odisseia da cura3.pdf

dos e amarrando-os para trás, uma mania que sempre manifestava
quando se mostrava em certa tensão.
_ Sonhei que uma luz estranha descia o céu e me dizia:
“Você carrega em si um grande espírito e na medida em que sete
segredos se revelem, uma nova porta se abrirá para a esfera azul
dos homens”. _ contou Álefe inocentemente sentado à mesa,
enquanto brincava com os talheres.
Lysa se angustiou profundamente em sua alma ao ouvir
o que o filho descrevera e com a voz trêmula, procurou
desviar o assunto enquanto terminava de preparar o prato
junto ao fogão:
_ Você está assistindo muita televisão! É melhor esquecer
isso e jantar, fiz sua receita predileta!
Despistando, Lysa retirou a atenção do menino de seu sonho.
Os dois jantaram e conversaram sobre a escola. Ele
ainda era uma criança de sete anos, mas claramente demonstrava
tratar-se de uma pessoa diferente.
Naquela mesma noite, perplexa pelo sonho do filho, Lysa
não conseguia dormir. Ela se levantava o tempo todo para
observar o garoto, caminhando pelo corredor da casa de
um lado para o outro, demonstrando certa preocupação e
aflição. Quando finalmente pegou no sono foi sua vez de
mergulhar no mundo dos sonhos. Ela se viu diante de um
grande rio cujas águas eram cristalinas e esverdeadas, várias
luzes de cor verde emergiam em direção ao céu e retornavam
à água formando um círculo luminoso. De repente,
uma doce voz saiu do meio das águas dizendo: “Uma chama precisa ser
soprada para se tornar fogueira, uma planta necessita ser regada para que se transforme
em árvore e Álefe deve ser esculpido para se tornar um grande guerreiro”.