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Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça

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P R O V E D O R D E J U S T I Ç A<br />

A ten<strong>de</strong>ncial eliminação <strong>de</strong> atos permissivos <strong>de</strong> operações urbanísticas,<br />

ativida<strong>de</strong>s económicas e da abertura <strong>de</strong> estabelecimentos, aliada à<br />

precarieda<strong>de</strong> <strong>do</strong>s recursos huma<strong>no</strong>s e materiais <strong>do</strong>s municípios, em<br />

época <strong>de</strong> maior rigor orçamental, po<strong>de</strong> implicar, na prática, a liberalização<br />

<strong>de</strong> ativida<strong>de</strong>s económicas, por se revelar a Administração incapaz <strong>de</strong><br />

reprimir ativida<strong>de</strong>s <strong>de</strong>senvolvidas à revelia <strong>do</strong>s requisitos legais e<br />

regulamentares.<br />

Estima-se um aumento das queixas por incomodida<strong>de</strong>, ten<strong>do</strong> em conta<br />

que os inconvenientes imputa<strong>do</strong>s à prestação <strong>de</strong> serviços e exploração<br />

<strong>de</strong> estabelecimentos são <strong>de</strong> algum mo<strong>do</strong> sopesa<strong>do</strong>s <strong>no</strong> âmbito <strong>do</strong>s<br />

procedimentos <strong>de</strong> licenciamento ou <strong>de</strong> autorização, que contemplam a<br />

imposição <strong>de</strong> condicionalismos, <strong>de</strong>stina<strong>do</strong>s a mi<strong>no</strong>rar ou a <strong>de</strong>belar os<br />

efeitos in<strong>de</strong>sejáveis para terceiros.<br />

Atente-se a que, ao regular a instalação simplificada <strong>de</strong><br />

estabelecimentos e ativida<strong>de</strong>s rui<strong>do</strong>sas (Decreto-Lei n.º 48/2011), o<br />

legisla<strong>do</strong>r abre portas à dispensa <strong>do</strong>s requisitos previstos <strong>no</strong> Regulamento<br />

Geral <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong>. Este aspeto suscita particular apreensão, pon<strong>do</strong> em<br />

causa a proteção <strong>do</strong>s terceiros lesa<strong>do</strong>s por uma concreta exploração<br />

rui<strong>do</strong>sa, cujo responsável beneficie da dispensa da aplicação <strong>do</strong>s<br />

requisitos acústicos. Nestes casos, resultará excluída a a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong><br />

providências administrativas para controlo <strong>do</strong> ruí<strong>do</strong>, apenas po<strong>de</strong>n<strong>do</strong> os<br />

lesa<strong>do</strong>s recorrer aos meios judiciais <strong>de</strong> proteção <strong>de</strong> direitos priva<strong>do</strong>s.<br />

<strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>no</strong> <strong>Controlo</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong><br />

Prove<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>, 2013<br />

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