odisseia da cura3.pdf

_ Farei o que me pediu! Agora descanse como um verdadeiro
guerreiro, que você sempre foi!
O príncipe olhou para Kedáre que estava deitado no chão
desmaiado e sentiu pena, por ser tão jovem e já entregue ao
ódio e à vingança. Será muito ruim para o rapaz caminhar
agora sem o pai. Merope, então, levantou-se e quando se
virou para trás, percebeu que havia um homem vestido de
linho usando um anel e um colar de esmeralda que reluziam
muito. O príncipe logo percebeu que se tratava de um
anjo e lhe dirigiu a palavra:
_ Não tive culpa! Ele se matou! Tentei por diversas vezes
durante muitos anos, orientá-lo, mas ele nunca me ouviu.
_ Não estou aqui para condená-lo. _ disse o anjo. _ Bem
vi tudo o que ocorreu. Existem coisas com as quais não
podemos lidar e uma delas é o coração alheio. Ninguém
consegue mostrar alguma coisa para alguém sem que este
queira ver primeiro. A modéstia nos faz reconhecer que
não podemos passar por cima das escolhas dos outros, ainda
que não optem pelo melhor. Tudo o que podemos fazer
é assistir a decadência dos outros, sem interferências.
_ Acredito nisso! _ concordou o príncipe com lágrimas nos
olhos. _ Nunca quis que Bilsã acabasse com a própria vida
desta forma. Apesar de se opor a mim, sempre desejei que
um dia ele pudesse arrepender-se, no entanto, o orgulho
não o deixou.
_Orgulho, inveja, ódio, amargura e mágoa são claros inimigos
da alma de qualquer um! Mais do que lutar contra
Juliano e impedir seus planos, devemos nos precaver desses
inimigos. Bilsã não morreu por servir a Juliano, mas por