odisseia da cura3.pdf

Álefe, com seus olhos levemente marejados, encheu os
pulmões de ar e assoprou sobre as dezesseis velinhas
com toda fé e esperança que possuía. Seu desejo de
curar a mãe era intenso e se tratava de seu maior sonho.
Constantemente dizia que nada era mais importante do
que vê-la feliz.
Passaram-se três semanas após o aniversário e tudo corria
calmamente, como de costume. Lysa trabalhava enquanto
Álefe se preocupava com os estudos. Ele permanecia a
maior parte do tempo na biblioteca da Escola, era seu lugar
preferido, já que adorava estudar sobre os fenômenos que
lhe ocorriam e sobre o universo. Ali, acompanhado por
centenas de livros, mergulhava nas palavras buscando desvendar
mistérios e aprimorar seus conhecimentos, mas acima
de tudo, viajava em imagens e sons que a partir de cada
página invadiam sua mente transportando-o para cenários
jamais por ele imaginados.
O rapaz muitas vezes dispensava os convites de seus amigos
que incessantemente o chamavam para ir ao cinema ou ao
shopping. Apesar de carismático, quase não se enturmava,
preferindo a companhia dos livros.
Certa noite, Álefe estava deitado pronto para dormir,
quando escutou Lysa lhe chamar aflitamente:
_ Álefe, Álefe, ajude-me!
Imediatamente ele saltou da cama em direção ao quarto da
mãe que parecia estar sufocada:
_ Mãe! Diga-me o que sente? _ perguntou assustado, tentando
ajudá-la a erguer o corpo.