odisseia da cura3.pdf

Como foi muito bem treinada por Juliano, usou vários artifícios
para escapar. Tentou pular e também usar cordas de
cipó que havia dentro do calabouço. Embora possuísse incrível
habilidade, nenhuma tentativa prosperava e sempre
caía de volta no fundo. O lugar era bem profundo e estreito
como um poço. Dificilmente ela conseguiria sair dali.
Além de todas as complexidades, o ambiente possuía pouca
iluminação e as paredes estavam escorregadias devido à
chuva. Depois de muitos fracassos, Ágata se desesperou:
_ Não acredito que estou aqui! _ exclamou, agachando-se
no chão sem saber o que fazer. _ Este jardim realmente
possui um poder incrível! Sempre tive medo de ficar presa
e acabei aqui, sem poder fazer nada. E pior, os inimigos de
meu pai estão lá fora, indo em direção à Palma para pegá-la.
As lágrimas foram inevitáveis. Havia muito desespero e
medo em seu coração. O desejo de alcançar a Palma e agradar
seu pai confrontava agora com a sensação de impotência
dentro daquele calabouço:
_ Papai, como eu honrarei seus propósitos estando aqui?
Acho que não vou conseguir! Não dá para sair daqui! Envie-me
a sua força para que eu vença em seu nome! _ orava
em meio a um choro doído e sincero. Ágata sempre confiou
no poder de Juliano e acreditava que mesmo de longe,
ele poderia de alguma forma ajudá-la. Foi à promessa que
ele fez antes da missão.
Aos poucos, Ágata se acalmou e cessou o choro. Então,
notou que havia ali algumas flores num canto, que conseguiram
nascer e crescer, mesmo com a ausência da luz do
sol. Ela as observou atentamente. E como adorava flores, apreciou-as e
foi logo invadida por suas memórias de quando era criança.