<br />
⎜ ∂<br />
= −ρ<br />
+ + ⎟<br />
⎜<br />
⎟<br />
⎝<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
⎛ ' '<br />
' '<br />
'2<br />
( ) ( ) ( ) ⎞<br />
⎜ ∂ w u ∂ w v ∂ w<br />
= −ρ<br />
+ + ⎟<br />
⎜<br />
⎟<br />
⎝<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
Estas forcas aparentes estão relacionadas as tensões do escoamento turbulento<br />
⎛ ∂σ<br />
∂τ<br />
⎞<br />
Txx Txy ∂τ<br />
Txz<br />
df<br />
⎜<br />
⎟<br />
Tx = − + +<br />
⎝ ∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
⎛ ∂τ<br />
Tyx ∂σ<br />
Tyy ∂τ<br />
Tyz ⎞<br />
df = −<br />
⎜ + +<br />
⎟<br />
Ty<br />
⎝ ∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
⎛ ∂τ<br />
∂τ<br />
∂ ⎞<br />
Tzx Tzy σ Tzz<br />
df = −<br />
⎜ + +<br />
⎟<br />
Tz<br />
⎝ ∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
Estas tensões são denominadas tensões de Reynolds as quais são conseqüência das flutuações da velocidade.<br />
⎛σ<br />
⎜<br />
⎜τ<br />
⎜<br />
⎝ τ<br />
Txx<br />
Tyx<br />
Tzx<br />
τ<br />
σ<br />
τ<br />
Txy<br />
Tyy<br />
Tzy<br />
+<br />
'2<br />
' ' ' '<br />
( u ) ( u v ) ( u w )<br />
( ) ( ) ( )<br />
( ) ( ) ( ) ⎟<br />
⎟ ⎟⎟⎟⎟⎟⎟<br />
⎛<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
τ Txz ⎞<br />
⎟ ⎜ ' ' '2<br />
' '<br />
⎟ = − ⎜ v u v v w<br />
τ Tyz ρ<br />
⎟ ⎜<br />
σ Tzz ⎠ ⎜ ' ' ' ' '2<br />
⎜ w u w v w<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎠<br />
Desta forma as tensões no escoamento turbulento podem ser consideradas como sendo a soma das parcelas das<br />
tensões laminares mais as tensões turbulentas ou tensões de Reynolds:<br />
Tensões de para<br />
Escoamento turbulento<br />
σ = σ + σ<br />
xx<br />
yy<br />
xx<br />
σ = σ + σ<br />
zz<br />
yy<br />
σ = σ + σ<br />
xy<br />
zz<br />
τ = τ + τ<br />
xy<br />
τ = τ + τ<br />
yz<br />
yz<br />
τ = τ + τ<br />
zx<br />
zx<br />
Txx<br />
Tyy<br />
Tzz<br />
Txy<br />
Tyz<br />
Tyzx<br />
(11)<br />
(12)<br />
(13)<br />
(14)<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Para escoamento com fluido incompressível a s tensões laminar e turbulenta são definidas pelas equações a seguir:<br />
σ = σ + σ<br />
xx<br />
yy<br />
xx<br />
σ = σ + σ<br />
zz<br />
yy<br />
σ = σ + σ<br />
xy<br />
Txx<br />
Tyy<br />
Tzz<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
zz<br />
τ = τ + τ<br />
yz<br />
xy<br />
τ = τ + τ<br />
zx<br />
yz<br />
τ = τ + τ<br />
zx<br />
Txy<br />
Tyz<br />
Tyzx<br />
A Eq. 10 também pode ser representada como:<br />
xx<br />
∂u<br />
= − p + μ<br />
∂x<br />
'2<br />
σ 2 σ Txx = −ρ<br />
( u )<br />
yy<br />
∂v<br />
= − p + μ<br />
∂y<br />
'2<br />
σ 2 σ Tyy = −ρ<br />
( v )<br />
zz<br />
∂w<br />
= − p + μ<br />
∂z<br />
'2<br />
σ 2 σ Tzz = −ρ(<br />
w )<br />
xy<br />
⎛ ∂u<br />
∂v<br />
⎞<br />
= μ⎜<br />
+ ⎟<br />
⎝ ∂y<br />
∂x<br />
⎠<br />
( )<br />
τ ' ' τ Txy = −ρ<br />
u v<br />
yz<br />
⎛ ∂w<br />
∂v<br />
⎞<br />
= μ⎜<br />
+ ⎟<br />
⎝ ∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
( )<br />
τ ' ' τ Tyz = −ρ<br />
v w<br />
zx<br />
⎛ ∂u<br />
∂w<br />
⎞<br />
= μ⎜<br />
+ ⎟<br />
⎝ ∂z<br />
∂x<br />
⎠<br />
⎛ ∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
⎞ ∂p<br />
∂ ⎛ ∂u<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
x + ⎜ μ − ρ<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂x<br />
∂x<br />
⎝ ∂x<br />
τ ( ) ' ' τ Tzx = −ρ<br />
w u<br />
'2<br />
⎞ ∂ ⎛ ∂u<br />
' ' ⎞ ∂ ⎛ ∂u<br />
' '<br />
( u ) ⎟ + ⎜ μ − ρ(<br />
u v ) ⎟ + ⎜ μ − ρ(<br />
u w )<br />
' ' ⎞ ∂ ⎛ ∂v<br />
'2<br />
⎞ ∂ ⎛ ∂v<br />
' '<br />
( v u ) ⎟ + ⎜μ<br />
− ρ(<br />
v ) ⎟ + ⎜ μ − ρ(<br />
v w )<br />
⎛ ∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
⎞ ∂p<br />
∂ ⎛ ∂v<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
y + ⎜μ<br />
− ρ<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂y<br />
∂x<br />
⎝ ∂x<br />
⎠ ∂y<br />
⎝ ∂y<br />
⎠ ∂z<br />
⎝ ∂z<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎛ ∂w<br />
∂w<br />
∂w<br />
∂w<br />
⎞ ∂p<br />
∂ ⎛ ∂w<br />
' ' ⎞ ∂ ⎛ ∂w<br />
' ' ⎞ ∂ ⎛ ∂w<br />
'2<br />
⎞<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />
z + ⎜ μ − ρ(<br />
w u ) ⎟ + ⎜μ<br />
− ρ(<br />
w u ) ⎟ + ⎜ μ − ρ(<br />
w )⎟<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂z<br />
∂x<br />
⎝ ∂x<br />
⎠ ∂y<br />
⎝ ∂y<br />
⎠ ∂z<br />
⎝ ∂z<br />
⎠<br />
A equação acima pode ser escrita em forma mais compacta como:<br />
Equação de Navier-Stokes para<br />
Escoamento turbulento<br />
⎠<br />
∂y<br />
⎝<br />
∂y<br />
⎠<br />
∂z<br />
⎝<br />
⎛ ∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
⎞ ∂σ<br />
∂τ<br />
xx xy ∂τ<br />
xz<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = ρg<br />
x + + +<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎛ ∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
⎞ ∂τ<br />
yx ∂σ<br />
yy ∂τ<br />
yz<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = ρg<br />
y + + +<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎛ ∂w<br />
∂w<br />
∂w<br />
∂w<br />
⎞ ∂τ<br />
∂τ<br />
zx zy ∂σ<br />
zz<br />
ρ⎜<br />
+ u + v + w ⎟ = ρg<br />
z + + +<br />
⎝ ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎠ ∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
∂z<br />
(15)<br />
35<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2.2 REPRESENTACOES SEMI-EMPIRICAS DAS TENSOES DE REYNOLDS<br />
36<br />
• Ainda não existe um modelo de turbulência geral e completo que descreva como varia a tensão de<br />
cisalhamento num campo de escoamento incompressível viscoso e turbulento.<br />
• Existe uma grande dificuldade em determinar as tensões de Reynolds ou que representa não conhecer a<br />
viscosidade turbulenta efetiva.<br />
Duas soluções semi empíricas podem ser descritas:<br />
(a) Conceito de Comprimento de Mistura de Prandtl em 1925<br />
(b) Conceito de Viscosidade Turbulenta Efetiva de Boussinesq.<br />
Considerando um dos termos para um escoamento numa direção predominante:<br />
du<br />
τ = τ lam + τ turb = μ − ρ<br />
dy<br />
( ) ' ' u v<br />
demonstra-se que o produto ( ) ' ' v<br />
u e sempre negativo (-):<br />
( ) ( ) ' '<br />
' ' du<br />
− u v = μ ρ u v<br />
du<br />
τ = μ − ρ<br />
+<br />
dy<br />
dy<br />
Desta forma num escoamento turbulento, a tensão total (lam + turb) e sempre maior que no escoamento laminar.<br />
Parcela τ lam : Dominante na sub-camada viscosa (muito fina: 0,1% do Raio da tubulação)<br />
Parcela τ Turb : Dominante na camada externa ou camada turbulenta. (100 a 1000 maior que τ lam nesta camada)<br />
• Transições dos efeitos laminar e turbulento ocorrem na camada de superposição ou amortecedora.<br />
2.3 CONCEITO DE MISTURA DE PRANDTL<br />
• As partículas de fluido viajam de camada para camada.<br />
• Neste transporte percorrem um caminho com comprimento de mistura l<br />
Pode ser mostrado que as flutuações das velocidades são relacionadas por:<br />
' du<br />
u = l1<br />
e<br />
dy<br />
' du<br />
v = l2<br />
dy<br />
Onde l1 e l2 são os comprimentos de mistura para o transporte da quantidade de movimento.<br />
Definimos também que:<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2<br />
lm = l1l2<br />
O comprimento de mistura e definido como<br />
lm = ky<br />
onde y e a distancia normal a parede e k e a constante de Von karman (k=0,4). Estudos posteriores mostram que l m<br />
não apresenta um valor constante.<br />
Desta forma a tensão turbulenta e expressa como:<br />
τ = −ρ<br />
=<br />
Turb<br />
' ' 2 du<br />
du<br />
( u v ) ρlm<br />
dy dy<br />
Tensão de Reynolds utilizando<br />
hipótese de Prandtl.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
τ = ρ<br />
Turb<br />
2<br />
lm du<br />
du<br />
dy dy<br />
Boussinesq define a viscosidade turbulenta efetiva, representando a tensão turbulenta como:<br />
du<br />
τ Turb = η<br />
dy<br />
Tensão de Reynolds utilizando<br />
hipótese de Boussinesq<br />
du<br />
τ Turb = η<br />
dy<br />
Onde η representa a viscosidade turbulenta efetiva que podemos relacionar a expressão de Prandtl por:<br />
Viscosidade turbulenta efetiva.<br />
Desta forma se obtém uma representação da tensão turbulenta como:<br />
du<br />
du<br />
τ = τ lam + τ turb = μ + η<br />
dy dy<br />
Tensão de Cisalhamento para<br />
escoamento turbulento<br />
2<br />
η = ρlm<br />
du<br />
dy<br />
du<br />
( μ η)<br />
dy<br />
τ = +<br />
37<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
A viscosidade efetiva turbulenta (η ) e relacionada nestas equações com a difusividade turbilhonar conhecida como<br />
denominada viscosidade cinemática aparente.<br />
Viscosidade cinemática aparente.<br />
Tensão de Reynolds utilizando a<br />
viscosidade cinemática aparente.<br />
38<br />
Turb<br />
η<br />
ε m =<br />
ρ<br />
τ = ρε<br />
Desta forma a tensão de cisalhamento total num escoamento turbulento pode ser dada por:<br />
Tensão de Cisalhamento para<br />
escoamento turbulento<br />
m<br />
du<br />
dy<br />
du<br />
( μ ρε m )<br />
dy<br />
τ =<br />
+<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
3. PERFIL DE VELOCIDADES TUBULAÇOES<br />
EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS<br />
39<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
3.1 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS<br />
Num escoamento turbulento em dutos o perfil de velocidade cresce desde a parede até um máximo no centro da<br />
tubulação. Este escoamento pode ser divido em três regiões principais:<br />
40<br />
• Uma subcamada laminar ou viscosa muito próxima da parede<br />
• Uma camada intermediaria ou de superposição<br />
• Uma camada turbulenta externa (na região central da tubulação).<br />
A natureza do escoamento e portando do perfil de velocidade e totalmente diferente nestas três camadas:<br />
• Na subcamada a viscosidade do fluido e um parâmetro significativo e a massa especifica não.<br />
• Na camada externa a massa especifica e um parâmetro significativo e a viscosidade não.<br />
Escoamento turbulento num tubo (a) tensão de cisalhamento e (b) velocidade média.<br />
Sabemos que num escoamento turbulento a tensão de cisalhamento e composta por uma parcela de tensão laminar e<br />
uma turbulenta.<br />
( ) ' ' du<br />
τ = τ lam + τ turb = μ − ρ u v<br />
dy<br />
A equação pode ser representada como:<br />
du<br />
( μ μT<br />
)<br />
dy<br />
τ = +<br />
Onde µ representa a viscosidade absoluta do fluido e µT representa a viscosidade aparente ou efetiva.<br />
μ =<br />
ρ<br />
T<br />
2<br />
lm du<br />
dy<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
du<br />
⎛ 2 du<br />
⎞ du<br />
τ = μ + ⎜ ρlm<br />
⎟<br />
dy ⎝ dy ⎠ dy<br />
Visto desta forma podemos colocar que:<br />
Sub-camada laminar ou viscosa (região da parede)<br />
Camada de amortecedora ou de superposição:<br />
Camada turbulenta externa:<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
τ >> τ μ >> μ<br />
lam<br />
turb<br />
τ ≅ τ μ ≅ μ<br />
lam turb<br />
turb >> τ lam μT<br />
τ >> μ<br />
T<br />
T<br />
41<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
3.2 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS LISOS<br />
42<br />
Objetivo:<br />
Determinar o perfil de velocidade num escoamento turbulento numa tubulação considerada lisa e um fluido com<br />
propriedades constantes.<br />
Utiliza-se como equação básica a expressão da tensão turbulenta:<br />
du<br />
⎛<br />
τ<br />
= μ + ⎜ ρl<br />
dy ⎝<br />
2<br />
m<br />
Para equacionar o perfil de velocidade e utilizado o conceito de velocidade de atrito.<br />
Velocidade de Atrito<br />
du<br />
dy<br />
*<br />
u =<br />
τ W<br />
ρ<br />
onde τ W e a tensão de cisalhamento na parede e ρ a massa especifica do fluido.<br />
Alem disto são introduzidas duas grandezas adimensionais:<br />
+<br />
• Velocidade adimensional u<br />
• Distancia a partir da parede adimensional<br />
Velocidade de Adimensional<br />
Distancia da parede adimensional<br />
+<br />
y<br />
y = R − r Representa a distancia normal a partir da parede<br />
ν Viscosidade cinemática do fluido<br />
Em termos das camadas:<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
du<br />
dy<br />
+ u<br />
u = *<br />
u<br />
y<br />
+<br />
yu<br />
=<br />
v<br />
Sub-camada viscosa (região da parede) +<br />
y ≤ 5<br />
Camada de superposição: 5 < ≤ 30<br />
+<br />
y<br />
*<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Camada externa: +<br />
y > 30<br />
SOLUCAO<br />
1.<br />
du<br />
τ = μ + ρl<br />
dy<br />
2<br />
m<br />
du<br />
du<br />
dy dy<br />
2. sabemos que lm = ky<br />
du<br />
dy<br />
3. τ = μ + ρ(<br />
ky)<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
2<br />
2<br />
⎛ du<br />
⎞<br />
⎜ ⎟<br />
⎝ dy ⎠<br />
4. Dividimos a Equação pela massa especifica<br />
τ<br />
ρ<br />
μ du<br />
ρ dy<br />
5. = + ( ky)<br />
2<br />
2<br />
⎛ du<br />
⎞<br />
⎜ ⎟<br />
⎝ dy ⎠<br />
μ<br />
6. O termo = ν representa a viscosidade cinemática:<br />
ρ<br />
τ<br />
ρ<br />
du<br />
dy<br />
7. = v + ( ky)<br />
τ<br />
ρ<br />
8. = ⎜ ( ky)<br />
2<br />
2<br />
⎛ du<br />
⎞<br />
⎜ ⎟<br />
⎝ dy ⎠<br />
⎛ 2 du<br />
⎞ du<br />
v + ⎟<br />
⎝ dy ⎠ dy<br />
⎛ 2 du<br />
⎞ du<br />
u + ⎟<br />
⎝ dy ⎠ dy<br />
* 2<br />
9. = ⎜v<br />
( ky)<br />
Equação Deduzir as Equações<br />
Especificas.<br />
* 2 ⎛ 2 du<br />
⎞ du<br />
u = ⎜v<br />
+ ( ky)<br />
⎟<br />
⎝ dy ⎠ dy<br />
43<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Caso N o 1 – Escoamento na Sub-camada Viscosa (Região da Parede):<br />
Como: τ >> τ o termo que representa a tensão viscosa da equação torna-se nulo.<br />
* 2<br />
u =<br />
du<br />
44<br />
lam<br />
du<br />
( v)<br />
dy<br />
*<br />
u<br />
=<br />
v<br />
2<br />
sendo que :<br />
+ +<br />
du = dy<br />
Integrando<br />
dy<br />
u = y + c<br />
+ +<br />
du<br />
turb<br />
dy ν<br />
u<br />
+<br />
* 2 +<br />
+ *<br />
= du u e que dy = *<br />
+ *<br />
du u<br />
*<br />
u dy ν<br />
= Se obtém:<br />
v u<br />
+<br />
+<br />
Nas condições de contorno na parede: para y = 0 u = 0 por tanto u = 0 e y = 0 e c=0.<br />
Lei da Parede<br />
Sub-camada Laminar ou Viscosa<br />
+ +<br />
+<br />
u = y para y<br />
≤ 5<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Caso N o 2 – Camada turbulenta (Região de Externa):<br />
Como: τ >> τ o termo que representa a tensão laminar torna-se nulo.<br />
Trub<br />
lam<br />
Podemos utilizar as relações adimensionais:<br />
u<br />
* 2<br />
=<br />
( ky)<br />
2<br />
* du<br />
u = ky<br />
dy<br />
O termo:<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
2<br />
⎛ du<br />
⎞<br />
⎜ ⎟<br />
⎝ dy ⎠<br />
du<br />
dy<br />
+<br />
* +<br />
u = ky +<br />
+ dy<br />
du =<br />
ky<br />
Integrando:<br />
⎛ y v ⎞ du u<br />
⎜<br />
⎝ u<br />
⎟<br />
⎠ dy ν<br />
*<br />
u<br />
⎛ y v ⎞ du u<br />
⎜<br />
⎝ u<br />
⎟<br />
⎠ dy ν<br />
du<br />
dy<br />
+ + * + + * 2<br />
+<br />
y = ⎜ * ⎟ + = ⎜ * ⎟ +<br />
+<br />
= y +<br />
du<br />
dy<br />
+<br />
+<br />
u<br />
+ 1 +<br />
u = ln y + c<br />
k<br />
*<br />
Onde c e uma constante que depende da rugosidade da tubulação. Para paredes consideradas lisas, na literatura se<br />
encontra c=5 ou também c=5,5.<br />
Lei da Logarítmica<br />
Camada Externa plenamente<br />
turbulenta.<br />
u<br />
*<br />
+<br />
+<br />
+<br />
u = 2 , 5ln<br />
y + 5,<br />
5 para y > 30<br />
Pode ser mostrado que integrando a equação anterior se obtém a velocidade media do perfil de velocidades.<br />
Lei da Logarítmica<br />
Velocidade Media<br />
Caso N o 3 – Região de Superposição:<br />
Vmedia *<br />
Neste caso adota-se um perfil de ajuste logarítmico do tipo.<br />
Lei da Logarítmica<br />
Camada de Superposição.<br />
u<br />
≅<br />
+<br />
2,<br />
5ln<br />
y<br />
+<br />
1,<br />
34<br />
+<br />
para y > 30<br />
+<br />
+<br />
u = 5, 0ln<br />
y − 3,<br />
05 para 5 < ≤ 30<br />
+<br />
y<br />
45<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
RESUMO DAS EQUACOES DO PERFIL DE VELOCIDADES<br />
Sub-camada viscosa (região da parede)<br />
46<br />
+ + +<br />
u = y para y ≤ 5<br />
Camada de superposição: +<br />
+<br />
u = 5, 0ln<br />
y − 3,<br />
05 para 5 < ≤ 30<br />
+<br />
y<br />
Camada externa:<br />
+<br />
+<br />
+<br />
u = 2 , 5ln<br />
y + 5,<br />
5 para y > 30<br />
u +<br />
Perfil de velocidade turbulenta num tubo liso<br />
y + =u * y/ν<br />
Escoamento turbulento num tubo (a) tensão de cisalhamento e (b) velocidade média.<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
3.3 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS RUGOSOS<br />
• Uma superfície e considerada hidraulicamente lisa quando as saliências da superfície ( ε) ou rugosidade for<br />
muito menor que a espessura da sub-camada viscosa (δV)).<br />
• Define-se o parâmetro<br />
Parâmetro de Rugosidade<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
+<br />
ε =<br />
ε<br />
u<br />
ν<br />
• Estudos em tubos em escoamento turbulento utilizando rugosidade areia para aumentar artificialmente a<br />
rugosidade permitem concluir que a as superfícies podem ser classificadas em função do parâmetro:<br />
Hidraulicamente Lisa:<br />
• Sem efeito da rugosidade sobre o atrito<br />
Transitórias<br />
• Efeito moderado do numero de Reynolds<br />
Completamente Rugosa<br />
• A subcamada viscosa e totalmente destruída e o<br />
atrito dependem do numero de Reynolds.<br />
*<br />
0 ≤ ≤<br />
+<br />
ε<br />
5 < ≤<br />
+<br />
ε<br />
+<br />
ε > 70<br />
Resultados mostram que para escoamento em tubos rugosos, a lei logarítmica da velocidade para escoamento<br />
plenamente turbulento e dado por:<br />
Lei da Logarítmica da Velocidade<br />
• Tubos Rugosos<br />
• Camada Externa plenamente<br />
turbulenta.<br />
+ y<br />
+<br />
u = 2 , 5ln<br />
+ 8,<br />
5 para ε > 70<br />
ε<br />
Integrando esta equação se obtém a velocidade media do perfil de velocidades na tubulação:<br />
Velocidade media<br />
• Tubos Rugosos<br />
• Camada Externa plenamente<br />
turbulenta.<br />
Vmedia *<br />
u<br />
=<br />
D<br />
2,<br />
5ln<br />
+ 8,<br />
5<br />
ε<br />
5<br />
70<br />
+<br />
para ε > 70<br />
47<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
3.4 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – LEI EXPONENCIAL<br />
Uma alternativa para descrever a distribuição de velocidade num escoamento turbulento numa tubulação e dada pela lei<br />
exponencial:<br />
Lei Exponencial<br />
48<br />
r<br />
u umax<br />
R<br />
1 ⎟ ⎛ ⎞<br />
= ⎜ −<br />
⎝ ⎠<br />
onde o expoente n e uma função do numero de Reynolds e da rugosidade do material e varia de 5 a 10.<br />
Para tubos lisos:<br />
Re 4x10 3 10 5 10 6 > 2x10 6<br />
n 6 7 9 10<br />
Podemos também utilizar uma expressão aproximada. n = 1. 85log<br />
Re−1.<br />
96<br />
O expoente n esta relacionado com o fator de atrito pela equação empírica:<br />
Expoente n<br />
n =<br />
1<br />
f<br />
1/<br />
n<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Lembrando que tanto para escoamentos laminar e turbulento o atrito esta relacionada com:<br />
Equações validas para<br />
Escoamento<br />
Laminar e turbulento<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
8τ<br />
f =<br />
ρV<br />
W<br />
2<br />
media<br />
ΔP<br />
D<br />
τ W =<br />
L 4<br />
h L<br />
= f<br />
2<br />
L V<br />
D 2g<br />
• O perfil de velocidades da lei exponencial não poder ser utilizado para determinar a tensão de cisalhamento na<br />
parede já que:<br />
⎛ du<br />
⎞<br />
• ⎜ ⎟ = ∞<br />
⎝ dy ⎠<br />
parede<br />
• Para determinar τ W deve-se relacionar o fator de atrito com a tensão de cisalhamento com as equações<br />
apresentadas acima.<br />
Pode-se obter a velocidade media em função da velocidade máxima pela integração da velocidade:<br />
V<br />
media<br />
=<br />
Q<br />
A<br />
=<br />
R<br />
∫<br />
0<br />
udA<br />
Relação entre a velocidade media e<br />
velocidade máxima.<br />
A<br />
V<br />
media<br />
=<br />
R<br />
∫<br />
0<br />
u ( r)<br />
2πrdr<br />
πR<br />
2<br />
=<br />
Vmedia u<br />
max<br />
2n<br />
2<br />
u<br />
max<br />
( n + 1)<br />
( 2n<br />
+ 1)<br />
=<br />
n<br />
2 2<br />
( n + 1)<br />
( 2n<br />
+ 1)<br />
49<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
50<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4. Escoamento Viscoso Externo: Conceitos de Camada Limite<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.1 Escoamento Viscoso Externo: Conceitos de Camada Limite<br />
Quando um corpo se move através de um fluido existe um interação entre este e o fluido. Tal interação pode<br />
ser descrita por forças que atuam na interface fluido-corpo. Estas forças se devem aos efeitos viscosos e aos efeitos de<br />
pressão. Em Engenharia, para avaliar os efeitos globais é mais interessante representar estas forças em função da<br />
denominada força de arrasto que atua na direção do escoamento e a força de sustentação que atua na direção normal<br />
ao escoamento denominada sustentação. O arrasto e sustentação podem ser obtidos pela integração das tensões de<br />
cisalhamento e as forças normais ao corpo. No Cap.11 são abordadas as forças de sustentação e arrasto para<br />
escoamentos externos viscosos sobre superfícies curvas tais como cilindros e aerofólios. No presente capítulo é<br />
abordado o escoamento externo sobre placas planas.<br />
4.2 Escoamento em Torno de Corpos<br />
A característica do escoamento em torno de um corpo depende de vários parâmetros como: forma do corpo,<br />
velocidade, orientação e propriedades do fluido que escoa sobre o corpo. Os parâmetros mais importantes para<br />
descrever o escoamento sobre um corpo são o número de Reynolds e número de Mach.<br />
4.2.1 Efeito do Número de Reynolds no Escoamento Externo<br />
O número de Reynolds (Re= ρ VD/μ) representa a relação entre os efeitos de inércia e os efeitos viscosos.<br />
• Sem os efeitos viscosos (μ=0) , o número de Reynolds é infinito.<br />
• Por outro lado na ausência de todos os efeitos de inércia (ρ=0) o número de Reynolds é nulo.<br />
Qualquer escoamento real apresenta um número de Reynolds entre esses limites. A natureza do escoamento varia<br />
muito se Re >>1 ou se Re
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.3.3 Forças de Viscosas Confinadas – Reynolds Alto - Re≈10 7<br />
Para escoamento com Re muito alto (Re≈≈≈≈10 7 ) predominam os efeitos das forças de inércia. Os<br />
efeitos das forças viscosas são praticamente desprezíveis em todos os pontos, exceto naqueles muito próximos da<br />
placa plana e na região de esteira localizada a jusante da placa (Fig. 4). Como a viscosidade do fluido não é nula o<br />
fluido adere à superfície sólida (condição de não escorregamento). Desta forma a velocidade varia desde zero na<br />
superfície da placa até um valor Uoo, na fronteira de uma região muito fina denominada camada limite. Essa região<br />
conhecida como camada limite (δ) é sempre muito menor que o comprimento da placa. A espessura desta camada<br />
aumenta na direção do escoamento e é nula no borda de ataque da placa. O escoamento na camada limite pode ser<br />
laminar ou turbulento.<br />
Se define a espessura da camada limite δ como a distância da superfície ao ponto em que a velocidade situa-se dentro<br />
de 1% da velocidade de corrente livre.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 4 Placa Plana - Efeitos de inércia importantes<br />
As linhas de corrente fora da camada limite são aproximadamente paralelas àplaca plana. O leve<br />
deslocamento das linhas de corrente externas (fora da camada limite) se deve ao aumento da espessura da camada<br />
limite na direção do escoamento e é nula no bordo de ataque da placa. A existência da placa plana tem pouco efeito<br />
nas linhas de corrente externas tanto na frente, acima ou abaixo da placa. Por outro lado, a região de esteira é<br />
provocada por efeitos viscosos.<br />
Camada Limite – Prandtl<br />
O físico alemão Prandtl (1875-1953) realizou um dos grandes avanços na Mecânica dos Fluidos, em 1903,<br />
concebendo a idéia da camada limite na qual define – Uma região muito fina dentro da camada limite e adjacente à<br />
superfície do corpo onde os efeitos viscosos são muito importantes, onde a componente axial da velocidade varia<br />
rapidamente com a distância y. Uma região fora da camada limite denominada região de escoamento potencial onde o<br />
fluido se comporta como se fosse um fluido não viscosos, ou investido onde as forças de cisalhamento são<br />
desprezíveis. Certamente a viscosidade dinâmica é a mesma em todo o campo de escoamento. Desta forma a<br />
importância relativa de seus efeitos (devido aos gradientes de velocidade) é diferente fora e dentro da camada limite.<br />
Os gradientes de velocidades normais ao escoamento são relativamente pequenos fora da camada limite e o fluido se<br />
comporta como se fosse não viscoso.<br />
53<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.4 Características da Camada Limite<br />
O tamanho da camada limite e a estrutura do escoamento nela confinado variam muito. Parte desta variação é<br />
provocada pelo formato do objeto onde se desenvolve a camada limite. A seguir se analisa o efeito da camada limite<br />
para o caso de um fluido viscoso e incompressível sobre uma placa plana de comprimento infinito (x varia de 0 a<br />
infinito).<br />
Se o Re é muito alto somente o fluido confinado na camada limite sentirá a presença da placa. Exceto na região fora da<br />
camada limite a velocidade será essencialmente igual a velocidade de corrente livre V=Ui. Para uma placa finita, o<br />
comprimento L pode ser utilizado como comprimento característico. No caso da placa plana de comprimento infinito<br />
definimos o Rex= Ux/ν. Se a placa é longa o Re é alto, apresentando uma camada limite exceto na região muito<br />
pequena próxima da borda da placa. A presença da placa é sentida em regiões muito finas da camada limite e da<br />
esteira.<br />
54<br />
Figura 10.5. Efeito rotacional de partículas de fluido dentro da camada limite<br />
Consideremos o escoamento de uma partícula de fluido no campo de escoamento. Quando a partícula entra na camada<br />
limite começa a distorcer devido ao gradiente de velocidade do escoamento – a parte superior da partícula apresenta<br />
uma velocidade maior do que na parte inferior. O elemento de fluido não tem rotação fora da camada limite mas<br />
começa a rotar quando atravessa a superfície fictícia da camada limite e entre na região onde os efeitos viscosos são<br />
importantes.<br />
O escoamento é irrotacional fora da camada limite<br />
O escoamento é rotacional dentro da camada limite.<br />
A partir de uma certa distância x do bordo de ataque, o escoamento na camada limite torna-se turbulento e as partículas<br />
de fluido tornam-se extremadamente distorcidas devido a natureza irregular da turbulência. Uma das características da<br />
turbulência é o movimento de misturas produzido no escoamento. Esta mistura é devido a movimentos irregulares de<br />
porções de fluido que apresentam comprimentos que variam da escala molecular até a espessura da camada limite.<br />
Quando o escoamento é laminar a mistura ocorre somente em escala molecular. A transição do escoamento de laminar<br />
para turbulência ocorre quando o Re atinge um valor critico (Rec).<br />
Placa Plana:<br />
• Rec varia de 2x10 5 até 3x10 6 . É função da rugosidade da superfície e da intensidade da turbulência.<br />
Considera-se o valor crítico igual a Rec=5x10 5 . ( 500.000)<br />
Considera-se que a camada limite é turbulenta quando Rex > 3x10 6 ( 3.000.000)<br />
Laminar Re < 5x10 5 Turbulento Re > 3,0 x10 6<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.5 Espessura da Camada Limite<br />
Na camada limite a velocidade muda de zero na superfície da placa até o valor da velocidade de corrente livre na<br />
fronteira da camada limite. Desta forma o perfil de velocidades u=u(x,y) que satisfaz as condições de contorno:<br />
V=0 em y =0 e V≈U00 em y =δ.<br />
Matematicamente como fisicamente o perfil de velocidade não apresenta nenhuma singularidade. Isto é, u tende a Uoo<br />
quando mais nos afastamos da placa (não é necessário que u seja precisamente igual a U00 em y=δ). Se define a<br />
espessura da camada limite δ como a distância da superfície ao ponto em que a velocidade situa-se dentro de 1% da<br />
velocidade de corrente livre.<br />
δ = y onde u = 0,<br />
99U<br />
4.6 Espessura de Deslocamento<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
∞<br />
A Fig. 10.6 mostra dois perfis de velocidade para escoamento sobre uma placa plana: um (Fig. 6a) considerando perfil<br />
uniforme de velocidade (sem atrito) e outro (Fig.6b) com viscosidade no qual a velocidade na parede é nula.<br />
Figura 6. Camada limite e conceito de espessura de deslocamento<br />
Devido à diferença de velocidade U – u dentro da camada limite, a vazão através da seção b – b é menor do que<br />
aquela na seção a – a . Se deslocarmos a placa plana na seção a – a de uma quantidade δ * , as vazões pelas seções<br />
serão idênticas. Esta distância é denominada espessura de deslocamento.<br />
Figura 7 Perfil de velocidade para definir espessura de deslocamento<br />
55<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
A definição é verdadeira se<br />
*<br />
δ bU<br />
56<br />
∫ ∞<br />
=<br />
0<br />
( U − u)<br />
bdy<br />
onde b é a largura da placa. Desta forma:<br />
∫ ∞<br />
* ⎛ u ⎞<br />
δ = ⎜1−<br />
⎟dy<br />
0 ⎝ U ⎠<br />
A espessura de deslocamento representa o aumento da espessura do corpo necessário para que a vazão do<br />
escoamento uniforme fictício seja igual a do escoamento viscoso real. Também representa o deslocamento das linhas<br />
de corrente provocado pelos efeitos viscosos. Tal idéia permite simular a presença da camada limite no escoamento<br />
pela adição de uma espessura de deslocamento da parede real e tratar o escoamento sobre o corpos mais espessos<br />
como se fossem não viscoso.<br />
4.7 Espessura da Quantidade de Movimento<br />
A diferença de velocidades existente na camada limite U – u, provoca uma redução do fluxo da quantidade de<br />
movimento na seção b – b mostrado na Fig.7 . O fluxo é menor do que aquele na seção a – a da mesma figura. Esta<br />
diferença de fluxo de quantidade de movimento na camada limite, também conhecida como déficit do fluxo da<br />
quantidade de movimento no escoamento real é dada por:<br />
∫ ( ) ∫ ( )<br />
∞<br />
ρ u U − u dA = ρb<br />
u U − u<br />
0<br />
dy<br />
por definição estas integrais representam o déficit do fluxo da quantidade de movimento numa camada limite de<br />
velocidade uniforme U e espessura θ. Assim,<br />
∞<br />
∫<br />
0<br />
2<br />
ρ bU θ = ρb<br />
u<br />
θ =<br />
∞<br />
∫<br />
0<br />
( U − u)<br />
u ⎛ u ⎞<br />
⎜1−<br />
⎟dy<br />
U ⎝ U ⎠<br />
dy<br />
as três definições de espessura de camada limite δ , δ * e θ são utilizadas nas análises de camada limite. A hipótese da<br />
camada limite ser fina é essencial para o desenvolvimento do modelo de escoamento. Esta hipótese, na análise do<br />
escoamento sobre uma placa plana garante que δ seja muito menor que x (δ
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.8 Coeficiente de Arrasto em Placas Planas<br />
O coeficiente de arrasto ou de resistência de um corpo é dado por:<br />
C = C + C<br />
D<br />
Dp<br />
Df<br />
CDf representa o coeficiente de tensão de cisalhamento.<br />
C<br />
Df<br />
FDf<br />
=<br />
1<br />
ρU<br />
2<br />
2<br />
∞<br />
A<br />
onde A representa a área superficial ou área molhada. Por exemplo numa placa paralela ao escoamento A=bxL onde b<br />
é a largura da placa.<br />
O termo CDp representa o coeficiente de arrasto por pressão.<br />
C<br />
Dp<br />
FDp<br />
=<br />
1 2<br />
ρU<br />
∞ A<br />
2<br />
Neste caso A pode representar projeção num plano normal da área do corpo. Por exemplo num cilindro A=DxL<br />
O coeficiente de arrasto total é assim definido:<br />
C<br />
D<br />
FD<br />
=<br />
1<br />
ρU<br />
2<br />
2<br />
∞<br />
A<br />
onde FD= FDp + FDf<br />
No caso de uma placa perpendicular ao fluxo a tensão de<br />
cisalhamento não contribui para a força de resistência. O<br />
coeficiente de arrasto deve-se unicamente ao arrasto por<br />
pressão. Desta forma CD= CDp.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
CD=CDp<br />
Figura .8 Placa plana perpendicular ao fluxo<br />
No caso de uma placa plana paralela ao escoamento o arrasto deve-se unicamente ao atrito superficial. Desta forma<br />
CD= CDf.<br />
57<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.9 Coeficiente de Arrasto e Força de Arrasto pela Tensão de Cisalhamento<br />
Considerando que o perfil de velocidade u(x,y) da camada limite seja conhecido. A tensão de cisalhamento τw<br />
na parede que atua ao longo da superfície em qualquer posição x é determinado a partir da definição:<br />
∂u(<br />
x,<br />
y)<br />
τ w = μ<br />
∂y<br />
58<br />
y=<br />
0<br />
Desta forma conhecendo a distribuição de velocidades na camada limite, pode-se determinar a força de cisalhamento,<br />
devido ao escoamento que está atuando sobre a superfície sólida. Como a equação anterior não é muito prática para<br />
aplicações de Engenharia define-se a tensão de cisalhamento ou força de arrasto local como função do coeficiente de<br />
arrasto local Cf. Também denominado coeficiente de tensão de cisalhamento (Cx no texto de Ozisik).<br />
τ =<br />
w<br />
C f<br />
ρU<br />
2<br />
2<br />
∞<br />
onde ρ é a massa específica do fluido e U00 a velocidade de corrente livre. Desta forma conhecendo o coeficiente da<br />
tensão de cisalhamento Cf podemos determinar a força de arrasto exercida pelo fluido que está escoando sobre a<br />
placa plana. Igualando as equações anteriores se obtém:<br />
C<br />
f<br />
2ν<br />
∂u(<br />
x,<br />
y)<br />
=<br />
U ∂y<br />
2<br />
∞<br />
y=<br />
0<br />
o coeficiente local de arrasto poderá ser determinado se o perfil de velocidade u(x,y) na camada limite for conhecido.<br />
O valor médio do coeficiente da tensão de cisalhamento CDf de x=0 até x=L é definido como:<br />
CDf<br />
1<br />
=<br />
L<br />
L<br />
C f dx<br />
∫<br />
x=<br />
0<br />
determinado o CDf podemos calcular a força de arrasto FD atuando sobre a placa de x=0 até x=L numa largura da placa<br />
b (lembrando que a área superficial é A=bxL).<br />
ρU<br />
FD = bLCD<br />
2<br />
2<br />
∞<br />
Obs. Para placa plana paralela à direção do escoamento. CD=CDf.<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.10 Equações de BLASIUS – Placa Plana – Camada Limite Laminar<br />
Para o caso de placa plana existem diferentes soluções para determinar a espessura da camada limite, espessura<br />
de deslocamento da camada limite, coeficiente de arrasto local e coeficiente de arrasto médio. Em 1908 Blasius,<br />
discípulo de Prandtl, obtém a solução exata da camada limite numa placa plana (gradiente de pressão nulo)<br />
considerando:<br />
Escoamento em regime laminar.<br />
Escoamento permanente<br />
Escoamento bidimensional<br />
Escoamento incompressível<br />
Soluções aproximadas foram também determinadas para tal problema considerando o perfil de velocidades como um<br />
polinômio de segundo grau, de terceiro grau e de quarto grau.<br />
A seguir são apresentadas as equações denominadas exatas, determinadas por Blasius, válidas para escoamento<br />
laminar Re < 5,0x10 5 até 1,0x10 6<br />
Espessura da camada Limite<br />
δ =<br />
5x<br />
Re<br />
x<br />
Espessura de deslocamento da camada limite<br />
* vx<br />
δ = 1,<br />
73 ou também<br />
U<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
∞<br />
*<br />
δ =<br />
L<br />
Figura 9. Esquema de placa plana<br />
1,<br />
73<br />
Re x<br />
4.11 Coeficiente de arrasto local ou Coef. de tensão de cisalhamento<br />
0,<br />
664<br />
C f =<br />
Re<br />
1/<br />
2<br />
x<br />
4.12 Coeficiente de arrasto médio<br />
1<br />
Podemos determinar o coeficiente de arrasto médio CDf integrando Cf de x=0 até x=L CDf<br />
= ∫ C f dx<br />
L x=<br />
0<br />
0,<br />
664 1,<br />
328<br />
C D = CDf<br />
= 2 = onde ReL= VL/ν<br />
Re Re<br />
1/<br />
2<br />
L<br />
x<br />
1/<br />
2<br />
L<br />
U 00 x<br />
Re x =<br />
v<br />
L<br />
59<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.13 Transição de Escoamento Laminar para Turbulento<br />
O valor de Re de transição é uma função muito complexa de vários parâmetros como rugosidade da superfície,<br />
curvatura da superfície e intensidade das perturbações existentes no escoamento.<br />
No caso do ar a transição de escoamento laminar para turbulento, na camada limite sobre uma placa plana, ocorre<br />
para Rec na faixa de 2x10 5 a 3x10 6 . Para efeitos práticos utiliza o valor fixo Rec=5x10 5 que na verdade corresponde ao<br />
limite inferior da região de transição.<br />
O processo de transição envolve instabilidade do campo de escoamento. Pequenas perturbações impostas sobre a<br />
camada limite, como vibrações na placa, rugosidade da superfície, pulsações no escoamento principal aumentam ou<br />
diminuem a instabilidade dependendo do lugar onde a perturbação for introduzida:<br />
60<br />
Se a perturbação ocorre em Rex < Rec são amortecidas fazendo com que a camada limite retorne ao regime<br />
laminar<br />
Se a perturbação ocorre em Rex > Rec irão crescer transformando o escoamento em regime turbulento.<br />
A mudança do escoamento laminar para turbulento também provoca uma mudança na forma do perfil de<br />
velocidades.<br />
Figura 10 Perfis de velocidades em placa plana - regime laminar, transição e turbulento (ar).<br />
Observa-se na Fig.10 que o perfil turbulento de velocidades é mais plano apresentando um alto gradiente de<br />
velocidade na parede. Trata-se do escoamento de ar com uma velocidade de corrente livre de 27m/s.<br />
• Numa placa plana a camada limite será sempre turbulenta para Re > 4,0 x10 6<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.14 Camada Limite Turbulenta em Placa Plana<br />
4.14.1 Coeficiente de Arrasto Local - Coeficiente de Tensão de Cisalhamento<br />
A partir de dados experimentais Schilichting apresentou a seguinte correlação para o coeficiente de arrasto<br />
local para placa plana lisa.<br />
C f<br />
=<br />
−0,<br />
2<br />
5<br />
0 , 0592Re<br />
x válido<br />
para 5x10 < Re x <<br />
para número de Reyndols altos, recomenda-se a correlação de Schultz-Grunow:<br />
C f<br />
-2,584<br />
7<br />
9<br />
( log Re ) válido para 10 < Re 10<br />
= x<br />
0 , 370<br />
<<br />
4.14.2 Coeficiente de Arrasto Médio<br />
Para uma camada limite que é inicialmente laminar e passa por uma transição em algum ponto sobre a placa plana, o<br />
coeficiente de arrasto turbulento deve ser ajustado para levar em conta o escoamento laminar no comprimento inicial.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 11. Placa plana com região laminar, transição e turbulenta.<br />
Consideremos um escoamento na camada limite sobre uma placa plana que seja:<br />
Coeficiente de Arrasto Local<br />
Laminar na região entre 0 ≤ x ≤ xc e Turbulenta na região xc < x ≤ L .<br />
Os coeficientes locais de atrito em cada uma das duas regiões são:<br />
−0,<br />
5<br />
c = , 664Re<br />
em 0 ≤ x ≤ x (laminar) - Eq. de Blasius<br />
f<br />
0 x<br />
c<br />
c f<br />
x<br />
−0,<br />
2<br />
= 0, 0592Re<br />
em x c < x ≤ L<br />
Coeficiente de Arrasto Médio<br />
(turbulento)<br />
x<br />
10<br />
- Eq. de Schilichting<br />
O coeficiente de arrasto médio CDf (igual a CD em placa plana) na região inteira<br />
1 xc<br />
L<br />
c ⎜<br />
⎛<br />
⎟<br />
⎞<br />
D =<br />
⎝∫<br />
cxLam<br />
dx + ∫ cxTurbdx<br />
L 0<br />
xc ⎠<br />
−0,<br />
5<br />
−<br />
1 ⎡ ⎛U<br />
⎞ xc<br />
00<br />
−0,<br />
5 ⎛U<br />
00 ⎞<br />
cD<br />
= ⎢0,<br />
664⎜<br />
⎟ ∫ x dx + 0,<br />
059⎜<br />
⎟<br />
L ⎢⎣<br />
⎝ v 0 ⎠<br />
⎝ v ⎠<br />
efetuando a integração se obtém:<br />
0,<br />
2<br />
∫<br />
L<br />
−0,<br />
2<br />
xc<br />
x<br />
⎤<br />
dx⎥<br />
⎥⎦<br />
7<br />
61<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
CD<br />
62<br />
=<br />
0,<br />
074<br />
Re<br />
−0,<br />
2<br />
L<br />
−<br />
0,<br />
8<br />
0,<br />
074Re<br />
c −1,<br />
328Re<br />
Re<br />
L<br />
0,<br />
5<br />
c<br />
Definição do Número de Reynolds Total e Crítico e Local<br />
válido para Rec ≤ ReL < 10 7 ,<br />
U 00L<br />
Re L = é o número de Reynolds para o comprimento total (L) da placa plana.<br />
v<br />
U 00 xc<br />
Re c = é o número de Reynolds crítico da transição do escoamento laminar para turbulento<br />
v<br />
U 00x<br />
Re x = é o número de Reynolds crítico em qualquer posição da placa<br />
v<br />
Forma Geral do Coeficiente de Atrito Médio<br />
O coeficiente médio de arrasto CD sobre a região onde o escoamento é parcialmente laminar e parcialmente turbulento,<br />
depende do valor do número de Reynolds crítico Rec . Por isto a Eq. anterior é especificada de maneira mais compacta.<br />
C<br />
D<br />
=<br />
B<br />
−0,<br />
2<br />
0 , 074Re<br />
L −<br />
válido para Re c < Re L <<br />
Re L<br />
Válida quando existe a camada limite turbulenta com camada laminar anterior. O termo B é dada como:<br />
( C C )<br />
B = Re c DTurbulento<br />
− D La min ar<br />
o qual depende do número de Reynolds crítico ( Rec ) e das características do arrasto plenamente laminar e turbulento.<br />
Para diversos número de Rec o valor de B é dado a seguir.<br />
⎧700<br />
para<br />
⎪<br />
⎪1050<br />
para<br />
B = ⎨<br />
⎪1740<br />
para<br />
⎪<br />
⎩3340<br />
para<br />
5<br />
Re = 2x10<br />
c<br />
5<br />
Re = 3x10<br />
c<br />
5<br />
Re = 5x10<br />
c<br />
6<br />
Re = 1x10<br />
c<br />
• No caso em que B=0 corresponde ao escoamento turbulento começando desde x=0 e desta forma se utiliza e<br />
equação para regime turbulento denominada Eq. de Karman-Prandtl:<br />
C D<br />
=<br />
−0,<br />
2<br />
0 , 074 Re L<br />
para Rec<br />
< Re L <<br />
Para altos número de Reynolds 10 7 < Re < 10 9 se utiliza a seguinte expressão:<br />
CD<br />
0,<br />
455<br />
2,<br />
58 ( log Re ) Re L<br />
L<br />
1710<br />
−<br />
= para 10 7 < Re < 10 9<br />
10<br />
10<br />
7<br />
7<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.15 Espessura da Camada Limite - Escoamento Turbulento<br />
Utilizando uma relação empírica para a tensão de cisalhamento na parede na forma:<br />
y=<br />
0<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
1/<br />
5<br />
∂u<br />
⎛ v ⎞ 2<br />
τ<br />
= 0, 0296 ⎜<br />
⎟<br />
w = μ<br />
ρU<br />
∞<br />
∂y<br />
⎝U<br />
∞ x ⎠<br />
são obtidas expressões que permitem avaliar a espessura da camada limite turbulenta para placa plana.<br />
1. Para a camada limite plenamente turbulenta, começando da borda de ataque da placa (x=0).<br />
δ ( x)<br />
−<br />
x<br />
1/<br />
5<br />
= 0,<br />
381Re<br />
x<br />
2. No caso em que a espessura da camada limite é laminar até o ponto em que Rec=5x10 5 , e então se torna<br />
plenamente turbulenta.<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
0,<br />
381<br />
Re<br />
−1/<br />
5<br />
x<br />
−10256<br />
Re<br />
−1<br />
x<br />
válida para 5x10<br />
5<br />
7<br />
< Re < 10<br />
A Fig. 12 apresenta graficamente um resumo os tipos de coeficiente de arrasto médios para placa plana lisa.<br />
Figura 12 Coeficiente de arrasto para placa plana lisa.<br />
x<br />
63<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
4.16 Resumo das Equações da Camada Limite em Placa Plana<br />
Como ser observa existe uma grande quantidade de equações que podem ser utilizadas para avaliar o<br />
coeficiente de arrasto médio em placas planas. O uso de cada equação dependerá do regime de escoamento. A placa<br />
poderá apresentar escoamento plenamente laminar, escoamento plenamente turbulento ou se na placa plana existe<br />
uma região com escoamento laminar e posteriormente uma região com escoamento turbulento. A seguir, para<br />
simplificar, podemos utilizar as seguintes relações em exercícios específicos.<br />
I - Camada Limite Laminar<br />
Perfis de Velocidade<br />
64<br />
Linear<br />
u y<br />
= Parabólico<br />
U δ<br />
u<br />
U<br />
y ⎛ y ⎞<br />
= 2 − ⎜ ⎟<br />
δ ⎝ δ ⎠<br />
Equação de Blasius 3x105 < Rex < 5x105 C f<br />
0,<br />
664<br />
= 1/<br />
2<br />
Re<br />
1,<br />
328<br />
C D = 1/<br />
2<br />
Re<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
x<br />
5<br />
Re<br />
x<br />
*<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
1,<br />
73<br />
II - Camada Limite Turbulenta (escoamento turbulento desde a borda de ataque)<br />
Perfis de Velocidade Exponencial<br />
u<br />
U<br />
⎛ y ⎞<br />
= ⎜ ⎟<br />
⎝ δ ⎠<br />
Equação de Kárman – Prandtl (Rec=5x10 5 )<br />
C D<br />
=<br />
1/<br />
7<br />
−0,<br />
2<br />
0 , 074Re<br />
L para Rec<br />
< Re L <<br />
Equação de H. Schlichting<br />
C D =<br />
0,<br />
455<br />
2,<br />
58<br />
log Re<br />
para 10<br />
( )<br />
L<br />
δ ( x)<br />
−<br />
x<br />
1/<br />
5<br />
= 0,<br />
381Re<br />
x<br />
7<br />
<<br />
Re<br />
L<br />
10<br />
Re<br />
7<br />
< 10<br />
9<br />
x<br />
L<br />
2<br />
u ⎛ π y ⎞<br />
Senoidal = sen ⎜ ⎟<br />
U ⎝ 2 δ ⎠<br />
0,<br />
332ρU<br />
τ w =<br />
Re<br />
1<br />
*<br />
δ ( x) = 0,<br />
346δ<br />
( x)<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
7<br />
C f<br />
III – Camada Limite Turbulenta com Camada Laminar Anterior<br />
C D<br />
C D<br />
=<br />
=<br />
1700<br />
−0,<br />
2<br />
5<br />
0 , 074Re<br />
L −<br />
para 5x10 < Re L <<br />
Re L<br />
0,<br />
455<br />
( log Re )<br />
δ<br />
( x)<br />
= 0,<br />
381Re<br />
x<br />
L<br />
2,<br />
58<br />
−1/<br />
5<br />
x<br />
1700<br />
−<br />
Re<br />
L<br />
−10256<br />
Re<br />
−1<br />
x<br />
=<br />
−1/<br />
5<br />
0 , 0594Re<br />
x para Rec<br />
< Re L <<br />
τ =<br />
w<br />
1/<br />
4<br />
2⎛<br />
ν ⎞<br />
0, 0233ρU<br />
⎜ ⎟<br />
⎝Uδ<br />
⎠<br />
* δ ( x)<br />
7<br />
δ ( x)<br />
= θ ( x) = δ ( x)<br />
8<br />
72<br />
7<br />
9<br />
para 10 < Re < 10<br />
para 5x10<br />
5<br />
L<br />
10<br />
7<br />
< Re < 10<br />
x<br />
7<br />
Escoamentos Viscosos<br />
x<br />
2<br />
10<br />
7
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Exemplo - Comparação das Variáveis para Camada Limite Laminar e Turbulenta.<br />
Água (ρ=1000kg/m 3 e ν=1x10 6 m 2 /s) escoa com velocidade de U=1,0 m/s sobre uma placa plana de L=1m.<br />
Avalie a espessura da camada limite δ(x), a espessura de deslocamento δ * (x) e espessura de quantidade de<br />
movimento θ(x) e a tensão de cisalhamento na parede τw(x) para x=L.<br />
(a) Considere que é mantido escoamento laminar em toda a placa.<br />
(b) Considere que a camada limite é provocada, de modo que se torna turbulenta a partir na borda de ataque.<br />
1. Determinamos o número de Reynolds para x=L.<br />
UL<br />
L<br />
ν<br />
= Re<br />
1x1<br />
Re L = = 10 −6<br />
1x10<br />
(a) Considerando Equações para Regime Laminar<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
5<br />
Re<br />
*<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
x<br />
6<br />
1,<br />
73<br />
Re<br />
x<br />
1<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
7<br />
1x5<br />
5mm<br />
6<br />
10<br />
= = δ mm x x 73 , 1 5 346 , 0 ) (<br />
*<br />
5<br />
δ = =<br />
θ ( x) = = 0,<br />
71mm<br />
7<br />
C f<br />
=<br />
0,<br />
664<br />
Re<br />
x<br />
0,<br />
664<br />
10<br />
=<br />
6 =<br />
0,<br />
000664<br />
τ =<br />
w<br />
C f<br />
ρU<br />
( 1)<br />
2<br />
2<br />
∞<br />
kg<br />
N<br />
= 0,<br />
000664x1000<br />
= 0,<br />
332<br />
3<br />
2<br />
2 m 2 m<br />
(b) Considerando Equações para Regime Turbulento<br />
δ ( x)<br />
−1<br />
/ 5<br />
= 0,<br />
381Re<br />
x<br />
x<br />
* δ ( x)<br />
δ ( x)<br />
=<br />
8<br />
7<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
72<br />
6 −1/<br />
5 ( 10 ) = mm<br />
* 24<br />
7<br />
δ ( x) = 1x0,<br />
381 24 δ ( x) = = 3mm<br />
θ ( x) = 24 = 2,<br />
34mm<br />
8<br />
72<br />
C f<br />
=<br />
0,<br />
0594<br />
Re<br />
−1/<br />
5<br />
x<br />
= 0,0594<br />
6 −1/<br />
5 ( 10 ) = 0,<br />
00375<br />
τ =<br />
δ ( Turbulento)<br />
24<br />
Espessura da camada limite = = 4,<br />
8<br />
δ ( La min ar)<br />
5<br />
*<br />
δ ( Turbulento)<br />
3<br />
Espessura de deslocamento da camada limite = = 1,<br />
73<br />
*<br />
δ ( La min ar)<br />
1,<br />
73<br />
θ ( Turbulento)<br />
2,<br />
74<br />
Espessura da quantidade de movimento = = 3,<br />
86<br />
θ ( La min ar)<br />
0,<br />
71<br />
τ w ( Turbulento)<br />
1,<br />
87<br />
Tensão de cisalhamento na parede. = = 5,<br />
63<br />
τ ( La min ar)<br />
0,<br />
332<br />
w<br />
w<br />
C f<br />
( 1)<br />
2<br />
2<br />
ρU<br />
∞<br />
N<br />
= 0,<br />
00375x1000<br />
= 1,<br />
875 2<br />
2 2 m<br />
Obs: Existe um crescimento maior das variáveis na camada limite turbulenta devido a uma tensão de cisalhamento na<br />
parede mais alta.<br />
65<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
66<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
5. <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS - CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
5.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS: CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA<br />
• REGIME LAMINAR < Re 5x10 5<br />
• TRANSICAO ReC 5x10 5 (Pode variar entre 2x10 5 ate 3x10 6 segundo tipo de rugosidade)<br />
• TURBULENTA > Re 3x10 6<br />
EQUACAO INTEGRAL DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO DE VON KARMAN<br />
Estudamos o escoamento numa placa plana lisa submetida a uma velocidade de corrente livre U∞ paralela a<br />
placa. A placa não bloqueia o escoamento sendo a única resistência ao escoamento e dado ao cisalhamento. Devido a<br />
condição de não escorregamento provoca uma desaceleração brusca das partículas do fluido e estas retardam as<br />
partículas vizinhas surgindo uma espessura de camada cisalhante desacelerada denominada camada limite de<br />
espessura y = δ (x)<br />
. Para determinar a forca de arrasto sobre a placa deve-se realizar a integração das tesões<br />
viscosas ao longo da parede.<br />
Largura da placa: b<br />
Comprimento da placa: L<br />
Espessura da camada limite: δ<br />
Velocidade de corrente livre: U ∞<br />
Volume de controle:<br />
(1) Região de entrada do fluido no VC : ( x , y)<br />
= ( 0,<br />
0)<br />
ate ( x , y)<br />
= ( 0,<br />
h)<br />
r<br />
• Nesta região existe a uma velocidade de corrente livre V = U iˆ<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
1 ∞<br />
(2) Região de linha de corrente externa no VC : ( x , y)<br />
= ( 0,<br />
h)<br />
ate ( x , y)<br />
= ( L,<br />
h)<br />
• Nesta região não existe fluido atravessando as fronteiras: V2 = 0<br />
r<br />
(3) Região de saída do fluido no VC : ( x , y)<br />
= ( 0,<br />
L)<br />
ate ( x , y)<br />
= ( L,<br />
0)<br />
r<br />
• Nesta região existe a uma velocidade de corrente livre V u(<br />
y)<br />
iˆ<br />
(4) Região sobre a placa plana no VC : ( x , y)<br />
= ( 0,<br />
0)<br />
ate ( x , y)<br />
= ( L,<br />
0)<br />
3 =<br />
• Nesta região não existe fluido atravessando as fronteiras: V4 = 0<br />
r<br />
67<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1.1 Aplicando a Eq. da Conservação da Massa:<br />
∂<br />
∂t<br />
68<br />
∫<br />
VC<br />
r r<br />
ρ d∀<br />
+ ρVdA<br />
= 0<br />
∫<br />
SC<br />
Considerando regime permanente:<br />
∫<br />
SC<br />
∫<br />
SC<br />
r r<br />
ρ VdA<br />
=<br />
r r<br />
ρ VdA<br />
=<br />
r r r r r r r r<br />
∫ ( ρVdA)<br />
1 + ∫ ( ρVdA)<br />
2 + ∫ ( ρVdA)<br />
3 + ∫ ( ρVdA)<br />
A1<br />
A2<br />
r r r r<br />
∫ ( ρVdA)<br />
1 + ∫ ( ρVdA)<br />
3<br />
A1<br />
δ<br />
A3<br />
− ρU ∞bh<br />
+ ∫ ρu(<br />
y)<br />
bdy = 0<br />
Relação de velocidades.<br />
0<br />
A3<br />
A4<br />
U h =<br />
∞<br />
∫<br />
δ<br />
0<br />
u(<br />
y)<br />
dy<br />
1. 2 Aplicando a Eq. da quantidade de movimento. – Determinação da Forca de Arrasto.<br />
∑<br />
r ∂ r r r r<br />
F = ∫Vρ<br />
d∀<br />
+<br />
∂ ∫VρVdA<br />
t<br />
VC<br />
Aplicando na direção x em regime permanente:<br />
r r<br />
∑ Fx<br />
= uρ<br />
VdA<br />
∫<br />
SC<br />
SC<br />
As únicas forcas agindo são as forcas de superfície por cisalhamento. A pressão e constante e desta forma a forca de<br />
pressão resultante e nula.<br />
∑<br />
− F<br />
F = − F<br />
A<br />
− F<br />
A<br />
x<br />
=<br />
=<br />
A<br />
r r r r r r r r<br />
∫ ( uρ<br />
VdA)<br />
1 + ∫ ( uρVdA)<br />
2 + ∫ ( uρVdA)<br />
3 + ∫ ( uρVdA)<br />
A1<br />
A2<br />
r r r r<br />
∫ ( uρ<br />
VdA)<br />
1 + ∫ ( uρVdA)<br />
3<br />
A1<br />
A3<br />
− FA = −u1ρu1<br />
A1<br />
+ u2<br />
ρu2bdy<br />
δ<br />
∫<br />
0<br />
A3<br />
2<br />
2<br />
Forca de Arrasto local FA(x) = U ρbh<br />
− ρb<br />
u ( y)<br />
dy<br />
A4<br />
FA o<br />
δ<br />
∫<br />
0<br />
Obs. Trata-se da forca de arrasto para uma posição x da placa plana FA(x) já que a espessura da camada limite<br />
depende de x. δ =<br />
δ (x)<br />
( 1)<br />
( 2)<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1. 3 Espessura da Quantidade de Movimento.<br />
Arranjando a Eq. (2) na forma:<br />
2<br />
( U h)<br />
− ρb<br />
u ( y)<br />
dy<br />
FA = U ∞ρb<br />
∞ ∫<br />
Substituindo (I) em (II)<br />
2<br />
FA = U ∞ρb∫<br />
u(<br />
y)<br />
dy − ρb∫<br />
u ( y)<br />
dy<br />
F = ρb<br />
u(<br />
U − u)<br />
dy<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
δ<br />
0<br />
δ<br />
⎡ δ<br />
⎤<br />
2<br />
FA<br />
= ρb⎢∫<br />
U ∞u(<br />
y)<br />
dy − u ( y)<br />
dy⎥<br />
0 ∫<br />
⎣<br />
0 ⎦<br />
δ<br />
2<br />
FA<br />
= ρb⎡<br />
( U u − u ) dy⎤<br />
⎢⎣ ∫0<br />
∞ ⎥⎦<br />
A<br />
∫<br />
∫<br />
F = ρb<br />
δ<br />
0<br />
δ U ∞<br />
FA<br />
= ρb∫<br />
u ( U ∞ − u)<br />
dy<br />
0 U<br />
A<br />
F A<br />
δ<br />
0<br />
uU<br />
∞<br />
∞<br />
∞<br />
∞<br />
δ<br />
u<br />
( 1−<br />
U<br />
0<br />
δ<br />
0<br />
) dy<br />
⎧ δ<br />
2 u u ⎫<br />
= ρbU<br />
∞ ⎨∫<br />
( 1−<br />
) dy⎬<br />
0<br />
⎩ U ∞ U ∞ ⎭<br />
O termo entre parêntesis e denominado Espessura da Quantidade de Movimento:<br />
Espessura da Quantidade de<br />
Movimento.<br />
Desta forma a forca de arrasto e dada por:<br />
Forca de Arrasto Local.<br />
θ<br />
∫<br />
= δ<br />
0<br />
F A<br />
u u<br />
( 1−<br />
) dy<br />
U U<br />
∞<br />
∞<br />
2<br />
= ρbU<br />
θ<br />
∞<br />
(3)<br />
(4)<br />
69<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
1. 4 Tensão de Cisalhamento na Parede<br />
Sendo a espessura da parede considerada como uma medida do arrasto total da placa. Von Karman notou que o<br />
arrasto também e equivalente a integral da tensão de cisalhamento.<br />
70<br />
∫<br />
F ( x)<br />
= b τ ( x)<br />
dx<br />
A<br />
dF<br />
= b<br />
dx<br />
0<br />
A τ W<br />
dFA = ρbU<br />
dx<br />
x<br />
W<br />
(x)<br />
2<br />
∞<br />
dθ<br />
dx<br />
Tensão de cisalhamento na parede<br />
de uma Placa Plana.<br />
Valida para escoamento<br />
Laminar e Turbulento.<br />
5.2 RESULTADOS PARA ESCOMANETO LAMINAR:<br />
2.1 ) Espessura do Momento da Quantidade de Movimento<br />
2 dθ<br />
τ ( x)<br />
= ρU<br />
∞<br />
dx<br />
Para o escoamento laminar Von karman considerou que o perfil de velocidades tivesse um formato aproximadamente<br />
parabólico ajustado pela expressão:<br />
2 ⎛ 2y<br />
y ⎞<br />
u ( x,<br />
y)<br />
= U ∞ ⎜ − ⎟ Valido para 0 ≤ y ≤ δ ( x,<br />
y)<br />
2<br />
⎝ δ δ ⎠<br />
Utilizando esta expressão na definição da espessura da quantidade de movimento:<br />
θ<br />
∫<br />
= δ<br />
0<br />
u u<br />
( 1−<br />
) dy<br />
U U<br />
∞<br />
Se obtém:<br />
θ<br />
∫0<br />
= δ<br />
∞<br />
2<br />
2<br />
⎛ 2y<br />
y ⎞⎛<br />
2y<br />
y ⎞ 2<br />
⎜ − ⎟<br />
⎜<br />
⎜1−<br />
+ ⎟<br />
⎟dy<br />
≅ δ<br />
2<br />
2<br />
⎝ δ δ ⎠⎝<br />
δ δ ⎠ 15<br />
Espessura do Momento da<br />
Quantidade de Movimento .<br />
Solução de Von Karman.<br />
Regime Laminar<br />
2<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
15<br />
(5)<br />
(6)<br />
(7)<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2.2 Espessura da Camada Limite Laminar<br />
Da mesma forma podemos determinar a tensão de cisalhamento na parede:<br />
∂u<br />
τ W ( x)<br />
= μ<br />
∂y<br />
y=<br />
0<br />
2μU<br />
≅<br />
δ<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
∞<br />
Igualando as expressões da tensão de cisalhamento na parede:<br />
2 dθ<br />
μ<br />
τ W ( x)<br />
= ρU<br />
∞ e τ =<br />
dx<br />
δ<br />
U 2<br />
( x)<br />
com:<br />
dθ 2 dδ<br />
=<br />
dx 15 dx<br />
se obtém:<br />
ρU<br />
2<br />
∞<br />
2<br />
15<br />
dδ<br />
2μU<br />
=<br />
dx δ<br />
ν<br />
δdδ = 15 dx<br />
U<br />
∞<br />
∞<br />
Integrando de 0 a x, considerando δ = 0 em x=0.<br />
1 2 ν<br />
δ = 15 x<br />
2 U ∞<br />
Espessura da Camada Limite.<br />
Solução de Von Karman.<br />
Regime Laminar<br />
∞<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
Esta solução da espessura da camada limite e somente 10% maior que a solução exata da espessura da camada limite<br />
numa placa plana em regime laminar.<br />
5,<br />
5<br />
Re<br />
x<br />
(8)<br />
71<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2.3 Espessura de deslocamento da Camada Limite Laminar.<br />
Utilizando a figura observa-se que a linha de corrente externa desvia-se uma distancia δ ( ) para satisfazer a<br />
conservação da massa entre a entrada e saída.<br />
∂<br />
∂t<br />
72<br />
∫<br />
VC<br />
r r<br />
ρ d∀<br />
+ ρVdA<br />
= 0<br />
∫<br />
SC<br />
Considerando fluido incompressível em regime permanente.<br />
ρU<br />
bh =<br />
∞<br />
∫<br />
δ<br />
0<br />
ρu(<br />
y)<br />
bdy<br />
*<br />
onde: δ ( x) = h + δ ( x)<br />
.<br />
Cancelando b e ρ e substituindo esta expressão na anterior:<br />
U<br />
∞<br />
*<br />
δ =<br />
* ( δ − δ )<br />
*<br />
U δ =<br />
*<br />
U δ =<br />
∫<br />
=<br />
∫<br />
*<br />
U δ −U<br />
δ =<br />
∞<br />
*<br />
U δ = U δ −<br />
∞<br />
∞<br />
∞<br />
δ<br />
0<br />
∞<br />
δ<br />
∞<br />
δ<br />
∫<br />
∫<br />
δ<br />
δ<br />
∫ U ∞dy<br />
−<br />
0 ∫0<br />
δ<br />
∫ ( U ∞ − u)<br />
0<br />
0<br />
udy<br />
0<br />
0<br />
udy<br />
udy<br />
⎛ u ⎞<br />
⎜<br />
⎜1−<br />
⎟<br />
⎟dy<br />
⎝ U ∞ ⎠<br />
δ<br />
dy<br />
udy<br />
Espessura de Deslocamento da<br />
Camada Limite.<br />
∫ ⎟ δ<br />
* ⎛ u ⎞<br />
δ = ⎜<br />
⎜1−<br />
dy<br />
0<br />
⎝ U ∞ ⎠<br />
* x<br />
(9)<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2.4 Espessura de deslocamento da CL - Laminar.<br />
Utilizando o perfil de velocidades para camada limite laminar:<br />
2<br />
u( x,<br />
y)<br />
⎛ 2δ<br />
δ ⎞<br />
= ⎜ − ⎟ 2<br />
U ∞ ⎝ y y ⎠<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
*<br />
= ∫0<br />
= δ<br />
*<br />
⎛ u ⎞<br />
⎜1−<br />
⎟dy ⎝ U ⎠<br />
∫ ⎟ 2 ⎛ 2y<br />
y ⎞<br />
⎜<br />
⎜1−<br />
+ dy<br />
0<br />
2<br />
⎝ δ δ ⎠<br />
2<br />
δ<br />
* ⎛ 2y<br />
y ⎞<br />
δ = ∫ 1<br />
0 ⎜ − + 2<br />
δ δ ⎟<br />
⎟dy<br />
⎝ ⎠<br />
2 3<br />
* ⎛ 2y<br />
y ⎞<br />
δ = ⎜ y − + 2<br />
2δ<br />
3δ<br />
⎟<br />
⎝<br />
⎠<br />
* δ<br />
δ =<br />
3<br />
Espessura de Deslocamento da<br />
Camada Limite.<br />
Solução Aproximada.<br />
Regime Laminar<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
δ<br />
0<br />
δ<br />
= δ − δ +<br />
3<br />
Utilizando a aproximação de Von Karman para a espessura da CL<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
5,<br />
5<br />
Re<br />
x<br />
Espessura de Deslocamento da<br />
Camada Limite.<br />
Solução Aproximada.<br />
Regime Laminar<br />
* δ ( x)<br />
δ ( x)<br />
=<br />
3<br />
*<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
1,<br />
83<br />
Re<br />
x<br />
(10)<br />
(11)<br />
73<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
2.5 Coeficiente de Arrasto Local CL – Laminar<br />
A tensão de cisalhamento na parede esta relacionada com o coeficiente de arrasto superficial local por:<br />
1 2<br />
τ W ( x)<br />
= ρU<br />
∞C<br />
2<br />
Igualando com a expressão da tensão de<br />
cisalhamento na parede:<br />
μ<br />
τ =<br />
δ<br />
U 2<br />
W ( x)<br />
1 2<br />
U ∞ CDf<br />
ρ<br />
2<br />
74<br />
∞<br />
f<br />
2μU<br />
=<br />
δ<br />
∞<br />
Considerando nesta equação a solução da espessura da camada limite:<br />
δ ( x)<br />
=<br />
5<br />
Re<br />
1 2 2 U ∞<br />
U ∞ C f = μ<br />
ρ<br />
2<br />
C f<br />
=<br />
4<br />
5,<br />
5<br />
x<br />
Re<br />
Re<br />
x<br />
5<br />
Re<br />
x<br />
x<br />
0,<br />
73<br />
Re<br />
Coeficiente de Arrasto Superficial<br />
Local.<br />
Solução de Von Karman<br />
Regime Laminar<br />
=<br />
x<br />
C f<br />
=<br />
0,<br />
73<br />
Re<br />
x<br />
(12)<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
75<br />
2.6 Coeficiente de Arrasto Total CL Laminar<br />
∫<br />
=<br />
L<br />
W<br />
A<br />
dx<br />
x<br />
b<br />
L<br />
F<br />
0<br />
)<br />
(<br />
)<br />
( τ<br />
f<br />
W<br />
C<br />
U<br />
x<br />
2<br />
2<br />
1<br />
)<br />
( ∞<br />
= ρ<br />
τ<br />
x<br />
f<br />
C<br />
Re<br />
73<br />
,<br />
0<br />
=<br />
∫ ∞<br />
=<br />
L<br />
f<br />
A<br />
dx<br />
C<br />
U<br />
b<br />
L<br />
F<br />
0<br />
2<br />
2<br />
1<br />
)<br />
( ρ<br />
∫ ∞<br />
=<br />
L<br />
x<br />
A<br />
dx<br />
U<br />
b<br />
L<br />
F<br />
0<br />
2<br />
Re<br />
73<br />
,<br />
0<br />
2<br />
1<br />
)<br />
( ρ<br />
∫<br />
−<br />
∞<br />
∞<br />
=<br />
L<br />
A<br />
dx<br />
x<br />
U<br />
v<br />
U<br />
b<br />
L<br />
F<br />
0<br />
2<br />
/<br />
1<br />
2<br />
2<br />
1<br />
73<br />
,<br />
0<br />
)<br />
( ρ<br />
L<br />
A<br />
L<br />
U<br />
b<br />
L<br />
U<br />
v<br />
U<br />
b<br />
L<br />
F<br />
Re<br />
73<br />
,<br />
0<br />
2<br />
2<br />
1<br />
73<br />
,<br />
0<br />
)<br />
(<br />
2<br />
2<br />
/<br />
1<br />
2 ∞<br />
∞<br />
∞<br />
=<br />
=<br />
ρ<br />
ρ<br />
bL<br />
C<br />
U<br />
L<br />
F D<br />
A<br />
2<br />
2<br />
1<br />
)<br />
( ∞<br />
= ρ<br />
L<br />
D<br />
C<br />
Re<br />
73<br />
,<br />
0<br />
2<br />
=<br />
)<br />
(<br />
2 L<br />
C<br />
C f<br />
D =<br />
Coeficiente de Arrasto Superficial<br />
Total<br />
Solução de Von Karman.<br />
Regime Laminar<br />
L<br />
D<br />
C<br />
Re<br />
46<br />
,<br />
1<br />
=<br />
(13)<br />
Também:<br />
∫<br />
=<br />
L<br />
f<br />
D<br />
dx<br />
x<br />
C<br />
L<br />
C<br />
0<br />
)<br />
(<br />
1<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Escoamentos Viscosos<br />
76<br />
3. DEMOSTRACAO:<br />
∫<br />
≅<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
+<br />
−<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
−<br />
= δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
θ<br />
0<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
15<br />
2<br />
2<br />
1<br />
2<br />
dy<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
Resolvendo primeiro o termo:<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
+<br />
−<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
− 2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
1<br />
2<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
)<br />
(<br />
15<br />
2<br />
)<br />
(<br />
15<br />
2<br />
5<br />
3<br />
5<br />
5<br />
4<br />
4<br />
3<br />
5<br />
2<br />
2<br />
5<br />
4<br />
4<br />
3<br />
5<br />
2<br />
2<br />
4<br />
5<br />
2<br />
4<br />
5<br />
2<br />
2<br />
2<br />
4<br />
2<br />
2<br />
1<br />
2<br />
4<br />
5<br />
3<br />
4<br />
2<br />
3<br />
2<br />
4<br />
5<br />
3<br />
4<br />
2<br />
3<br />
2<br />
0<br />
4<br />
4<br />
3<br />
3<br />
2<br />
2<br />
4<br />
4<br />
3<br />
3<br />
2<br />
2<br />
4<br />
4<br />
3<br />
3<br />
2<br />
2<br />
3<br />
3<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
2<br />
x<br />
x<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
dy<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
y<br />
o<br />
δ<br />
θ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
θ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
θ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
θ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
θ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
δ<br />
=<br />
=<br />
−<br />
+<br />
−<br />
=<br />
−<br />
+<br />
−<br />
=<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
−<br />
+<br />
−<br />
=<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
−<br />
+<br />
−<br />
=<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
−<br />
+<br />
−<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
−<br />
+<br />
−<br />
+<br />
−<br />
=<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
+<br />
−<br />
⎟<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎞<br />
⎜<br />
⎜<br />
⎝<br />
⎛<br />
−<br />
∫<br />
\
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
5.3 RESUMO DAS EQUACOES DE CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA - LAMINAR E TURBULENTO<br />
ESCOAMENTO LAMINAR Rec < 5x105 Equação Solução Von Karman Solução Exata (Blasius)<br />
Espessura da Camada Limite<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
5,<br />
5<br />
Re<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
5<br />
Re<br />
Espessura de deslocamento da Camada Limite<br />
Espessura da Quantidade de Movimento<br />
Coeficiente de Local de Arrasto<br />
Coeficiente de Arrasto médio.<br />
ESCOAMENTO TURBULENTO Rec > 5x10 5<br />
Equação Turbulento<br />
Espessura da<br />
Camada Limite<br />
Espessura de<br />
deslocamento da<br />
Camada Limite<br />
Espessura da<br />
Quantidade de<br />
Movimento<br />
Coeficiente de Local<br />
de Arrasto<br />
Coeficiente de<br />
Arrasto médio.<br />
Coeficiente de<br />
Arrasto médio.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
5x10 5 < ReL < 10 7<br />
δ ( x )<br />
=<br />
x<br />
* δ ( x)<br />
δ ( x)<br />
=<br />
8<br />
0,<br />
381<br />
( ) 5 / 1<br />
Re<br />
x<br />
* δ ( x)<br />
δ ( x)<br />
=<br />
3<br />
*<br />
δ ( x)<br />
1,<br />
83<br />
=<br />
x Re<br />
x<br />
x<br />
* δ ( x)<br />
δ ( x)<br />
=<br />
2,<br />
89<br />
*<br />
δ ( x)<br />
=<br />
x<br />
x<br />
1,<br />
73<br />
Re<br />
2<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
15<br />
1<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
7<br />
C f =<br />
0,<br />
73<br />
Re<br />
C f<br />
0,<br />
664<br />
=<br />
Re<br />
C = 2C<br />
D<br />
C D<br />
f<br />
x<br />
1,<br />
46<br />
=<br />
Re<br />
( x)<br />
x<br />
=<br />
δ<br />
L<br />
Turbulento com<br />
Laminar Anterior<br />
5x10 5 < ReL < 10 7<br />
(Transição)<br />
0,<br />
381<br />
* δ ( x)<br />
δ ( x)<br />
=<br />
8<br />
7<br />
7<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
72<br />
72<br />
0,<br />
0594<br />
C = Antes de xc<br />
f<br />
C D =<br />
( ) 5 / 1<br />
Re<br />
x<br />
0,<br />
074<br />
( ) 5 / 1<br />
Re<br />
Turbulento<br />
107 < ReL < 109 , 2<br />
0,<br />
455<br />
C D =<br />
log Re<br />
L<br />
( ) 58<br />
L<br />
Após xc<br />
CD<br />
=<br />
1/<br />
5 ( Re ) Re x<br />
x<br />
C f<br />
=<br />
C f =<br />
0,<br />
074<br />
10256<br />
−<br />
0,<br />
664<br />
Re<br />
x<br />
0,<br />
0594<br />
( ) 5 / 1<br />
Re<br />
1/<br />
5 ( Re ) Re L<br />
L<br />
x<br />
1700<br />
−<br />
Turb. Com Laminar anterior<br />
107 < ReL < 109 0,<br />
455 1700<br />
=<br />
− 2,<br />
58<br />
log Re Re<br />
CD<br />
( ) L<br />
L<br />
C = 2C<br />
D<br />
C D<br />
C f<br />
C D<br />
f<br />
x<br />
1,<br />
328<br />
=<br />
Re<br />
L<br />
x<br />
Placa Plana Rugosa<br />
−2,<br />
5<br />
⎛<br />
x ⎞<br />
= ⎜2,<br />
87 + 1,<br />
58log<br />
⎟<br />
⎝<br />
ε ⎠<br />
⎛<br />
L ⎞<br />
= ⎜1,<br />
89 + 1,<br />
62log<br />
⎟<br />
⎝<br />
ε ⎠<br />
−2,<br />
5<br />
77<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
5.4 RELACOES BASICAS<br />
Tensão de cisalhamento na parede.<br />
(Escoamento Laminar)<br />
Tensão de cisalhamento na parede.<br />
Coeficiente de Arrasto Local.<br />
Forca de Arrasto local.<br />
Forca de Arrasto Local.<br />
Coeficiente de arrasto médio ou<br />
total.<br />
Forca de Arrasto da Placa.<br />
Espessura da Quantidade de<br />
Movimento.<br />
Espessura de Deslocamento da<br />
Camada Limite.<br />
Espessura da Camada Limite.<br />
78<br />
∂u<br />
τ W ( x) = μ<br />
∂y<br />
y=<br />
0<br />
1 2<br />
τ W ( x) = ρU<br />
∞C<br />
f ( x)<br />
2<br />
A<br />
C f ( x)<br />
=<br />
Re<br />
∫<br />
n<br />
x<br />
F ( x)<br />
= b τ ( x)<br />
dx<br />
A<br />
F A<br />
C<br />
D<br />
( x)<br />
=<br />
1<br />
=<br />
L<br />
0<br />
x<br />
W<br />
ρ ∞<br />
∫<br />
0<br />
2<br />
bU θ ( x)<br />
L<br />
C ( x)<br />
dx<br />
1 2<br />
FA<br />
= ρ U ∞ AC<br />
2<br />
= ∫ −<br />
δ u u<br />
θ ( x ) ( 1 ) dy<br />
0 U U<br />
∞<br />
∫ ⎟ δ<br />
* ⎛ u ⎞<br />
δ ( x ) = ⎜<br />
⎜1−<br />
dy<br />
0<br />
⎝ U ∞ ⎠<br />
δ ( x)<br />
A<br />
=<br />
x Re<br />
f<br />
n<br />
x<br />
D<br />
∞<br />
( 1 )<br />
( 2 )<br />
( 3 )<br />
( 4 )<br />
(5)<br />
( 6 )<br />
( 7 )<br />
(8)<br />
(9)<br />
(10)<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
5.5 Coeficiente de Arrasto em Placa Plana – Regime Laminar e Turbulento<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Fonte: White Mecânica do Fluidos 4ª Edição. 2002<br />
79<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
80<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
6. <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS - CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
6.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA<br />
ESCOAMENTO TURBULENTO<br />
No caso de escoamento turbulento sobre placa plana não existe uma teoria exata e sem varias aproximações<br />
computacionais utilizando vários modelos empíricos. No presente material será adotada uma solução simplificada<br />
utilizando equacionamento integral com apoio de equação empírica.<br />
Determinação da Espessura da Quantidade de Movimento:<br />
Para o escoamento turbulento considera-se como valida o perfil de velocidades exponencial:<br />
Perfil de velocidades exponencial:<br />
n=7 Re < 10 7<br />
n=8 10 7 < Re < 10 8<br />
n=9 10 8 < Re < 10 9<br />
Espessura da Quantidade de<br />
Movimento.<br />
θ =<br />
θ =<br />
∫<br />
∫<br />
δ<br />
0<br />
δ<br />
0<br />
⎛ y ⎞<br />
⎜ ⎟<br />
⎝ δ ⎠<br />
⎪⎧<br />
⎛ y ⎞<br />
⎨⎜<br />
⎟<br />
⎪⎩ ⎝ δ ⎠<br />
8 ⎡7<br />
y<br />
θ = ⎢ 1/<br />
⎣8<br />
δ<br />
8 /<br />
7 δ<br />
θ = 1/<br />
8 δ<br />
/ 7<br />
7<br />
7<br />
1/<br />
7<br />
7<br />
⎛<br />
⎜ ⎛ y ⎞<br />
1−<br />
⎜<br />
⎜ ⎟<br />
⎝ ⎝ δ ⎠<br />
1/<br />
7<br />
⎛ y ⎞<br />
− ⎜ ⎟<br />
⎝ δ ⎠<br />
9<br />
7 y<br />
− 2<br />
9 δ<br />
9<br />
7 δ<br />
− 2<br />
9 δ<br />
/ 7<br />
/ 7<br />
/ 7<br />
/ 7<br />
1/<br />
7<br />
2 / 7<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
δ<br />
⎤<br />
⎥<br />
⎦<br />
Espessura da Quantidade de<br />
Movimento.<br />
Escoamento Turbulento.<br />
0<br />
⎞<br />
⎟)<br />
dy<br />
⎟<br />
⎠<br />
⎪⎫<br />
⎬dy<br />
⎪⎭<br />
7 7<br />
= δ − δ =<br />
8 9<br />
u(<br />
x,<br />
y)<br />
⎛ y ⎞<br />
= ⎜ ⎟<br />
U ⎝ δ ⎠<br />
7<br />
72<br />
δ<br />
∞<br />
1/<br />
7<br />
θ<br />
valido para 0 ≤ y ≤ δ ( x,<br />
y)<br />
∫<br />
= δ<br />
0<br />
u u<br />
( 1−<br />
) dy<br />
U U<br />
∞<br />
∞<br />
7<br />
θ ( x) = δ ( x)<br />
72<br />
( 1 )<br />
( 2 )<br />
( 3 )<br />
81<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Determinação da Espessura da Camada Limite<br />
No material de Fox e Macdonald se utiliza uma expressão empírica com base a resultado de escoamento em<br />
tubulações representando a tensão de cisalhamento na parede dada por:<br />
τ<br />
1/<br />
4<br />
2<br />
( ) 0,<br />
0233 ⎟ ⎛ v ⎞<br />
= ⎜<br />
W x ρU<br />
∞<br />
U ∞δ<br />
82<br />
⎝<br />
⎠<br />
A tensão de cisalhamento na parede e relacionada com a espessura de deslocamento quantidade de movimento.<br />
2 dθ<br />
τ ( x)<br />
= ρU<br />
∞<br />
dx<br />
Foi determinado o termo que para escoamento turbulento:<br />
d θ ( x)<br />
7 δ ( x)<br />
=<br />
dx 72 dx<br />
Igualando as expressões da tensão de cisalhamento:<br />
2 ⎛ v ⎞<br />
0,<br />
0233ρU<br />
∞ ⎜<br />
U ∞δ<br />
⎟<br />
⎝ ⎠<br />
1/<br />
4<br />
1/<br />
4<br />
= ρU<br />
⎛ v ⎞ 7 dδ<br />
0,<br />
0233 ⎜ =<br />
U δ ⎟<br />
⎝ ∞ ⎠ 72 dx<br />
1/<br />
4<br />
2<br />
∞<br />
⎛ v ⎞ 1 7 dδ<br />
, 0233 ⎜<br />
= 1/<br />
U ⎟<br />
⎝ ∞ ⎠ δ 72 dx<br />
0 4<br />
72 ⎛<br />
0,<br />
0233<br />
7 ⎜<br />
⎝U<br />
1/<br />
4<br />
v ⎞<br />
4<br />
∞<br />
⎟<br />
⎠<br />
1/<br />
dx = δ dδ<br />
1/<br />
4 72 ⎛ v ⎞<br />
δ dδ<br />
= 0,<br />
0233<br />
7 ⎜<br />
U ⎟<br />
⎝ ∞ ⎠<br />
Integrando:<br />
1/<br />
4<br />
∫ ⎟ δ<br />
1/<br />
4 72 ⎛ v ⎞<br />
δ dδ<br />
= 0,<br />
0233 ⎜<br />
0 7 ⎝U<br />
∞ ⎠<br />
4<br />
δ<br />
5<br />
5 / 4<br />
72 ⎛<br />
= 0,<br />
0233 ⎜<br />
7 ⎝<br />
v<br />
U<br />
∞<br />
1/<br />
4<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
dx<br />
1/<br />
4<br />
7<br />
72<br />
∫<br />
0<br />
x<br />
dδ<br />
dx<br />
dx<br />
x + cte<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Considerando que para δ = 0 x = 0 se obtém que cte=0.<br />
⎡5<br />
72 ⎛ v<br />
δ ( x)<br />
= ⎢ 0,<br />
0233<br />
⎢4<br />
7 ⎜<br />
U<br />
⎣ ⎝ ∞<br />
⎛ v<br />
δ ( x)<br />
= 0,<br />
382 ⎜<br />
⎝U<br />
∞<br />
δ ( x)<br />
0,<br />
382<br />
=<br />
x Re<br />
1/<br />
5<br />
x<br />
1/<br />
5<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
δ ( x)<br />
⎛ v ⎞<br />
= 0,<br />
382<br />
x ⎜<br />
U x ⎟<br />
⎝ ∞ ⎠<br />
1/<br />
5<br />
4 / 5<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
x<br />
1/<br />
4<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
Espessura da Camada Limite<br />
Escoamento Turbulento.<br />
⎤<br />
x⎥<br />
⎥⎦<br />
4 / 5<br />
δ ( x ) 0,<br />
382<br />
=<br />
x Re<br />
1/<br />
5<br />
x<br />
( )<br />
83<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Determinação do Coeficiente Local da Atrito:<br />
A tensão de cisalhamento na parede e dada pelas expressões:<br />
τ<br />
1/<br />
4<br />
2<br />
( ) 0,<br />
0233 ⎟ ⎛ v ⎞<br />
= ⎜<br />
W x ρU<br />
∞<br />
U ∞δ<br />
1 2<br />
τ W ( x)<br />
= ρU<br />
∞C<br />
2<br />
84<br />
f<br />
⎝<br />
⎠<br />
Igualando as e explicitando o coeficiente local do arrasto na placa:<br />
1<br />
ρ<br />
2<br />
C f<br />
2<br />
U ∞C<br />
f<br />
2 ⎛ v ⎞<br />
= 0,<br />
0233ρU<br />
⎜<br />
⎟<br />
∞<br />
⎝U<br />
∞δ<br />
⎠<br />
0, 0466 ⎟ ⎛ v ⎞<br />
= ⎜<br />
⎝U<br />
∞δ ⎠<br />
C f<br />
⎛ ⎞ v<br />
⎜<br />
⎟ =<br />
⎝ 0,<br />
0466 ⎠ U ∞δ<br />
4<br />
1/<br />
4<br />
1/<br />
4<br />
Substituindo a expressão da espessura da camada limite:<br />
δ ( x ) 0,<br />
382<br />
=<br />
x Re<br />
1/<br />
5<br />
x<br />
4<br />
1/<br />
5<br />
⎛ C f ⎞ v ⎛ Re ⎞ x<br />
⎜<br />
⎟ =<br />
⎜<br />
⎟<br />
⎝ 0,<br />
0466 ⎠ U ∞ x ⎝ 0,<br />
382 ⎠<br />
C f<br />
1/<br />
5<br />
⎛ ⎞ Re x<br />
⎜ =<br />
0,<br />
0466 ⎟<br />
⎝ ⎠ Re x<br />
−<br />
⎛ C f ⎞ Re x<br />
⎜ =<br />
0,<br />
0466 ⎟<br />
⎝ ⎠<br />
4<br />
4<br />
4 / 5<br />
0,<br />
382<br />
1<br />
0,<br />
382<br />
Extraindo a rais quarta:<br />
C f<br />
Re<br />
−1/<br />
5<br />
= 0,<br />
0466<br />
x<br />
4<br />
−1<br />
/ 5<br />
= 0,<br />
0593Re<br />
x<br />
1/<br />
( 0,<br />
382)<br />
Espessura da Camada Limite<br />
Escoamento Turbulento.<br />
C f<br />
0,<br />
0593Re<br />
−1/<br />
5<br />
= x<br />
( )<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Determinação do Coeficiente de Arrasto Médio:<br />
C<br />
C<br />
C<br />
1<br />
=<br />
L<br />
L<br />
Df ∫ x=<br />
0<br />
1<br />
=<br />
L<br />
L<br />
Df ∫ x=<br />
0<br />
C<br />
dx<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
f<br />
−1<br />
/ 5<br />
( 0,<br />
0593Re<br />
)dx<br />
1 ⎛ v ⎞<br />
= 0 , 0593<br />
L ⎜<br />
U ⎟<br />
⎝ ⎠<br />
Df ∫ x=<br />
0<br />
∞<br />
C Df<br />
C Df<br />
C Df<br />
C Df<br />
x<br />
−1/<br />
5<br />
−1/<br />
5<br />
1 ⎛ v ⎞ 5<br />
= 0, 0593<br />
L<br />
L ⎜<br />
U ⎟<br />
⎝ ∞ ⎠ 4<br />
=<br />
1 ⎛ v<br />
0,<br />
0593<br />
L ⎜<br />
⎝U<br />
∞<br />
⎞<br />
⎟<br />
⎠<br />
−1/<br />
5<br />
5 ⎛ v ⎞<br />
= 0,<br />
0593<br />
4 ⎜<br />
⎟<br />
⎝U<br />
∞L<br />
⎠<br />
−1/<br />
5 ( Re )<br />
= 0,<br />
074 L<br />
L<br />
−1/<br />
5<br />
Coeficiente de Arrasto Médio.<br />
Escoamento Turbulento.<br />
5<br />
L<br />
4<br />
−1/<br />
5 ( x )dx<br />
4 / 5<br />
−1/<br />
5<br />
L<br />
C Df<br />
−1/<br />
5 ( Re )<br />
= 0,<br />
074 L<br />
( )<br />
85<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
(C) Espessura de deslocamento da CL.<br />
Espessura de Deslocamento da<br />
Camada Limite.<br />
86<br />
∫ ⎟ δ<br />
* ⎛ u ⎞<br />
δ = ⎜<br />
⎜1−<br />
dy<br />
0<br />
⎝ U ∞ ⎠<br />
Utilizando a equação da distribuição da velocidade para camada limite turbulenta:<br />
u(<br />
x,<br />
y)<br />
⎛ y ⎞<br />
= ⎜ ⎟<br />
U ⎝ δ ⎠<br />
∞<br />
1/<br />
7<br />
Pode ser mostrado que:<br />
Espessura de Deslocamento da<br />
Camada Limite.<br />
* δ ( x)<br />
δ ( x)<br />
=<br />
8<br />
( )<br />
( )<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
7. Escoamento Viscoso Externo:<br />
Forças Aerodinâmicas<br />
87<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Escoamento Viscoso Externo: Forças Aerodinâmicas<br />
7.1 Forças Aerodinâmicos de Sustentação e Arrasto<br />
Num escoamento externo quando o corpo se movimento através do fluido se manifesta uma interação fluido-corpo<br />
resultando em forças que podem ser descritas em função da tensão de cisalhamento na parede (τw) provocada pelos<br />
efeitos viscosos e uma tensão normal provocada pela distribuição de pressão (p).<br />
88<br />
Figura 1 Forças aerodinâmicas sobre um corpo<br />
• A componente da força resultante que atua na direção normal ao escoamento é denominada força de sustentação<br />
(Lift, L ou FL).<br />
• A componente da força resultante que atua na direção do escoamento é denominada força de arrasto. (Drag, D ou<br />
FD) .<br />
Consideremos um elemento diferencial localizado na superfície do corpo em estudo. As componente x e y da força que<br />
atua no pequeno elemento de área dA são:<br />
dFx w<br />
= pdAcosθ<br />
+ τ dAcosθ<br />
= − pdAsen<br />
θ + τ dAcosθ<br />
dFy w<br />
O arrasto e a sustentação podem ser determinados pela integração das tensões de cisalhamento e das tensões<br />
normais ao corpo.<br />
A força de sustentação é dada por:<br />
FL = ∫ dFy<br />
= − pdAsen<br />
θ + τ wdA<br />
cosθ<br />
A força de arrasto é dada por:<br />
= dF = p cos θdA + τ senθdA<br />
∫<br />
∫<br />
FD x<br />
W<br />
∫<br />
Para determinar esta força é necessário determinar o formato do corpo e as distribuições da tensão de cisalhamento na<br />
parede e da distribuição de pressão ao longo da superfície do corpo.<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
5.5.1 Coeficiente de Arrasto<br />
Na forma adimensional esta força é definida pelo coeficiente de arrasto como:<br />
C<br />
D<br />
FD<br />
=<br />
1<br />
ρU<br />
2<br />
2<br />
∞<br />
A<br />
onde<br />
O coeficiente de arrasto ou de resistência de um corpo é dado por:<br />
C = C + C<br />
D<br />
Dp<br />
Df<br />
onde CDf representa o coeficiente de tensão de cisalhamento.<br />
C<br />
Df<br />
FDf<br />
=<br />
1<br />
ρU<br />
2<br />
2<br />
∞<br />
A<br />
A representa a área superficial ou área molhada. Por exemplo, numa placa paralela ao escoamento A=bL onde b é a<br />
largura da placa e L o comprimento da placa.<br />
O termo CDp representa o coeficiente de arrasto por pressão.<br />
C<br />
Dp<br />
FDp<br />
=<br />
1 2<br />
ρU<br />
∞ A<br />
2<br />
Neste caso A pode representar projeção num plano normal da área do corpo. Por exemplo num cilindro A=DL , onde D<br />
é o diâmetro do cilindro<br />
No caso de uma placa perpendicular ao fluxo a tensão de<br />
cisalhamento não contribui para a força de resistência. O<br />
coeficiente de arrasto deve-se unicamente ao arrasto por<br />
pressão. Desta forma CD= CDp.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
CD=CDp<br />
Figura 2 Placa plana perpendicular ao fluxo<br />
Como foi visto no Cap.10, no caso de uma placa plana paralela ao escoamento, o arrasto se deve unicamente ao atrito<br />
superficial. Desta forma CD= CDf.<br />
89<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Na Tab.1 se são dados os valores do coeficiente de arrasto para diferentes corpos rombudos entre eles,<br />
esferas, semi-esferas, cilindros, placas planas, aerofólios; também é dado o coeficiente de arrasto de corpos típicos<br />
como asas de avião e automóveis. Cabe salientar que estes são valores de referência. Um estudo mais apurado deverá<br />
ser realizado para projetos de sistemas específicos.<br />
90<br />
Tabela 1 Coeficiente de Arrasto para diferentes tipos de corpos<br />
Corpos rombudos CD<br />
Esfera rugosa 0.40<br />
Esfera lisa 0.10<br />
Semi-esfera oca oposta à corrente 1.42<br />
Semi-esfera oca com face para a corrente 0.38<br />
Semi-cilindro oco oposto a corrente 1.20<br />
Semi-cilindro oco com face para a corrente 2.30<br />
Placa plana 90° 1.17<br />
Placa plana comprida a 90° 1.98<br />
Roda girando oca h/D=0.28 0.58<br />
Corpos afinados CD<br />
Placa Plana Laminar 0.001<br />
Placa Plana Turbulenta 0.005<br />
Aerofólio valor mínimo 0.006<br />
Aerofólio próximo do estol 0.025<br />
Asa em escoamento subsônico mínimo 0.05<br />
Automóveis CD<br />
Avião de transporte subsônico 0.016<br />
Avião supersônico M=2.5 0.025<br />
Barcos 0.4-1.2<br />
Helicópteros 0.3 -0.4<br />
Carro de esporte 0.4 -0.5<br />
Carro Econômico 0.5<br />
Camioneta e caminhão 0.6-0.7<br />
Trator e Trailers 0.7-0.9<br />
Pessoas CD<br />
Homem em pé 1.0 - 1.3<br />
Esquiador 1.2 - 1.3<br />
Skier 1.0 - 1.1<br />
Outros<br />
Fios e cabos 1.0 - 1.3<br />
Prédio Empire State 1.3 - 1.5<br />
Torre de Eiffel 1.8 - 2.0<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
7.2 Escoamento sobre cilindros - Efeito da viscosidade<br />
Número de Reynolds Muito Baixo<br />
Para Reynolds baixo (Re < 0.1) o escoamento<br />
apresenta uma grande região onde os efeitos viscosos<br />
são importante.<br />
As linhas de corrente são praticamente simétricas com<br />
comportamento muito similar na parte anterior e<br />
posterior do cilindro.<br />
Este tipo de escoamento pode ser estudado utilizando<br />
a teoria de escoamentos potenciais.<br />
Número de Reynolds Moderado<br />
Para escoamento em regime moderado (Re≅50) a<br />
região onde os efeitos viscosos são importantes se<br />
torna menor a montante do cilindro. A jusante a região<br />
viscosa aumenta. O escoamento perde sua simetria.<br />
Forma-se uma bolha de separação atrás do cilindro<br />
existindo um escoamento em sentido contrário ao fluxo<br />
principal.<br />
Número de Reynolds Alto<br />
No caso de escoamento com número de Reynolds alto (Re<br />
> 10 5 ) a área afetada pelas forças viscosas é concentrada<br />
na parte de atrás do cilindro. Na parte frontal do cilindro se<br />
desenvolve uma camada muito fina de fluido onde os efeitos<br />
viscosos são importante. Na parte frontal, após a separação,<br />
o escoamento torna-se turbulento originando-se uma região<br />
com emissão de vórtices.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 3 Escoamento com baixo Re<br />
Figura 4 Escoamento para Re moderado<br />
Figura 5 Escoamento para Re alto<br />
Nestas regiões o fluido apresenta gradientes consideráveis de velocidade. Como a tensão de cisalhamento é<br />
proporcional a estes gradientes, os efeitos viscosos são significativos. Fora da camada limite e da região de vórtices o<br />
fluido se comporta como se fosse um fluido não viscoso. Cabe salientar que a viscosidade dinâmica permanece a<br />
mesma em todo o campo do escoamento já que o fluido é o mesmo.<br />
91<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
7.3 Escoamento não viscoso num cilindro<br />
Do estudo do escoamento da camada limite numa placa plana sabemos que a fronteira da camada limite<br />
tenderá ao valor da velocidade de corrente livre (Voo) admitida a jusante da placa. Neste caso aplicando a Eq. de<br />
Bernoulli podemos constatar que não existe variação da pressão ao longo da placa. No caso do escoamento sobre um<br />
cilindro isto é bem diferente. Consideremos um escoamento não viscoso sobre um cilindro. Neste tipo de escoamento<br />
as linhas de corrente formadas em torno do corpo são simétricas e a linha de corrente que atinge o ponto de<br />
estagnação contorna o cilindro aderida ao mesmo. Devido à curvatura do cilindro a velocidade do fluido que contorna o<br />
cilindro (U) é diferente da velocidade de corrente livre e dependente da posição angular. Neste caso aplicando a Eq. de<br />
Bernoulli pode ser constatado que existe uma variação da pressão dependente da variação da velocidade que contorna<br />
o cilindro.<br />
92<br />
Figura. 6 Esquema de escoamento não viscoso<br />
Consideremos que a montante do cilindro a corrente livre não perturbada apresenta uma velocidade Voo e uma pressão<br />
Poo. Podemos aplicar a Eq. de Bernoulli que contorna o cilindro considerando um ponto a montante do cilindro e outro<br />
sobre a superfície da mesma com pressão p e velocidade U=U(θ).<br />
p<br />
g<br />
∞<br />
ρ<br />
2<br />
2<br />
V p U<br />
= +<br />
2g<br />
ρg<br />
2g<br />
+ ∞<br />
Para analisar a distribuição de pressão utilizamos na forma adimensional definindo o coeficiente de pressão (Cp):<br />
p − p∞<br />
c p =<br />
1 2<br />
ρV∞<br />
2<br />
Explicitando o termo (p - poo) da Eq. de Bernoulli e substituída na Eq. de Cp se obtém:<br />
c p<br />
1 ⎟ ⎛ U ⎞<br />
= − ⎜<br />
⎝V∞<br />
⎠<br />
2<br />
A equação obtida mostra a dependência da distribuição de pressão em função da velocidade do fluido que contorna o<br />
cilindro.<br />
Para escoamento não viscoso a solução teórica (potencial) da distribuição de pressão é dada como:<br />
2<br />
c p = 1− 4sen<br />
θ<br />
Da mesma forma a velocidade ao longo da superfície é dada por:<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
U ( θ ) = 2V∞<br />
senθ<br />
a qual pode ser representada na forma adimensional<br />
* U ( θ )<br />
U ( θ ) = = 2sen<br />
θ<br />
V<br />
∞<br />
Utilizando estas expressões podemos graficar a distribuição de Cp e do perfil de velocidades em torno do<br />
cilindro. A pressão é simétrica em relação ao semi-plano vertical atingindo seu máximo nos pontos de estagnação A e<br />
F. Observa-se que a velocidade nos pontos de estagnação (θ=0 e θ=180 0 ) é nula (U * (θ) =0), alcançando seu máximo<br />
em θ=90 0 sendo sua magnitude o dobro da velocidade de corrente livre (U=2Voo).<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 7 Distribuição do coeficiente de pressão e da velocidade tangencial<br />
Considerando o escoamento não viscoso o arrasto por atrito será nulo (CDf =0). Devido à simetria da distribuição de<br />
pressão em torno ao cilindro o arrasto por pressão é nulo (CDp=0). Dados experimentais mostram que sempre existirá<br />
um arrasto no cilindro mesmo tratando-se de fluidos com viscosidade muito pequena. Isto nos leva ao denominado<br />
Paradoxo de d´Alambert o qual especifica que o arrasto num corpo é sempre nulo para escoamento não viscoso,<br />
porém o arrasto num corpo imerso num fluido viscoso não é nulo.<br />
Cilindros : Escoamento não viscoso CDp = CDf=0<br />
93<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
7.4 Escoamento viscoso num cilindro : Efeito do Gradiente Adverso de Pressão<br />
Numa placa plana paralela ao escoamento a camada limite se desenvolve num campo de escoamento onde a<br />
pressão permanece constante. Isto significa que o gradiente de pressão é nulo. No caso de geometrias mais<br />
complexas, ou placa plana com inclinação, o campo de pressão deixa de ser uniforme. No caso de um cilindro na<br />
camada limite se desenvolve um gradiente de pressão devido à variação da velocidade da corrente livre que contorna a<br />
fronteira da camada limite.<br />
Consideremos uma partícula de fluido, que escoa dentro da camada limite, que viaja do ponto A para o ponto<br />
F. Tal partícula está submetida à mesma distribuição de pressão das partículas de fluido próximas, porém fora da<br />
camada limite. Contudo, devido aos efeitos viscosos, a partícula localizada dentro da camada limite sofre perdas de<br />
energia. Sendo assim a partícula não tem energia suficiente para vencer o gradiente adverso de pressão quando escoa<br />
de C para F. Considera-se que a partícula de fluido quando chega em C não tem quantidade de movimento suficiente<br />
para vencer o gradiente de pressão adverso.<br />
Se define gradiente de pressão adverso quando a pressão aumenta no sentido do escoamento ou ∂p/∂x > 0<br />
Se define gradiente de pressão favorável quando a pressão diminui no sentido do escoamento ou ∂p/∂x < 0<br />
94<br />
Figura 8 Escoamento com gradiente adverso de pressão sobre um cilindro<br />
Observando o perfil de velocidades dentro da camada limite (Fig. ) vemos que no ponto D, onde ocorre a separação do<br />
escoamento, o gradiente de velocidade e a tensão de cisalhamento na parede são nulos. Após este ponto se origina um<br />
escoamento reverso dentro da camada limite.<br />
No ponto de separação<br />
∂u<br />
⎞<br />
⎟<br />
∂y<br />
⎠<br />
y=<br />
0<br />
= 0<br />
e τ = 0<br />
w<br />
Atualmente as soluções computacionais conseguem identificar nos escoamento viscosos a separação da camada<br />
limite e a emissão de vórtices tal como representado na Fig. 11.9.<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 9 Solução numérica (CFD) do escoamento num cilindro com emissão de vórtices<br />
Devido aos efeitos da separação da camada limite a pressão média na metade traseira do cilindro é muito<br />
menor que na metade dianteira. Isto origina um arrasto (CD) devido principalmente à parcela de arrasto por pressão<br />
(CDp) já que o arrasto por efeitos viscosos (CDf) pode ser muito pequeno. O arrasto por pressão é denominado também<br />
arrasto por forma devido a sua dependência da forma do objeto.<br />
Cilindros : Escoamento viscoso CDp >> CDf<br />
Pelo efeito da separação da camada limite podemos compreender o paradoxo de d`Alambert. No escoamentos sobre<br />
um corpo submerso, mesmo para fluido com pequena viscosidade, se manifestará uma força de arrasto, a qual é,<br />
geralmente independente da magnitude da viscosidade do fluido.<br />
Dependência do Regime de Escoamento<br />
A localização do ponto de separação, a largura da esteira de vórtices originados na parte traseira do corpo e a<br />
distribuição de pressão na superfície do corpo dependem da natureza do escoamento, seja ele laminar ou turbulento.<br />
A energia cinética e a quantidade de movimento associadas ao escoamento na camada limite turbulenta são maiores<br />
do que as associadas ao escoamento na camada limite laminar. Isto se deve basicamente ao seguinte:<br />
(1) O perfil de velocidade na camada limite é mais uniforme no caso do escoamento turbulento que no caso do<br />
escoamento laminar.<br />
(2) A energia associada com os movimentos turbulentos aleatórios é maior que a laminar.<br />
Desta forma o descolamento da camada limite turbulenta desenvolvida em torno de um cilindro descola numa posição<br />
posterior daquela da camada limite laminar tal como se observa na figura.<br />
(a) Laminar (b)Turbulento<br />
Figura 10 Separação do escoamento laminar e turbulento.<br />
95<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
96<br />
Perfil de velocidades na camada limite no cilindro analisado<br />
Figura 11 Distribuição de pressão em cilindro escoamento não viscoso e viscoso<br />
Efeito do Regime de Escoamento no Arrasto de Esferas e Cilindros<br />
Como mostra a Fig. 12 existe uma dependência do coeficiente de arrasto nos cilindros e esferas lisas, muito<br />
semelhantes em função do número de Reynolds. Para escoamento com baixo número de Reynolds o arrasto é função<br />
de 1/Re. Para escoamentos moderados (10 3 a 10 5 ) o coeficiente de arrasto tem comportamento constante. Quando o<br />
Re atinge o valor crítico a camada limite se torna turbulenta e existe um queda abrupta do arrasto.<br />
Para determinar o coeficiente de arrasto (CD) numa esfera lisa podemos também utilizar as equações sugeridas por<br />
Chow:<br />
C D<br />
Re ≤ 1 1 < Re ≤ 400 400 2x106 24<br />
=<br />
Re<br />
, 0 C D =<br />
24<br />
Re C D = 0,<br />
5<br />
( ) 4275 , 0<br />
0,<br />
000366<br />
C D =<br />
Re<br />
C<br />
D = 0,<br />
18<br />
( ) 646<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Figura 12 Coeficiente de arrasto em função do número de Reynols para cilindros e esferas<br />
A estrutura típica do escoamento segundo o número de Reynolds é mostrada na Fig. 13. Para baixo número de<br />
Reynolds (Re≅0,1) se observa o escoamento típico (A) sem separação. A medida que Reynolds aumenta (Re≅10) se<br />
origina uma região de separação na parte traseira do corpo (B). A formação de vórtices oscilantes (C) se origina<br />
(Re≅100), conhecidos como vórtices de Von Karman. Para maiores Re se produz a configuração do escoamento<br />
laminar (D) no qual o arrasto é quase constante. Posteriormente quando se alcança o Re crítico (≅3x10 5 ) o escoamento<br />
torna-se turbulento (E) no qual o ponto de separação desloca-se para a parte traseira do perfil originando-se queda<br />
brusca do arrasto.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 11.13 Tipos de escoamentos associados aos pontos indicados no gráfico<br />
97<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Efeito da Rugosidade Superficial no Arrasto de Esferas e Cilindros<br />
Geralmente o arrasto aumenta com o aumento da rugosidade superficial nos corpos delgados como os perfis<br />
aerodinâmicos. Isto se deve a que o escoamento se torna turbulento. Nesta condições a maior contribuição para o<br />
arrasto total se deve ao arrasto por atrito (CDf) que é muito maior no escoamento turbulento que no escoamento laminar.<br />
Por outro lado, como se observa na figura abaixo, nos corpos rombudos, como um cilindro circular ou esferas, o<br />
aumento da rugosidade superficial pode causar uma diminuição do arrasto total. Para uma esfera lisa quando o Re<br />
atinge o valor crítico (Re≅3x10 5 ), a camada limite se torna turbulenta. Nesta condição a esteira atrás da esfera fica mais<br />
estreita. Isto origina uma diminuição significativa do arrasto por pressão (CDp) e um leve aumento do arrasto por atrito<br />
(CDf). A combinação desta duas parcelas de arrasto (CDp + CDf) fornece um arrasto total menor que nas condições de<br />
escoamento laminar. O aumento da rugosidade superficial pode conseguir que a camada limite se torne turbulenta para<br />
um Re mais baixo e com isto conseguir um arrasto total menor. Esta é, por exemplo, a técnica utilizada nas bolas de<br />
golfe que apresentam uma rugosidade artificial exagerada para conseguir um escoamento turbulento com menor Re (≅<br />
4x10 4 ) e diminuir assim o arrasto. Desta forma com uma tacada a bola pode alcançar maiores distâncias percorridas<br />
comparadas com o caso de uma esfera lisa.<br />
98<br />
Figura 14 Efeito da rugosidade no coeficiente de arrasto em esferas lisas<br />
Figura 15 Diferença do escoamento de uma esfera lisa e uma bola de golfe.<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
7.5 Sustentação Aerodinâmica<br />
A sustentação é a componente da força aerodinâmica perpendicular ao movimento do fluido. Tal força é a responsável<br />
pelo vôo dos aviões e princípio de acionamento de muitos tipos de turbomáquinas. Nos aviões, por exemplo, as asas<br />
apresentam um formato aerodinâmico (Fig) cuja seção é denominado aerofólio ou perfil aerodinâmico. Estes são<br />
projetados para produzir sustentação com a menor força de resistência possível.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 16 Detalhe de seção transversal de uma asa definindo um aerofólio<br />
Um aerofólio apresenta uma borda de ataque e uma borda de fuga. Denomina-se corda ( c ) a linha que une a borda de<br />
ataque com borda de fuga. A linha curva que é sempre simétrica às superfícies superior e inferior denomina-se linha de<br />
camber ou linha média. Um perfil aerodinâmico é simétrico quando a linha da corda e a linha de camber são retas<br />
coincidentes. O formato de um aerofólio apresenta uma curvatura que atinge seu máximo indicada pela espessura<br />
máxima.<br />
Figura 17 Nomenclatura básica de um aerofólio<br />
99<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
100<br />
Figura 8 Detalhe das forças de sustentação e arrasto num aerofólio<br />
Um perfil aerodinâmico quando submetido a uma corrente de fluido com velocidade V∞ apresenta uma força resultante<br />
( R ou FR) que é formada por duas componentes. Uma componente denominada força de sustentação (L ou FL) que<br />
atua perpendicular à velocidade e uma força de arrasto (D ou FD) que atua paralela à velocidade. O ângulo de ataque (<br />
α ) é o ângulo formado entre a linha da corda e a velocidade de corrente livre. A força de sustentação é apresentada na<br />
forma adimensional como:<br />
C<br />
L<br />
L<br />
=<br />
1 2<br />
ρV∞<br />
A<br />
2<br />
p<br />
Onde CL é o coeficiente de sustentação L a força de sustentação V∞ a velocidade de corrente livre e Ap a área projetada<br />
máxima da asa. Ap=cb onde c é a corda do aerofólio e b a envergadura da asa.<br />
Da mesma forma define-se o coeficiente de arrasto como:<br />
D<br />
CD<br />
=<br />
1 2<br />
ρV∞<br />
Ap<br />
2<br />
Onde CD é o coeficiente de arrasto e D a força de arrasto. Num perfil aerodinâmico o arrasto total origina-se pelo<br />
arrasto devido à pressão CDf, o arrasto devido ao atrito (superficial) CDf e o arrasto induzido CDi por efeitos de<br />
envergadura finita. Geralmente nos aerofólios o arrasto superficial é o mais importante. Isto pode se inverter para<br />
relações t/c maiores que 25% onde t é a espessura máxima do perfil e c a corda do mesmo.<br />
Aerofólio: Geralmente CDf >> CDp<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
7.6 Relação entre Coeficiente de Pressão e Sustentação<br />
A sustentação depende de vários parâmetros entre eles o formato do aerofólio, o número de Reynolds e o ângulo de<br />
ataque do perfil. Num corpo pode ser determinada quando se conhece a distribuição de pressão em torno do corpo. Na<br />
forma adimensional a distribuição de pressão é dada por:<br />
c p<br />
p − p<br />
=<br />
1<br />
ρV<br />
2<br />
∞<br />
2<br />
∞<br />
cp é denominado coeficiente de pressão que é a diferença entre a pressão estática local e a pressão estática de<br />
corrente livre adimensionalizada pela pressão dinâmica da corrente livre. Na figura abaixo mostra-se a curva típica da<br />
distribuição de pressão em torno de um aerofólio. A parte inferior do aerofólio apresenta uma pressão maior que na<br />
parte superior. Geralmente isto se apresenta trabalhando com o eixo de cp negativo tal como mostrado. O ponto de<br />
estagnação ocorre próximo da borda de ataque. Neste local a velocidade V=0. Para escoamento incompressível Cp=0<br />
neste ponto. Quando a corda é unitária a sustentação é relacionada com o coeficiente de pressão:<br />
1<br />
∫ ( C pi − C )<br />
⎛ x ⎞<br />
CL =<br />
ps d⎜<br />
⎟<br />
⎝ c ⎠<br />
0<br />
Onde Cpi é o coeficiente de pressão da superfície inferior e Cps representa coeficiente de pressão da superfície superior.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 19 Distribuição do coeficiente de pressão num aerofólio<br />
101<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
7,7 Curva de Sustentação versus Ângulo de Ataque.<br />
Um aerofólio com um determinado ângulo de ataque originará uma distribuição de pressão tal como mostrada na figura<br />
acima. Para graficar o comportamento da sustentação versus o ângulo de ataque de um perfil aerodinâmico devemos<br />
previamente avaliar a distribuição de pressão para cada angulo desejado e posteriormente graficar o resultado. Uma<br />
curva típica deste resultado pode ser observada na figura abaixo. Como se aprecia existe uma região em que a<br />
sustentação aumenta linearmente com o ângulo de ataque até alcançar a sustentação máxima (CLmax). Nesta região o<br />
escoamento apresenta-se suave sem separação da camada limite. Após este máximo o gradiente adverso de pressão<br />
provoca a separação do escoamento na superfície superior do aerofólio originando-se um esteira turbulenta. Nestas<br />
condições o aerofólio entra em estol o que significa que perde sustentação e ocorre aumento do arrasto. O ângulo em<br />
que se origina este fenômeno denomina-se ângulo de estol.<br />
102<br />
Figura 20 Curva típica de sustentação aerodinâmica versus ângulo de ataque<br />
Um aerofólio simétrico apresentará uma curva de CL versus α que passa pela origem. Isto é para α=0 0 a sustentação<br />
CL=0. No caso de perfis assimétricos para α=0 0 o aerofólio apresenta um sustentação, contudo existirá um ângulo tal<br />
que terá sustentação nula tal como mostrado na figura abaixo.<br />
Figura 21 Curva de sustentação para aerofólios simétricos e assimétricos<br />
Um aerofólio é uma seção de asa que, para efeitos de análise de escoamento, considera-se como bidimensional. Tratase<br />
portanto de uma asa de envergadura infinita. Quando se estudam perfis com envergadura finita devem ser<br />
considerados os efeitos tridimensionais provocados pelas pontas das asas, as quais reduzem a sustentação e<br />
aumentam o arrasto. Num aerofólio de envergadura finita são originados vórtices de fuga devido a que a pressão<br />
média na superfície inferior é maior que a pressão média na superfície superior. Esta diferença de pressão se manifesta<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
perto das pontas na qual o fluido tende a escoar da parte superior para a parte inferior. Como a asa está em movimento<br />
para jusante do aerofólio formam-se estes vórtices de fuga tal como mostrados na figura abaixo.<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 22 Circulação e feito de vórtices de fuga num perfil de envergadura finita<br />
Os efeitos de envergadura são correlacionados utilizando a definição da razão de aspecto<br />
2<br />
Quadrado do comprimento<br />
da asa b<br />
Razão de Aspecto ( ar)<br />
=<br />
=<br />
Área Pr ojetada<br />
onde b é a envergadura e Ap a área projetada. Se o comprimento da corda é constante tal como numa asa retangular,<br />
esta relação fica simplificada como ar = b/c. As asas compridas são mais eficientes que as asas curtas devido às<br />
perdas das pontas são menos significativas. O efeitos de pontas também origina um arrasto induzido o qual deve ser<br />
determinado e adicionado ao arrasto por atrito e por pressão do aerofólio.<br />
Figura 23 Definição de envergadura e área planiforme de uma asa<br />
A relação sustentação/arrasto (L/D) é um parâmetro importante que mede a qualidade aerodinâmica de um perfil.<br />
Quanto maior esta relação maior será a eficiência do perfil. Seções modernas de baixo arrasto atingem L/D em torno<br />
de 400. Um planador de alto desempenho com ar=40 pode ter um L/D=40. Um avião típico (ar≅12) pode ter L/D≅20.<br />
Ap<br />
103<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
104<br />
Figura 24 Definição do ângulo de ataque geométrico efetivo e induzido<br />
Figura 25 Efeito da envergadura finita na sustentação aerodinâmica<br />
Nos perfis com envergadura finita as velocidades dirigidas para baixo reduzem o ângulo de ataque efetivo em<br />
proporção ao coeficiente de sustentação.<br />
α = α + α<br />
efec<br />
i<br />
onde αefec é o ângulo efetivo numa asa com envergadura finita, αi é o ângulo de ataque induzido por efeito da<br />
velocidade para baixo originada pelos vórtices de fuga. Isto origina uma redução da inclinação da curva da sustentação<br />
como observado na figura. Da teoria de fluido incompressível o ângulo induzido é determinado como:<br />
CL α i =<br />
πar<br />
A inclinação da curva de sustentação para um aerofólio com envergadura infinita é definida como coeficiente de<br />
inclinação:<br />
a<br />
o =<br />
dC L<br />
dα<br />
Desta forma a sustentação pode ser avaliada para uma asa de envergadura infinita em função de ao curva utilizando a<br />
relação:<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
C = a α<br />
L<br />
L<br />
o<br />
o<br />
eefct<br />
( α − )<br />
C = a α<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
i<br />
Figura 26 Determinação da sustentação para aerofólios de envergadura finita<br />
7.71. Influência da Velocidade Induzida na Força de Arrasto<br />
Numa asa de envergadura finita os vórtices de fuga (Fig.11.22) originam velocidades para baixo que provocam um<br />
aumento do coeficiente de arrasto CD , o qual pode ser avaliado como:<br />
C + C<br />
D = CD∞<br />
Di<br />
onde CD∞ é o coeficiente de arrasto da seção considerada um perfil de envergadura infinita e CDi é o arrasto induzido<br />
que pode ser avaliado pela expressão:<br />
C<br />
Di<br />
2<br />
CL<br />
= CLα<br />
i =<br />
πar<br />
A Fig. 27 mostra a as curvas típicas de sustentação e arrasto para um perfil aerodinâmico em função do ângulo de<br />
ataque. Observa-se na curva de sustentação o comportamento linear de CL até o alcançar ângulo de estol (α≅15 0 ).<br />
Após este ângulo o aerofólio entra em estol, observando-se um queda brusca de CL e um aumento acentuadado do<br />
coeficiente de arrasto.<br />
105<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Efeito da compressibilidade<br />
106<br />
(a ) Sustentação (b) Arrastro<br />
Figura 27 Curvas típicas de sustentação e arrasto para um aerofólio<br />
Para corpos perfilados para escoamentos com número de M
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
7.7.2 Velocidade mínima de vôo<br />
Nas condições de estado de vôo constante (condições de cruzeiro) a sustentação (FL) deve ser igual ao peso da<br />
aeronave (W).<br />
1<br />
W = L = ρ V<br />
2<br />
2<br />
∞<br />
A<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
Figura 29 Equilíbrio do peso e da sustentação num avião em velocidade de cruzeiro<br />
A velocidade mínima (Vmin) de vôo é obtida quando CL=CLmax.<br />
V<br />
min<br />
=<br />
2W<br />
ρC<br />
L max<br />
A<br />
Desta forma a velocidade mínima de aterrissagem pode ser reduzida pelo aumento de CLmax. ou pelo aumento da área<br />
da asa. Os flapes são partes móveis da borda de fuga de uma asa que podem ser prolongados num aterrissagem e<br />
decolagem com a finalidade de aumentar a área efetiva da asa.<br />
107<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
108<br />
ANEXO<br />
EQUACOES BASICAS DE MECANICA DOS FLUIDOS<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
8. EQUACOES BASICAS DE MECANICA DOS FLUIDOS<br />
Equação da conservação da massa<br />
Equação da Quantidade de Movimento<br />
(2ª Lei de Newton)<br />
Equação do Momento da Quantidade de<br />
Movimento<br />
Equação da Conservação da Energia<br />
Onde:<br />
m Massa do fluido<br />
V r Vetor de velocidade da partícula de fluido<br />
r r Vetor posição da partícula de fluido<br />
F r Vetor das forcas agindo sobre a partícula de fluido<br />
E Energia total<br />
Q Calor<br />
W Trabalho<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
d<br />
dt<br />
d<br />
( m)<br />
= 0<br />
dt<br />
d r r<br />
( mV<br />
) = F<br />
dt<br />
r<br />
r<br />
r r<br />
{ m(<br />
V × r ) } = r × F<br />
d dQ dW<br />
( E)<br />
= −<br />
dt dt dt<br />
109<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
FORMAS INTEGRAIS DAS EQUACOES DO MOVIMENTO<br />
As equações integrais podem ser descritas a partir de uma equação geral reconhecendo os efeitos externos e termos<br />
característicos.<br />
110<br />
E<br />
ext<br />
∂<br />
=<br />
∂t<br />
∫ξρd∀ + ∫<br />
vc sc<br />
r r<br />
ξρVdA<br />
Conservação da massa: E ext = 0<br />
ξ = 1<br />
r r<br />
r<br />
Quantidade de Movimento: Eext<br />
= FS<br />
+ FB<br />
ξ = V<br />
Momento da Quantidade de<br />
r r r r r<br />
r r<br />
Eext<br />
= r × FS<br />
+ r × FB<br />
+ Teixo<br />
ξ = r × V<br />
Movimento:<br />
Equação da Energia<br />
dQ dW<br />
ξ = e<br />
Eext = −<br />
dt dt<br />
Onde e representa a energia total por unidade de massa e E/m<br />
⎛ 1 2 ⎞<br />
e = ⎜ V + gz + uint<br />
⎟<br />
⎝ 2<br />
⎠<br />
sendo uint a energia especifica interna (energia por unidade de massa).<br />
As forcas que agem em fluidos são basicamente as forcas de superfície e as forcas de campo.<br />
As forcas de superfície são formadas pelas forcas por efeito o de tensões normais ou de pressão e das tensões<br />
tangenciais ou de cisalhamento.<br />
r r r<br />
F = F + F = pdA + τdA<br />
S<br />
Sp<br />
Sτ<br />
A forca de campo dada por:<br />
r r r r<br />
F = Bdm<br />
= Bρd∀<br />
= gρd∀<br />
B<br />
∫<br />
vc<br />
∫<br />
vc<br />
∫<br />
A<br />
∫<br />
∫<br />
vc<br />
A<br />
As forcas de campo e de superfície podem ser representadas pelas suas componentes:<br />
r<br />
dFSp = dF iˆ<br />
Spx + dFSpyiˆ<br />
+ dFSpziˆ<br />
r<br />
dF dF iˆ<br />
dF iˆ<br />
S S x S y dFS<br />
ziˆ<br />
τ = τ + τ + τ<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
FORMA VETORIAL DO CAMPO DE VELOCIDADES<br />
O vetor de posição ou de deslocamento de uma partícula de fluido e dado por:<br />
r<br />
= r iˆ<br />
+ r ˆj<br />
+ r kˆ<br />
r x y z<br />
A velocidade e uma função vetorial da posição e do tempo com três componentes u,v e w sendo cada componente um<br />
campo escalar<br />
r<br />
V ( r,<br />
t)<br />
= u(<br />
x,<br />
y,<br />
z,<br />
t)<br />
iˆ<br />
+ v(<br />
x,<br />
y,<br />
z,<br />
t)<br />
ˆj<br />
+ w(<br />
x,<br />
y,<br />
z,<br />
t)<br />
kˆ<br />
Outras grandezas podem ser determinadas manipulando matematicamente o campo de velocidades, denominadas<br />
propriedades cinemáticas:<br />
Propriedades Cinemáticas:<br />
Vetor de Deslocamento<br />
Aceleração<br />
Vazão em Volume<br />
Vetor rotação – Velocidade Angular<br />
2ª Lei de Newton aplicada a Fluidos.<br />
r r<br />
F = ma<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
= ∫Vdt<br />
r r dV dt<br />
r<br />
r<br />
a =<br />
= VdA r r<br />
Q<br />
∫<br />
V r r 1<br />
ω = ∇ ×<br />
2<br />
Apresenta-se para fluidos em movimentos definindo a aceleração substancial da partícula de fluido.<br />
r<br />
r ⎛ DV<br />
⎞<br />
F = m⎜<br />
⎟<br />
⎜ ⎟<br />
⎝ Dt ⎠<br />
Onde<br />
r r<br />
DV<br />
∂V<br />
r r<br />
= + ( V∇)V<br />
Dt ∂t<br />
111<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
Para estudar o movimento dos fluidos devemos conhecer algumas regras básicas assim como operadores específicos.<br />
Regra da Cadeia.<br />
Seja uma variável de f,<br />
Dependente de coordenadas espaciais e do tempo de f(x,y,z,t),<br />
Para obter uma derivada temporal escalar da mesma variável pode-se aplicar a regra da cadeia.<br />
df<br />
dt<br />
112<br />
∂f<br />
∂f<br />
dx ∂f<br />
dy ∂f<br />
= + + +<br />
∂t<br />
∂x<br />
dt ∂y<br />
dt ∂z<br />
Gradiente ou Operador Nabla<br />
dz<br />
dt<br />
As variáveis de cinemática dos fluidos podem ser manipuladas escritas de modo mais compacto quando se utiliza o<br />
operador denominado Gradiente o Operador Nabla definido como.<br />
Gradiente<br />
∇ =<br />
∂<br />
iˆ<br />
∂<br />
ˆ<br />
∂<br />
+ j + kˆ<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
O produto deste operador com um vetor velocidade resulta no divergente do vetor .<br />
Por exemplo, o divergente do vetor velocidade e dado por:<br />
Divergente da Velocidade<br />
∂u<br />
∂v<br />
∂w<br />
∇V = + +<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
r<br />
Conservação da massa escoamento compressível e incompressível em regime não-permanente:<br />
Eq. da conservação da massa.<br />
∂ρ<br />
+ ∇<br />
∂t<br />
r<br />
( ρV<br />
) = 0<br />
∂ρ r ∂ρ<br />
∂ρu<br />
∂ρv<br />
∂ρw<br />
+ ∇ρV<br />
= + + +<br />
∂t<br />
∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
No caso em que o escoamento é em regime permanente, com fluido incompressível.<br />
Escoamento Incompressível<br />
Regime permanente.<br />
∇V = 0<br />
r<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
ACELERAÇÃO DE UMA PARTÍCULA DE FLUIDO<br />
A aceleração de uma partícula de fluido e dada por:<br />
r<br />
a = iˆ<br />
+ a ˆj<br />
+ a kˆ<br />
a x y z<br />
a qual pode ser determinara em função do vetor velocidade :<br />
r<br />
dV du dv dw<br />
= iˆ<br />
+ ˆj<br />
+ kˆ<br />
dt dt dt dt<br />
Utilizando a regra da cadeia para cada componente u,v,w:<br />
du ∂u<br />
∂u<br />
dx ∂u<br />
dy ∂u<br />
dz<br />
= + + +<br />
dt ∂t<br />
∂x<br />
dt ∂y<br />
dt ∂z<br />
dt<br />
Como se trata de uma partícula especifica.<br />
du ∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
= + u + v + w<br />
dt ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
De modo compacto podemos representar esta equação como:<br />
du ∂u<br />
r<br />
= + V∇(u)<br />
dt ∂t<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
dV dt<br />
r<br />
r<br />
a =<br />
dx dy<br />
u = v = w =<br />
dt dt<br />
Aplicando o mesmo procedimento para o componente u, v e e w encontramos as seguintes expressões:<br />
du ∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
∂u<br />
= + u + v + w<br />
dt ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
dv ∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
∂v<br />
= + u + v + w<br />
dt ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
dw ∂w<br />
∂w<br />
∂w<br />
∂w<br />
= + u + v + w<br />
dt ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
du ∂u<br />
r<br />
= + V∇(u)<br />
dt ∂t<br />
dv ∂v<br />
r<br />
= + V∇(v)<br />
dt ∂t<br />
dw ∂w<br />
r<br />
= + V∇(w)<br />
dt ∂t<br />
dw<br />
dt<br />
113<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
A aceleração total de uma partícula e denominada também aceleração substancial ou material<br />
Aceleração total de uma<br />
partícula<br />
Aceleração total de uma<br />
partícula<br />
Derivada substancial<br />
114<br />
Aceleração Local<br />
⎧<br />
⎨<br />
⎩<br />
∂V<br />
⎫<br />
⎬<br />
∂t<br />
⎭<br />
r<br />
Aceleração Convectiva<br />
r r r<br />
⎧ ∂V<br />
∂V<br />
∂V<br />
⎫<br />
⎨u<br />
+ v + w ⎬<br />
⎩ ∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
⎭<br />
r r<br />
DV<br />
∂V<br />
r r<br />
= + V∇V<br />
Dt ∂t<br />
r r r r r<br />
DV<br />
∂V<br />
∂V<br />
∂V<br />
∂V<br />
= + u + v + w<br />
Dt ∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
D<br />
Dt<br />
∂ ∂ ∂ ∂<br />
= + u + v + w<br />
∂t<br />
∂x<br />
∂y<br />
∂z<br />
• Trata-se de uma aceleração que ocorre no tempo.<br />
• Ocorre em escoamentos transientes e em regime permanente.<br />
• E nula para escoamento em regime permanente.<br />
• Aceleração que se manifesta em escoamentos com mudanças de geometria.<br />
• Escoamentos em regime permanente podem ter grandes acelerações<br />
convectivas devido a mudanças de geométrica.<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
ROTACIONAL<br />
O rotacional e o produto do operador Nabla por uma função vetorial. O rotacional da velocidade e dado por:<br />
iˆ<br />
∇ × V = ∂ / ∂x<br />
r<br />
u<br />
ˆj<br />
∂ / ∂y<br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
v<br />
kˆ<br />
⎛ ∂w<br />
∂v<br />
⎞ u w v u<br />
z<br />
iˆ<br />
⎛ ∂ ∂ ⎞ ˆ<br />
⎛ ∂ ∂ ⎞<br />
∂ / ∂ = ⎜ − ⎟ + ⎜ − ⎟ j + ⎜ − ⎟kˆ<br />
y z ⎝ ∂z<br />
∂x<br />
⎠ x y<br />
w<br />
⎝ ∂ ∂ ⎠<br />
⎝ ∂ ∂ ⎠<br />
Desta forma, o vetor da velocidade angular (vetor rotação) local como:<br />
V r r 1<br />
ω = ∇ ×<br />
2<br />
r<br />
ω = ω ˆ + ω ˆj<br />
+ ω kˆ<br />
xi<br />
y z<br />
1 ⎛ ∂w<br />
∂v<br />
⎞ u w v u<br />
iˆ<br />
1 ⎛ ∂ ∂ ⎞ ˆ<br />
1 ⎛ ∂ ∂ ⎞<br />
ω = ⎜ − ⎟ + ⎜ − ⎟ j + ⎜ − ⎟kˆ<br />
2 ⎝ ∂y<br />
∂z<br />
⎠ 2 ⎝ ∂z<br />
∂x<br />
⎠ 2 ⎝ ∂x<br />
∂y<br />
⎠<br />
v<br />
Vorticidade<br />
Defini-se a vorticidade como duas vezes o valor da rotação<br />
V r<br />
r r<br />
ζ = 2 ω = ∇ ×<br />
A vorticidade e o rotacional estão associados com escoamentos viscosos os quais apresentam tensões de<br />
cisalhamento.<br />
Escoamento Irrotacional ω = 0<br />
r<br />
Um escoamento não viscoso não apresenta tensões de cisalhamento, portanto e denominado irrotacional.<br />
Desta forma ω = 0<br />
r<br />
. Significa que suas componentes também devem ser nulas.<br />
⎛ ∂w<br />
∂v<br />
⎞<br />
⎜ − ⎟ = 0<br />
⎝ ∂y<br />
∂z<br />
⎠<br />
⎛ ∂u<br />
∂w<br />
⎞<br />
⎜ − ⎟ = 0<br />
⎝ ∂z<br />
∂x<br />
⎠<br />
⎛ ∂v<br />
∂u<br />
⎞<br />
⎜ − ⎟ = 0<br />
⎝ ∂x<br />
∂y<br />
⎠<br />
Escoamento Irrotacional ω = 0<br />
r<br />
Escoamento Rotacional ω ≠ 0<br />
r<br />
∇ × V = 0<br />
r<br />
∇ × V ≠ 0<br />
r<br />
115<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
116<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
ANEXO<br />
GRAFICOS<br />
117<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
118<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
119<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
120<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
121<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
122<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
123<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
124<br />
Escoamentos Viscosos
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />
125<br />
<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />
126<br />
Escoamentos Viscosos