odisseia da cura3.pdf

Capítulo 18 _ A Palma Sagrada
Ainda no meio da floresta, Kedáre despertou do desmaio.
Ele se levantou meio zonzo, mas conseguiu ficar em pé,
considerando estranha a atitude de Valentim em não matá-
-lo. Tal ação do inimigo o irritou ainda mais, pois imaginava
que o filho de Merope desejava humilhá-lo ao poupar-
-lhe a vida.
Ao olhar um pouco adiante, viu algo que jamais desejou
presenciar na vida. Uma cena realmente chocante! Seu pai
estava morto bem diante de seus olhos. Ele correu desesperado,
agachou-se no chão abraçando o corpo de Bilsã, e
lamentou:
_ Pai! Não! Não pode ser! _ exclamou desesperado. _ Você
está morto! Como, pai? Como isso foi acontecer? Tínhamos
um sonho juntos! Por favor, não me deixe agora! Como seguirei
sem você? Pai...
Kedáre chorou profundamente ao ver o corpo do pai, mas
logo notou a espada de Merope, junto ao peito de Bilsã. Ao
vê-la, pensou que o príncipe havia deixado-a com ele para
servir de sinal, a respeito de quem o havia matado. Ainda
pensou que Valentim o desmaiara para ajudar Merope a
executá-lo, indignando-se:
_ Malditos Valentim e Merope! Assassinaram meu pai!
Mas, prometo que vingarei sua morte! _ jurou Kedáre diante
do corpo de Bilsã. Após chorar suas últimas lágrimas
banhadas em ódio e vingança, levantou o rosto em direção
ao céu e clamou pelo Arcanjo:
_ Rafael! Sei que apoia Alcione e que está contra nós. Mas, por favor, dê
um funeral digno para meu pai! Será a única coisa que pedirei a você!