odisseia da cura3.pdf

_ Isso aconteceu uma vez. _ disse Valentim, surpreendendo o amigo _ Há
alguns anos, ela foi até o palácio de meu pai para falar-lhe. E como o príncipe
não estava, fui recebê-la em seu lugar. Ao ver-me, disse-me friamente:
_ Não é com você que vim falar.
_ Eu bem sei disso. Mas Merope está ausente no momento, portanto, como
seu filho, eu assumo o comando no palácio. _ respondi com
a mesma frieza dela, que me observou de forma calculista.
Naquele instante, senti sua energia, forte e desafiadora.
Confesso que não tive medo, pois nunca temi nenhum inimigo.
No entanto, percebi que ela é uma adversária perigosa,
possivelmente tão forte e preparada quanto eu e que
enfrentá-la não será tarefa fácil. Em seguida, novamente
me disse:
_ Como não tenho alternativa, filho de Merope, deixarei o recado
do futuro rei de Plêiades, Juliano, que me enviou no intuito de oferecer
a última oportunidade para Alcione renunciar seu reinado e
entregar-lhe a coroa, caso contrário...
_ Caso contrário? _ perguntei interrompendo-a.
_ ...Vocês serão aniquilados. Saiba que meu pai e eu não deixaremos
que façam o que bem queiram em Alioth. O governo
da hipocrisia de Alcione logo terá fim, dando início ao soberano
reinado de Juliano. _ respondeu com ar de superioridade,
notoriamente desafiando-me. Naquele instante, senti meu
sangue ferver nas veias e meu corpo ser invadido pela raiva.
Confesso que meu desejo era expulsá-la à força. Mas, meu
bom senso falou mais alto e preferi relevar, porém, tratei de
provocá-la verbalmente:
_ Pode deixar, nobre “futura princesa”, que eu irei pessoalmente
dar o recado ao meu pai. Tem mais alguma mensagem de Ju-