Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça
Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça
Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça
Create successful ePaper yourself
Turn your PDF publications into a flip-book with our unique Google optimized e-Paper software.
P R O V E D O R D E J U S T I Ç A<br />
se limites horários, circunstâncias <strong>de</strong>terminantes <strong>do</strong> consentimento da ativida<strong>de</strong><br />
e aspetos <strong>de</strong> procedimento.<br />
A ten<strong>de</strong>ncial eliminação <strong>de</strong> licenças e autorizações das operações urbanísticas,<br />
ativida<strong>de</strong>s económicas e da abertura <strong>de</strong> estabelecimentos, aliada à<br />
precarieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos huma<strong>no</strong>s e materiais <strong>do</strong>s municípios, em época <strong>de</strong><br />
maior rigor orçamental, po<strong>de</strong> implicar, na prática, a liberalização <strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s<br />
rui<strong>do</strong>sas, por se revelar a Administração Pública incapaz <strong>de</strong> reprimir ativida<strong>de</strong>s<br />
<strong>de</strong>senvolvidas à revelia <strong>do</strong>s requisitos legais e regulamentares.<br />
Tem-se assisti<strong>do</strong> a um aumento das queixas por ruí<strong>do</strong> excessivo, ten<strong>do</strong> em<br />
conta que os inconvenientes imputa<strong>do</strong>s à prestação <strong>de</strong> serviços e exploração<br />
<strong>de</strong> estabelecimentos são <strong>de</strong> algum mo<strong>do</strong> avalia<strong>do</strong>s <strong>no</strong> âmbito <strong>do</strong>s<br />
procedimentos <strong>de</strong> licenciamento ou <strong>de</strong> autorização, que contemplam a<br />
imposição <strong>de</strong> condicionalismos, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a mi<strong>no</strong>rar ou a <strong>de</strong>belar os efeitos<br />
in<strong>de</strong>sejáveis para terceiros.<br />
Ao fomentar a instalação simplificada <strong>de</strong> estabelecimentos e ativida<strong>de</strong>s<br />
rui<strong>do</strong>sas (Decreto-Lei n.º 48/2011, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> abril), o legisla<strong>do</strong>r abre portas à<br />
dispensa <strong>do</strong>s requisitos previstos <strong>no</strong> Regulamento Geral <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong>. Este aspeto<br />
suscita particular apreensão, pon<strong>do</strong> em causa a proteção <strong>do</strong>s terceiros lesa<strong>do</strong>s<br />
por uma concreta exploração rui<strong>do</strong>sa, cujo responsável beneficie da dispensa<br />
da aplicação <strong>do</strong>s requisitos acústicos. Nestes casos, resultará excluída a<br />
a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> providências administrativas para controlo <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>, apenas<br />
po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os lesa<strong>do</strong>s recorrer aos meios judiciais <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> direitos<br />
priva<strong>do</strong>s.<br />
<strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>no</strong> <strong>Controlo</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong><br />
Prove<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>, 2013<br />
43