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APOSTILA ESCOAMENTOS VISCOSOS 2010 - pucrs

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<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

<strong>APOSTILA</strong> DE<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Prof. Jorge Villar Alé<br />

2º Semestre<br />

<strong>2010</strong><br />

1<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.1 ESCOAMENTO VISCOSO E INCOMPRESSÍVEL.............................................................................................5<br />

1.1.1 Conceito de Escoamento Plenamente Desenvolvido...................................................................................5<br />

1.2 DISTRIBUIÇÃO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO EM TUBOS..........................................................7<br />

1.3 ESCOAMENTO LAMINAR EM TUBULAÇÕES .........................................................................................9<br />

1.4 ESCOAMENTO TURBULENTO EM TUBULAÇÕES...............................................................................................12<br />

1.4.1 Tensão de cisalhamento............................................................................................................................13<br />

1.4.2 Distribuição da Velocidade no Escoamento Turbulento ..........................................................................14<br />

1.5 EQUAÇÃO DE ENERGIA COM VELOCIDADE MÉDIA .........................................................................................16<br />

1.6 PERDA DE PRESSÃO NO ESCOAMENTO EM TUBULAÇÕES................................................................................17<br />

1.7 PERDA DE CARGA PRINCIPAL .........................................................................................................................18<br />

1.7.1 Perda de Carga Principal - Escoamento Laminar ...................................................................................18<br />

1.7.2 Perda de Carga Principal - Escoamento Turbulento ...............................................................................19<br />

1.7.3 DIAGRAMA DE MOODY.........................................................................................................................20<br />

1.8 MÉTODOS PARA DETERMINAR AS PERDAS DE CARGA SECUNDÁRIAS .................................................................23<br />

1.8.1 Método do comprimento equivalente........................................................................................................23<br />

1.8.2 Método do coeficiente de perda de carga .................................................................................................24<br />

1.9 PERDA DE CARGA EM ELEMENTOS SECUNDÁRIOS..........................................................................................25<br />

1.9.1 Saídas e Entradas Abruptas.....................................................................................................................25<br />

1.9.2 Expansão e Contração Abruptas ..............................................................................................................26<br />

1.9.3 Expansão e Contração Gradual ...............................................................................................................27<br />

1.10 PROBLEMAS TÍPICOS DE <strong>ESCOAMENTOS</strong> EM TUBOS .......................................................................................28<br />

1.10.1 Determinação da Vazão.......................................................................................................................28<br />

1.10.2 Determinação do Diâmetro da Tubulação...........................................................................................28<br />

1.11 RESUMO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO NAS PAREDES ................................................................................29<br />

1.12 CONCEITO DE DIÂMETRO HIDRÁULICO .........................................................................................................30<br />

2.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS - TENSOES DE REYNOLDS ...........................................................32<br />

2.2 REPRESENTACOES SEMI-EMPIRICAS DAS TENSOES DE REYNOLDS ............................................36<br />

2.3 CONCEITO DE MISTURA DE PRANDTL.................................................................................................36<br />

3.1 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS ....................................40<br />

3.2 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS LISOS .................................42<br />

3.3 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS RUGOSOS.........................47<br />

3.4 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – LEI EXPONENCIAL ......................48<br />

4.1 ESCOAMENTO VISCOSO EXTERNO: CONCEITOS DE CAMADA LIMITE .............................................................51<br />

4.2 ESCOAMENTO EM TORNO DE CORPOS ............................................................................................................51<br />

4.2.1 Efeito do Número de Reynolds no Escoamento Externo...........................................................................51<br />

4.3 ESCOAMENTO SOBRE PLACA PLANA ..............................................................................................................52<br />

4.3.1 Forças Viscosas Predominantes – Reynolds muito baixo - Re≈0,1 ..........................................................52<br />

4.3.2 Forças Viscosas Moderadas – Reynolds baixo - Re≈10 ..........................................................................52<br />

4.3.3 Forças de Viscosas Confinadas – Reynolds Alto - Re≈10 7 ......................................................................53<br />

4.4 CARACTERÍSTICAS DA CAMADA LIMITE.........................................................................................................54<br />

4.5 ESPESSURA DA CAMADA LIMITE ....................................................................................................................55<br />

4.6 ESPESSURA DE DESLOCAMENTO.....................................................................................................................55<br />

4.7 ESPESSURA DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO...............................................................................................56<br />

4.8 COEFICIENTE DE ARRASTO EM PLACAS PLANAS ............................................................................................57<br />

4.9 COEFICIENTE DE ARRASTO E FORÇA DE ARRASTO PELA TENSÃO DE CISALHAMENTO ...................................58<br />

4.10 EQUAÇÕES DE BLASIUS – PLACA PLANA – CAMADA LIMITE LAMINAR.......................................................59<br />

ESPESSURA DA CAMADA LIMITE...................................................................................................................................59<br />

ESPESSURA DE DESLOCAMENTO DA CAMADA LIMITE....................................................................................................59<br />

4.11 COEFICIENTE DE ARRASTO LOCAL OU COEF. DE TENSÃO DE CISALHAMENTO.................................................59<br />

4.12 COEFICIENTE DE ARRASTO MÉDIO ..................................................................................................................59<br />

4.13 TRANSIÇÃO DE ESCOAMENTO LAMINAR PARA TURBULENTO.........................................................................60<br />

4.14 CAMADA LIMITE TURBULENTA EM PLACA PLANA.........................................................................................61<br />

4.14.1 Coeficiente de Arrasto Local - Coeficiente de Tensão de Cisalhamento .............................................61<br />

4.14.2 Coeficiente de Arrasto Médio ..............................................................................................................61<br />

4.15 ESPESSURA DA CAMADA LIMITE - ESCOAMENTO TURBULENTO.....................................................................63<br />

4.16 RESUMO DAS EQUAÇÕES DA CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA ..................................................................64<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

3<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4<br />

5.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS: CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA ...............................................67<br />

5.2 RESULTADOS PARA ESCOMANETO LAMINAR:..................................................................................70<br />

5.3 RESUMO DAS EQUACOES DE CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA - LAMINAR E<br />

TURBULENTO...........................................................................................................................................................77<br />

5.4 RELACOES BASICAS......................................................................................................................................78<br />

5.5 COEFICIENTE DE ARRASTO EM PLACA PLANA – REGIME LAMINAR E TURBULENTO ......................................79<br />

6.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA .........................................................81<br />

7.1 FORÇAS AERODINÂMICOS DE SUSTENTAÇÃO E ARRASTO.......................................................................................88<br />

5.5.1 Coeficiente de Arrasto ..............................................................................................................................89<br />

7.2 ESCOAMENTO SOBRE CILINDROS - EFEITO DA VISCOSIDADE...................................................................................91<br />

7.3 ESCOAMENTO NÃO VISCOSO NUM CILINDRO ...........................................................................................................92<br />

7.4 ESCOAMENTO VISCOSO NUM CILINDRO : EFEITO DO GRADIENTE ADVERSO DE PRESSÃO ......................................94<br />

7.5 SUSTENTAÇÃO AERODINÂMICA .............................................................................................................................99<br />

7.6 RELAÇÃO ENTRE COEFICIENTE DE PRESSÃO E SUSTENTAÇÃO ..............................................................................101<br />

7,7 CURVA DE SUSTENTAÇÃO VERSUS ÂNGULO DE ATAQUE......................................................................................102<br />

5.5.2 Influência da Velocidade Induzida na Força de Arrasto........................................................................105<br />

5.5.3 Velocidade mínima de vôo .....................................................................................................................107<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.1 ESCOAMENTO VISCOSO E INCOMPRESSÍVEL<br />

1.1.1 Conceito de Escoamento Plenamente Desenvolvido<br />

Consideramos no estudo o escoamento viscoso interno num tubo com fluido incompressível (Fig.1). Se o tubo<br />

estivesse imerso num reservatório (ou na saída de um reservatório) a velocidade U0 na entrada poderia ser considerada<br />

como uniforme. A medida que o fluido entra no tubo os efeitos viscosos provocam aderência do fluido às paredes do<br />

tubo. Esta é conhecida como condição de não deslizamento. Assim, o fluido em contato com as paredes sempre terá<br />

velocidade nula ao longo de todo o comprimento da tubulação.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 1 Região de entrada em um tubo<br />

A medida que o fluido escoa para dentro do tubo (na direção x) se desenvolve uma camada limite, devido ao<br />

efeito das forças de cisalhamento das paredes, que retardam o escoamento. A medida que avança para o interior do<br />

tubo tal efeito aumenta. Os efeitos viscosos são importantes dentro da camada limite. Na região do núcleo não atingida<br />

pela camada limite os efeitos viscosos são desprezíveis.<br />

Considerando que o escoamento é incompressível a velocidade na linha central do tubo aumenta com a<br />

distância a partir da entrada satisfazendo a equação da continuidade. O perfil de velocidades u(r,x) muda conforme<br />

aumenta a camada limite. Contudo como a seção do tubo é constante a velocidade média deve ser a mesma em<br />

qualquer seção:<br />

1 r r<br />

u = ∫ udA<br />

A<br />

total<br />

Como na região de entrada a velocidade é uniforme também é verdadeiro que u=U0: Numa determinada<br />

posição x a camada limite atinge a linha central da tubulação e o perfil de velocidade não muda com a posição x que<br />

encontramos no tubo.<br />

5<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Comprimento de entrada L<br />

Distância da entrada até o local onde a camada limite atinge a linha central (de simetria) do tubo (x=L). A partir deste<br />

ponto o perfil de velocidade é plenamente desenvolvido significando que seu formato não varia mais na direção de x.<br />

• Para x > L o perfil de velocidade não varia mais com x, nesse caso denomina-se perfil de velocidades plenamente<br />

desenvolvido.<br />

Posição no tubo Perfil de velocidades<br />

Na entrada do tubo x=0. u=Uo = constante<br />

Na região de desenvolvimento x ≤ L u=u(r,x)<br />

Na região plenamente desenvolvida x > L u=u (r)<br />

• O formato do perfil plenamente desenvolvido depende se o regime de escoamento é laminar ou turbulento.<br />

Para Escoamento Laminar o comprimento de entrada é função do número de Reynolds:<br />

L ρVD ≈ 0 , 06 = 0,<br />

06 Re<br />

D μ<br />

Onde ρ é a massa especifica do fluido (kg/m 3 ), V é a velocidade média do escoamento (m/s), D é o diâmetro interno da<br />

tubulação (m) e μ é a viscosidade dinâmica do fluido (Pa.s).<br />

Considerando que o escoamento é laminar até<br />

Re < 2300<br />

podemos estimar o comprimento de entrada neste caso.<br />

L ≈ 0,<br />

06Re<br />

D<br />

L ≈ 0,<br />

06x2300D<br />

L ≈ 140D<br />

6<br />

O escoamento laminar plenamente desenvolvido ocorrerá para L > 100 D<br />

Para escoamento turbulento a mistura entre camadas de fluido aumenta rapidamente a camada limite (mais rápido que<br />

a laminar). A experiência mostra que a velocidade torna-se plenamente desenvolvida para<br />

L ≈ ( 25...<br />

40)<br />

D<br />

Dependendo das características do escoamento turbulento podem ser encontrados casos em que o escoamento atinge<br />

um perfil de velocidades plenamente desenvolvido para valores de L ≅80D.<br />

Para estimar-se o comprimento L num escoamento turbulento pode ser dotada a expressão:<br />

L<br />

≈ 4,<br />

4<br />

D<br />

( ) 6 / 1<br />

Re<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.2 DISTRIBUIÇÃO DA TENSÃO DE CISALHAMENTO EM TUBOS<br />

No escoamento permanente plenamente desenvolvido num tubo horizontal, seja laminar ou turbulento, a<br />

queda de pressão é equilibrada pelas forças de cisalhamento nas paredes do tubo.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 2 Volume de controle para análise da tensão de cisalhamento<br />

Aplicando a equação da quantidade de movimento na direção x<br />

Hipóteses:<br />

(1) Tubo horizontal FBx=0<br />

(2) Escoamento permanente.<br />

(3) Escoamento incompressível.<br />

(4) Escoamento plenamente desenvolvido.<br />

F<br />

sx<br />

+ F<br />

bx<br />

∂<br />

=<br />

∂t<br />

∫<br />

vc<br />

uρ<br />

dV +<br />

∫<br />

sc<br />

r r<br />

uρVdA<br />

Desta forma F = 0 . Para o elemento de fluido da Fig. 8.2 o balanço de forças é dado por:<br />

sx<br />

⎛ ∂p<br />

dx ⎞ 2 ⎛ ∂p<br />

dx ⎞ 2<br />

Fsx<br />

= ⎜ p − ⎟πr<br />

− ⎜ p + ⎟πr<br />

+ τ rx 2πrdx<br />

= 0<br />

⎝ ∂x<br />

2 ⎠ ⎝ ∂x<br />

2 ⎠<br />

∂p<br />

dx 2<br />

− πr<br />

+ τ rxπrdx<br />

= 0<br />

∂x<br />

2<br />

obtendo-se finalmente:<br />

r ∂p<br />

τ rx = Válido para escoamento Laminar ou Turbulento<br />

2 ∂x<br />

desta forma a tensão de cisalhamento no fluido varia linearmente na direção transversal ao tubo, de zero na linha de<br />

centro até um máximo na parede. Denominando tensão de cisalhamento na parede como τw, e sabendo que a variação<br />

da pressão ao longo do tubo é constante<br />

R ∂p<br />

τ w = −τ<br />

rx = − r=<br />

R 2 ∂x<br />

7<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

A expressão fica negativa (-) já que se considera a tensão de cisalhamento na parede com a mesma<br />

magnitude da tensão do fluido porém agindo em sentido contrário.<br />

como<br />

8<br />

p<br />

=<br />

∂x<br />

( p − p )<br />

∂ 2 1<br />

L<br />

ΔP<br />

= − = cte<br />

L<br />

Figura 3 Perda de presão numa tubulação<br />

substituída na equação anterior obtém-se a equação que relaciona a tensão de cisalhamento na parede com a queda<br />

de pressão em tubos válida para escoamento laminar ou turbulento.<br />

R Δp<br />

D Δp<br />

τ w = ou τ w =<br />

2 L 4 L<br />

A distribuição da tensão de cisalhamento é mostrada na figura abaixo. É representada como uma função linear do tipo<br />

τ rx = cr onde a constante c=ΔP/2L.<br />

Figura 4 Perfil de velocidade e de tensão de cisalhamento em tubulações<br />

Desta forma podemos relacionar a queda de pressão com a tensão de cisalhamento na parede<br />

4L<br />

Δ p = τ w<br />

D<br />

Uma pequena tensão de cisalhamento na parede pode produzir uma grande diferença de pressão quando a tubulação<br />

for muito longa (L/D >> 1).<br />

Obs: As equações da tensão de cisalhamento obtidas aqui são válidas para escoamento laminar e turbulento já que a<br />

dedução foi realizada independente destes regimes de escoamento.<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.3 ESCOAMENTO LAMINAR EM TUBULAÇÕES<br />

Perfil de Velocidades<br />

No escoamento laminar unidimensional a tensão de cisalhamento é dada por:<br />

du<br />

τ rx = μ<br />

dr<br />

Explicitando desta equação a velocidade:<br />

1<br />

= τ dr<br />

μ<br />

du rx<br />

⎛ 1 ΔP<br />

⎞<br />

substituindo o termo da tensão de cisalhamento: τ rx = ⎜ ⎟r ⎝ 2 L ⎠<br />

1 ⎛ 1 ΔP<br />

⎞<br />

du = ⎜ ⎟rdr μ ⎝ 2 L ⎠<br />

integrando<br />

1 ⎛ 1 ΔP<br />

⎞<br />

du = ⎜ ⎟∫ rdr<br />

μ ⎝ 2 L ⎠<br />

∫<br />

2<br />

1 1 ΔP<br />

⎧r<br />

⎫<br />

u = ⎨ ⎬<br />

μ 2 L ⎩ 2 ⎭<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

R<br />

r<br />

R<br />

r<br />

{ } 2 2<br />

R r<br />

1 ΔP<br />

u = −<br />

4μ<br />

L<br />

ou também:<br />

2<br />

2<br />

ΔPR<br />

⎪⎧<br />

⎛ r ⎞ ⎪⎫<br />

u = ⎨1<br />

− ⎜ ⎟ ⎬<br />

4μL ⎪⎩ ⎝ R ⎠ ⎪⎭<br />

Esta equação representa o perfil de velocidades para escoamento laminar em tubos.<br />

9<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Vazão Volumétrica<br />

A vazão volumétrica ou simplesmente vazão no elemento de fluido da Fig. 8.2 é dada por:<br />

dQ = u2πrdr<br />

∫ dQ =<br />

10<br />

R<br />

∫<br />

0<br />

u2π<br />

rdr<br />

substituindo a velocidade u=u(r) pelo termo deduzido anteriormente: { } 2 2 1 ΔP<br />

u = R − r<br />

4μ<br />

L<br />

ΔP<br />

Q =<br />

4μL<br />

R<br />

2 2 { R − r } 2π<br />

∫<br />

0<br />

2 2 { R r }<br />

ΔP<br />

Q = 2π<br />

∫ −<br />

4μL<br />

R<br />

0<br />

rdr<br />

rdr<br />

4 4<br />

ΔP<br />

⎛ R R ⎞<br />

Q = 2π<br />

⎜ − ⎟<br />

4μL<br />

⎝ 2 4 ⎠<br />

4<br />

ΔP<br />

R<br />

Q = 2π<br />

4μL<br />

4<br />

πΔP<br />

Q = R<br />

8μL<br />

ou em função do diâmetro:<br />

4<br />

4<br />

πΔPD<br />

Q = (Equação de Hagen - Poussiulle)<br />

128μL<br />

Velocidade Média<br />

Q 4Q<br />

V = = 2<br />

A πD<br />

Substituindo a expressão de Hagen-Poussiulle:<br />

4<br />

4 πΔPD<br />

V = 2<br />

πD 128μL<br />

2<br />

ΔPD<br />

ΔPR<br />

V = Ou também V =<br />

32μL<br />

8μL<br />

2<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Velocidade Máxima<br />

Sabemos que o perfil de velocidades num escoamento laminar é dada por:<br />

2<br />

ΔP<br />

⎪⎧<br />

⎪⎫<br />

2 ⎛ r ⎞<br />

u = R ⎨1<br />

− ⎜ ⎟ ⎬<br />

4μL ⎪⎩ ⎝ R ⎠ ⎪⎭<br />

A velocidade máxima ocorre na linha central do tubo, isto é para r=0.<br />

u<br />

max<br />

2<br />

ΔPR<br />

=<br />

4μL<br />

Relação entre Velociade Máxima e Velocidade Média:<br />

u<br />

V<br />

max<br />

2<br />

ΔPR<br />

8μL<br />

= = 2 2<br />

ΔPR<br />

4μL<br />

umax = 2V<br />

(para escoamento Laminar)<br />

Perfil de Velocidades em Função da Velocidade Máxima<br />

2<br />

ΔP<br />

⎪⎧<br />

⎪⎫<br />

2 ⎛ r ⎞<br />

u = R ⎨1<br />

− ⎜ ⎟ ⎬<br />

4μL ⎪⎩ ⎝ R ⎠ ⎪⎭<br />

u = u<br />

2<br />

⎪⎧<br />

⎛ r ⎞ ⎪⎫<br />

⎨ − ⎜ ⎟ ⎬<br />

⎪⎩ ⎝ R ⎠ ⎪⎭<br />

max 1<br />

O perfil de velocidades num escoamento laminar é parabólico<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 5 Perfil de velocidade para escoamento laminar numa tubulação<br />

11<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.4 Escoamento Turbulento em Tubulações<br />

A natureza do escoamento nos tubos pode ser laminar ou turbulento. Tais regimes são dependentes do valor do<br />

número de Reynolds.<br />

ρVD Re =<br />

μ<br />

Onde ρ é a massa específica do fluido (kg/m 3 ), V é a velocidade média do escoamento (m/s), D é o diâmetro interno<br />

da tubulação (m) e μ é a viscosidade dinâmica do fluido (Pa.s).<br />

Fluido Laminar:<br />

O fluido escoa em camadas (lâminas) não existe mistura macroscópica das camadas adjacentes.<br />

Escoamento Turbulento:<br />

Manifestam-se pequenas flutuações da velocidade de alta freqüência superpostas ao movimento predominante.<br />

Medindo a componente da velocidade x num local fixo da tubulação podemos observar na Fig.8.6 o comportamento da<br />

velocidade para o caso laminar e turbulento. No escoamento turbulento a velocidade instantânea (u) é tão uniforme que<br />

sua velocidade é a mesma<br />

u = u<br />

Observa-se que no caso do escoamento turbulento existe uma componente aleatória de flutuação da velocidade<br />

instantânea (u´). Desta forma a velocidade instantânea é dada pela soma algébrica velocidade média mais a<br />

componente de flutuação:<br />

u = u + u´<br />

12<br />

Figura 6 Variação da velocidade num escoamento laminar e turbulento unidimensional<br />

No caso do escoamento real tridimensional a natureza do escoamento é mais complicada já que a velocidade<br />

manifesta três componentes de flutuação, sendo a velocidade instantânea dada como:<br />

u =<br />

u + u´<br />

v = v + v´<br />

w = w + w´<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.4.1 Tensão de cisalhamento<br />

No escoamento laminar unidimensional a tensão de cisalhamento é dada por:<br />

du<br />

τ yx = μ<br />

dy<br />

Conhecido o perfil de velocidades, podemos através da sua derivada (du/dy), determinar as tensões de cisalhamento no<br />

escoamento.<br />

Para escoamento turbulento não se tem uma relação direta como no caso do escoamento laminar, mesmo com<br />

velocidade média unidimensional. As flutuações aleatórias da velocidade tridimensional u´, v´, w´ transportam<br />

quantidade de movimento aumentando a tensão de cisalhamento efetiva. Desta forma não existe uma relação universal<br />

entre o campo de tensões e da velocidade no caso do escoamento turbulento.<br />

No caso do escoamento turbulento para determinar as tensões de cisalhamento utilizam-se teorias semi-empíricas e de<br />

dados experimentais. Neste caso a tensão de cisalhamento se expressa como sendo formada por uma componente<br />

laminar e outra turbulenta.<br />

= τ la min ar<br />

τ + τ<br />

onde<br />

turbulento<br />

du<br />

τ lam = μ τ turb = −ρu´v´<br />

dy<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

13<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.4.2 Distribuição da Velocidade no Escoamento Turbulento<br />

(a) Lei Exponencial Empírica<br />

Num escoamento turbulento o perfil de velocidades não pode ser deduzido da maneira como foi realizado para o<br />

escoamento laminar, devido a que não podemos utilizar a lei de Newton para relacionar a tensão de cisalhamento com<br />

o gradiente de velocidades.<br />

14<br />

Figura 7 Perfil de Velocidades num escoamento turbulento<br />

Num escoamento turbulento adotam-se perfis de velocidades obtidos de relações empíricas. Por exemplo a lei<br />

exponencial empírica considera um perfil do tipo:<br />

⎛ r ⎞<br />

u(<br />

r)<br />

= umax<br />

⎜1−<br />

⎟<br />

⎝ R ⎠<br />

1/<br />

n<br />

Tal equação não pode ser aplicada próxima à parede (R=0) já que o gradiente de velocidade é infinito. Contudo pode<br />

ser utiliza para y/R < 0,004 sendo y= R – r. O termo n depende do número de Reynolds como mostra a Fig. 8.8. O valor<br />

para n=7 é geralmente utilizado com precisão razoável em muitas situações reais. Também podemos utilizar a<br />

expressão n = 1. 85log(Re)<br />

−1.<br />

96<br />

Figura 8 Expoente n do perfil da lei exponencial de velocidade turbulento<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

A Fig.8.9 mostra um perfil turbulento utilizando a expressão exponencial com n=6 e n=10. Para comparação<br />

também mostra-se o perfil laminar de velocidade. Observa-se que os perfis turbulentos são muito mais “achatados” que<br />

os laminares. O achatamento aumenta com o número de Reynolds isto é´, com o aumento de n.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 9 Perfil de velocidades num tubo<br />

A razão entre a velocidade média ( u ou V ) e a velocidade máxima (Umax) para um perfil exponencial de velocidade é<br />

dada por:<br />

u<br />

U<br />

max<br />

=<br />

n<br />

2 2<br />

( n + 1)(<br />

2n<br />

+ 1)<br />

(b) Distribuição da Velocidade Considerando Fator de Atrito<br />

O fator de atrito ( f ) pode ser determinado para escoamentos em regime laminar e turbulento. O expoente n pode ser<br />

determinado no caso de escoamento turbulento como:<br />

n = k<br />

8<br />

f<br />

onde k=0,41 é denominada constante de von karman.<br />

No caso de escoamento turbulento podemos também utilizar a seguinte expressão para determinar o perfil de<br />

velocidades em função do fator de atrito ( f )<br />

{ + 1,<br />

43 f + 2,<br />

15 f log ( y R)<br />

}<br />

u = V<br />

/<br />

onde y=r - R.<br />

1 10<br />

A velocidade máxima é dada como:<br />

{ 1+<br />

1,<br />

f }<br />

u = V 43<br />

max<br />

15<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.5 Equação de Energia com Velocidade Média<br />

Considerando escoamento em regime permanente incompressível uma análise de energia entre duas seções,<br />

que incluem dissipação e/ou ganhos adicionais de energia, pode ser representada como:<br />

2<br />

p1<br />

u1<br />

+ + z1<br />

+ H<br />

ρg<br />

2g<br />

16<br />

A<br />

− H<br />

R<br />

− h<br />

LT<br />

2<br />

p2<br />

u2<br />

= + + z<br />

ρg<br />

2g<br />

2<br />

onde HA representa a energia adicionada, HR, representa a energia retirada do sistema e hLT representa a dissipação de<br />

energia. Num problema em particular nem todos os termos de energia são utilizados. Nos escoamentos viscosos o perfil<br />

de velocidade numa dada seção não pode ser uniforme. É conveniente portanto utilizar a velocidade média, para tal é<br />

necessário definir o coeficiente de fluxo de energia cinética (α). Aplicando a equação de energia numa tubulação entre<br />

os pontos 1 e 2, onde não existem dispositivos mecânicos (HA =0 e HR =0):<br />

p<br />

ρg<br />

u<br />

2g<br />

p<br />

ρg<br />

1<br />

+ α1<br />

2<br />

1<br />

+ z1<br />

− hLT<br />

=<br />

2<br />

+ α 2<br />

2<br />

u2<br />

+ z<br />

2g<br />

o coeficiente de energia cinética é definido como<br />

α =<br />

∫<br />

A<br />

ρV<br />

3<br />

m&<br />

V<br />

dA<br />

2<br />

No caso de escoamento laminar: α=2.<br />

No caso de escoamento turbulento:<br />

⎛U<br />

max ⎞ ⎛<br />

α = ⎜ ⎟ ⎜<br />

⎝ U ⎠ ⎝<br />

3<br />

2n 2<br />

⎞<br />

( )( ) ⎟⎟<br />

3 + n 3 + 2n<br />

⎠<br />

Por ex. para os números de Reynolds considerados<br />

Re n αααα<br />

2<br />

4,0x10 3 6 1,08<br />

3,2x10 6 10 1,03<br />

Se observa que α≅1. Desta forma para a maioria dos casos de engenharia nos cálculos de perda de carga considerase<br />

α=1.<br />

Observação: No material do Fox, McDonald a energia e perda de carga é apresentada como energia por unidade de<br />

massa (J/kg). No nosso caso é dada como energia por unidade de peso (J/N), ou metro de coluna de fluido (m).<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.6 Perda de Pressão no Escoamento em Tubulações<br />

A variação de pressão num duto resulta da variação da elevação, da velocidade e do atrito.<br />

Escoamento sem atrito<br />

A variação de pressão pode ser determinada aplicando a Eq. de Bernoulli.<br />

Δ P → f ( Z,<br />

V ) já que hLT=0.<br />

Escoamento real com atrito<br />

a variação de pressão pode ser determinada aplicando a Eq. da Energia<br />

Δ P →<br />

f ( Z,<br />

V , hLT<br />

)<br />

O atrito origina uma diminuição da pressão.<br />

Causa uma perda de pressão comparada com o caso de escoamento sem atrito.<br />

Perda de carga Total<br />

A perda de carga em tubulações é dada por duas parcelas.<br />

h = h + h<br />

LT<br />

L<br />

acc<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 10 Perda de carga em sistema de bombeamento<br />

Perda de Pressão ou de Carga Principal: (hL)<br />

Devido ao atrito no escoamento plenamente desenvolvido entre pontos da tubulação com área constante.<br />

Perda de Carga Secundária - (hac)<br />

Devido ao escoamento através de acessórios como válvulas, joelhos, registros e em porções do sistema de área<br />

variável tais como saídas de reservatórios, bocais convergentes e divergentes.<br />

A perda de carga na entrada ou saída de uma tubulação é considerada como perda de carga secundária.<br />

17<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.7 Perda de Carga Principal<br />

Transformação da energia cinética para energia térmica por efeitos viscosos.<br />

Consideremos um escoamento plenamente desenvolvido numa tubulação de comprimento L. Analisando uma<br />

tubulação com área constante A1=A2 e desta forma pela Eq. da continuidade u1=u2<br />

h L<br />

18<br />

=<br />

( p − p )<br />

1<br />

ρg<br />

2<br />

+<br />

( z − z )<br />

No caso de uma tubulação horizontal (z1=z2).<br />

h L<br />

=<br />

( p − p )<br />

1<br />

ρg<br />

2<br />

1<br />

ΔP<br />

=<br />

ρg<br />

2<br />

1.7.1 Perda de Carga Principal - Escoamento Laminar<br />

Utilizando a expressão da velocidade média<br />

2<br />

D ⎛ ΔP<br />

⎞<br />

32μVL<br />

V = ⎜ ⎟ e desta forma: Δ P = 2<br />

32μ<br />

⎝ L ⎠<br />

D<br />

substituindo esta última expressão na equação da perda de carga<br />

h L<br />

ΔP<br />

⎛<br />

= = ⎜<br />

ρg<br />

⎝<br />

μVL<br />

⎞⎛<br />

1 ⎞<br />

⎟⎜<br />

⎟<br />

D ⎠⎝<br />

ρg<br />

⎠<br />

32 2<br />

Podemos expressar esta equação em função do Número de Reynolds<br />

ρVD ρVD<br />

Re = explicitando a viscosidade dinâmica: μ =<br />

μ<br />

Re<br />

h L<br />

2<br />

ρVD<br />

⎛ 32VL<br />

⎞⎛<br />

1 ⎞ V ⎛ 32L<br />

⎞⎛<br />

1 ⎞<br />

= ⎜ ⎟⎜<br />

⎟ = ⎜ ⎟⎜<br />

⎟<br />

2<br />

Re ⎝ D ⎠⎝<br />

ρg<br />

⎠ Re ⎝ D ⎠⎝<br />

g ⎠<br />

expressando em função da energia cinética<br />

h L<br />

2<br />

64 L V<br />

= Escoamento laminar<br />

Re D 2g<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.7.2 Perda de Carga Principal - Escoamento Turbulento<br />

No caso de escoamento turbulento não existem expressões que permitam avaliar analiticamente a queda de<br />

pressão.<br />

Se utiliza análise dimensional e correlações de dados experimentais.<br />

Analisando o caso de escoamento turbulento plenamente desenvolvido a queda de pressão é função das seguintes<br />

variáveis.<br />

Δ P = φ( D,<br />

L,<br />

ε,<br />

V , ρ,<br />

μ)<br />

D diâmetro da tubulação L, comprimento da tubulação, V, Velocidade média, ε, rugosidade absoluta, ρ massa<br />

específica, μ, viscosidade dinâmica.<br />

Aplicando-se análise dimensional se obtém uma expressão da forma:<br />

ΔP<br />

⎡⎛<br />

μ ⎞ ⎛ L ⎞ ⎛ ε ⎞⎤<br />

= φ ⎢⎜<br />

⎟,<br />

⎜ ⎟,<br />

2<br />

⎜ ⎟⎥<br />

ρV<br />

⎣⎝<br />

ρVD<br />

⎠ ⎝ D ⎠ ⎝ D ⎠⎦<br />

como o termo é dado por<br />

do análise dimensional.<br />

ghL L<br />

2<br />

ρ<br />

ρV<br />

h L<br />

gh ⎡ L ε ⎤<br />

= = φ ⎢Re,<br />

,<br />

2<br />

V ⎣ D D ⎥<br />

⎦<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

ΔP<br />

= podemos explicitar a variação de pressão (ΔP) e substituir a mesma na equação<br />

ρg<br />

experimentos mostram que a perda de carga é diretamente proporcional a L/D. Para que a perda de carga seja obtida<br />

adimensionalizada em relação à energia cinética se introduz o termo 1/2 na equação ficando como:<br />

h L<br />

L ⎡ ε ⎤<br />

= φ ⎢Re,<br />

2<br />

V D ⎣ D ⎥<br />

⎦<br />

2g<br />

A função φ é conhecida como fator de atrito ou coeficiente de atrito.<br />

⎡ ε ⎤<br />

f = φ ⎢Re,<br />

⎣ D ⎥<br />

⎦<br />

desta forma se obtém a equação da perda de carga que representa a energia dissipada por unidade de peso do fluido<br />

escoando.<br />

h L<br />

2<br />

L V<br />

= f<br />

Equação de Darcy-Weisbach.<br />

D 2g<br />

O fator de atrito determina-se experimentalmente. Utiliza-se o Diagrama de Moody.<br />

19<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.7.3 DIAGRAMA DE MOODY<br />

Para determinar o fator de atrito se utiliza o Diagrama de Moody. Para tal deve-se ter o valor do número de<br />

Reynolds e a rugosidade relativa ε/D. A rugosidade absoluta ε depende do tipo de material da tubulação e do seu<br />

acabamento. Representa o valor médio das alturas da rugosidade da parede interna da tubulação. A Tabela dada<br />

mostra os valores da rugosidade absoluta para os materiais típicos de tubulações industriais utilizadas para o<br />

escoamento de fluidos.<br />

20<br />

Figura 11 Representação da rugosidade absoluta em tubulações<br />

Tabela 1 Rugosidade absoluta (mm) de tubulações industriais<br />

Material Rugosidade absoluta (mm)<br />

Aço, revestimento asfalto quente 0,3 a 0,9<br />

Aço, revestimento esmalte centrifugado 0,011 a 0,06<br />

Aço enferrujado ligeiramente 0,15 a 0,3<br />

Aço enferrujado 0,4 a 0,6<br />

Aço muito enferrujado 0,9 a 2,4<br />

Ferro galvanizado novo, com costura 0,15 a 0,2<br />

Ferro galvanizado novo, sem costura 0,06 a 0,15<br />

Ferro fundido revestido com asfalto 0,12 a 0,20<br />

Ferro fundido com crostas 1,5 a 3,0<br />

PVC e Cobre 0,015<br />

Cimento-amianto novo 0,05 a 0,10<br />

Fonte: - Equipamentos Industriais e de Processo - (Macintyre)<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

O diagrama de Moody apresenta uma zona laminar (Re < 2000), uma zona crítica (Re de 2000 e 4000) uma zona<br />

de transição e uma zona inteiramente rugosa. Nestas zonas o fator de atrito f apresenta diferentes dependências em<br />

relação ao número de Reynolds (Re) e em relação a rugosidade relativa ε/D as quais são resumidas a seguir:<br />

1. Na zona laminar fator de atrito f é independente da rugosidade ε/D e inversamente proporcional ao número de Re<br />

2. Na zona crítica o fator de atrito apresenta aumentos bruscos.<br />

3. Na zona de transição para um determinado Re o fator de atrito f diminui conforme a rugosidade relativa ε/D<br />

diminui.<br />

4. Na zona de transição, para uma determinada rugosidade relativa ε/D o fator de atrito f diminui ao aumentar o Re<br />

até alcançar a região inteiramente rugosa.<br />

5. Dentro da zona inteiramente rugosa, para uma determinada rugosidade relativa ε/D, o fator de atrito f, se mantém<br />

praticamente como um valor constante independente do Re.<br />

6. Na zona de transição, conforme diminui a rugosidade relativa ε/D o valor do Re no qual inicia a região plenamente<br />

turbulenta começa a aumentar<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 12 Representação do Diagrama de Moody<br />

21<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

I - Escoamento Laminar<br />

O fator de atrito para escoamento laminar pode ser obtido igualando a equação<br />

2<br />

2<br />

L V<br />

64 L V<br />

hL = f com a equação da perda de carga laminar hL = se obtém:<br />

D 2g<br />

Re D 2g<br />

64<br />

f = válido para Re < 2500<br />

Re<br />

No escoamento laminar o fator de atrito ( f ) é função somente do número de Reynolds.<br />

Independe da rugosidade da tubulação.<br />

II - Escoamento com Tubos Hidraulicamente Lisos<br />

Nesta região pode utilizar-se a Eq. de Blasius ou a Eq. de Drew Koo e McAdams<br />

/ 1<br />

0,<br />

316<br />

=<br />

Re<br />

f Eq. de Blasius 4000 < Re < 10 5<br />

22<br />

( ) 4<br />

−0,<br />

32<br />

f = 0,<br />

0056 + 0,<br />

5Re<br />

Eq. de Drew Koo e McAdams 105 < Re < 3x106 III - Escoamento Turbulento com Tubos Hidraulicamente Semi-Rugosos<br />

Permite determinar o fator de atrito para escoamento turbulento:<br />

1 ⎛<br />

⎞<br />

⎜<br />

ε / D 2,<br />

51<br />

= −2,<br />

0log<br />

+ ⎟ Equação de Colebrook 5,0x10<br />

f ⎜<br />

⎟<br />

⎝<br />

3,<br />

7 Re f ⎠<br />

3 < Re < 1x108 Como tal equação é do tipo transcendente deve ser utilizado um procedimento iterativo para determinar f. Uma<br />

alternativa é utilizar uma equação explícita:<br />

⎡ ⎛ ε / D<br />

f = 0,<br />

25⎢log⎜<br />

+<br />

⎣ ⎝ 3,<br />

7<br />

5,<br />

74<br />

0,<br />

9<br />

Re<br />

⎞⎤<br />

⎟⎥<br />

⎠⎦<br />

−2<br />

Equação Explícita 5,0x10 3 < Re < 1x10 8<br />

Utilizando a Eq. acima se encontram valores de f com margem de erro de +-1% comparados com os obtidos com a Eq.<br />

de Colebrook, para: ε/D de 1,0x10 -4 (0,0001) até 1x10 -6 (0,000001)<br />

IV - Escoamento Turbulento com Tubos Hidraulicamente Rugosos<br />

O fator de atrito depende unicamente da rugosidade relativa e pode ser determinado pela equação:<br />

1 ⎛ ε / D ⎞<br />

= −2log⎜<br />

⎟ Equação de Von Karman<br />

f ⎝ 3,<br />

7 ⎠<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.8 Métodos para Determinar as Perdas de Carga Secundárias<br />

1.8.1 Método do comprimento equivalente<br />

Os acessórios são todos aqueles elementos que existem numa tubulação através dos quais o fluido escoa, tais como<br />

curvas, bocais, registros e válvulas. Cada um destes elementos produz uma dissipação de energia que é avaliada pela<br />

perda de carga (hac) definida como:<br />

h<br />

ac<br />

2 Leq<br />

V<br />

= f<br />

(m)<br />

D 2g<br />

O comprimento equivalente em metros de canalização retilínea (Leq) é tabelado segundo o tipo de acessório, o material<br />

utilizado e o diâmetro da tubulação. Se substituirmos um certo acessório por uma tubulação retilínea com o<br />

comprimento igual ao comprimento equivalente (com igual material e diâmetro) ambos originariam a mesma perda de<br />

carga. A tabela abaixo mostra o comprimento equivalente adimensional (Leq/D) de diversos acessórios.<br />

Válvula globo<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 13 Representação do comprimento equivalente em acessórios<br />

Tabela 2 Perda de carga localizada<br />

Tipo de Acessório Comprimento Equivalente<br />

(Leq/D)<br />

Válvula de globo aberta 340<br />

Válvula de gaveta aberta 8<br />

3/4 aberta 35<br />

1/2 aberta 160<br />

1/4 aberta 900<br />

Válvula tipo borboleta aberta 45<br />

Válvula de esfera aberta 3<br />

Válvula de retenção tipo globo 600<br />

Válvula de retenção tipo em ângulo 55<br />

Válvula de pé com crivo: de disco móvel 75<br />

Cotovelo padronizado 90 0 30<br />

Cotovelo padronizado 45 0 16<br />

Te padronizada fluxo direto 20<br />

Te padronizada fluxo ramal 60<br />

Válvulas tipo borboleta<br />

Figura 14 acessórios utilizados em instalações industriais<br />

Te com flanges<br />

23<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.8.2 Método do coeficiente de perda de carga<br />

Uma outra forma de representar a perda de carga nos acessórios (hac) é definindo a mesma na forma:<br />

h ac<br />

24<br />

2<br />

V<br />

= K<br />

(m)<br />

2g<br />

Onde K é o coeficiente de perda de carga e V a velocidade média. O coeficiente de perda de carga será maior quanto<br />

mais abruto seja o elemento originando zonas de recirculação de fluxo e altos níveis de turbulência, aumentando desta<br />

forma a energia dissipada. A tabela mostra o coeficiente de perda e carga de diversos elementos.<br />

Tabela 3 Coeficiente de perda de carga de acessórios<br />

Tipo de Acessório K Tipo de Acessório K<br />

Ampliação Gradual 0,20* Junção 0,40<br />

Bocais 2,75 Medidor venturi 2,5<br />

Comporta aberta 1,00 Redução gradual 0,15<br />

Controlador de vazão 2,50 Registro de ângulo aberto 5,0<br />

Cotovelo 900 0,9 Registro de gaveta aberto 0,20<br />

Cotovelo 450 0,4 Registro de globo aberto 10,0<br />

Crivo 0,75 Saída de canalização 1,00<br />

Curva 90 0,4 Tê passagem direta 0,6<br />

Curva 45 0,20 Tê saída de lado 1,30<br />

Curva 22,5 0,10 Tê saída bilateral 1,80<br />

Entrada normal em canalização 0,50 Válvula de pé 1,75<br />

Entrada de borda 1,0 Válvula de retenção 2,50<br />

Existência de pequena derivação 0,03 Velocidade 1,0<br />

* com base na velocidade maior (seção menor) ** Relativa à velocidade de canalização<br />

Igualando as equações de perda de carga por acessórios se obtém:<br />

Leq<br />

K = f<br />

D<br />

mostrando a relação entre o coeficiente de perda de carga (K) e o comprimento equivalente (Leq).<br />

Curva de 900 Joelho de 900 Registro de gaveta Válvula de pé com crivo<br />

Figura 15 Exemplo de diversos acessórios utilizados em instalações industriais<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.9 Perda de Carga em Elementos Secundários<br />

1.9.1 Saídas e Entradas Abruptas<br />

Quando o fluido escoa de um tubo para um reservatório sua velocidade cai bruscamente até próximo de zero. A perda<br />

de carga para este caso é igual à energia cinética dissipada. K=1.<br />

(a) saída de tubos K=1 (b) entrada de tubos: K depende do tipo de entrada<br />

Figura 16 Representação de escoamento na saída e na entrada de tubos<br />

Entrada Abruta de um Reservatório para um Tubo<br />

No escoamento dado entre um reservatório e uma tubulação, a velocidade passa de um valor muito baixo para um valor<br />

elevado. O coeficiente de perda de carga depende do tipo de união entre o tubo e o reservatório. Três casos típicos<br />

apresentam diferentes perda de carga:<br />

( a ) Entrada com tubo para dentro K=1,0<br />

( b ) Entrada com cantos vivos K=0,5<br />

( c ) Entrada com cantos arredondados K conforme os dados da tabela abaixo:<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

r/D 0,02 0,06 ≥0,15<br />

K 0,28 0,15 0,04<br />

(a) tubo para dentro K=1<br />

(b) cantos vivos K=0,5<br />

(c) cantos arredondados<br />

Figura 17 Entrada com (a) tubo para dentro (b) cantos vivos e (c) cantos arredondados<br />

25<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.9.2 Expansão e Contração Abruptas<br />

Expansão abrupta<br />

Numa expansão abrupta o fluido escoa de um tubo de seção menor para um outro de seção maior. A velocidade cai<br />

abruptamente formando-se uma região de turbulência e recirculação de fluxo a qual provoca uma perda de carga<br />

proporcional à relação das seções dos tubos. A perda de carga localizada é determinada pela expressão:<br />

Onde V é a velocidade média do tubo menor.<br />

Contração Abrupta<br />

26<br />

(a) Contração abrupta (b) Expansão abrupta<br />

Figura 18 Contração abrupta e expansão abrupta<br />

Neste tipo de elemento, a perda de carga é originada pela contração da linhas de corrente formando uma veia contracta<br />

e regiões de recirculação de fluxo.<br />

0.6<br />

0.5<br />

0.4<br />

K 0.3<br />

0.2<br />

0.1<br />

0<br />

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1<br />

A2/A1<br />

0.6<br />

K<br />

0.4<br />

0<br />

0 0.2 0.4 0.6 0.8 1<br />

(a) Contração abrupta<br />

(b) Expansão abrupta<br />

Figura 19 Coeficiente de perda de carga para contração e expansão abrupta<br />

Para determinar a perda de carga com estas relaçoes se utiliza a velocidade correspondente a seção de menor<br />

diâmetro. O mesmos é valido para avaliar a perda de carga em peças com expansão o contração gradual como visto no<br />

proximo item.<br />

1<br />

0.8<br />

0.2<br />

A1/A2<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.9.3 Expansão e Contração Gradual<br />

A expansão gradual é obtida com uma peça de transição unindo um tubo de menor diâmetro com outro de maior<br />

diâmetro permite uma menor dissipação de energia do que uma transição abrupta direta entre dois tubos de diferente<br />

diâmetro. O coeficiente de perda de carga (K) depende da relação de diâmetros (D2/D1) e do ângulo do cone. Obtém-se<br />

uma perda de carga mínima adotando-se um ângulo do cone de 7 0 .<br />

Contração Gradual<br />

(a) Contração gradual<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

(b) Expansão gradual<br />

Figura 20 Contração gradual e expansão gradual<br />

Figura 21 Perda de carga em expansão gradual<br />

Da mesma forma que numa contração brusca a perda de carga depende da relação de diâmetros e do ângulo da<br />

contração.<br />

Tabela 4 Coeficiente de perda de carga (K) de contração gradual de tubos<br />

Angulo da contração - θ<br />

A2/A1 10 o 15 o a 40 o 50 o a 60 o 90 o 120 o 150 o 180 o<br />

0,10 0,05 0,05 0,08 0,19 0,29 0,37 0,43<br />

0,25 0,05 0,04 0,07 0,17 0,27 0,35 0,41<br />

0,50 0,05 0,05 0,06 0,12 0,18 0,24 0,26<br />

Obs. Válido para tubos redondos e retangulares. Fonte: Fox<br />

27<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.10 Problemas Típicos de Escoamentos em Tubos<br />

A variação de pressão entre dois pontos de uma tubulação depende basicamente das variáveis envolvidas na Eq. da<br />

Energia.<br />

1.10.1 Determinação da Vazão<br />

Q = φ (L,hL,D)<br />

1. Escrever a Eq. da energia introduzindo as grandezas conhecidas<br />

2. Expressar a perda de carga em função da velocidade e do fator de atrito hL =φ (V,f)<br />

3. Explicite a velocidade em função do fator atrito V= φ(f)<br />

4. Expresse o número de Reynolds em função da velocidade Re =φ (V)<br />

5. Calcule a rugosidade relativa ε/D.<br />

6. Selecione um valor inicial do fator de atrito f=fo tomando como referência o valor da rugosidade relativa ε/D e<br />

admitindo um Re na faixa turbulenta.<br />

7. Calcule a velocidade em função do fator de atrito assumido Vcal=φ(f)<br />

8. Calcule o Re com a nova velocidade Re =φ (Vcal)<br />

9. Com Recal e ε/D obtenha um novo valor do fator de atrito f= fcal.<br />

10. Se fcal ≠ f Adote f= fcal e repita o procedimento a partir do passo 7 até convergir o valor da fator de atrito.<br />

A solução do problema é encontrada quando o fator de atrito converge, determinado a vazão com a velocidade final<br />

calculada.<br />

1.10.2 Determinação do Diâmetro da Tubulação<br />

D = φ (L,Q, hL)<br />

1. Explicite da Eq. da energia a perda de carga.<br />

2. Expresse a vazão em função da velocidade e do diâmetro na Eq, da perda de carga.<br />

3. Explicitar o diâmetro da Eq. da perda de carga ficando uma expressão na forma: D=(C1f) 0,2<br />

4. Expresse o número de Reynolds como função do diâmetro Re= C2/D.<br />

5. Adote um valor inicial do fator de atrito f=f0 (por exemplo f0 =0,02)<br />

6. Calcule o diâmetro pela expressão obtida: D=(C1f) 0,2<br />

7. Calcule o número de Reynolds pela expressão: Re= C2/D.<br />

1. Calcule a rugosidade relativa ε/D.<br />

2. Com Re e ε/D determine um novo valor do fator de atrito fcal.<br />

3. Se fcal ≠ f adote f= fcal e repita o procedimento a partir do passo 7 até convergir o valor da fator de atrito.<br />

A solução do problema é encontrada quando o fator de atrito converge, determinado o diâmetro com o fator de atrito<br />

final.<br />

28<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.11 Resumo da Tensão de Cisalhamento nas Paredes<br />

A tensão na parede no escoamento laminar e turbulento é dada por:<br />

ΔP<br />

τ w =<br />

L<br />

D<br />

4<br />

tal valor representa a tensão de cisalhamento máxima τw =τmax<br />

A Eq. de Darcy-Weisbach também é válida para escoamento laminar e turbulento<br />

h L<br />

= f<br />

2<br />

L V<br />

D 2g<br />

A tensão de cisalhamento em função do fator de atrito (f) para regime laminar ou turbulento é obtida igualando-se as<br />

duas expressões anteriores obtendo-se<br />

2<br />

f V<br />

τ w = ρ válida para escoamento laminar ou turbulento<br />

4 2<br />

A tensão de cisalhamento para qualquer posição r do duto é dada como:<br />

r<br />

τ = τ max válida para escoamento laminar ou turbulento<br />

R<br />

r=0 é no centro da tubulação e r=R na parede da tubulação<br />

Perfil de velocidades e tensão de cisalhamento para escoamento Laminar e Turbulento<br />

Figura 22 Escoamento laminar e turbulento: perfil de velocidades e tensão de cisalhamento<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

29<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.12 Conceito de Diâmetro Hidráulico<br />

Os equacionamentos de perda de carga estudados neste capítulo também podem ser aplicados a tubulações com<br />

seções não circulares utilizando a definição de diâmetro hidráulico (Dh) :<br />

D h<br />

30<br />

4A<br />

=<br />

P<br />

Onde A é a área da seção transversal do tubo P é o perímetro molhado, que é o comprimento da parede em contato<br />

com o fluido. A equação acima para um duto circular A=πD 2 /4 e P=πD e desta forma Dh=D.<br />

Figura 23 Diversas geometrias de tubulações<br />

A Fig. 23 mostra diversas geometrias de seções transversais de tubos que podem ser utilizados nas aplicações<br />

industriais. Devido as limitações de espaço nas instalações de ar condicionado se utilizam freqüentemente dutos<br />

retangulares. Em trocadores de calor podem ser utilizados tubos achatados, hexagonais, ovais e outros com cilíndricos<br />

concêntricos para escoamento anular. Em canais de regadios, rios, córregos, canais de represamento e calhas o<br />

fluido não preenche totalmente a seção transversal do duto, isso deve ser considerado para determinar corretamente o<br />

perímetro molhado.<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2. <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS - TENSOES DE REYNOLDS<br />

31<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS - TENSOES DE REYNOLDS<br />

Objetivo:<br />

• Deduzir as tensões aparentes ou Tensões de Reynolds para escoamento turbulento utilizando as equações da<br />

conservação da massa e Eq. de Navier Stokes considerando fluido incompressível<br />

• Apresentar as equações de Navier-Stokes para escoamento turbulento.<br />

Definimos as equações que da conservação da massa e Eq. de Navier Stokes<br />

32<br />

• Equação valida para escoamento laminar e turbulento<br />

• Fluido incompressível (massa especifica constante) e viscosidade constante<br />

• Sem iteração térmica.<br />

• Condições de não-deslizamento e condições conhecidas na entrada e saída<br />

Equação da conservação da massa<br />

Equação de Navier Stokes<br />

Utilizando as grandezas escalares:<br />

Equação de Navier Stokes<br />

Componentes escalares<br />

∂u<br />

∂v<br />

∂w<br />

+ +<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

= 0<br />

r<br />

DV<br />

r r<br />

2<br />

ρ = −∇p<br />

+ ρg<br />

+ μ∇<br />

V<br />

Dt<br />

⎛ ∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

⎞ ∂p<br />

2<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

x + μ∇<br />

u<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂x<br />

⎛ ∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

⎞ ∂p<br />

2<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

y + μ∇<br />

v<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂y<br />

⎛ ∂w<br />

∂w<br />

∂w<br />

∂w<br />

⎞ ∂p<br />

2<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

z + μ∇<br />

w<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂z<br />

No escoamento turbulento velocidade instantânea e definida como sendo a soma da media temporal mais a<br />

componente de flutuação<br />

'<br />

u = u + u<br />

'<br />

v = v + v<br />

'<br />

w = w + w<br />

'<br />

p = p + p<br />

(1)<br />

(2)<br />

(3)<br />

(4)<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Media Temporal<br />

A media temporal u da função u ( x,<br />

y,<br />

z,<br />

t)<br />

e definida como:<br />

T<br />

= ∫o<br />

udt<br />

1<br />

T<br />

u<br />

=<br />

T ∫o<br />

vdt<br />

1<br />

v<br />

w =<br />

T<br />

T<br />

1<br />

T<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

∫<br />

T<br />

o wdt<br />

1<br />

p =<br />

T<br />

∫<br />

T<br />

o pdt<br />

Período de calculo da media, o qual deve ser maior que o período das flutuações. Para escoamentos<br />

turbulentos em gases e água T=5seg. e um período apropriado.<br />

Media da Flutuação<br />

Media do Quadrado da Flutuação<br />

Media do Produto das Flutuações<br />

u<br />

1<br />

T<br />

'<br />

= ∫ T<br />

o<br />

u<br />

'2<br />

1 '2<br />

= ∫ T<br />

u<br />

o<br />

T<br />

( u − u ) dt = 0<br />

dt ≠ 0<br />

' '<br />

' '<br />

' '<br />

u v ≠ 0 u w ≠ 0 v w ≠ 0<br />

Utilizando as velocidades instantâneas e introduzidas na conservação da massa:<br />

Tomando valores médios se obtém:<br />

Equação da Conservação da Massa<br />

para escoamento Turbulento.<br />

'<br />

'<br />

'<br />

( u + u ) ∂(<br />

v + v ) ∂(<br />

w + w ) + + = 0<br />

∂<br />

∂x<br />

⎧∂u<br />

∂v<br />

⎨ + +<br />

⎩ ∂x<br />

∂y<br />

∂y<br />

Equação de Navier Stokes para Escoamento Turbulento<br />

Substituindo as definições de velocidades instantâneas se obtém:<br />

∂z<br />

' ' '<br />

∂w<br />

⎫ ⎧∂u<br />

∂v<br />

∂w<br />

⎫<br />

⎬ + ⎨ + + ⎬ =<br />

∂z<br />

⎭ ⎩ ∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎭<br />

∂u<br />

∂v<br />

∂w<br />

+ +<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎛ ∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

⎞ ∂p<br />

⎛<br />

2 ⎜<br />

∂<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

x + μ∇<br />

u − ρ<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂x<br />

⎜<br />

⎝<br />

∂x<br />

0<br />

= 0<br />

'2<br />

' ' ' '<br />

( u ) ∂(<br />

u v ) ∂(<br />

u w )<br />

' ' '2<br />

' '<br />

( u v ) ∂(<br />

v ) ∂(<br />

v w )<br />

⎛ ∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

⎞ ∂p<br />

⎛<br />

⎞<br />

2 ⎜ ∂<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

⎟<br />

y + μ∇<br />

v − ρ + +<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂y<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

⎛ ∂ ∂ ∂ ∂ ⎞ ∂<br />

⎛ ' ' ' '<br />

'2<br />

w w w w p<br />

( ) ( ) ( ) ⎞<br />

2 ⎜ ∂ u w ∂ v w ∂ w<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

+ ∇ w − + + ⎟<br />

z μ ρ<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂z<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

Observa-se comparando a Eq.10 com a Eq,1 que no caso do escoamento turbulento surge forcas adicionais devido à<br />

turbulência denominada forcas aparentes. As tensões associadas a estas forcas são chamadas de tensões aparentes<br />

ou tensões de Reynolds<br />

+<br />

∂y<br />

+<br />

∂z<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

(6)<br />

(7)<br />

(8)<br />

(5)<br />

(9)<br />

(10)<br />

33<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Forcas Aparentes Associadas ao<br />

Escoamento Turbulento.<br />

34<br />

df<br />

df<br />

df<br />

Tx<br />

Ty<br />

Tz<br />

⎛<br />

⎜<br />

∂<br />

= −ρ<br />

⎜<br />

⎝<br />

∂x<br />

'2<br />

' ' ' '<br />

( u ) ∂(<br />

u v ) ∂(<br />

u w )<br />

+<br />

∂y<br />

∂z<br />

' ' '2<br />

' '<br />

( v u ) ∂(<br />

v ) ∂(<br />

v w )<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎛<br />

⎞<br />

⎜ ∂<br />

= −ρ<br />

+ + ⎟<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

⎛ ' '<br />

' '<br />

'2<br />

( ) ( ) ( ) ⎞<br />

⎜ ∂ w u ∂ w v ∂ w<br />

= −ρ<br />

+ + ⎟<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

Estas forcas aparentes estão relacionadas as tensões do escoamento turbulento<br />

⎛ ∂σ<br />

∂τ<br />

⎞<br />

Txx Txy ∂τ<br />

Txz<br />

df<br />

⎜<br />

⎟<br />

Tx = − + +<br />

⎝ ∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

⎛ ∂τ<br />

Tyx ∂σ<br />

Tyy ∂τ<br />

Tyz ⎞<br />

df = −<br />

⎜ + +<br />

⎟<br />

Ty<br />

⎝ ∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

⎛ ∂τ<br />

∂τ<br />

∂ ⎞<br />

Tzx Tzy σ Tzz<br />

df = −<br />

⎜ + +<br />

⎟<br />

Tz<br />

⎝ ∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

Estas tensões são denominadas tensões de Reynolds as quais são conseqüência das flutuações da velocidade.<br />

⎛σ<br />

⎜<br />

⎜τ<br />

⎜<br />

⎝ τ<br />

Txx<br />

Tyx<br />

Tzx<br />

τ<br />

σ<br />

τ<br />

Txy<br />

Tyy<br />

Tzy<br />

+<br />

'2<br />

' ' ' '<br />

( u ) ( u v ) ( u w )<br />

( ) ( ) ( )<br />

( ) ( ) ( ) ⎟<br />

⎟ ⎟⎟⎟⎟⎟⎟<br />

⎛<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

τ Txz ⎞<br />

⎟ ⎜ ' ' '2<br />

' '<br />

⎟ = − ⎜ v u v v w<br />

τ Tyz ρ<br />

⎟ ⎜<br />

σ Tzz ⎠ ⎜ ' ' ' ' '2<br />

⎜ w u w v w<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎠<br />

Desta forma as tensões no escoamento turbulento podem ser consideradas como sendo a soma das parcelas das<br />

tensões laminares mais as tensões turbulentas ou tensões de Reynolds:<br />

Tensões de para<br />

Escoamento turbulento<br />

σ = σ + σ<br />

xx<br />

yy<br />

xx<br />

σ = σ + σ<br />

zz<br />

yy<br />

σ = σ + σ<br />

xy<br />

zz<br />

τ = τ + τ<br />

xy<br />

τ = τ + τ<br />

yz<br />

yz<br />

τ = τ + τ<br />

zx<br />

zx<br />

Txx<br />

Tyy<br />

Tzz<br />

Txy<br />

Tyz<br />

Tyzx<br />

(11)<br />

(12)<br />

(13)<br />

(14)<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Para escoamento com fluido incompressível a s tensões laminar e turbulenta são definidas pelas equações a seguir:<br />

σ = σ + σ<br />

xx<br />

yy<br />

xx<br />

σ = σ + σ<br />

zz<br />

yy<br />

σ = σ + σ<br />

xy<br />

Txx<br />

Tyy<br />

Tzz<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

zz<br />

τ = τ + τ<br />

yz<br />

xy<br />

τ = τ + τ<br />

zx<br />

yz<br />

τ = τ + τ<br />

zx<br />

Txy<br />

Tyz<br />

Tyzx<br />

A Eq. 10 também pode ser representada como:<br />

xx<br />

∂u<br />

= − p + μ<br />

∂x<br />

'2<br />

σ 2 σ Txx = −ρ<br />

( u )<br />

yy<br />

∂v<br />

= − p + μ<br />

∂y<br />

'2<br />

σ 2 σ Tyy = −ρ<br />

( v )<br />

zz<br />

∂w<br />

= − p + μ<br />

∂z<br />

'2<br />

σ 2 σ Tzz = −ρ(<br />

w )<br />

xy<br />

⎛ ∂u<br />

∂v<br />

⎞<br />

= μ⎜<br />

+ ⎟<br />

⎝ ∂y<br />

∂x<br />

⎠<br />

( )<br />

τ ' ' τ Txy = −ρ<br />

u v<br />

yz<br />

⎛ ∂w<br />

∂v<br />

⎞<br />

= μ⎜<br />

+ ⎟<br />

⎝ ∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

( )<br />

τ ' ' τ Tyz = −ρ<br />

v w<br />

zx<br />

⎛ ∂u<br />

∂w<br />

⎞<br />

= μ⎜<br />

+ ⎟<br />

⎝ ∂z<br />

∂x<br />

⎠<br />

⎛ ∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

⎞ ∂p<br />

∂ ⎛ ∂u<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

x + ⎜ μ − ρ<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂x<br />

∂x<br />

⎝ ∂x<br />

τ ( ) ' ' τ Tzx = −ρ<br />

w u<br />

'2<br />

⎞ ∂ ⎛ ∂u<br />

' ' ⎞ ∂ ⎛ ∂u<br />

' '<br />

( u ) ⎟ + ⎜ μ − ρ(<br />

u v ) ⎟ + ⎜ μ − ρ(<br />

u w )<br />

' ' ⎞ ∂ ⎛ ∂v<br />

'2<br />

⎞ ∂ ⎛ ∂v<br />

' '<br />

( v u ) ⎟ + ⎜μ<br />

− ρ(<br />

v ) ⎟ + ⎜ μ − ρ(<br />

v w )<br />

⎛ ∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

⎞ ∂p<br />

∂ ⎛ ∂v<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

y + ⎜μ<br />

− ρ<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂y<br />

∂x<br />

⎝ ∂x<br />

⎠ ∂y<br />

⎝ ∂y<br />

⎠ ∂z<br />

⎝ ∂z<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎛ ∂w<br />

∂w<br />

∂w<br />

∂w<br />

⎞ ∂p<br />

∂ ⎛ ∂w<br />

' ' ⎞ ∂ ⎛ ∂w<br />

' ' ⎞ ∂ ⎛ ∂w<br />

'2<br />

⎞<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = − + ρg<br />

z + ⎜ μ − ρ(<br />

w u ) ⎟ + ⎜μ<br />

− ρ(<br />

w u ) ⎟ + ⎜ μ − ρ(<br />

w )⎟<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂z<br />

∂x<br />

⎝ ∂x<br />

⎠ ∂y<br />

⎝ ∂y<br />

⎠ ∂z<br />

⎝ ∂z<br />

⎠<br />

A equação acima pode ser escrita em forma mais compacta como:<br />

Equação de Navier-Stokes para<br />

Escoamento turbulento<br />

⎠<br />

∂y<br />

⎝<br />

∂y<br />

⎠<br />

∂z<br />

⎝<br />

⎛ ∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

⎞ ∂σ<br />

∂τ<br />

xx xy ∂τ<br />

xz<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = ρg<br />

x + + +<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎛ ∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

⎞ ∂τ<br />

yx ∂σ<br />

yy ∂τ<br />

yz<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = ρg<br />

y + + +<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎛ ∂w<br />

∂w<br />

∂w<br />

∂w<br />

⎞ ∂τ<br />

∂τ<br />

zx zy ∂σ<br />

zz<br />

ρ⎜<br />

+ u + v + w ⎟ = ρg<br />

z + + +<br />

⎝ ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎠ ∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

∂z<br />

(15)<br />

35<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2.2 REPRESENTACOES SEMI-EMPIRICAS DAS TENSOES DE REYNOLDS<br />

36<br />

• Ainda não existe um modelo de turbulência geral e completo que descreva como varia a tensão de<br />

cisalhamento num campo de escoamento incompressível viscoso e turbulento.<br />

• Existe uma grande dificuldade em determinar as tensões de Reynolds ou que representa não conhecer a<br />

viscosidade turbulenta efetiva.<br />

Duas soluções semi empíricas podem ser descritas:<br />

(a) Conceito de Comprimento de Mistura de Prandtl em 1925<br />

(b) Conceito de Viscosidade Turbulenta Efetiva de Boussinesq.<br />

Considerando um dos termos para um escoamento numa direção predominante:<br />

du<br />

τ = τ lam + τ turb = μ − ρ<br />

dy<br />

( ) ' ' u v<br />

demonstra-se que o produto ( ) ' ' v<br />

u e sempre negativo (-):<br />

( ) ( ) ' '<br />

' ' du<br />

− u v = μ ρ u v<br />

du<br />

τ = μ − ρ<br />

+<br />

dy<br />

dy<br />

Desta forma num escoamento turbulento, a tensão total (lam + turb) e sempre maior que no escoamento laminar.<br />

Parcela τ lam : Dominante na sub-camada viscosa (muito fina: 0,1% do Raio da tubulação)<br />

Parcela τ Turb : Dominante na camada externa ou camada turbulenta. (100 a 1000 maior que τ lam nesta camada)<br />

• Transições dos efeitos laminar e turbulento ocorrem na camada de superposição ou amortecedora.<br />

2.3 CONCEITO DE MISTURA DE PRANDTL<br />

• As partículas de fluido viajam de camada para camada.<br />

• Neste transporte percorrem um caminho com comprimento de mistura l<br />

Pode ser mostrado que as flutuações das velocidades são relacionadas por:<br />

' du<br />

u = l1<br />

e<br />

dy<br />

' du<br />

v = l2<br />

dy<br />

Onde l1 e l2 são os comprimentos de mistura para o transporte da quantidade de movimento.<br />

Definimos também que:<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2<br />

lm = l1l2<br />

O comprimento de mistura e definido como<br />

lm = ky<br />

onde y e a distancia normal a parede e k e a constante de Von karman (k=0,4). Estudos posteriores mostram que l m<br />

não apresenta um valor constante.<br />

Desta forma a tensão turbulenta e expressa como:<br />

τ = −ρ<br />

=<br />

Turb<br />

' ' 2 du<br />

du<br />

( u v ) ρlm<br />

dy dy<br />

Tensão de Reynolds utilizando<br />

hipótese de Prandtl.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

τ = ρ<br />

Turb<br />

2<br />

lm du<br />

du<br />

dy dy<br />

Boussinesq define a viscosidade turbulenta efetiva, representando a tensão turbulenta como:<br />

du<br />

τ Turb = η<br />

dy<br />

Tensão de Reynolds utilizando<br />

hipótese de Boussinesq<br />

du<br />

τ Turb = η<br />

dy<br />

Onde η representa a viscosidade turbulenta efetiva que podemos relacionar a expressão de Prandtl por:<br />

Viscosidade turbulenta efetiva.<br />

Desta forma se obtém uma representação da tensão turbulenta como:<br />

du<br />

du<br />

τ = τ lam + τ turb = μ + η<br />

dy dy<br />

Tensão de Cisalhamento para<br />

escoamento turbulento<br />

2<br />

η = ρlm<br />

du<br />

dy<br />

du<br />

( μ η)<br />

dy<br />

τ = +<br />

37<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

A viscosidade efetiva turbulenta (η ) e relacionada nestas equações com a difusividade turbilhonar conhecida como<br />

denominada viscosidade cinemática aparente.<br />

Viscosidade cinemática aparente.<br />

Tensão de Reynolds utilizando a<br />

viscosidade cinemática aparente.<br />

38<br />

Turb<br />

η<br />

ε m =<br />

ρ<br />

τ = ρε<br />

Desta forma a tensão de cisalhamento total num escoamento turbulento pode ser dada por:<br />

Tensão de Cisalhamento para<br />

escoamento turbulento<br />

m<br />

du<br />

dy<br />

du<br />

( μ ρε m )<br />

dy<br />

τ =<br />

+<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

3. PERFIL DE VELOCIDADES TUBULAÇOES<br />

EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS<br />

39<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

3.1 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS<br />

Num escoamento turbulento em dutos o perfil de velocidade cresce desde a parede até um máximo no centro da<br />

tubulação. Este escoamento pode ser divido em três regiões principais:<br />

40<br />

• Uma subcamada laminar ou viscosa muito próxima da parede<br />

• Uma camada intermediaria ou de superposição<br />

• Uma camada turbulenta externa (na região central da tubulação).<br />

A natureza do escoamento e portando do perfil de velocidade e totalmente diferente nestas três camadas:<br />

• Na subcamada a viscosidade do fluido e um parâmetro significativo e a massa especifica não.<br />

• Na camada externa a massa especifica e um parâmetro significativo e a viscosidade não.<br />

Escoamento turbulento num tubo (a) tensão de cisalhamento e (b) velocidade média.<br />

Sabemos que num escoamento turbulento a tensão de cisalhamento e composta por uma parcela de tensão laminar e<br />

uma turbulenta.<br />

( ) ' ' du<br />

τ = τ lam + τ turb = μ − ρ u v<br />

dy<br />

A equação pode ser representada como:<br />

du<br />

( μ μT<br />

)<br />

dy<br />

τ = +<br />

Onde µ representa a viscosidade absoluta do fluido e µT representa a viscosidade aparente ou efetiva.<br />

μ =<br />

ρ<br />

T<br />

2<br />

lm du<br />

dy<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

du<br />

⎛ 2 du<br />

⎞ du<br />

τ = μ + ⎜ ρlm<br />

⎟<br />

dy ⎝ dy ⎠ dy<br />

Visto desta forma podemos colocar que:<br />

Sub-camada laminar ou viscosa (região da parede)<br />

Camada de amortecedora ou de superposição:<br />

Camada turbulenta externa:<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

τ >> τ μ >> μ<br />

lam<br />

turb<br />

τ ≅ τ μ ≅ μ<br />

lam turb<br />

turb >> τ lam μT<br />

τ >> μ<br />

T<br />

T<br />

41<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

3.2 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS LISOS<br />

42<br />

Objetivo:<br />

Determinar o perfil de velocidade num escoamento turbulento numa tubulação considerada lisa e um fluido com<br />

propriedades constantes.<br />

Utiliza-se como equação básica a expressão da tensão turbulenta:<br />

du<br />

⎛<br />

τ<br />

= μ + ⎜ ρl<br />

dy ⎝<br />

2<br />

m<br />

Para equacionar o perfil de velocidade e utilizado o conceito de velocidade de atrito.<br />

Velocidade de Atrito<br />

du<br />

dy<br />

*<br />

u =<br />

τ W<br />

ρ<br />

onde τ W e a tensão de cisalhamento na parede e ρ a massa especifica do fluido.<br />

Alem disto são introduzidas duas grandezas adimensionais:<br />

+<br />

• Velocidade adimensional u<br />

• Distancia a partir da parede adimensional<br />

Velocidade de Adimensional<br />

Distancia da parede adimensional<br />

+<br />

y<br />

y = R − r Representa a distancia normal a partir da parede<br />

ν Viscosidade cinemática do fluido<br />

Em termos das camadas:<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

du<br />

dy<br />

+ u<br />

u = *<br />

u<br />

y<br />

+<br />

yu<br />

=<br />

v<br />

Sub-camada viscosa (região da parede) +<br />

y ≤ 5<br />

Camada de superposição: 5 < ≤ 30<br />

+<br />

y<br />

*<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Camada externa: +<br />

y > 30<br />

SOLUCAO<br />

1.<br />

du<br />

τ = μ + ρl<br />

dy<br />

2<br />

m<br />

du<br />

du<br />

dy dy<br />

2. sabemos que lm = ky<br />

du<br />

dy<br />

3. τ = μ + ρ(<br />

ky)<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

2<br />

2<br />

⎛ du<br />

⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ dy ⎠<br />

4. Dividimos a Equação pela massa especifica<br />

τ<br />

ρ<br />

μ du<br />

ρ dy<br />

5. = + ( ky)<br />

2<br />

2<br />

⎛ du<br />

⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ dy ⎠<br />

μ<br />

6. O termo = ν representa a viscosidade cinemática:<br />

ρ<br />

τ<br />

ρ<br />

du<br />

dy<br />

7. = v + ( ky)<br />

τ<br />

ρ<br />

8. = ⎜ ( ky)<br />

2<br />

2<br />

⎛ du<br />

⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ dy ⎠<br />

⎛ 2 du<br />

⎞ du<br />

v + ⎟<br />

⎝ dy ⎠ dy<br />

⎛ 2 du<br />

⎞ du<br />

u + ⎟<br />

⎝ dy ⎠ dy<br />

* 2<br />

9. = ⎜v<br />

( ky)<br />

Equação Deduzir as Equações<br />

Especificas.<br />

* 2 ⎛ 2 du<br />

⎞ du<br />

u = ⎜v<br />

+ ( ky)<br />

⎟<br />

⎝ dy ⎠ dy<br />

43<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Caso N o 1 – Escoamento na Sub-camada Viscosa (Região da Parede):<br />

Como: τ >> τ o termo que representa a tensão viscosa da equação torna-se nulo.<br />

* 2<br />

u =<br />

du<br />

44<br />

lam<br />

du<br />

( v)<br />

dy<br />

*<br />

u<br />

=<br />

v<br />

2<br />

sendo que :<br />

+ +<br />

du = dy<br />

Integrando<br />

dy<br />

u = y + c<br />

+ +<br />

du<br />

turb<br />

dy ν<br />

u<br />

+<br />

* 2 +<br />

+ *<br />

= du u e que dy = *<br />

+ *<br />

du u<br />

*<br />

u dy ν<br />

= Se obtém:<br />

v u<br />

+<br />

+<br />

Nas condições de contorno na parede: para y = 0 u = 0 por tanto u = 0 e y = 0 e c=0.<br />

Lei da Parede<br />

Sub-camada Laminar ou Viscosa<br />

+ +<br />

+<br />

u = y para y<br />

≤ 5<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Caso N o 2 – Camada turbulenta (Região de Externa):<br />

Como: τ >> τ o termo que representa a tensão laminar torna-se nulo.<br />

Trub<br />

lam<br />

Podemos utilizar as relações adimensionais:<br />

u<br />

* 2<br />

=<br />

( ky)<br />

2<br />

* du<br />

u = ky<br />

dy<br />

O termo:<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

2<br />

⎛ du<br />

⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ dy ⎠<br />

du<br />

dy<br />

+<br />

* +<br />

u = ky +<br />

+ dy<br />

du =<br />

ky<br />

Integrando:<br />

⎛ y v ⎞ du u<br />

⎜<br />

⎝ u<br />

⎟<br />

⎠ dy ν<br />

*<br />

u<br />

⎛ y v ⎞ du u<br />

⎜<br />

⎝ u<br />

⎟<br />

⎠ dy ν<br />

du<br />

dy<br />

+ + * + + * 2<br />

+<br />

y = ⎜ * ⎟ + = ⎜ * ⎟ +<br />

+<br />

= y +<br />

du<br />

dy<br />

+<br />

+<br />

u<br />

+ 1 +<br />

u = ln y + c<br />

k<br />

*<br />

Onde c e uma constante que depende da rugosidade da tubulação. Para paredes consideradas lisas, na literatura se<br />

encontra c=5 ou também c=5,5.<br />

Lei da Logarítmica<br />

Camada Externa plenamente<br />

turbulenta.<br />

u<br />

*<br />

+<br />

+<br />

+<br />

u = 2 , 5ln<br />

y + 5,<br />

5 para y > 30<br />

Pode ser mostrado que integrando a equação anterior se obtém a velocidade media do perfil de velocidades.<br />

Lei da Logarítmica<br />

Velocidade Media<br />

Caso N o 3 – Região de Superposição:<br />

Vmedia *<br />

Neste caso adota-se um perfil de ajuste logarítmico do tipo.<br />

Lei da Logarítmica<br />

Camada de Superposição.<br />

u<br />

≅<br />

+<br />

2,<br />

5ln<br />

y<br />

+<br />

1,<br />

34<br />

+<br />

para y > 30<br />

+<br />

+<br />

u = 5, 0ln<br />

y − 3,<br />

05 para 5 < ≤ 30<br />

+<br />

y<br />

45<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

RESUMO DAS EQUACOES DO PERFIL DE VELOCIDADES<br />

Sub-camada viscosa (região da parede)<br />

46<br />

+ + +<br />

u = y para y ≤ 5<br />

Camada de superposição: +<br />

+<br />

u = 5, 0ln<br />

y − 3,<br />

05 para 5 < ≤ 30<br />

+<br />

y<br />

Camada externa:<br />

+<br />

+<br />

+<br />

u = 2 , 5ln<br />

y + 5,<br />

5 para y > 30<br />

u +<br />

Perfil de velocidade turbulenta num tubo liso<br />

y + =u * y/ν<br />

Escoamento turbulento num tubo (a) tensão de cisalhamento e (b) velocidade média.<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

3.3 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – TUBOS RUGOSOS<br />

• Uma superfície e considerada hidraulicamente lisa quando as saliências da superfície ( ε) ou rugosidade for<br />

muito menor que a espessura da sub-camada viscosa (δV)).<br />

• Define-se o parâmetro<br />

Parâmetro de Rugosidade<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

+<br />

ε =<br />

ε<br />

u<br />

ν<br />

• Estudos em tubos em escoamento turbulento utilizando rugosidade areia para aumentar artificialmente a<br />

rugosidade permitem concluir que a as superfícies podem ser classificadas em função do parâmetro:<br />

Hidraulicamente Lisa:<br />

• Sem efeito da rugosidade sobre o atrito<br />

Transitórias<br />

• Efeito moderado do numero de Reynolds<br />

Completamente Rugosa<br />

• A subcamada viscosa e totalmente destruída e o<br />

atrito dependem do numero de Reynolds.<br />

*<br />

0 ≤ ≤<br />

+<br />

ε<br />

5 < ≤<br />

+<br />

ε<br />

+<br />

ε > 70<br />

Resultados mostram que para escoamento em tubos rugosos, a lei logarítmica da velocidade para escoamento<br />

plenamente turbulento e dado por:<br />

Lei da Logarítmica da Velocidade<br />

• Tubos Rugosos<br />

• Camada Externa plenamente<br />

turbulenta.<br />

+ y<br />

+<br />

u = 2 , 5ln<br />

+ 8,<br />

5 para ε > 70<br />

ε<br />

Integrando esta equação se obtém a velocidade media do perfil de velocidades na tubulação:<br />

Velocidade media<br />

• Tubos Rugosos<br />

• Camada Externa plenamente<br />

turbulenta.<br />

Vmedia *<br />

u<br />

=<br />

D<br />

2,<br />

5ln<br />

+ 8,<br />

5<br />

ε<br />

5<br />

70<br />

+<br />

para ε > 70<br />

47<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

3.4 PERFIL DE VELOCIDADES EM <strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS – LEI EXPONENCIAL<br />

Uma alternativa para descrever a distribuição de velocidade num escoamento turbulento numa tubulação e dada pela lei<br />

exponencial:<br />

Lei Exponencial<br />

48<br />

r<br />

u umax<br />

R<br />

1 ⎟ ⎛ ⎞<br />

= ⎜ −<br />

⎝ ⎠<br />

onde o expoente n e uma função do numero de Reynolds e da rugosidade do material e varia de 5 a 10.<br />

Para tubos lisos:<br />

Re 4x10 3 10 5 10 6 > 2x10 6<br />

n 6 7 9 10<br />

Podemos também utilizar uma expressão aproximada. n = 1. 85log<br />

Re−1.<br />

96<br />

O expoente n esta relacionado com o fator de atrito pela equação empírica:<br />

Expoente n<br />

n =<br />

1<br />

f<br />

1/<br />

n<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Lembrando que tanto para escoamentos laminar e turbulento o atrito esta relacionada com:<br />

Equações validas para<br />

Escoamento<br />

Laminar e turbulento<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

8τ<br />

f =<br />

ρV<br />

W<br />

2<br />

media<br />

ΔP<br />

D<br />

τ W =<br />

L 4<br />

h L<br />

= f<br />

2<br />

L V<br />

D 2g<br />

• O perfil de velocidades da lei exponencial não poder ser utilizado para determinar a tensão de cisalhamento na<br />

parede já que:<br />

⎛ du<br />

⎞<br />

• ⎜ ⎟ = ∞<br />

⎝ dy ⎠<br />

parede<br />

• Para determinar τ W deve-se relacionar o fator de atrito com a tensão de cisalhamento com as equações<br />

apresentadas acima.<br />

Pode-se obter a velocidade media em função da velocidade máxima pela integração da velocidade:<br />

V<br />

media<br />

=<br />

Q<br />

A<br />

=<br />

R<br />

∫<br />

0<br />

udA<br />

Relação entre a velocidade media e<br />

velocidade máxima.<br />

A<br />

V<br />

media<br />

=<br />

R<br />

∫<br />

0<br />

u ( r)<br />

2πrdr<br />

πR<br />

2<br />

=<br />

Vmedia u<br />

max<br />

2n<br />

2<br />

u<br />

max<br />

( n + 1)<br />

( 2n<br />

+ 1)<br />

=<br />

n<br />

2 2<br />

( n + 1)<br />

( 2n<br />

+ 1)<br />

49<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

50<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4. Escoamento Viscoso Externo: Conceitos de Camada Limite<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.1 Escoamento Viscoso Externo: Conceitos de Camada Limite<br />

Quando um corpo se move através de um fluido existe um interação entre este e o fluido. Tal interação pode<br />

ser descrita por forças que atuam na interface fluido-corpo. Estas forças se devem aos efeitos viscosos e aos efeitos de<br />

pressão. Em Engenharia, para avaliar os efeitos globais é mais interessante representar estas forças em função da<br />

denominada força de arrasto que atua na direção do escoamento e a força de sustentação que atua na direção normal<br />

ao escoamento denominada sustentação. O arrasto e sustentação podem ser obtidos pela integração das tensões de<br />

cisalhamento e as forças normais ao corpo. No Cap.11 são abordadas as forças de sustentação e arrasto para<br />

escoamentos externos viscosos sobre superfícies curvas tais como cilindros e aerofólios. No presente capítulo é<br />

abordado o escoamento externo sobre placas planas.<br />

4.2 Escoamento em Torno de Corpos<br />

A característica do escoamento em torno de um corpo depende de vários parâmetros como: forma do corpo,<br />

velocidade, orientação e propriedades do fluido que escoa sobre o corpo. Os parâmetros mais importantes para<br />

descrever o escoamento sobre um corpo são o número de Reynolds e número de Mach.<br />

4.2.1 Efeito do Número de Reynolds no Escoamento Externo<br />

O número de Reynolds (Re= ρ VD/μ) representa a relação entre os efeitos de inércia e os efeitos viscosos.<br />

• Sem os efeitos viscosos (μ=0) , o número de Reynolds é infinito.<br />

• Por outro lado na ausência de todos os efeitos de inércia (ρ=0) o número de Reynolds é nulo.<br />

Qualquer escoamento real apresenta um número de Reynolds entre esses limites. A natureza do escoamento varia<br />

muito se Re >>1 ou se Re


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.3.3 Forças de Viscosas Confinadas – Reynolds Alto - Re≈10 7<br />

Para escoamento com Re muito alto (Re≈≈≈≈10 7 ) predominam os efeitos das forças de inércia. Os<br />

efeitos das forças viscosas são praticamente desprezíveis em todos os pontos, exceto naqueles muito próximos da<br />

placa plana e na região de esteira localizada a jusante da placa (Fig. 4). Como a viscosidade do fluido não é nula o<br />

fluido adere à superfície sólida (condição de não escorregamento). Desta forma a velocidade varia desde zero na<br />

superfície da placa até um valor Uoo, na fronteira de uma região muito fina denominada camada limite. Essa região<br />

conhecida como camada limite (δ) é sempre muito menor que o comprimento da placa. A espessura desta camada<br />

aumenta na direção do escoamento e é nula no borda de ataque da placa. O escoamento na camada limite pode ser<br />

laminar ou turbulento.<br />

Se define a espessura da camada limite δ como a distância da superfície ao ponto em que a velocidade situa-se dentro<br />

de 1% da velocidade de corrente livre.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 4 Placa Plana - Efeitos de inércia importantes<br />

As linhas de corrente fora da camada limite são aproximadamente paralelas àplaca plana. O leve<br />

deslocamento das linhas de corrente externas (fora da camada limite) se deve ao aumento da espessura da camada<br />

limite na direção do escoamento e é nula no bordo de ataque da placa. A existência da placa plana tem pouco efeito<br />

nas linhas de corrente externas tanto na frente, acima ou abaixo da placa. Por outro lado, a região de esteira é<br />

provocada por efeitos viscosos.<br />

Camada Limite – Prandtl<br />

O físico alemão Prandtl (1875-1953) realizou um dos grandes avanços na Mecânica dos Fluidos, em 1903,<br />

concebendo a idéia da camada limite na qual define – Uma região muito fina dentro da camada limite e adjacente à<br />

superfície do corpo onde os efeitos viscosos são muito importantes, onde a componente axial da velocidade varia<br />

rapidamente com a distância y. Uma região fora da camada limite denominada região de escoamento potencial onde o<br />

fluido se comporta como se fosse um fluido não viscosos, ou investido onde as forças de cisalhamento são<br />

desprezíveis. Certamente a viscosidade dinâmica é a mesma em todo o campo de escoamento. Desta forma a<br />

importância relativa de seus efeitos (devido aos gradientes de velocidade) é diferente fora e dentro da camada limite.<br />

Os gradientes de velocidades normais ao escoamento são relativamente pequenos fora da camada limite e o fluido se<br />

comporta como se fosse não viscoso.<br />

53<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.4 Características da Camada Limite<br />

O tamanho da camada limite e a estrutura do escoamento nela confinado variam muito. Parte desta variação é<br />

provocada pelo formato do objeto onde se desenvolve a camada limite. A seguir se analisa o efeito da camada limite<br />

para o caso de um fluido viscoso e incompressível sobre uma placa plana de comprimento infinito (x varia de 0 a<br />

infinito).<br />

Se o Re é muito alto somente o fluido confinado na camada limite sentirá a presença da placa. Exceto na região fora da<br />

camada limite a velocidade será essencialmente igual a velocidade de corrente livre V=Ui. Para uma placa finita, o<br />

comprimento L pode ser utilizado como comprimento característico. No caso da placa plana de comprimento infinito<br />

definimos o Rex= Ux/ν. Se a placa é longa o Re é alto, apresentando uma camada limite exceto na região muito<br />

pequena próxima da borda da placa. A presença da placa é sentida em regiões muito finas da camada limite e da<br />

esteira.<br />

54<br />

Figura 10.5. Efeito rotacional de partículas de fluido dentro da camada limite<br />

Consideremos o escoamento de uma partícula de fluido no campo de escoamento. Quando a partícula entra na camada<br />

limite começa a distorcer devido ao gradiente de velocidade do escoamento – a parte superior da partícula apresenta<br />

uma velocidade maior do que na parte inferior. O elemento de fluido não tem rotação fora da camada limite mas<br />

começa a rotar quando atravessa a superfície fictícia da camada limite e entre na região onde os efeitos viscosos são<br />

importantes.<br />

O escoamento é irrotacional fora da camada limite<br />

O escoamento é rotacional dentro da camada limite.<br />

A partir de uma certa distância x do bordo de ataque, o escoamento na camada limite torna-se turbulento e as partículas<br />

de fluido tornam-se extremadamente distorcidas devido a natureza irregular da turbulência. Uma das características da<br />

turbulência é o movimento de misturas produzido no escoamento. Esta mistura é devido a movimentos irregulares de<br />

porções de fluido que apresentam comprimentos que variam da escala molecular até a espessura da camada limite.<br />

Quando o escoamento é laminar a mistura ocorre somente em escala molecular. A transição do escoamento de laminar<br />

para turbulência ocorre quando o Re atinge um valor critico (Rec).<br />

Placa Plana:<br />

• Rec varia de 2x10 5 até 3x10 6 . É função da rugosidade da superfície e da intensidade da turbulência.<br />

Considera-se o valor crítico igual a Rec=5x10 5 . ( 500.000)<br />

Considera-se que a camada limite é turbulenta quando Rex > 3x10 6 ( 3.000.000)<br />

Laminar Re < 5x10 5 Turbulento Re > 3,0 x10 6<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.5 Espessura da Camada Limite<br />

Na camada limite a velocidade muda de zero na superfície da placa até o valor da velocidade de corrente livre na<br />

fronteira da camada limite. Desta forma o perfil de velocidades u=u(x,y) que satisfaz as condições de contorno:<br />

V=0 em y =0 e V≈U00 em y =δ.<br />

Matematicamente como fisicamente o perfil de velocidade não apresenta nenhuma singularidade. Isto é, u tende a Uoo<br />

quando mais nos afastamos da placa (não é necessário que u seja precisamente igual a U00 em y=δ). Se define a<br />

espessura da camada limite δ como a distância da superfície ao ponto em que a velocidade situa-se dentro de 1% da<br />

velocidade de corrente livre.<br />

δ = y onde u = 0,<br />

99U<br />

4.6 Espessura de Deslocamento<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

∞<br />

A Fig. 10.6 mostra dois perfis de velocidade para escoamento sobre uma placa plana: um (Fig. 6a) considerando perfil<br />

uniforme de velocidade (sem atrito) e outro (Fig.6b) com viscosidade no qual a velocidade na parede é nula.<br />

Figura 6. Camada limite e conceito de espessura de deslocamento<br />

Devido à diferença de velocidade U – u dentro da camada limite, a vazão através da seção b – b é menor do que<br />

aquela na seção a – a . Se deslocarmos a placa plana na seção a – a de uma quantidade δ * , as vazões pelas seções<br />

serão idênticas. Esta distância é denominada espessura de deslocamento.<br />

Figura 7 Perfil de velocidade para definir espessura de deslocamento<br />

55<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

A definição é verdadeira se<br />

*<br />

δ bU<br />

56<br />

∫ ∞<br />

=<br />

0<br />

( U − u)<br />

bdy<br />

onde b é a largura da placa. Desta forma:<br />

∫ ∞<br />

* ⎛ u ⎞<br />

δ = ⎜1−<br />

⎟dy<br />

0 ⎝ U ⎠<br />

A espessura de deslocamento representa o aumento da espessura do corpo necessário para que a vazão do<br />

escoamento uniforme fictício seja igual a do escoamento viscoso real. Também representa o deslocamento das linhas<br />

de corrente provocado pelos efeitos viscosos. Tal idéia permite simular a presença da camada limite no escoamento<br />

pela adição de uma espessura de deslocamento da parede real e tratar o escoamento sobre o corpos mais espessos<br />

como se fossem não viscoso.<br />

4.7 Espessura da Quantidade de Movimento<br />

A diferença de velocidades existente na camada limite U – u, provoca uma redução do fluxo da quantidade de<br />

movimento na seção b – b mostrado na Fig.7 . O fluxo é menor do que aquele na seção a – a da mesma figura. Esta<br />

diferença de fluxo de quantidade de movimento na camada limite, também conhecida como déficit do fluxo da<br />

quantidade de movimento no escoamento real é dada por:<br />

∫ ( ) ∫ ( )<br />

∞<br />

ρ u U − u dA = ρb<br />

u U − u<br />

0<br />

dy<br />

por definição estas integrais representam o déficit do fluxo da quantidade de movimento numa camada limite de<br />

velocidade uniforme U e espessura θ. Assim,<br />

∞<br />

∫<br />

0<br />

2<br />

ρ bU θ = ρb<br />

u<br />

θ =<br />

∞<br />

∫<br />

0<br />

( U − u)<br />

u ⎛ u ⎞<br />

⎜1−<br />

⎟dy<br />

U ⎝ U ⎠<br />

dy<br />

as três definições de espessura de camada limite δ , δ * e θ são utilizadas nas análises de camada limite. A hipótese da<br />

camada limite ser fina é essencial para o desenvolvimento do modelo de escoamento. Esta hipótese, na análise do<br />

escoamento sobre uma placa plana garante que δ seja muito menor que x (δ


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.8 Coeficiente de Arrasto em Placas Planas<br />

O coeficiente de arrasto ou de resistência de um corpo é dado por:<br />

C = C + C<br />

D<br />

Dp<br />

Df<br />

CDf representa o coeficiente de tensão de cisalhamento.<br />

C<br />

Df<br />

FDf<br />

=<br />

1<br />

ρU<br />

2<br />

2<br />

∞<br />

A<br />

onde A representa a área superficial ou área molhada. Por exemplo numa placa paralela ao escoamento A=bxL onde b<br />

é a largura da placa.<br />

O termo CDp representa o coeficiente de arrasto por pressão.<br />

C<br />

Dp<br />

FDp<br />

=<br />

1 2<br />

ρU<br />

∞ A<br />

2<br />

Neste caso A pode representar projeção num plano normal da área do corpo. Por exemplo num cilindro A=DxL<br />

O coeficiente de arrasto total é assim definido:<br />

C<br />

D<br />

FD<br />

=<br />

1<br />

ρU<br />

2<br />

2<br />

∞<br />

A<br />

onde FD= FDp + FDf<br />

No caso de uma placa perpendicular ao fluxo a tensão de<br />

cisalhamento não contribui para a força de resistência. O<br />

coeficiente de arrasto deve-se unicamente ao arrasto por<br />

pressão. Desta forma CD= CDp.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

CD=CDp<br />

Figura .8 Placa plana perpendicular ao fluxo<br />

No caso de uma placa plana paralela ao escoamento o arrasto deve-se unicamente ao atrito superficial. Desta forma<br />

CD= CDf.<br />

57<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.9 Coeficiente de Arrasto e Força de Arrasto pela Tensão de Cisalhamento<br />

Considerando que o perfil de velocidade u(x,y) da camada limite seja conhecido. A tensão de cisalhamento τw<br />

na parede que atua ao longo da superfície em qualquer posição x é determinado a partir da definição:<br />

∂u(<br />

x,<br />

y)<br />

τ w = μ<br />

∂y<br />

58<br />

y=<br />

0<br />

Desta forma conhecendo a distribuição de velocidades na camada limite, pode-se determinar a força de cisalhamento,<br />

devido ao escoamento que está atuando sobre a superfície sólida. Como a equação anterior não é muito prática para<br />

aplicações de Engenharia define-se a tensão de cisalhamento ou força de arrasto local como função do coeficiente de<br />

arrasto local Cf. Também denominado coeficiente de tensão de cisalhamento (Cx no texto de Ozisik).<br />

τ =<br />

w<br />

C f<br />

ρU<br />

2<br />

2<br />

∞<br />

onde ρ é a massa específica do fluido e U00 a velocidade de corrente livre. Desta forma conhecendo o coeficiente da<br />

tensão de cisalhamento Cf podemos determinar a força de arrasto exercida pelo fluido que está escoando sobre a<br />

placa plana. Igualando as equações anteriores se obtém:<br />

C<br />

f<br />

2ν<br />

∂u(<br />

x,<br />

y)<br />

=<br />

U ∂y<br />

2<br />

∞<br />

y=<br />

0<br />

o coeficiente local de arrasto poderá ser determinado se o perfil de velocidade u(x,y) na camada limite for conhecido.<br />

O valor médio do coeficiente da tensão de cisalhamento CDf de x=0 até x=L é definido como:<br />

CDf<br />

1<br />

=<br />

L<br />

L<br />

C f dx<br />

∫<br />

x=<br />

0<br />

determinado o CDf podemos calcular a força de arrasto FD atuando sobre a placa de x=0 até x=L numa largura da placa<br />

b (lembrando que a área superficial é A=bxL).<br />

ρU<br />

FD = bLCD<br />

2<br />

2<br />

∞<br />

Obs. Para placa plana paralela à direção do escoamento. CD=CDf.<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.10 Equações de BLASIUS – Placa Plana – Camada Limite Laminar<br />

Para o caso de placa plana existem diferentes soluções para determinar a espessura da camada limite, espessura<br />

de deslocamento da camada limite, coeficiente de arrasto local e coeficiente de arrasto médio. Em 1908 Blasius,<br />

discípulo de Prandtl, obtém a solução exata da camada limite numa placa plana (gradiente de pressão nulo)<br />

considerando:<br />

Escoamento em regime laminar.<br />

Escoamento permanente<br />

Escoamento bidimensional<br />

Escoamento incompressível<br />

Soluções aproximadas foram também determinadas para tal problema considerando o perfil de velocidades como um<br />

polinômio de segundo grau, de terceiro grau e de quarto grau.<br />

A seguir são apresentadas as equações denominadas exatas, determinadas por Blasius, válidas para escoamento<br />

laminar Re < 5,0x10 5 até 1,0x10 6<br />

Espessura da camada Limite<br />

δ =<br />

5x<br />

Re<br />

x<br />

Espessura de deslocamento da camada limite<br />

* vx<br />

δ = 1,<br />

73 ou também<br />

U<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

∞<br />

*<br />

δ =<br />

L<br />

Figura 9. Esquema de placa plana<br />

1,<br />

73<br />

Re x<br />

4.11 Coeficiente de arrasto local ou Coef. de tensão de cisalhamento<br />

0,<br />

664<br />

C f =<br />

Re<br />

1/<br />

2<br />

x<br />

4.12 Coeficiente de arrasto médio<br />

1<br />

Podemos determinar o coeficiente de arrasto médio CDf integrando Cf de x=0 até x=L CDf<br />

= ∫ C f dx<br />

L x=<br />

0<br />

0,<br />

664 1,<br />

328<br />

C D = CDf<br />

= 2 = onde ReL= VL/ν<br />

Re Re<br />

1/<br />

2<br />

L<br />

x<br />

1/<br />

2<br />

L<br />

U 00 x<br />

Re x =<br />

v<br />

L<br />

59<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.13 Transição de Escoamento Laminar para Turbulento<br />

O valor de Re de transição é uma função muito complexa de vários parâmetros como rugosidade da superfície,<br />

curvatura da superfície e intensidade das perturbações existentes no escoamento.<br />

No caso do ar a transição de escoamento laminar para turbulento, na camada limite sobre uma placa plana, ocorre<br />

para Rec na faixa de 2x10 5 a 3x10 6 . Para efeitos práticos utiliza o valor fixo Rec=5x10 5 que na verdade corresponde ao<br />

limite inferior da região de transição.<br />

O processo de transição envolve instabilidade do campo de escoamento. Pequenas perturbações impostas sobre a<br />

camada limite, como vibrações na placa, rugosidade da superfície, pulsações no escoamento principal aumentam ou<br />

diminuem a instabilidade dependendo do lugar onde a perturbação for introduzida:<br />

60<br />

Se a perturbação ocorre em Rex < Rec são amortecidas fazendo com que a camada limite retorne ao regime<br />

laminar<br />

Se a perturbação ocorre em Rex > Rec irão crescer transformando o escoamento em regime turbulento.<br />

A mudança do escoamento laminar para turbulento também provoca uma mudança na forma do perfil de<br />

velocidades.<br />

Figura 10 Perfis de velocidades em placa plana - regime laminar, transição e turbulento (ar).<br />

Observa-se na Fig.10 que o perfil turbulento de velocidades é mais plano apresentando um alto gradiente de<br />

velocidade na parede. Trata-se do escoamento de ar com uma velocidade de corrente livre de 27m/s.<br />

• Numa placa plana a camada limite será sempre turbulenta para Re > 4,0 x10 6<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.14 Camada Limite Turbulenta em Placa Plana<br />

4.14.1 Coeficiente de Arrasto Local - Coeficiente de Tensão de Cisalhamento<br />

A partir de dados experimentais Schilichting apresentou a seguinte correlação para o coeficiente de arrasto<br />

local para placa plana lisa.<br />

C f<br />

=<br />

−0,<br />

2<br />

5<br />

0 , 0592Re<br />

x válido<br />

para 5x10 < Re x <<br />

para número de Reyndols altos, recomenda-se a correlação de Schultz-Grunow:<br />

C f<br />

-2,584<br />

7<br />

9<br />

( log Re ) válido para 10 < Re 10<br />

= x<br />

0 , 370<br />

<<br />

4.14.2 Coeficiente de Arrasto Médio<br />

Para uma camada limite que é inicialmente laminar e passa por uma transição em algum ponto sobre a placa plana, o<br />

coeficiente de arrasto turbulento deve ser ajustado para levar em conta o escoamento laminar no comprimento inicial.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 11. Placa plana com região laminar, transição e turbulenta.<br />

Consideremos um escoamento na camada limite sobre uma placa plana que seja:<br />

Coeficiente de Arrasto Local<br />

Laminar na região entre 0 ≤ x ≤ xc e Turbulenta na região xc < x ≤ L .<br />

Os coeficientes locais de atrito em cada uma das duas regiões são:<br />

−0,<br />

5<br />

c = , 664Re<br />

em 0 ≤ x ≤ x (laminar) - Eq. de Blasius<br />

f<br />

0 x<br />

c<br />

c f<br />

x<br />

−0,<br />

2<br />

= 0, 0592Re<br />

em x c < x ≤ L<br />

Coeficiente de Arrasto Médio<br />

(turbulento)<br />

x<br />

10<br />

- Eq. de Schilichting<br />

O coeficiente de arrasto médio CDf (igual a CD em placa plana) na região inteira<br />

1 xc<br />

L<br />

c ⎜<br />

⎛<br />

⎟<br />

⎞<br />

D =<br />

⎝∫<br />

cxLam<br />

dx + ∫ cxTurbdx<br />

L 0<br />

xc ⎠<br />

−0,<br />

5<br />

−<br />

1 ⎡ ⎛U<br />

⎞ xc<br />

00<br />

−0,<br />

5 ⎛U<br />

00 ⎞<br />

cD<br />

= ⎢0,<br />

664⎜<br />

⎟ ∫ x dx + 0,<br />

059⎜<br />

⎟<br />

L ⎢⎣<br />

⎝ v 0 ⎠<br />

⎝ v ⎠<br />

efetuando a integração se obtém:<br />

0,<br />

2<br />

∫<br />

L<br />

−0,<br />

2<br />

xc<br />

x<br />

⎤<br />

dx⎥<br />

⎥⎦<br />

7<br />

61<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

CD<br />

62<br />

=<br />

0,<br />

074<br />

Re<br />

−0,<br />

2<br />

L<br />

−<br />

0,<br />

8<br />

0,<br />

074Re<br />

c −1,<br />

328Re<br />

Re<br />

L<br />

0,<br />

5<br />

c<br />

Definição do Número de Reynolds Total e Crítico e Local<br />

válido para Rec ≤ ReL < 10 7 ,<br />

U 00L<br />

Re L = é o número de Reynolds para o comprimento total (L) da placa plana.<br />

v<br />

U 00 xc<br />

Re c = é o número de Reynolds crítico da transição do escoamento laminar para turbulento<br />

v<br />

U 00x<br />

Re x = é o número de Reynolds crítico em qualquer posição da placa<br />

v<br />

Forma Geral do Coeficiente de Atrito Médio<br />

O coeficiente médio de arrasto CD sobre a região onde o escoamento é parcialmente laminar e parcialmente turbulento,<br />

depende do valor do número de Reynolds crítico Rec . Por isto a Eq. anterior é especificada de maneira mais compacta.<br />

C<br />

D<br />

=<br />

B<br />

−0,<br />

2<br />

0 , 074Re<br />

L −<br />

válido para Re c < Re L <<br />

Re L<br />

Válida quando existe a camada limite turbulenta com camada laminar anterior. O termo B é dada como:<br />

( C C )<br />

B = Re c DTurbulento<br />

− D La min ar<br />

o qual depende do número de Reynolds crítico ( Rec ) e das características do arrasto plenamente laminar e turbulento.<br />

Para diversos número de Rec o valor de B é dado a seguir.<br />

⎧700<br />

para<br />

⎪<br />

⎪1050<br />

para<br />

B = ⎨<br />

⎪1740<br />

para<br />

⎪<br />

⎩3340<br />

para<br />

5<br />

Re = 2x10<br />

c<br />

5<br />

Re = 3x10<br />

c<br />

5<br />

Re = 5x10<br />

c<br />

6<br />

Re = 1x10<br />

c<br />

• No caso em que B=0 corresponde ao escoamento turbulento começando desde x=0 e desta forma se utiliza e<br />

equação para regime turbulento denominada Eq. de Karman-Prandtl:<br />

C D<br />

=<br />

−0,<br />

2<br />

0 , 074 Re L<br />

para Rec<br />

< Re L <<br />

Para altos número de Reynolds 10 7 < Re < 10 9 se utiliza a seguinte expressão:<br />

CD<br />

0,<br />

455<br />

2,<br />

58 ( log Re ) Re L<br />

L<br />

1710<br />

−<br />

= para 10 7 < Re < 10 9<br />

10<br />

10<br />

7<br />

7<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.15 Espessura da Camada Limite - Escoamento Turbulento<br />

Utilizando uma relação empírica para a tensão de cisalhamento na parede na forma:<br />

y=<br />

0<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

1/<br />

5<br />

∂u<br />

⎛ v ⎞ 2<br />

τ<br />

= 0, 0296 ⎜<br />

⎟<br />

w = μ<br />

ρU<br />

∞<br />

∂y<br />

⎝U<br />

∞ x ⎠<br />

são obtidas expressões que permitem avaliar a espessura da camada limite turbulenta para placa plana.<br />

1. Para a camada limite plenamente turbulenta, começando da borda de ataque da placa (x=0).<br />

δ ( x)<br />

−<br />

x<br />

1/<br />

5<br />

= 0,<br />

381Re<br />

x<br />

2. No caso em que a espessura da camada limite é laminar até o ponto em que Rec=5x10 5 , e então se torna<br />

plenamente turbulenta.<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

0,<br />

381<br />

Re<br />

−1/<br />

5<br />

x<br />

−10256<br />

Re<br />

−1<br />

x<br />

válida para 5x10<br />

5<br />

7<br />

< Re < 10<br />

A Fig. 12 apresenta graficamente um resumo os tipos de coeficiente de arrasto médios para placa plana lisa.<br />

Figura 12 Coeficiente de arrasto para placa plana lisa.<br />

x<br />

63<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

4.16 Resumo das Equações da Camada Limite em Placa Plana<br />

Como ser observa existe uma grande quantidade de equações que podem ser utilizadas para avaliar o<br />

coeficiente de arrasto médio em placas planas. O uso de cada equação dependerá do regime de escoamento. A placa<br />

poderá apresentar escoamento plenamente laminar, escoamento plenamente turbulento ou se na placa plana existe<br />

uma região com escoamento laminar e posteriormente uma região com escoamento turbulento. A seguir, para<br />

simplificar, podemos utilizar as seguintes relações em exercícios específicos.<br />

I - Camada Limite Laminar<br />

Perfis de Velocidade<br />

64<br />

Linear<br />

u y<br />

= Parabólico<br />

U δ<br />

u<br />

U<br />

y ⎛ y ⎞<br />

= 2 − ⎜ ⎟<br />

δ ⎝ δ ⎠<br />

Equação de Blasius 3x105 < Rex < 5x105 C f<br />

0,<br />

664<br />

= 1/<br />

2<br />

Re<br />

1,<br />

328<br />

C D = 1/<br />

2<br />

Re<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

x<br />

5<br />

Re<br />

x<br />

*<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

1,<br />

73<br />

II - Camada Limite Turbulenta (escoamento turbulento desde a borda de ataque)<br />

Perfis de Velocidade Exponencial<br />

u<br />

U<br />

⎛ y ⎞<br />

= ⎜ ⎟<br />

⎝ δ ⎠<br />

Equação de Kárman – Prandtl (Rec=5x10 5 )<br />

C D<br />

=<br />

1/<br />

7<br />

−0,<br />

2<br />

0 , 074Re<br />

L para Rec<br />

< Re L <<br />

Equação de H. Schlichting<br />

C D =<br />

0,<br />

455<br />

2,<br />

58<br />

log Re<br />

para 10<br />

( )<br />

L<br />

δ ( x)<br />

−<br />

x<br />

1/<br />

5<br />

= 0,<br />

381Re<br />

x<br />

7<br />

<<br />

Re<br />

L<br />

10<br />

Re<br />

7<br />

< 10<br />

9<br />

x<br />

L<br />

2<br />

u ⎛ π y ⎞<br />

Senoidal = sen ⎜ ⎟<br />

U ⎝ 2 δ ⎠<br />

0,<br />

332ρU<br />

τ w =<br />

Re<br />

1<br />

*<br />

δ ( x) = 0,<br />

346δ<br />

( x)<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

7<br />

C f<br />

III – Camada Limite Turbulenta com Camada Laminar Anterior<br />

C D<br />

C D<br />

=<br />

=<br />

1700<br />

−0,<br />

2<br />

5<br />

0 , 074Re<br />

L −<br />

para 5x10 < Re L <<br />

Re L<br />

0,<br />

455<br />

( log Re )<br />

δ<br />

( x)<br />

= 0,<br />

381Re<br />

x<br />

L<br />

2,<br />

58<br />

−1/<br />

5<br />

x<br />

1700<br />

−<br />

Re<br />

L<br />

−10256<br />

Re<br />

−1<br />

x<br />

=<br />

−1/<br />

5<br />

0 , 0594Re<br />

x para Rec<br />

< Re L <<br />

τ =<br />

w<br />

1/<br />

4<br />

2⎛<br />

ν ⎞<br />

0, 0233ρU<br />

⎜ ⎟<br />

⎝Uδ<br />

⎠<br />

* δ ( x)<br />

7<br />

δ ( x)<br />

= θ ( x) = δ ( x)<br />

8<br />

72<br />

7<br />

9<br />

para 10 < Re < 10<br />

para 5x10<br />

5<br />

L<br />

10<br />

7<br />

< Re < 10<br />

x<br />

7<br />

Escoamentos Viscosos<br />

x<br />

2<br />

10<br />

7


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Exemplo - Comparação das Variáveis para Camada Limite Laminar e Turbulenta.<br />

Água (ρ=1000kg/m 3 e ν=1x10 6 m 2 /s) escoa com velocidade de U=1,0 m/s sobre uma placa plana de L=1m.<br />

Avalie a espessura da camada limite δ(x), a espessura de deslocamento δ * (x) e espessura de quantidade de<br />

movimento θ(x) e a tensão de cisalhamento na parede τw(x) para x=L.<br />

(a) Considere que é mantido escoamento laminar em toda a placa.<br />

(b) Considere que a camada limite é provocada, de modo que se torna turbulenta a partir na borda de ataque.<br />

1. Determinamos o número de Reynolds para x=L.<br />

UL<br />

L<br />

ν<br />

= Re<br />

1x1<br />

Re L = = 10 −6<br />

1x10<br />

(a) Considerando Equações para Regime Laminar<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

5<br />

Re<br />

*<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

x<br />

6<br />

1,<br />

73<br />

Re<br />

x<br />

1<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

7<br />

1x5<br />

5mm<br />

6<br />

10<br />

= = δ mm x x 73 , 1 5 346 , 0 ) (<br />

*<br />

5<br />

δ = =<br />

θ ( x) = = 0,<br />

71mm<br />

7<br />

C f<br />

=<br />

0,<br />

664<br />

Re<br />

x<br />

0,<br />

664<br />

10<br />

=<br />

6 =<br />

0,<br />

000664<br />

τ =<br />

w<br />

C f<br />

ρU<br />

( 1)<br />

2<br />

2<br />

∞<br />

kg<br />

N<br />

= 0,<br />

000664x1000<br />

= 0,<br />

332<br />

3<br />

2<br />

2 m 2 m<br />

(b) Considerando Equações para Regime Turbulento<br />

δ ( x)<br />

−1<br />

/ 5<br />

= 0,<br />

381Re<br />

x<br />

x<br />

* δ ( x)<br />

δ ( x)<br />

=<br />

8<br />

7<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

72<br />

6 −1/<br />

5 ( 10 ) = mm<br />

* 24<br />

7<br />

δ ( x) = 1x0,<br />

381 24 δ ( x) = = 3mm<br />

θ ( x) = 24 = 2,<br />

34mm<br />

8<br />

72<br />

C f<br />

=<br />

0,<br />

0594<br />

Re<br />

−1/<br />

5<br />

x<br />

= 0,0594<br />

6 −1/<br />

5 ( 10 ) = 0,<br />

00375<br />

τ =<br />

δ ( Turbulento)<br />

24<br />

Espessura da camada limite = = 4,<br />

8<br />

δ ( La min ar)<br />

5<br />

*<br />

δ ( Turbulento)<br />

3<br />

Espessura de deslocamento da camada limite = = 1,<br />

73<br />

*<br />

δ ( La min ar)<br />

1,<br />

73<br />

θ ( Turbulento)<br />

2,<br />

74<br />

Espessura da quantidade de movimento = = 3,<br />

86<br />

θ ( La min ar)<br />

0,<br />

71<br />

τ w ( Turbulento)<br />

1,<br />

87<br />

Tensão de cisalhamento na parede. = = 5,<br />

63<br />

τ ( La min ar)<br />

0,<br />

332<br />

w<br />

w<br />

C f<br />

( 1)<br />

2<br />

2<br />

ρU<br />

∞<br />

N<br />

= 0,<br />

00375x1000<br />

= 1,<br />

875 2<br />

2 2 m<br />

Obs: Existe um crescimento maior das variáveis na camada limite turbulenta devido a uma tensão de cisalhamento na<br />

parede mais alta.<br />

65<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

66<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

5. <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS - CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

5.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS: CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA<br />

• REGIME LAMINAR < Re 5x10 5<br />

• TRANSICAO ReC 5x10 5 (Pode variar entre 2x10 5 ate 3x10 6 segundo tipo de rugosidade)<br />

• TURBULENTA > Re 3x10 6<br />

EQUACAO INTEGRAL DA QUANTIDADE DE MOVIMENTO DE VON KARMAN<br />

Estudamos o escoamento numa placa plana lisa submetida a uma velocidade de corrente livre U∞ paralela a<br />

placa. A placa não bloqueia o escoamento sendo a única resistência ao escoamento e dado ao cisalhamento. Devido a<br />

condição de não escorregamento provoca uma desaceleração brusca das partículas do fluido e estas retardam as<br />

partículas vizinhas surgindo uma espessura de camada cisalhante desacelerada denominada camada limite de<br />

espessura y = δ (x)<br />

. Para determinar a forca de arrasto sobre a placa deve-se realizar a integração das tesões<br />

viscosas ao longo da parede.<br />

Largura da placa: b<br />

Comprimento da placa: L<br />

Espessura da camada limite: δ<br />

Velocidade de corrente livre: U ∞<br />

Volume de controle:<br />

(1) Região de entrada do fluido no VC : ( x , y)<br />

= ( 0,<br />

0)<br />

ate ( x , y)<br />

= ( 0,<br />

h)<br />

r<br />

• Nesta região existe a uma velocidade de corrente livre V = U iˆ<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

1 ∞<br />

(2) Região de linha de corrente externa no VC : ( x , y)<br />

= ( 0,<br />

h)<br />

ate ( x , y)<br />

= ( L,<br />

h)<br />

• Nesta região não existe fluido atravessando as fronteiras: V2 = 0<br />

r<br />

(3) Região de saída do fluido no VC : ( x , y)<br />

= ( 0,<br />

L)<br />

ate ( x , y)<br />

= ( L,<br />

0)<br />

r<br />

• Nesta região existe a uma velocidade de corrente livre V u(<br />

y)<br />

iˆ<br />

(4) Região sobre a placa plana no VC : ( x , y)<br />

= ( 0,<br />

0)<br />

ate ( x , y)<br />

= ( L,<br />

0)<br />

3 =<br />

• Nesta região não existe fluido atravessando as fronteiras: V4 = 0<br />

r<br />

67<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1.1 Aplicando a Eq. da Conservação da Massa:<br />

∂<br />

∂t<br />

68<br />

∫<br />

VC<br />

r r<br />

ρ d∀<br />

+ ρVdA<br />

= 0<br />

∫<br />

SC<br />

Considerando regime permanente:<br />

∫<br />

SC<br />

∫<br />

SC<br />

r r<br />

ρ VdA<br />

=<br />

r r<br />

ρ VdA<br />

=<br />

r r r r r r r r<br />

∫ ( ρVdA)<br />

1 + ∫ ( ρVdA)<br />

2 + ∫ ( ρVdA)<br />

3 + ∫ ( ρVdA)<br />

A1<br />

A2<br />

r r r r<br />

∫ ( ρVdA)<br />

1 + ∫ ( ρVdA)<br />

3<br />

A1<br />

δ<br />

A3<br />

− ρU ∞bh<br />

+ ∫ ρu(<br />

y)<br />

bdy = 0<br />

Relação de velocidades.<br />

0<br />

A3<br />

A4<br />

U h =<br />

∞<br />

∫<br />

δ<br />

0<br />

u(<br />

y)<br />

dy<br />

1. 2 Aplicando a Eq. da quantidade de movimento. – Determinação da Forca de Arrasto.<br />

∑<br />

r ∂ r r r r<br />

F = ∫Vρ<br />

d∀<br />

+<br />

∂ ∫VρVdA<br />

t<br />

VC<br />

Aplicando na direção x em regime permanente:<br />

r r<br />

∑ Fx<br />

= uρ<br />

VdA<br />

∫<br />

SC<br />

SC<br />

As únicas forcas agindo são as forcas de superfície por cisalhamento. A pressão e constante e desta forma a forca de<br />

pressão resultante e nula.<br />

∑<br />

− F<br />

F = − F<br />

A<br />

− F<br />

A<br />

x<br />

=<br />

=<br />

A<br />

r r r r r r r r<br />

∫ ( uρ<br />

VdA)<br />

1 + ∫ ( uρVdA)<br />

2 + ∫ ( uρVdA)<br />

3 + ∫ ( uρVdA)<br />

A1<br />

A2<br />

r r r r<br />

∫ ( uρ<br />

VdA)<br />

1 + ∫ ( uρVdA)<br />

3<br />

A1<br />

A3<br />

− FA = −u1ρu1<br />

A1<br />

+ u2<br />

ρu2bdy<br />

δ<br />

∫<br />

0<br />

A3<br />

2<br />

2<br />

Forca de Arrasto local FA(x) = U ρbh<br />

− ρb<br />

u ( y)<br />

dy<br />

A4<br />

FA o<br />

δ<br />

∫<br />

0<br />

Obs. Trata-se da forca de arrasto para uma posição x da placa plana FA(x) já que a espessura da camada limite<br />

depende de x. δ =<br />

δ (x)<br />

( 1)<br />

( 2)<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1. 3 Espessura da Quantidade de Movimento.<br />

Arranjando a Eq. (2) na forma:<br />

2<br />

( U h)<br />

− ρb<br />

u ( y)<br />

dy<br />

FA = U ∞ρb<br />

∞ ∫<br />

Substituindo (I) em (II)<br />

2<br />

FA = U ∞ρb∫<br />

u(<br />

y)<br />

dy − ρb∫<br />

u ( y)<br />

dy<br />

F = ρb<br />

u(<br />

U − u)<br />

dy<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

δ<br />

0<br />

δ<br />

⎡ δ<br />

⎤<br />

2<br />

FA<br />

= ρb⎢∫<br />

U ∞u(<br />

y)<br />

dy − u ( y)<br />

dy⎥<br />

0 ∫<br />

⎣<br />

0 ⎦<br />

δ<br />

2<br />

FA<br />

= ρb⎡<br />

( U u − u ) dy⎤<br />

⎢⎣ ∫0<br />

∞ ⎥⎦<br />

A<br />

∫<br />

∫<br />

F = ρb<br />

δ<br />

0<br />

δ U ∞<br />

FA<br />

= ρb∫<br />

u ( U ∞ − u)<br />

dy<br />

0 U<br />

A<br />

F A<br />

δ<br />

0<br />

uU<br />

∞<br />

∞<br />

∞<br />

∞<br />

δ<br />

u<br />

( 1−<br />

U<br />

0<br />

δ<br />

0<br />

) dy<br />

⎧ δ<br />

2 u u ⎫<br />

= ρbU<br />

∞ ⎨∫<br />

( 1−<br />

) dy⎬<br />

0<br />

⎩ U ∞ U ∞ ⎭<br />

O termo entre parêntesis e denominado Espessura da Quantidade de Movimento:<br />

Espessura da Quantidade de<br />

Movimento.<br />

Desta forma a forca de arrasto e dada por:<br />

Forca de Arrasto Local.<br />

θ<br />

∫<br />

= δ<br />

0<br />

F A<br />

u u<br />

( 1−<br />

) dy<br />

U U<br />

∞<br />

∞<br />

2<br />

= ρbU<br />

θ<br />

∞<br />

(3)<br />

(4)<br />

69<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

1. 4 Tensão de Cisalhamento na Parede<br />

Sendo a espessura da parede considerada como uma medida do arrasto total da placa. Von Karman notou que o<br />

arrasto também e equivalente a integral da tensão de cisalhamento.<br />

70<br />

∫<br />

F ( x)<br />

= b τ ( x)<br />

dx<br />

A<br />

dF<br />

= b<br />

dx<br />

0<br />

A τ W<br />

dFA = ρbU<br />

dx<br />

x<br />

W<br />

(x)<br />

2<br />

∞<br />

dθ<br />

dx<br />

Tensão de cisalhamento na parede<br />

de uma Placa Plana.<br />

Valida para escoamento<br />

Laminar e Turbulento.<br />

5.2 RESULTADOS PARA ESCOMANETO LAMINAR:<br />

2.1 ) Espessura do Momento da Quantidade de Movimento<br />

2 dθ<br />

τ ( x)<br />

= ρU<br />

∞<br />

dx<br />

Para o escoamento laminar Von karman considerou que o perfil de velocidades tivesse um formato aproximadamente<br />

parabólico ajustado pela expressão:<br />

2 ⎛ 2y<br />

y ⎞<br />

u ( x,<br />

y)<br />

= U ∞ ⎜ − ⎟ Valido para 0 ≤ y ≤ δ ( x,<br />

y)<br />

2<br />

⎝ δ δ ⎠<br />

Utilizando esta expressão na definição da espessura da quantidade de movimento:<br />

θ<br />

∫<br />

= δ<br />

0<br />

u u<br />

( 1−<br />

) dy<br />

U U<br />

∞<br />

Se obtém:<br />

θ<br />

∫0<br />

= δ<br />

∞<br />

2<br />

2<br />

⎛ 2y<br />

y ⎞⎛<br />

2y<br />

y ⎞ 2<br />

⎜ − ⎟<br />

⎜<br />

⎜1−<br />

+ ⎟<br />

⎟dy<br />

≅ δ<br />

2<br />

2<br />

⎝ δ δ ⎠⎝<br />

δ δ ⎠ 15<br />

Espessura do Momento da<br />

Quantidade de Movimento .<br />

Solução de Von Karman.<br />

Regime Laminar<br />

2<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

15<br />

(5)<br />

(6)<br />

(7)<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2.2 Espessura da Camada Limite Laminar<br />

Da mesma forma podemos determinar a tensão de cisalhamento na parede:<br />

∂u<br />

τ W ( x)<br />

= μ<br />

∂y<br />

y=<br />

0<br />

2μU<br />

≅<br />

δ<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

∞<br />

Igualando as expressões da tensão de cisalhamento na parede:<br />

2 dθ<br />

μ<br />

τ W ( x)<br />

= ρU<br />

∞ e τ =<br />

dx<br />

δ<br />

U 2<br />

( x)<br />

com:<br />

dθ 2 dδ<br />

=<br />

dx 15 dx<br />

se obtém:<br />

ρU<br />

2<br />

∞<br />

2<br />

15<br />

dδ<br />

2μU<br />

=<br />

dx δ<br />

ν<br />

δdδ = 15 dx<br />

U<br />

∞<br />

∞<br />

Integrando de 0 a x, considerando δ = 0 em x=0.<br />

1 2 ν<br />

δ = 15 x<br />

2 U ∞<br />

Espessura da Camada Limite.<br />

Solução de Von Karman.<br />

Regime Laminar<br />

∞<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

Esta solução da espessura da camada limite e somente 10% maior que a solução exata da espessura da camada limite<br />

numa placa plana em regime laminar.<br />

5,<br />

5<br />

Re<br />

x<br />

(8)<br />

71<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2.3 Espessura de deslocamento da Camada Limite Laminar.<br />

Utilizando a figura observa-se que a linha de corrente externa desvia-se uma distancia δ ( ) para satisfazer a<br />

conservação da massa entre a entrada e saída.<br />

∂<br />

∂t<br />

72<br />

∫<br />

VC<br />

r r<br />

ρ d∀<br />

+ ρVdA<br />

= 0<br />

∫<br />

SC<br />

Considerando fluido incompressível em regime permanente.<br />

ρU<br />

bh =<br />

∞<br />

∫<br />

δ<br />

0<br />

ρu(<br />

y)<br />

bdy<br />

*<br />

onde: δ ( x) = h + δ ( x)<br />

.<br />

Cancelando b e ρ e substituindo esta expressão na anterior:<br />

U<br />

∞<br />

*<br />

δ =<br />

* ( δ − δ )<br />

*<br />

U δ =<br />

*<br />

U δ =<br />

∫<br />

=<br />

∫<br />

*<br />

U δ −U<br />

δ =<br />

∞<br />

*<br />

U δ = U δ −<br />

∞<br />

∞<br />

∞<br />

δ<br />

0<br />

∞<br />

δ<br />

∞<br />

δ<br />

∫<br />

∫<br />

δ<br />

δ<br />

∫ U ∞dy<br />

−<br />

0 ∫0<br />

δ<br />

∫ ( U ∞ − u)<br />

0<br />

0<br />

udy<br />

0<br />

0<br />

udy<br />

udy<br />

⎛ u ⎞<br />

⎜<br />

⎜1−<br />

⎟<br />

⎟dy<br />

⎝ U ∞ ⎠<br />

δ<br />

dy<br />

udy<br />

Espessura de Deslocamento da<br />

Camada Limite.<br />

∫ ⎟ δ<br />

* ⎛ u ⎞<br />

δ = ⎜<br />

⎜1−<br />

dy<br />

0<br />

⎝ U ∞ ⎠<br />

* x<br />

(9)<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2.4 Espessura de deslocamento da CL - Laminar.<br />

Utilizando o perfil de velocidades para camada limite laminar:<br />

2<br />

u( x,<br />

y)<br />

⎛ 2δ<br />

δ ⎞<br />

= ⎜ − ⎟ 2<br />

U ∞ ⎝ y y ⎠<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

*<br />

= ∫0<br />

= δ<br />

*<br />

⎛ u ⎞<br />

⎜1−<br />

⎟dy ⎝ U ⎠<br />

∫ ⎟ 2 ⎛ 2y<br />

y ⎞<br />

⎜<br />

⎜1−<br />

+ dy<br />

0<br />

2<br />

⎝ δ δ ⎠<br />

2<br />

δ<br />

* ⎛ 2y<br />

y ⎞<br />

δ = ∫ 1<br />

0 ⎜ − + 2<br />

δ δ ⎟<br />

⎟dy<br />

⎝ ⎠<br />

2 3<br />

* ⎛ 2y<br />

y ⎞<br />

δ = ⎜ y − + 2<br />

2δ<br />

3δ<br />

⎟<br />

⎝<br />

⎠<br />

* δ<br />

δ =<br />

3<br />

Espessura de Deslocamento da<br />

Camada Limite.<br />

Solução Aproximada.<br />

Regime Laminar<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

δ<br />

0<br />

δ<br />

= δ − δ +<br />

3<br />

Utilizando a aproximação de Von Karman para a espessura da CL<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

5,<br />

5<br />

Re<br />

x<br />

Espessura de Deslocamento da<br />

Camada Limite.<br />

Solução Aproximada.<br />

Regime Laminar<br />

* δ ( x)<br />

δ ( x)<br />

=<br />

3<br />

*<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

1,<br />

83<br />

Re<br />

x<br />

(10)<br />

(11)<br />

73<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

2.5 Coeficiente de Arrasto Local CL – Laminar<br />

A tensão de cisalhamento na parede esta relacionada com o coeficiente de arrasto superficial local por:<br />

1 2<br />

τ W ( x)<br />

= ρU<br />

∞C<br />

2<br />

Igualando com a expressão da tensão de<br />

cisalhamento na parede:<br />

μ<br />

τ =<br />

δ<br />

U 2<br />

W ( x)<br />

1 2<br />

U ∞ CDf<br />

ρ<br />

2<br />

74<br />

∞<br />

f<br />

2μU<br />

=<br />

δ<br />

∞<br />

Considerando nesta equação a solução da espessura da camada limite:<br />

δ ( x)<br />

=<br />

5<br />

Re<br />

1 2 2 U ∞<br />

U ∞ C f = μ<br />

ρ<br />

2<br />

C f<br />

=<br />

4<br />

5,<br />

5<br />

x<br />

Re<br />

Re<br />

x<br />

5<br />

Re<br />

x<br />

x<br />

0,<br />

73<br />

Re<br />

Coeficiente de Arrasto Superficial<br />

Local.<br />

Solução de Von Karman<br />

Regime Laminar<br />

=<br />

x<br />

C f<br />

=<br />

0,<br />

73<br />

Re<br />

x<br />

(12)<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

75<br />

2.6 Coeficiente de Arrasto Total CL Laminar<br />

∫<br />

=<br />

L<br />

W<br />

A<br />

dx<br />

x<br />

b<br />

L<br />

F<br />

0<br />

)<br />

(<br />

)<br />

( τ<br />

f<br />

W<br />

C<br />

U<br />

x<br />

2<br />

2<br />

1<br />

)<br />

( ∞<br />

= ρ<br />

τ<br />

x<br />

f<br />

C<br />

Re<br />

73<br />

,<br />

0<br />

=<br />

∫ ∞<br />

=<br />

L<br />

f<br />

A<br />

dx<br />

C<br />

U<br />

b<br />

L<br />

F<br />

0<br />

2<br />

2<br />

1<br />

)<br />

( ρ<br />

∫ ∞<br />

=<br />

L<br />

x<br />

A<br />

dx<br />

U<br />

b<br />

L<br />

F<br />

0<br />

2<br />

Re<br />

73<br />

,<br />

0<br />

2<br />

1<br />

)<br />

( ρ<br />

∫<br />

−<br />

∞<br />

∞<br />

=<br />

L<br />

A<br />

dx<br />

x<br />

U<br />

v<br />

U<br />

b<br />

L<br />

F<br />

0<br />

2<br />

/<br />

1<br />

2<br />

2<br />

1<br />

73<br />

,<br />

0<br />

)<br />

( ρ<br />

L<br />

A<br />

L<br />

U<br />

b<br />

L<br />

U<br />

v<br />

U<br />

b<br />

L<br />

F<br />

Re<br />

73<br />

,<br />

0<br />

2<br />

2<br />

1<br />

73<br />

,<br />

0<br />

)<br />

(<br />

2<br />

2<br />

/<br />

1<br />

2 ∞<br />

∞<br />

∞<br />

=<br />

=<br />

ρ<br />

ρ<br />

bL<br />

C<br />

U<br />

L<br />

F D<br />

A<br />

2<br />

2<br />

1<br />

)<br />

( ∞<br />

= ρ<br />

L<br />

D<br />

C<br />

Re<br />

73<br />

,<br />

0<br />

2<br />

=<br />

)<br />

(<br />

2 L<br />

C<br />

C f<br />

D =<br />

Coeficiente de Arrasto Superficial<br />

Total<br />

Solução de Von Karman.<br />

Regime Laminar<br />

L<br />

D<br />

C<br />

Re<br />

46<br />

,<br />

1<br />

=<br />

(13)<br />

Também:<br />

∫<br />

=<br />

L<br />

f<br />

D<br />

dx<br />

x<br />

C<br />

L<br />

C<br />

0<br />

)<br />

(<br />

1<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Escoamentos Viscosos<br />

76<br />

3. DEMOSTRACAO:<br />

∫<br />

≅<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

+<br />

−<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

−<br />

= δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

θ<br />

0<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

15<br />

2<br />

2<br />

1<br />

2<br />

dy<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

Resolvendo primeiro o termo:<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

+<br />

−<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

− 2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

1<br />

2<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

)<br />

(<br />

15<br />

2<br />

)<br />

(<br />

15<br />

2<br />

5<br />

3<br />

5<br />

5<br />

4<br />

4<br />

3<br />

5<br />

2<br />

2<br />

5<br />

4<br />

4<br />

3<br />

5<br />

2<br />

2<br />

4<br />

5<br />

2<br />

4<br />

5<br />

2<br />

2<br />

2<br />

4<br />

2<br />

2<br />

1<br />

2<br />

4<br />

5<br />

3<br />

4<br />

2<br />

3<br />

2<br />

4<br />

5<br />

3<br />

4<br />

2<br />

3<br />

2<br />

0<br />

4<br />

4<br />

3<br />

3<br />

2<br />

2<br />

4<br />

4<br />

3<br />

3<br />

2<br />

2<br />

4<br />

4<br />

3<br />

3<br />

2<br />

2<br />

3<br />

3<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

2<br />

x<br />

x<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

dy<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

y<br />

o<br />

δ<br />

θ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

θ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

θ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

θ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

θ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

δ<br />

=<br />

=<br />

−<br />

+<br />

−<br />

=<br />

−<br />

+<br />

−<br />

=<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

−<br />

+<br />

−<br />

=<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

−<br />

+<br />

−<br />

=<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

−<br />

+<br />

−<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

−<br />

+<br />

−<br />

+<br />

−<br />

=<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

+<br />

−<br />

⎟<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎞<br />

⎜<br />

⎜<br />

⎝<br />

⎛<br />

−<br />

∫<br />

\


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

5.3 RESUMO DAS EQUACOES DE CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA - LAMINAR E TURBULENTO<br />

ESCOAMENTO LAMINAR Rec < 5x105 Equação Solução Von Karman Solução Exata (Blasius)<br />

Espessura da Camada Limite<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

5,<br />

5<br />

Re<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

5<br />

Re<br />

Espessura de deslocamento da Camada Limite<br />

Espessura da Quantidade de Movimento<br />

Coeficiente de Local de Arrasto<br />

Coeficiente de Arrasto médio.<br />

ESCOAMENTO TURBULENTO Rec > 5x10 5<br />

Equação Turbulento<br />

Espessura da<br />

Camada Limite<br />

Espessura de<br />

deslocamento da<br />

Camada Limite<br />

Espessura da<br />

Quantidade de<br />

Movimento<br />

Coeficiente de Local<br />

de Arrasto<br />

Coeficiente de<br />

Arrasto médio.<br />

Coeficiente de<br />

Arrasto médio.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

5x10 5 < ReL < 10 7<br />

δ ( x )<br />

=<br />

x<br />

* δ ( x)<br />

δ ( x)<br />

=<br />

8<br />

0,<br />

381<br />

( ) 5 / 1<br />

Re<br />

x<br />

* δ ( x)<br />

δ ( x)<br />

=<br />

3<br />

*<br />

δ ( x)<br />

1,<br />

83<br />

=<br />

x Re<br />

x<br />

x<br />

* δ ( x)<br />

δ ( x)<br />

=<br />

2,<br />

89<br />

*<br />

δ ( x)<br />

=<br />

x<br />

x<br />

1,<br />

73<br />

Re<br />

2<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

15<br />

1<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

7<br />

C f =<br />

0,<br />

73<br />

Re<br />

C f<br />

0,<br />

664<br />

=<br />

Re<br />

C = 2C<br />

D<br />

C D<br />

f<br />

x<br />

1,<br />

46<br />

=<br />

Re<br />

( x)<br />

x<br />

=<br />

δ<br />

L<br />

Turbulento com<br />

Laminar Anterior<br />

5x10 5 < ReL < 10 7<br />

(Transição)<br />

0,<br />

381<br />

* δ ( x)<br />

δ ( x)<br />

=<br />

8<br />

7<br />

7<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

72<br />

72<br />

0,<br />

0594<br />

C = Antes de xc<br />

f<br />

C D =<br />

( ) 5 / 1<br />

Re<br />

x<br />

0,<br />

074<br />

( ) 5 / 1<br />

Re<br />

Turbulento<br />

107 < ReL < 109 , 2<br />

0,<br />

455<br />

C D =<br />

log Re<br />

L<br />

( ) 58<br />

L<br />

Após xc<br />

CD<br />

=<br />

1/<br />

5 ( Re ) Re x<br />

x<br />

C f<br />

=<br />

C f =<br />

0,<br />

074<br />

10256<br />

−<br />

0,<br />

664<br />

Re<br />

x<br />

0,<br />

0594<br />

( ) 5 / 1<br />

Re<br />

1/<br />

5 ( Re ) Re L<br />

L<br />

x<br />

1700<br />

−<br />

Turb. Com Laminar anterior<br />

107 < ReL < 109 0,<br />

455 1700<br />

=<br />

− 2,<br />

58<br />

log Re Re<br />

CD<br />

( ) L<br />

L<br />

C = 2C<br />

D<br />

C D<br />

C f<br />

C D<br />

f<br />

x<br />

1,<br />

328<br />

=<br />

Re<br />

L<br />

x<br />

Placa Plana Rugosa<br />

−2,<br />

5<br />

⎛<br />

x ⎞<br />

= ⎜2,<br />

87 + 1,<br />

58log<br />

⎟<br />

⎝<br />

ε ⎠<br />

⎛<br />

L ⎞<br />

= ⎜1,<br />

89 + 1,<br />

62log<br />

⎟<br />

⎝<br />

ε ⎠<br />

−2,<br />

5<br />

77<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

5.4 RELACOES BASICAS<br />

Tensão de cisalhamento na parede.<br />

(Escoamento Laminar)<br />

Tensão de cisalhamento na parede.<br />

Coeficiente de Arrasto Local.<br />

Forca de Arrasto local.<br />

Forca de Arrasto Local.<br />

Coeficiente de arrasto médio ou<br />

total.<br />

Forca de Arrasto da Placa.<br />

Espessura da Quantidade de<br />

Movimento.<br />

Espessura de Deslocamento da<br />

Camada Limite.<br />

Espessura da Camada Limite.<br />

78<br />

∂u<br />

τ W ( x) = μ<br />

∂y<br />

y=<br />

0<br />

1 2<br />

τ W ( x) = ρU<br />

∞C<br />

f ( x)<br />

2<br />

A<br />

C f ( x)<br />

=<br />

Re<br />

∫<br />

n<br />

x<br />

F ( x)<br />

= b τ ( x)<br />

dx<br />

A<br />

F A<br />

C<br />

D<br />

( x)<br />

=<br />

1<br />

=<br />

L<br />

0<br />

x<br />

W<br />

ρ ∞<br />

∫<br />

0<br />

2<br />

bU θ ( x)<br />

L<br />

C ( x)<br />

dx<br />

1 2<br />

FA<br />

= ρ U ∞ AC<br />

2<br />

= ∫ −<br />

δ u u<br />

θ ( x ) ( 1 ) dy<br />

0 U U<br />

∞<br />

∫ ⎟ δ<br />

* ⎛ u ⎞<br />

δ ( x ) = ⎜<br />

⎜1−<br />

dy<br />

0<br />

⎝ U ∞ ⎠<br />

δ ( x)<br />

A<br />

=<br />

x Re<br />

f<br />

n<br />

x<br />

D<br />

∞<br />

( 1 )<br />

( 2 )<br />

( 3 )<br />

( 4 )<br />

(5)<br />

( 6 )<br />

( 7 )<br />

(8)<br />

(9)<br />

(10)<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

5.5 Coeficiente de Arrasto em Placa Plana – Regime Laminar e Turbulento<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Fonte: White Mecânica do Fluidos 4ª Edição. 2002<br />

79<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

80<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

6. <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS - CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> TURBULENTOS<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

6.1 <strong>ESCOAMENTOS</strong> EXTERNOS CAMADA LIMITE EM PLACA PLANA<br />

ESCOAMENTO TURBULENTO<br />

No caso de escoamento turbulento sobre placa plana não existe uma teoria exata e sem varias aproximações<br />

computacionais utilizando vários modelos empíricos. No presente material será adotada uma solução simplificada<br />

utilizando equacionamento integral com apoio de equação empírica.<br />

Determinação da Espessura da Quantidade de Movimento:<br />

Para o escoamento turbulento considera-se como valida o perfil de velocidades exponencial:<br />

Perfil de velocidades exponencial:<br />

n=7 Re < 10 7<br />

n=8 10 7 < Re < 10 8<br />

n=9 10 8 < Re < 10 9<br />

Espessura da Quantidade de<br />

Movimento.<br />

θ =<br />

θ =<br />

∫<br />

∫<br />

δ<br />

0<br />

δ<br />

0<br />

⎛ y ⎞<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ δ ⎠<br />

⎪⎧<br />

⎛ y ⎞<br />

⎨⎜<br />

⎟<br />

⎪⎩ ⎝ δ ⎠<br />

8 ⎡7<br />

y<br />

θ = ⎢ 1/<br />

⎣8<br />

δ<br />

8 /<br />

7 δ<br />

θ = 1/<br />

8 δ<br />

/ 7<br />

7<br />

7<br />

1/<br />

7<br />

7<br />

⎛<br />

⎜ ⎛ y ⎞<br />

1−<br />

⎜<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ ⎝ δ ⎠<br />

1/<br />

7<br />

⎛ y ⎞<br />

− ⎜ ⎟<br />

⎝ δ ⎠<br />

9<br />

7 y<br />

− 2<br />

9 δ<br />

9<br />

7 δ<br />

− 2<br />

9 δ<br />

/ 7<br />

/ 7<br />

/ 7<br />

/ 7<br />

1/<br />

7<br />

2 / 7<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

δ<br />

⎤<br />

⎥<br />

⎦<br />

Espessura da Quantidade de<br />

Movimento.<br />

Escoamento Turbulento.<br />

0<br />

⎞<br />

⎟)<br />

dy<br />

⎟<br />

⎠<br />

⎪⎫<br />

⎬dy<br />

⎪⎭<br />

7 7<br />

= δ − δ =<br />

8 9<br />

u(<br />

x,<br />

y)<br />

⎛ y ⎞<br />

= ⎜ ⎟<br />

U ⎝ δ ⎠<br />

7<br />

72<br />

δ<br />

∞<br />

1/<br />

7<br />

θ<br />

valido para 0 ≤ y ≤ δ ( x,<br />

y)<br />

∫<br />

= δ<br />

0<br />

u u<br />

( 1−<br />

) dy<br />

U U<br />

∞<br />

∞<br />

7<br />

θ ( x) = δ ( x)<br />

72<br />

( 1 )<br />

( 2 )<br />

( 3 )<br />

81<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Determinação da Espessura da Camada Limite<br />

No material de Fox e Macdonald se utiliza uma expressão empírica com base a resultado de escoamento em<br />

tubulações representando a tensão de cisalhamento na parede dada por:<br />

τ<br />

1/<br />

4<br />

2<br />

( ) 0,<br />

0233 ⎟ ⎛ v ⎞<br />

= ⎜<br />

W x ρU<br />

∞<br />

U ∞δ<br />

82<br />

⎝<br />

⎠<br />

A tensão de cisalhamento na parede e relacionada com a espessura de deslocamento quantidade de movimento.<br />

2 dθ<br />

τ ( x)<br />

= ρU<br />

∞<br />

dx<br />

Foi determinado o termo que para escoamento turbulento:<br />

d θ ( x)<br />

7 δ ( x)<br />

=<br />

dx 72 dx<br />

Igualando as expressões da tensão de cisalhamento:<br />

2 ⎛ v ⎞<br />

0,<br />

0233ρU<br />

∞ ⎜<br />

U ∞δ<br />

⎟<br />

⎝ ⎠<br />

1/<br />

4<br />

1/<br />

4<br />

= ρU<br />

⎛ v ⎞ 7 dδ<br />

0,<br />

0233 ⎜ =<br />

U δ ⎟<br />

⎝ ∞ ⎠ 72 dx<br />

1/<br />

4<br />

2<br />

∞<br />

⎛ v ⎞ 1 7 dδ<br />

, 0233 ⎜<br />

= 1/<br />

U ⎟<br />

⎝ ∞ ⎠ δ 72 dx<br />

0 4<br />

72 ⎛<br />

0,<br />

0233<br />

7 ⎜<br />

⎝U<br />

1/<br />

4<br />

v ⎞<br />

4<br />

∞<br />

⎟<br />

⎠<br />

1/<br />

dx = δ dδ<br />

1/<br />

4 72 ⎛ v ⎞<br />

δ dδ<br />

= 0,<br />

0233<br />

7 ⎜<br />

U ⎟<br />

⎝ ∞ ⎠<br />

Integrando:<br />

1/<br />

4<br />

∫ ⎟ δ<br />

1/<br />

4 72 ⎛ v ⎞<br />

δ dδ<br />

= 0,<br />

0233 ⎜<br />

0 7 ⎝U<br />

∞ ⎠<br />

4<br />

δ<br />

5<br />

5 / 4<br />

72 ⎛<br />

= 0,<br />

0233 ⎜<br />

7 ⎝<br />

v<br />

U<br />

∞<br />

1/<br />

4<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

dx<br />

1/<br />

4<br />

7<br />

72<br />

∫<br />

0<br />

x<br />

dδ<br />

dx<br />

dx<br />

x + cte<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Considerando que para δ = 0 x = 0 se obtém que cte=0.<br />

⎡5<br />

72 ⎛ v<br />

δ ( x)<br />

= ⎢ 0,<br />

0233<br />

⎢4<br />

7 ⎜<br />

U<br />

⎣ ⎝ ∞<br />

⎛ v<br />

δ ( x)<br />

= 0,<br />

382 ⎜<br />

⎝U<br />

∞<br />

δ ( x)<br />

0,<br />

382<br />

=<br />

x Re<br />

1/<br />

5<br />

x<br />

1/<br />

5<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

δ ( x)<br />

⎛ v ⎞<br />

= 0,<br />

382<br />

x ⎜<br />

U x ⎟<br />

⎝ ∞ ⎠<br />

1/<br />

5<br />

4 / 5<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

x<br />

1/<br />

4<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

Espessura da Camada Limite<br />

Escoamento Turbulento.<br />

⎤<br />

x⎥<br />

⎥⎦<br />

4 / 5<br />

δ ( x ) 0,<br />

382<br />

=<br />

x Re<br />

1/<br />

5<br />

x<br />

( )<br />

83<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Determinação do Coeficiente Local da Atrito:<br />

A tensão de cisalhamento na parede e dada pelas expressões:<br />

τ<br />

1/<br />

4<br />

2<br />

( ) 0,<br />

0233 ⎟ ⎛ v ⎞<br />

= ⎜<br />

W x ρU<br />

∞<br />

U ∞δ<br />

1 2<br />

τ W ( x)<br />

= ρU<br />

∞C<br />

2<br />

84<br />

f<br />

⎝<br />

⎠<br />

Igualando as e explicitando o coeficiente local do arrasto na placa:<br />

1<br />

ρ<br />

2<br />

C f<br />

2<br />

U ∞C<br />

f<br />

2 ⎛ v ⎞<br />

= 0,<br />

0233ρU<br />

⎜<br />

⎟<br />

∞<br />

⎝U<br />

∞δ<br />

⎠<br />

0, 0466 ⎟ ⎛ v ⎞<br />

= ⎜<br />

⎝U<br />

∞δ ⎠<br />

C f<br />

⎛ ⎞ v<br />

⎜<br />

⎟ =<br />

⎝ 0,<br />

0466 ⎠ U ∞δ<br />

4<br />

1/<br />

4<br />

1/<br />

4<br />

Substituindo a expressão da espessura da camada limite:<br />

δ ( x ) 0,<br />

382<br />

=<br />

x Re<br />

1/<br />

5<br />

x<br />

4<br />

1/<br />

5<br />

⎛ C f ⎞ v ⎛ Re ⎞ x<br />

⎜<br />

⎟ =<br />

⎜<br />

⎟<br />

⎝ 0,<br />

0466 ⎠ U ∞ x ⎝ 0,<br />

382 ⎠<br />

C f<br />

1/<br />

5<br />

⎛ ⎞ Re x<br />

⎜ =<br />

0,<br />

0466 ⎟<br />

⎝ ⎠ Re x<br />

−<br />

⎛ C f ⎞ Re x<br />

⎜ =<br />

0,<br />

0466 ⎟<br />

⎝ ⎠<br />

4<br />

4<br />

4 / 5<br />

0,<br />

382<br />

1<br />

0,<br />

382<br />

Extraindo a rais quarta:<br />

C f<br />

Re<br />

−1/<br />

5<br />

= 0,<br />

0466<br />

x<br />

4<br />

−1<br />

/ 5<br />

= 0,<br />

0593Re<br />

x<br />

1/<br />

( 0,<br />

382)<br />

Espessura da Camada Limite<br />

Escoamento Turbulento.<br />

C f<br />

0,<br />

0593Re<br />

−1/<br />

5<br />

= x<br />

( )<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Determinação do Coeficiente de Arrasto Médio:<br />

C<br />

C<br />

C<br />

1<br />

=<br />

L<br />

L<br />

Df ∫ x=<br />

0<br />

1<br />

=<br />

L<br />

L<br />

Df ∫ x=<br />

0<br />

C<br />

dx<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

f<br />

−1<br />

/ 5<br />

( 0,<br />

0593Re<br />

)dx<br />

1 ⎛ v ⎞<br />

= 0 , 0593<br />

L ⎜<br />

U ⎟<br />

⎝ ⎠<br />

Df ∫ x=<br />

0<br />

∞<br />

C Df<br />

C Df<br />

C Df<br />

C Df<br />

x<br />

−1/<br />

5<br />

−1/<br />

5<br />

1 ⎛ v ⎞ 5<br />

= 0, 0593<br />

L<br />

L ⎜<br />

U ⎟<br />

⎝ ∞ ⎠ 4<br />

=<br />

1 ⎛ v<br />

0,<br />

0593<br />

L ⎜<br />

⎝U<br />

∞<br />

⎞<br />

⎟<br />

⎠<br />

−1/<br />

5<br />

5 ⎛ v ⎞<br />

= 0,<br />

0593<br />

4 ⎜<br />

⎟<br />

⎝U<br />

∞L<br />

⎠<br />

−1/<br />

5 ( Re )<br />

= 0,<br />

074 L<br />

L<br />

−1/<br />

5<br />

Coeficiente de Arrasto Médio.<br />

Escoamento Turbulento.<br />

5<br />

L<br />

4<br />

−1/<br />

5 ( x )dx<br />

4 / 5<br />

−1/<br />

5<br />

L<br />

C Df<br />

−1/<br />

5 ( Re )<br />

= 0,<br />

074 L<br />

( )<br />

85<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

(C) Espessura de deslocamento da CL.<br />

Espessura de Deslocamento da<br />

Camada Limite.<br />

86<br />

∫ ⎟ δ<br />

* ⎛ u ⎞<br />

δ = ⎜<br />

⎜1−<br />

dy<br />

0<br />

⎝ U ∞ ⎠<br />

Utilizando a equação da distribuição da velocidade para camada limite turbulenta:<br />

u(<br />

x,<br />

y)<br />

⎛ y ⎞<br />

= ⎜ ⎟<br />

U ⎝ δ ⎠<br />

∞<br />

1/<br />

7<br />

Pode ser mostrado que:<br />

Espessura de Deslocamento da<br />

Camada Limite.<br />

* δ ( x)<br />

δ ( x)<br />

=<br />

8<br />

( )<br />

( )<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

7. Escoamento Viscoso Externo:<br />

Forças Aerodinâmicas<br />

87<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Escoamento Viscoso Externo: Forças Aerodinâmicas<br />

7.1 Forças Aerodinâmicos de Sustentação e Arrasto<br />

Num escoamento externo quando o corpo se movimento através do fluido se manifesta uma interação fluido-corpo<br />

resultando em forças que podem ser descritas em função da tensão de cisalhamento na parede (τw) provocada pelos<br />

efeitos viscosos e uma tensão normal provocada pela distribuição de pressão (p).<br />

88<br />

Figura 1 Forças aerodinâmicas sobre um corpo<br />

• A componente da força resultante que atua na direção normal ao escoamento é denominada força de sustentação<br />

(Lift, L ou FL).<br />

• A componente da força resultante que atua na direção do escoamento é denominada força de arrasto. (Drag, D ou<br />

FD) .<br />

Consideremos um elemento diferencial localizado na superfície do corpo em estudo. As componente x e y da força que<br />

atua no pequeno elemento de área dA são:<br />

dFx w<br />

= pdAcosθ<br />

+ τ dAcosθ<br />

= − pdAsen<br />

θ + τ dAcosθ<br />

dFy w<br />

O arrasto e a sustentação podem ser determinados pela integração das tensões de cisalhamento e das tensões<br />

normais ao corpo.<br />

A força de sustentação é dada por:<br />

FL = ∫ dFy<br />

= − pdAsen<br />

θ + τ wdA<br />

cosθ<br />

A força de arrasto é dada por:<br />

= dF = p cos θdA + τ senθdA<br />

∫<br />

∫<br />

FD x<br />

W<br />

∫<br />

Para determinar esta força é necessário determinar o formato do corpo e as distribuições da tensão de cisalhamento na<br />

parede e da distribuição de pressão ao longo da superfície do corpo.<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

5.5.1 Coeficiente de Arrasto<br />

Na forma adimensional esta força é definida pelo coeficiente de arrasto como:<br />

C<br />

D<br />

FD<br />

=<br />

1<br />

ρU<br />

2<br />

2<br />

∞<br />

A<br />

onde<br />

O coeficiente de arrasto ou de resistência de um corpo é dado por:<br />

C = C + C<br />

D<br />

Dp<br />

Df<br />

onde CDf representa o coeficiente de tensão de cisalhamento.<br />

C<br />

Df<br />

FDf<br />

=<br />

1<br />

ρU<br />

2<br />

2<br />

∞<br />

A<br />

A representa a área superficial ou área molhada. Por exemplo, numa placa paralela ao escoamento A=bL onde b é a<br />

largura da placa e L o comprimento da placa.<br />

O termo CDp representa o coeficiente de arrasto por pressão.<br />

C<br />

Dp<br />

FDp<br />

=<br />

1 2<br />

ρU<br />

∞ A<br />

2<br />

Neste caso A pode representar projeção num plano normal da área do corpo. Por exemplo num cilindro A=DL , onde D<br />

é o diâmetro do cilindro<br />

No caso de uma placa perpendicular ao fluxo a tensão de<br />

cisalhamento não contribui para a força de resistência. O<br />

coeficiente de arrasto deve-se unicamente ao arrasto por<br />

pressão. Desta forma CD= CDp.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

CD=CDp<br />

Figura 2 Placa plana perpendicular ao fluxo<br />

Como foi visto no Cap.10, no caso de uma placa plana paralela ao escoamento, o arrasto se deve unicamente ao atrito<br />

superficial. Desta forma CD= CDf.<br />

89<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Na Tab.1 se são dados os valores do coeficiente de arrasto para diferentes corpos rombudos entre eles,<br />

esferas, semi-esferas, cilindros, placas planas, aerofólios; também é dado o coeficiente de arrasto de corpos típicos<br />

como asas de avião e automóveis. Cabe salientar que estes são valores de referência. Um estudo mais apurado deverá<br />

ser realizado para projetos de sistemas específicos.<br />

90<br />

Tabela 1 Coeficiente de Arrasto para diferentes tipos de corpos<br />

Corpos rombudos CD<br />

Esfera rugosa 0.40<br />

Esfera lisa 0.10<br />

Semi-esfera oca oposta à corrente 1.42<br />

Semi-esfera oca com face para a corrente 0.38<br />

Semi-cilindro oco oposto a corrente 1.20<br />

Semi-cilindro oco com face para a corrente 2.30<br />

Placa plana 90° 1.17<br />

Placa plana comprida a 90° 1.98<br />

Roda girando oca h/D=0.28 0.58<br />

Corpos afinados CD<br />

Placa Plana Laminar 0.001<br />

Placa Plana Turbulenta 0.005<br />

Aerofólio valor mínimo 0.006<br />

Aerofólio próximo do estol 0.025<br />

Asa em escoamento subsônico mínimo 0.05<br />

Automóveis CD<br />

Avião de transporte subsônico 0.016<br />

Avião supersônico M=2.5 0.025<br />

Barcos 0.4-1.2<br />

Helicópteros 0.3 -0.4<br />

Carro de esporte 0.4 -0.5<br />

Carro Econômico 0.5<br />

Camioneta e caminhão 0.6-0.7<br />

Trator e Trailers 0.7-0.9<br />

Pessoas CD<br />

Homem em pé 1.0 - 1.3<br />

Esquiador 1.2 - 1.3<br />

Skier 1.0 - 1.1<br />

Outros<br />

Fios e cabos 1.0 - 1.3<br />

Prédio Empire State 1.3 - 1.5<br />

Torre de Eiffel 1.8 - 2.0<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

7.2 Escoamento sobre cilindros - Efeito da viscosidade<br />

Número de Reynolds Muito Baixo<br />

Para Reynolds baixo (Re < 0.1) o escoamento<br />

apresenta uma grande região onde os efeitos viscosos<br />

são importante.<br />

As linhas de corrente são praticamente simétricas com<br />

comportamento muito similar na parte anterior e<br />

posterior do cilindro.<br />

Este tipo de escoamento pode ser estudado utilizando<br />

a teoria de escoamentos potenciais.<br />

Número de Reynolds Moderado<br />

Para escoamento em regime moderado (Re≅50) a<br />

região onde os efeitos viscosos são importantes se<br />

torna menor a montante do cilindro. A jusante a região<br />

viscosa aumenta. O escoamento perde sua simetria.<br />

Forma-se uma bolha de separação atrás do cilindro<br />

existindo um escoamento em sentido contrário ao fluxo<br />

principal.<br />

Número de Reynolds Alto<br />

No caso de escoamento com número de Reynolds alto (Re<br />

> 10 5 ) a área afetada pelas forças viscosas é concentrada<br />

na parte de atrás do cilindro. Na parte frontal do cilindro se<br />

desenvolve uma camada muito fina de fluido onde os efeitos<br />

viscosos são importante. Na parte frontal, após a separação,<br />

o escoamento torna-se turbulento originando-se uma região<br />

com emissão de vórtices.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 3 Escoamento com baixo Re<br />

Figura 4 Escoamento para Re moderado<br />

Figura 5 Escoamento para Re alto<br />

Nestas regiões o fluido apresenta gradientes consideráveis de velocidade. Como a tensão de cisalhamento é<br />

proporcional a estes gradientes, os efeitos viscosos são significativos. Fora da camada limite e da região de vórtices o<br />

fluido se comporta como se fosse um fluido não viscoso. Cabe salientar que a viscosidade dinâmica permanece a<br />

mesma em todo o campo do escoamento já que o fluido é o mesmo.<br />

91<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

7.3 Escoamento não viscoso num cilindro<br />

Do estudo do escoamento da camada limite numa placa plana sabemos que a fronteira da camada limite<br />

tenderá ao valor da velocidade de corrente livre (Voo) admitida a jusante da placa. Neste caso aplicando a Eq. de<br />

Bernoulli podemos constatar que não existe variação da pressão ao longo da placa. No caso do escoamento sobre um<br />

cilindro isto é bem diferente. Consideremos um escoamento não viscoso sobre um cilindro. Neste tipo de escoamento<br />

as linhas de corrente formadas em torno do corpo são simétricas e a linha de corrente que atinge o ponto de<br />

estagnação contorna o cilindro aderida ao mesmo. Devido à curvatura do cilindro a velocidade do fluido que contorna o<br />

cilindro (U) é diferente da velocidade de corrente livre e dependente da posição angular. Neste caso aplicando a Eq. de<br />

Bernoulli pode ser constatado que existe uma variação da pressão dependente da variação da velocidade que contorna<br />

o cilindro.<br />

92<br />

Figura. 6 Esquema de escoamento não viscoso<br />

Consideremos que a montante do cilindro a corrente livre não perturbada apresenta uma velocidade Voo e uma pressão<br />

Poo. Podemos aplicar a Eq. de Bernoulli que contorna o cilindro considerando um ponto a montante do cilindro e outro<br />

sobre a superfície da mesma com pressão p e velocidade U=U(θ).<br />

p<br />

g<br />

∞<br />

ρ<br />

2<br />

2<br />

V p U<br />

= +<br />

2g<br />

ρg<br />

2g<br />

+ ∞<br />

Para analisar a distribuição de pressão utilizamos na forma adimensional definindo o coeficiente de pressão (Cp):<br />

p − p∞<br />

c p =<br />

1 2<br />

ρV∞<br />

2<br />

Explicitando o termo (p - poo) da Eq. de Bernoulli e substituída na Eq. de Cp se obtém:<br />

c p<br />

1 ⎟ ⎛ U ⎞<br />

= − ⎜<br />

⎝V∞<br />

⎠<br />

2<br />

A equação obtida mostra a dependência da distribuição de pressão em função da velocidade do fluido que contorna o<br />

cilindro.<br />

Para escoamento não viscoso a solução teórica (potencial) da distribuição de pressão é dada como:<br />

2<br />

c p = 1− 4sen<br />

θ<br />

Da mesma forma a velocidade ao longo da superfície é dada por:<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

U ( θ ) = 2V∞<br />

senθ<br />

a qual pode ser representada na forma adimensional<br />

* U ( θ )<br />

U ( θ ) = = 2sen<br />

θ<br />

V<br />

∞<br />

Utilizando estas expressões podemos graficar a distribuição de Cp e do perfil de velocidades em torno do<br />

cilindro. A pressão é simétrica em relação ao semi-plano vertical atingindo seu máximo nos pontos de estagnação A e<br />

F. Observa-se que a velocidade nos pontos de estagnação (θ=0 e θ=180 0 ) é nula (U * (θ) =0), alcançando seu máximo<br />

em θ=90 0 sendo sua magnitude o dobro da velocidade de corrente livre (U=2Voo).<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 7 Distribuição do coeficiente de pressão e da velocidade tangencial<br />

Considerando o escoamento não viscoso o arrasto por atrito será nulo (CDf =0). Devido à simetria da distribuição de<br />

pressão em torno ao cilindro o arrasto por pressão é nulo (CDp=0). Dados experimentais mostram que sempre existirá<br />

um arrasto no cilindro mesmo tratando-se de fluidos com viscosidade muito pequena. Isto nos leva ao denominado<br />

Paradoxo de d´Alambert o qual especifica que o arrasto num corpo é sempre nulo para escoamento não viscoso,<br />

porém o arrasto num corpo imerso num fluido viscoso não é nulo.<br />

Cilindros : Escoamento não viscoso CDp = CDf=0<br />

93<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

7.4 Escoamento viscoso num cilindro : Efeito do Gradiente Adverso de Pressão<br />

Numa placa plana paralela ao escoamento a camada limite se desenvolve num campo de escoamento onde a<br />

pressão permanece constante. Isto significa que o gradiente de pressão é nulo. No caso de geometrias mais<br />

complexas, ou placa plana com inclinação, o campo de pressão deixa de ser uniforme. No caso de um cilindro na<br />

camada limite se desenvolve um gradiente de pressão devido à variação da velocidade da corrente livre que contorna a<br />

fronteira da camada limite.<br />

Consideremos uma partícula de fluido, que escoa dentro da camada limite, que viaja do ponto A para o ponto<br />

F. Tal partícula está submetida à mesma distribuição de pressão das partículas de fluido próximas, porém fora da<br />

camada limite. Contudo, devido aos efeitos viscosos, a partícula localizada dentro da camada limite sofre perdas de<br />

energia. Sendo assim a partícula não tem energia suficiente para vencer o gradiente adverso de pressão quando escoa<br />

de C para F. Considera-se que a partícula de fluido quando chega em C não tem quantidade de movimento suficiente<br />

para vencer o gradiente de pressão adverso.<br />

Se define gradiente de pressão adverso quando a pressão aumenta no sentido do escoamento ou ∂p/∂x > 0<br />

Se define gradiente de pressão favorável quando a pressão diminui no sentido do escoamento ou ∂p/∂x < 0<br />

94<br />

Figura 8 Escoamento com gradiente adverso de pressão sobre um cilindro<br />

Observando o perfil de velocidades dentro da camada limite (Fig. ) vemos que no ponto D, onde ocorre a separação do<br />

escoamento, o gradiente de velocidade e a tensão de cisalhamento na parede são nulos. Após este ponto se origina um<br />

escoamento reverso dentro da camada limite.<br />

No ponto de separação<br />

∂u<br />

⎞<br />

⎟<br />

∂y<br />

⎠<br />

y=<br />

0<br />

= 0<br />

e τ = 0<br />

w<br />

Atualmente as soluções computacionais conseguem identificar nos escoamento viscosos a separação da camada<br />

limite e a emissão de vórtices tal como representado na Fig. 11.9.<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 9 Solução numérica (CFD) do escoamento num cilindro com emissão de vórtices<br />

Devido aos efeitos da separação da camada limite a pressão média na metade traseira do cilindro é muito<br />

menor que na metade dianteira. Isto origina um arrasto (CD) devido principalmente à parcela de arrasto por pressão<br />

(CDp) já que o arrasto por efeitos viscosos (CDf) pode ser muito pequeno. O arrasto por pressão é denominado também<br />

arrasto por forma devido a sua dependência da forma do objeto.<br />

Cilindros : Escoamento viscoso CDp >> CDf<br />

Pelo efeito da separação da camada limite podemos compreender o paradoxo de d`Alambert. No escoamentos sobre<br />

um corpo submerso, mesmo para fluido com pequena viscosidade, se manifestará uma força de arrasto, a qual é,<br />

geralmente independente da magnitude da viscosidade do fluido.<br />

Dependência do Regime de Escoamento<br />

A localização do ponto de separação, a largura da esteira de vórtices originados na parte traseira do corpo e a<br />

distribuição de pressão na superfície do corpo dependem da natureza do escoamento, seja ele laminar ou turbulento.<br />

A energia cinética e a quantidade de movimento associadas ao escoamento na camada limite turbulenta são maiores<br />

do que as associadas ao escoamento na camada limite laminar. Isto se deve basicamente ao seguinte:<br />

(1) O perfil de velocidade na camada limite é mais uniforme no caso do escoamento turbulento que no caso do<br />

escoamento laminar.<br />

(2) A energia associada com os movimentos turbulentos aleatórios é maior que a laminar.<br />

Desta forma o descolamento da camada limite turbulenta desenvolvida em torno de um cilindro descola numa posição<br />

posterior daquela da camada limite laminar tal como se observa na figura.<br />

(a) Laminar (b)Turbulento<br />

Figura 10 Separação do escoamento laminar e turbulento.<br />

95<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

96<br />

Perfil de velocidades na camada limite no cilindro analisado<br />

Figura 11 Distribuição de pressão em cilindro escoamento não viscoso e viscoso<br />

Efeito do Regime de Escoamento no Arrasto de Esferas e Cilindros<br />

Como mostra a Fig. 12 existe uma dependência do coeficiente de arrasto nos cilindros e esferas lisas, muito<br />

semelhantes em função do número de Reynolds. Para escoamento com baixo número de Reynolds o arrasto é função<br />

de 1/Re. Para escoamentos moderados (10 3 a 10 5 ) o coeficiente de arrasto tem comportamento constante. Quando o<br />

Re atinge o valor crítico a camada limite se torna turbulenta e existe um queda abrupta do arrasto.<br />

Para determinar o coeficiente de arrasto (CD) numa esfera lisa podemos também utilizar as equações sugeridas por<br />

Chow:<br />

C D<br />

Re ≤ 1 1 < Re ≤ 400 400 2x106 24<br />

=<br />

Re<br />

, 0 C D =<br />

24<br />

Re C D = 0,<br />

5<br />

( ) 4275 , 0<br />

0,<br />

000366<br />

C D =<br />

Re<br />

C<br />

D = 0,<br />

18<br />

( ) 646<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Figura 12 Coeficiente de arrasto em função do número de Reynols para cilindros e esferas<br />

A estrutura típica do escoamento segundo o número de Reynolds é mostrada na Fig. 13. Para baixo número de<br />

Reynolds (Re≅0,1) se observa o escoamento típico (A) sem separação. A medida que Reynolds aumenta (Re≅10) se<br />

origina uma região de separação na parte traseira do corpo (B). A formação de vórtices oscilantes (C) se origina<br />

(Re≅100), conhecidos como vórtices de Von Karman. Para maiores Re se produz a configuração do escoamento<br />

laminar (D) no qual o arrasto é quase constante. Posteriormente quando se alcança o Re crítico (≅3x10 5 ) o escoamento<br />

torna-se turbulento (E) no qual o ponto de separação desloca-se para a parte traseira do perfil originando-se queda<br />

brusca do arrasto.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 11.13 Tipos de escoamentos associados aos pontos indicados no gráfico<br />

97<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Efeito da Rugosidade Superficial no Arrasto de Esferas e Cilindros<br />

Geralmente o arrasto aumenta com o aumento da rugosidade superficial nos corpos delgados como os perfis<br />

aerodinâmicos. Isto se deve a que o escoamento se torna turbulento. Nesta condições a maior contribuição para o<br />

arrasto total se deve ao arrasto por atrito (CDf) que é muito maior no escoamento turbulento que no escoamento laminar.<br />

Por outro lado, como se observa na figura abaixo, nos corpos rombudos, como um cilindro circular ou esferas, o<br />

aumento da rugosidade superficial pode causar uma diminuição do arrasto total. Para uma esfera lisa quando o Re<br />

atinge o valor crítico (Re≅3x10 5 ), a camada limite se torna turbulenta. Nesta condição a esteira atrás da esfera fica mais<br />

estreita. Isto origina uma diminuição significativa do arrasto por pressão (CDp) e um leve aumento do arrasto por atrito<br />

(CDf). A combinação desta duas parcelas de arrasto (CDp + CDf) fornece um arrasto total menor que nas condições de<br />

escoamento laminar. O aumento da rugosidade superficial pode conseguir que a camada limite se torne turbulenta para<br />

um Re mais baixo e com isto conseguir um arrasto total menor. Esta é, por exemplo, a técnica utilizada nas bolas de<br />

golfe que apresentam uma rugosidade artificial exagerada para conseguir um escoamento turbulento com menor Re (≅<br />

4x10 4 ) e diminuir assim o arrasto. Desta forma com uma tacada a bola pode alcançar maiores distâncias percorridas<br />

comparadas com o caso de uma esfera lisa.<br />

98<br />

Figura 14 Efeito da rugosidade no coeficiente de arrasto em esferas lisas<br />

Figura 15 Diferença do escoamento de uma esfera lisa e uma bola de golfe.<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

7.5 Sustentação Aerodinâmica<br />

A sustentação é a componente da força aerodinâmica perpendicular ao movimento do fluido. Tal força é a responsável<br />

pelo vôo dos aviões e princípio de acionamento de muitos tipos de turbomáquinas. Nos aviões, por exemplo, as asas<br />

apresentam um formato aerodinâmico (Fig) cuja seção é denominado aerofólio ou perfil aerodinâmico. Estes são<br />

projetados para produzir sustentação com a menor força de resistência possível.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 16 Detalhe de seção transversal de uma asa definindo um aerofólio<br />

Um aerofólio apresenta uma borda de ataque e uma borda de fuga. Denomina-se corda ( c ) a linha que une a borda de<br />

ataque com borda de fuga. A linha curva que é sempre simétrica às superfícies superior e inferior denomina-se linha de<br />

camber ou linha média. Um perfil aerodinâmico é simétrico quando a linha da corda e a linha de camber são retas<br />

coincidentes. O formato de um aerofólio apresenta uma curvatura que atinge seu máximo indicada pela espessura<br />

máxima.<br />

Figura 17 Nomenclatura básica de um aerofólio<br />

99<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

100<br />

Figura 8 Detalhe das forças de sustentação e arrasto num aerofólio<br />

Um perfil aerodinâmico quando submetido a uma corrente de fluido com velocidade V∞ apresenta uma força resultante<br />

( R ou FR) que é formada por duas componentes. Uma componente denominada força de sustentação (L ou FL) que<br />

atua perpendicular à velocidade e uma força de arrasto (D ou FD) que atua paralela à velocidade. O ângulo de ataque (<br />

α ) é o ângulo formado entre a linha da corda e a velocidade de corrente livre. A força de sustentação é apresentada na<br />

forma adimensional como:<br />

C<br />

L<br />

L<br />

=<br />

1 2<br />

ρV∞<br />

A<br />

2<br />

p<br />

Onde CL é o coeficiente de sustentação L a força de sustentação V∞ a velocidade de corrente livre e Ap a área projetada<br />

máxima da asa. Ap=cb onde c é a corda do aerofólio e b a envergadura da asa.<br />

Da mesma forma define-se o coeficiente de arrasto como:<br />

D<br />

CD<br />

=<br />

1 2<br />

ρV∞<br />

Ap<br />

2<br />

Onde CD é o coeficiente de arrasto e D a força de arrasto. Num perfil aerodinâmico o arrasto total origina-se pelo<br />

arrasto devido à pressão CDf, o arrasto devido ao atrito (superficial) CDf e o arrasto induzido CDi por efeitos de<br />

envergadura finita. Geralmente nos aerofólios o arrasto superficial é o mais importante. Isto pode se inverter para<br />

relações t/c maiores que 25% onde t é a espessura máxima do perfil e c a corda do mesmo.<br />

Aerofólio: Geralmente CDf >> CDp<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

7.6 Relação entre Coeficiente de Pressão e Sustentação<br />

A sustentação depende de vários parâmetros entre eles o formato do aerofólio, o número de Reynolds e o ângulo de<br />

ataque do perfil. Num corpo pode ser determinada quando se conhece a distribuição de pressão em torno do corpo. Na<br />

forma adimensional a distribuição de pressão é dada por:<br />

c p<br />

p − p<br />

=<br />

1<br />

ρV<br />

2<br />

∞<br />

2<br />

∞<br />

cp é denominado coeficiente de pressão que é a diferença entre a pressão estática local e a pressão estática de<br />

corrente livre adimensionalizada pela pressão dinâmica da corrente livre. Na figura abaixo mostra-se a curva típica da<br />

distribuição de pressão em torno de um aerofólio. A parte inferior do aerofólio apresenta uma pressão maior que na<br />

parte superior. Geralmente isto se apresenta trabalhando com o eixo de cp negativo tal como mostrado. O ponto de<br />

estagnação ocorre próximo da borda de ataque. Neste local a velocidade V=0. Para escoamento incompressível Cp=0<br />

neste ponto. Quando a corda é unitária a sustentação é relacionada com o coeficiente de pressão:<br />

1<br />

∫ ( C pi − C )<br />

⎛ x ⎞<br />

CL =<br />

ps d⎜<br />

⎟<br />

⎝ c ⎠<br />

0<br />

Onde Cpi é o coeficiente de pressão da superfície inferior e Cps representa coeficiente de pressão da superfície superior.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 19 Distribuição do coeficiente de pressão num aerofólio<br />

101<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

7,7 Curva de Sustentação versus Ângulo de Ataque.<br />

Um aerofólio com um determinado ângulo de ataque originará uma distribuição de pressão tal como mostrada na figura<br />

acima. Para graficar o comportamento da sustentação versus o ângulo de ataque de um perfil aerodinâmico devemos<br />

previamente avaliar a distribuição de pressão para cada angulo desejado e posteriormente graficar o resultado. Uma<br />

curva típica deste resultado pode ser observada na figura abaixo. Como se aprecia existe uma região em que a<br />

sustentação aumenta linearmente com o ângulo de ataque até alcançar a sustentação máxima (CLmax). Nesta região o<br />

escoamento apresenta-se suave sem separação da camada limite. Após este máximo o gradiente adverso de pressão<br />

provoca a separação do escoamento na superfície superior do aerofólio originando-se um esteira turbulenta. Nestas<br />

condições o aerofólio entra em estol o que significa que perde sustentação e ocorre aumento do arrasto. O ângulo em<br />

que se origina este fenômeno denomina-se ângulo de estol.<br />

102<br />

Figura 20 Curva típica de sustentação aerodinâmica versus ângulo de ataque<br />

Um aerofólio simétrico apresentará uma curva de CL versus α que passa pela origem. Isto é para α=0 0 a sustentação<br />

CL=0. No caso de perfis assimétricos para α=0 0 o aerofólio apresenta um sustentação, contudo existirá um ângulo tal<br />

que terá sustentação nula tal como mostrado na figura abaixo.<br />

Figura 21 Curva de sustentação para aerofólios simétricos e assimétricos<br />

Um aerofólio é uma seção de asa que, para efeitos de análise de escoamento, considera-se como bidimensional. Tratase<br />

portanto de uma asa de envergadura infinita. Quando se estudam perfis com envergadura finita devem ser<br />

considerados os efeitos tridimensionais provocados pelas pontas das asas, as quais reduzem a sustentação e<br />

aumentam o arrasto. Num aerofólio de envergadura finita são originados vórtices de fuga devido a que a pressão<br />

média na superfície inferior é maior que a pressão média na superfície superior. Esta diferença de pressão se manifesta<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

perto das pontas na qual o fluido tende a escoar da parte superior para a parte inferior. Como a asa está em movimento<br />

para jusante do aerofólio formam-se estes vórtices de fuga tal como mostrados na figura abaixo.<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 22 Circulação e feito de vórtices de fuga num perfil de envergadura finita<br />

Os efeitos de envergadura são correlacionados utilizando a definição da razão de aspecto<br />

2<br />

Quadrado do comprimento<br />

da asa b<br />

Razão de Aspecto ( ar)<br />

=<br />

=<br />

Área Pr ojetada<br />

onde b é a envergadura e Ap a área projetada. Se o comprimento da corda é constante tal como numa asa retangular,<br />

esta relação fica simplificada como ar = b/c. As asas compridas são mais eficientes que as asas curtas devido às<br />

perdas das pontas são menos significativas. O efeitos de pontas também origina um arrasto induzido o qual deve ser<br />

determinado e adicionado ao arrasto por atrito e por pressão do aerofólio.<br />

Figura 23 Definição de envergadura e área planiforme de uma asa<br />

A relação sustentação/arrasto (L/D) é um parâmetro importante que mede a qualidade aerodinâmica de um perfil.<br />

Quanto maior esta relação maior será a eficiência do perfil. Seções modernas de baixo arrasto atingem L/D em torno<br />

de 400. Um planador de alto desempenho com ar=40 pode ter um L/D=40. Um avião típico (ar≅12) pode ter L/D≅20.<br />

Ap<br />

103<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

104<br />

Figura 24 Definição do ângulo de ataque geométrico efetivo e induzido<br />

Figura 25 Efeito da envergadura finita na sustentação aerodinâmica<br />

Nos perfis com envergadura finita as velocidades dirigidas para baixo reduzem o ângulo de ataque efetivo em<br />

proporção ao coeficiente de sustentação.<br />

α = α + α<br />

efec<br />

i<br />

onde αefec é o ângulo efetivo numa asa com envergadura finita, αi é o ângulo de ataque induzido por efeito da<br />

velocidade para baixo originada pelos vórtices de fuga. Isto origina uma redução da inclinação da curva da sustentação<br />

como observado na figura. Da teoria de fluido incompressível o ângulo induzido é determinado como:<br />

CL α i =<br />

πar<br />

A inclinação da curva de sustentação para um aerofólio com envergadura infinita é definida como coeficiente de<br />

inclinação:<br />

a<br />

o =<br />

dC L<br />

dα<br />

Desta forma a sustentação pode ser avaliada para uma asa de envergadura infinita em função de ao curva utilizando a<br />

relação:<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

C = a α<br />

L<br />

L<br />

o<br />

o<br />

eefct<br />

( α − )<br />

C = a α<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

i<br />

Figura 26 Determinação da sustentação para aerofólios de envergadura finita<br />

7.71. Influência da Velocidade Induzida na Força de Arrasto<br />

Numa asa de envergadura finita os vórtices de fuga (Fig.11.22) originam velocidades para baixo que provocam um<br />

aumento do coeficiente de arrasto CD , o qual pode ser avaliado como:<br />

C + C<br />

D = CD∞<br />

Di<br />

onde CD∞ é o coeficiente de arrasto da seção considerada um perfil de envergadura infinita e CDi é o arrasto induzido<br />

que pode ser avaliado pela expressão:<br />

C<br />

Di<br />

2<br />

CL<br />

= CLα<br />

i =<br />

πar<br />

A Fig. 27 mostra a as curvas típicas de sustentação e arrasto para um perfil aerodinâmico em função do ângulo de<br />

ataque. Observa-se na curva de sustentação o comportamento linear de CL até o alcançar ângulo de estol (α≅15 0 ).<br />

Após este ângulo o aerofólio entra em estol, observando-se um queda brusca de CL e um aumento acentuadado do<br />

coeficiente de arrasto.<br />

105<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Efeito da compressibilidade<br />

106<br />

(a ) Sustentação (b) Arrastro<br />

Figura 27 Curvas típicas de sustentação e arrasto para um aerofólio<br />

Para corpos perfilados para escoamentos com número de M


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

7.7.2 Velocidade mínima de vôo<br />

Nas condições de estado de vôo constante (condições de cruzeiro) a sustentação (FL) deve ser igual ao peso da<br />

aeronave (W).<br />

1<br />

W = L = ρ V<br />

2<br />

2<br />

∞<br />

A<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

Figura 29 Equilíbrio do peso e da sustentação num avião em velocidade de cruzeiro<br />

A velocidade mínima (Vmin) de vôo é obtida quando CL=CLmax.<br />

V<br />

min<br />

=<br />

2W<br />

ρC<br />

L max<br />

A<br />

Desta forma a velocidade mínima de aterrissagem pode ser reduzida pelo aumento de CLmax. ou pelo aumento da área<br />

da asa. Os flapes são partes móveis da borda de fuga de uma asa que podem ser prolongados num aterrissagem e<br />

decolagem com a finalidade de aumentar a área efetiva da asa.<br />

107<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

108<br />

ANEXO<br />

EQUACOES BASICAS DE MECANICA DOS FLUIDOS<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

8. EQUACOES BASICAS DE MECANICA DOS FLUIDOS<br />

Equação da conservação da massa<br />

Equação da Quantidade de Movimento<br />

(2ª Lei de Newton)<br />

Equação do Momento da Quantidade de<br />

Movimento<br />

Equação da Conservação da Energia<br />

Onde:<br />

m Massa do fluido<br />

V r Vetor de velocidade da partícula de fluido<br />

r r Vetor posição da partícula de fluido<br />

F r Vetor das forcas agindo sobre a partícula de fluido<br />

E Energia total<br />

Q Calor<br />

W Trabalho<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

d<br />

dt<br />

d<br />

( m)<br />

= 0<br />

dt<br />

d r r<br />

( mV<br />

) = F<br />

dt<br />

r<br />

r<br />

r r<br />

{ m(<br />

V × r ) } = r × F<br />

d dQ dW<br />

( E)<br />

= −<br />

dt dt dt<br />

109<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

FORMAS INTEGRAIS DAS EQUACOES DO MOVIMENTO<br />

As equações integrais podem ser descritas a partir de uma equação geral reconhecendo os efeitos externos e termos<br />

característicos.<br />

110<br />

E<br />

ext<br />

∂<br />

=<br />

∂t<br />

∫ξρd∀ + ∫<br />

vc sc<br />

r r<br />

ξρVdA<br />

Conservação da massa: E ext = 0<br />

ξ = 1<br />

r r<br />

r<br />

Quantidade de Movimento: Eext<br />

= FS<br />

+ FB<br />

ξ = V<br />

Momento da Quantidade de<br />

r r r r r<br />

r r<br />

Eext<br />

= r × FS<br />

+ r × FB<br />

+ Teixo<br />

ξ = r × V<br />

Movimento:<br />

Equação da Energia<br />

dQ dW<br />

ξ = e<br />

Eext = −<br />

dt dt<br />

Onde e representa a energia total por unidade de massa e E/m<br />

⎛ 1 2 ⎞<br />

e = ⎜ V + gz + uint<br />

⎟<br />

⎝ 2<br />

⎠<br />

sendo uint a energia especifica interna (energia por unidade de massa).<br />

As forcas que agem em fluidos são basicamente as forcas de superfície e as forcas de campo.<br />

As forcas de superfície são formadas pelas forcas por efeito o de tensões normais ou de pressão e das tensões<br />

tangenciais ou de cisalhamento.<br />

r r r<br />

F = F + F = pdA + τdA<br />

S<br />

Sp<br />

Sτ<br />

A forca de campo dada por:<br />

r r r r<br />

F = Bdm<br />

= Bρd∀<br />

= gρd∀<br />

B<br />

∫<br />

vc<br />

∫<br />

vc<br />

∫<br />

A<br />

∫<br />

∫<br />

vc<br />

A<br />

As forcas de campo e de superfície podem ser representadas pelas suas componentes:<br />

r<br />

dFSp = dF iˆ<br />

Spx + dFSpyiˆ<br />

+ dFSpziˆ<br />

r<br />

dF dF iˆ<br />

dF iˆ<br />

S S x S y dFS<br />

ziˆ<br />

τ = τ + τ + τ<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

FORMA VETORIAL DO CAMPO DE VELOCIDADES<br />

O vetor de posição ou de deslocamento de uma partícula de fluido e dado por:<br />

r<br />

= r iˆ<br />

+ r ˆj<br />

+ r kˆ<br />

r x y z<br />

A velocidade e uma função vetorial da posição e do tempo com três componentes u,v e w sendo cada componente um<br />

campo escalar<br />

r<br />

V ( r,<br />

t)<br />

= u(<br />

x,<br />

y,<br />

z,<br />

t)<br />

iˆ<br />

+ v(<br />

x,<br />

y,<br />

z,<br />

t)<br />

ˆj<br />

+ w(<br />

x,<br />

y,<br />

z,<br />

t)<br />

kˆ<br />

Outras grandezas podem ser determinadas manipulando matematicamente o campo de velocidades, denominadas<br />

propriedades cinemáticas:<br />

Propriedades Cinemáticas:<br />

Vetor de Deslocamento<br />

Aceleração<br />

Vazão em Volume<br />

Vetor rotação – Velocidade Angular<br />

2ª Lei de Newton aplicada a Fluidos.<br />

r r<br />

F = ma<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

= ∫Vdt<br />

r r dV dt<br />

r<br />

r<br />

a =<br />

= VdA r r<br />

Q<br />

∫<br />

V r r 1<br />

ω = ∇ ×<br />

2<br />

Apresenta-se para fluidos em movimentos definindo a aceleração substancial da partícula de fluido.<br />

r<br />

r ⎛ DV<br />

⎞<br />

F = m⎜<br />

⎟<br />

⎜ ⎟<br />

⎝ Dt ⎠<br />

Onde<br />

r r<br />

DV<br />

∂V<br />

r r<br />

= + ( V∇)V<br />

Dt ∂t<br />

111<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

Para estudar o movimento dos fluidos devemos conhecer algumas regras básicas assim como operadores específicos.<br />

Regra da Cadeia.<br />

Seja uma variável de f,<br />

Dependente de coordenadas espaciais e do tempo de f(x,y,z,t),<br />

Para obter uma derivada temporal escalar da mesma variável pode-se aplicar a regra da cadeia.<br />

df<br />

dt<br />

112<br />

∂f<br />

∂f<br />

dx ∂f<br />

dy ∂f<br />

= + + +<br />

∂t<br />

∂x<br />

dt ∂y<br />

dt ∂z<br />

Gradiente ou Operador Nabla<br />

dz<br />

dt<br />

As variáveis de cinemática dos fluidos podem ser manipuladas escritas de modo mais compacto quando se utiliza o<br />

operador denominado Gradiente o Operador Nabla definido como.<br />

Gradiente<br />

∇ =<br />

∂<br />

iˆ<br />

∂<br />

ˆ<br />

∂<br />

+ j + kˆ<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

O produto deste operador com um vetor velocidade resulta no divergente do vetor .<br />

Por exemplo, o divergente do vetor velocidade e dado por:<br />

Divergente da Velocidade<br />

∂u<br />

∂v<br />

∂w<br />

∇V = + +<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

r<br />

Conservação da massa escoamento compressível e incompressível em regime não-permanente:<br />

Eq. da conservação da massa.<br />

∂ρ<br />

+ ∇<br />

∂t<br />

r<br />

( ρV<br />

) = 0<br />

∂ρ r ∂ρ<br />

∂ρu<br />

∂ρv<br />

∂ρw<br />

+ ∇ρV<br />

= + + +<br />

∂t<br />

∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

No caso em que o escoamento é em regime permanente, com fluido incompressível.<br />

Escoamento Incompressível<br />

Regime permanente.<br />

∇V = 0<br />

r<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

ACELERAÇÃO DE UMA PARTÍCULA DE FLUIDO<br />

A aceleração de uma partícula de fluido e dada por:<br />

r<br />

a = iˆ<br />

+ a ˆj<br />

+ a kˆ<br />

a x y z<br />

a qual pode ser determinara em função do vetor velocidade :<br />

r<br />

dV du dv dw<br />

= iˆ<br />

+ ˆj<br />

+ kˆ<br />

dt dt dt dt<br />

Utilizando a regra da cadeia para cada componente u,v,w:<br />

du ∂u<br />

∂u<br />

dx ∂u<br />

dy ∂u<br />

dz<br />

= + + +<br />

dt ∂t<br />

∂x<br />

dt ∂y<br />

dt ∂z<br />

dt<br />

Como se trata de uma partícula especifica.<br />

du ∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

= + u + v + w<br />

dt ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

De modo compacto podemos representar esta equação como:<br />

du ∂u<br />

r<br />

= + V∇(u)<br />

dt ∂t<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

dV dt<br />

r<br />

r<br />

a =<br />

dx dy<br />

u = v = w =<br />

dt dt<br />

Aplicando o mesmo procedimento para o componente u, v e e w encontramos as seguintes expressões:<br />

du ∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

∂u<br />

= + u + v + w<br />

dt ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

dv ∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

∂v<br />

= + u + v + w<br />

dt ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

dw ∂w<br />

∂w<br />

∂w<br />

∂w<br />

= + u + v + w<br />

dt ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

du ∂u<br />

r<br />

= + V∇(u)<br />

dt ∂t<br />

dv ∂v<br />

r<br />

= + V∇(v)<br />

dt ∂t<br />

dw ∂w<br />

r<br />

= + V∇(w)<br />

dt ∂t<br />

dw<br />

dt<br />

113<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

A aceleração total de uma partícula e denominada também aceleração substancial ou material<br />

Aceleração total de uma<br />

partícula<br />

Aceleração total de uma<br />

partícula<br />

Derivada substancial<br />

114<br />

Aceleração Local<br />

⎧<br />

⎨<br />

⎩<br />

∂V<br />

⎫<br />

⎬<br />

∂t<br />

⎭<br />

r<br />

Aceleração Convectiva<br />

r r r<br />

⎧ ∂V<br />

∂V<br />

∂V<br />

⎫<br />

⎨u<br />

+ v + w ⎬<br />

⎩ ∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

⎭<br />

r r<br />

DV<br />

∂V<br />

r r<br />

= + V∇V<br />

Dt ∂t<br />

r r r r r<br />

DV<br />

∂V<br />

∂V<br />

∂V<br />

∂V<br />

= + u + v + w<br />

Dt ∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

D<br />

Dt<br />

∂ ∂ ∂ ∂<br />

= + u + v + w<br />

∂t<br />

∂x<br />

∂y<br />

∂z<br />

• Trata-se de uma aceleração que ocorre no tempo.<br />

• Ocorre em escoamentos transientes e em regime permanente.<br />

• E nula para escoamento em regime permanente.<br />

• Aceleração que se manifesta em escoamentos com mudanças de geometria.<br />

• Escoamentos em regime permanente podem ter grandes acelerações<br />

convectivas devido a mudanças de geométrica.<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

ROTACIONAL<br />

O rotacional e o produto do operador Nabla por uma função vetorial. O rotacional da velocidade e dado por:<br />

iˆ<br />

∇ × V = ∂ / ∂x<br />

r<br />

u<br />

ˆj<br />

∂ / ∂y<br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

v<br />

kˆ<br />

⎛ ∂w<br />

∂v<br />

⎞ u w v u<br />

z<br />

iˆ<br />

⎛ ∂ ∂ ⎞ ˆ<br />

⎛ ∂ ∂ ⎞<br />

∂ / ∂ = ⎜ − ⎟ + ⎜ − ⎟ j + ⎜ − ⎟kˆ<br />

y z ⎝ ∂z<br />

∂x<br />

⎠ x y<br />

w<br />

⎝ ∂ ∂ ⎠<br />

⎝ ∂ ∂ ⎠<br />

Desta forma, o vetor da velocidade angular (vetor rotação) local como:<br />

V r r 1<br />

ω = ∇ ×<br />

2<br />

r<br />

ω = ω ˆ + ω ˆj<br />

+ ω kˆ<br />

xi<br />

y z<br />

1 ⎛ ∂w<br />

∂v<br />

⎞ u w v u<br />

iˆ<br />

1 ⎛ ∂ ∂ ⎞ ˆ<br />

1 ⎛ ∂ ∂ ⎞<br />

ω = ⎜ − ⎟ + ⎜ − ⎟ j + ⎜ − ⎟kˆ<br />

2 ⎝ ∂y<br />

∂z<br />

⎠ 2 ⎝ ∂z<br />

∂x<br />

⎠ 2 ⎝ ∂x<br />

∂y<br />

⎠<br />

v<br />

Vorticidade<br />

Defini-se a vorticidade como duas vezes o valor da rotação<br />

V r<br />

r r<br />

ζ = 2 ω = ∇ ×<br />

A vorticidade e o rotacional estão associados com escoamentos viscosos os quais apresentam tensões de<br />

cisalhamento.<br />

Escoamento Irrotacional ω = 0<br />

r<br />

Um escoamento não viscoso não apresenta tensões de cisalhamento, portanto e denominado irrotacional.<br />

Desta forma ω = 0<br />

r<br />

. Significa que suas componentes também devem ser nulas.<br />

⎛ ∂w<br />

∂v<br />

⎞<br />

⎜ − ⎟ = 0<br />

⎝ ∂y<br />

∂z<br />

⎠<br />

⎛ ∂u<br />

∂w<br />

⎞<br />

⎜ − ⎟ = 0<br />

⎝ ∂z<br />

∂x<br />

⎠<br />

⎛ ∂v<br />

∂u<br />

⎞<br />

⎜ − ⎟ = 0<br />

⎝ ∂x<br />

∂y<br />

⎠<br />

Escoamento Irrotacional ω = 0<br />

r<br />

Escoamento Rotacional ω ≠ 0<br />

r<br />

∇ × V = 0<br />

r<br />

∇ × V ≠ 0<br />

r<br />

115<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

116<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

ANEXO<br />

GRAFICOS<br />

117<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

118<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

119<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

120<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

121<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

122<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

123<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

124<br />

Escoamentos Viscosos


<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

PUCRS - DEM – Prof. Alé (<strong>2010</strong>)<br />

125<br />

<strong>ESCOAMENTOS</strong> <strong>VISCOSOS</strong><br />

126<br />

Escoamentos Viscosos

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