Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça
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P R O V E D O R D E J U S T I Ç A<br />
aumento <strong>do</strong>s conflitos e à morosida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s processos <strong>de</strong><br />
contraor<strong>de</strong>nação, alguns <strong>do</strong>s quais sem dignida<strong>de</strong> para serem leva<strong>do</strong>s a<br />
tribunal. 43<br />
Julgamos que esta solução não conten<strong>de</strong> com a reserva da função<br />
jurisdicional porque o gabinete procura mediar o conflito persuadin<strong>do</strong> a<br />
uma solução, sem contu<strong>do</strong> <strong>de</strong>cretar ou impor medidas. Não <strong>de</strong>ci<strong>de</strong>, nem<br />
con<strong>de</strong>na. Seria profícuo conhecer o <strong>de</strong>sempenho <strong>de</strong>ste gabinete, na<br />
perspetiva <strong>de</strong> pon<strong>de</strong>rar a sua eventual extensão a outros municípios ou<br />
associações <strong>de</strong> municípios, <strong>no</strong> caso <strong>de</strong> municípios me<strong>no</strong>s povoa<strong>do</strong>s, com<br />
maiores limitações a nível <strong>de</strong> recursos huma<strong>no</strong>s.<br />
43 População chamada a mediar conflitos entre vizinhos<br />
«A Autarquia <strong>de</strong> Matosinhos criou um gabinete que vai gerir um conjunto <strong>de</strong> voluntários que irão<br />
resolver peque<strong>no</strong>s problemas da comunida<strong>de</strong>, evitan<strong>do</strong>-se o recurso ao sistema judicial. A<br />
autarquia lançou ontem o repto à população <strong>de</strong>pois <strong>de</strong> receber muitas queixas, quer <strong>de</strong><br />
particulares quer das forças <strong>de</strong> segurança. Situações que na generalida<strong>de</strong> <strong>do</strong>s casos não têm<br />
enquadramento legal e por isso nem chegam a julgamento. Terá <strong>de</strong> ser a população a encontrar<br />
uma solução para os peque<strong>no</strong>s problemas locais. «Ou é porque o cão está sempre a ladrar, ou<br />
porque a música está <strong>de</strong>masia<strong>do</strong> alta, muitas vezes qualquer coisa serve para gerar discórdia e<br />
conflitos entre os vizinhos», salienta Guilherme Pinto, presi<strong>de</strong>nte da autarquia: «Situações a que,<br />
na maior parte das vezes, a justiça não é capaz <strong>de</strong> dar resposta.». Guilherme Pinto não tem<br />
dúvidas que «o objetivo será atingi<strong>do</strong> até porque em Matosinhos o exercício <strong>do</strong> voluntaria<strong>do</strong> é<br />
uma prática sedimentada na sua população». Será constituída uma equipa multidisciplinar <strong>de</strong><br />
técnicos com formação em Direito. Psicologia, Sociologia e Serviço Social e Gestão nas casas da<br />
juventu<strong>de</strong>, <strong>de</strong> voluntaria<strong>do</strong> e cidadania <strong>de</strong> Santa Cruz, <strong>do</strong> Bispo, <strong>de</strong> S. Mame<strong>de</strong> <strong>de</strong> Infesta e<br />
Matosinhos. Os voluntários que forem surgin<strong>do</strong> terão formação acreditada pelo Ministério da<br />
<strong>Justiça</strong> para serem media<strong>do</strong>res <strong>do</strong>s julga<strong>do</strong>s <strong>de</strong> paz. O Gabinete <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Mediação <strong>de</strong><br />
Conflitos entre Vizinhos e Comunida<strong>de</strong> traduz, diz a câmara, mais uma aposta na qualificação e<br />
especialização <strong>do</strong>s serviços numa área pioneira <strong>no</strong> País. Tratan<strong>do</strong>-se Matosinhos <strong>de</strong> um concelho<br />
com alguma dimensão, tem 160 mil habitantes, a mo<strong>de</strong>rnida<strong>de</strong> urbana espelha uma socieda<strong>de</strong><br />
por vezes complexa, constituída por uma multiplicida<strong>de</strong> <strong>de</strong> mun<strong>do</strong>s e cidadanias. Aí o conflito<br />
está latente <strong>no</strong> dia-a-dia das pessoas. O presi<strong>de</strong>nte da autarquia garante que a formação será<br />
exigente e só serão aceites candidatos que <strong>de</strong>monstrem gran<strong>de</strong> profissionalismo, caben<strong>do</strong> à<br />
equipa multidisciplinar trabalhar em re<strong>de</strong>, interligan<strong>do</strong> várias áreas <strong>de</strong> intervenção da câmara e<br />
instituições <strong>do</strong> concelho públicas e privadas. O voluntário, uma vez <strong>no</strong> terre<strong>no</strong>, terá <strong>de</strong> ser um<br />
media<strong>do</strong>r neutro e imparcial para encontrar uma solução satisfatória. Com esta iniciativa a<br />
Câmara preten<strong>de</strong> respon<strong>de</strong>r às necessida<strong>de</strong>s <strong>do</strong>s cidadãos em matéria <strong>de</strong> segurança e proteção,<br />
reforçar o teci<strong>do</strong> social na comunida<strong>de</strong> e sensibilizar os cidadãos para um mo<strong>do</strong> alternativo <strong>de</strong><br />
gestão <strong>de</strong> conflitos, evitan<strong>do</strong> o recurso ao sistema judicial.» ALFREDO TEIXEIRA l Diário <strong>de</strong> Notícias |<br />
05.12.2010.<br />
<strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>no</strong> <strong>Controlo</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong><br />
Prove<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>, 2013<br />
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