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Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça

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P R O V E D O R D E J U S T I Ç A<br />

ambiental, ten<strong>do</strong> presente que muitos <strong>de</strong>ste da<strong>no</strong>s provoca<strong>do</strong>s são<br />

irreversíveis.<br />

A simplificação <strong>do</strong>s procedimentos <strong>de</strong> controlo prévio das ativida<strong>de</strong>s<br />

económicas postula a maior confiança <strong>no</strong>s agentes económicas, e, por<br />

maioria <strong>de</strong> razão, a sua maior responsabilização. Ao me<strong>no</strong>r rigor <strong>no</strong><br />

controlo preventivo há <strong>de</strong> correspon<strong>de</strong>r o incremento da fiscalização<br />

sucessiva e a maior eficácia na a<strong>do</strong>ção <strong>de</strong> medidas <strong>de</strong> polícia ambiental.<br />

27 Julga-se conveniente incrementar o exercício <strong>do</strong>s po<strong>de</strong>res <strong>de</strong> polícia<br />

administrativa, para a<strong>de</strong>quada preservação da tranquilida<strong>de</strong> pública. 28<br />

27 Cabe-<strong>no</strong>s aqui referir o entendimento expresso por DULCE LOPES, in Direito Regional e Local, n.º 17,<br />

janeiro-março 2012, CEJUR, Repercussões <strong>do</strong> licenciamento zero na gestão (urbanística) municipal, <strong>de</strong><br />

que a eliminação <strong>de</strong> qualquer atuação permissiva da Administração relativamente ao horário <strong>de</strong><br />

funcionamento <strong>do</strong>s estabelecimentos (mercê <strong>do</strong> aditamento <strong>do</strong> artigo 4.ºA ao Decreto-Lei n.º 48/96, <strong>de</strong><br />

15 <strong>de</strong> maio, introduzi<strong>do</strong> pelo Decreto-Lei n.º 48/2011, <strong>de</strong> 1 <strong>de</strong> abril), exclui a faculda<strong>de</strong> <strong>de</strong> redução <strong>do</strong><br />

horário <strong>de</strong> um <strong>de</strong>termina<strong>do</strong> <strong>de</strong> estabelecimento, com base em queixas por incomodida<strong>de</strong>. Preten<strong>de</strong> a<br />

autora que «os municípios <strong>de</strong>vem, como já antes <strong>de</strong>viam, passar a gerir problemas relaciona<strong>do</strong>s, por<br />

exemplo, com o ruí<strong>do</strong>, com os mecanismos dispostos <strong>no</strong> Regulamento Geral <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong>, <strong>de</strong>ixan<strong>do</strong> <strong>de</strong> usar<br />

– aqueles municípios que antes o faziam – a redução <strong>do</strong> horário como forma ad hoc <strong>de</strong> sancionar<br />

ativida<strong>de</strong>s que eram <strong>de</strong>senvolvidas <strong>de</strong> forma rui<strong>do</strong>sa (ou alegadamente rui<strong>do</strong>sa) por priva<strong>do</strong>s»<br />

(cfr.pp.24 e 25).<br />

28 Passamos a transcrever parte das observações tecidas pela Câmara <strong>Municipal</strong> <strong>de</strong> Guimarães, ao<br />

pronunciar-se sobre a versão <strong>do</strong> relatório preliminar, oportunamente divulga<strong>do</strong> <strong>no</strong> sítio eletrónico <strong>do</strong><br />

Prove<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong> :<br />

«No que se refere às fontes <strong>de</strong> ruí<strong>do</strong> resultantes sobretu<strong>do</strong> da exploração <strong>de</strong> estabelecimentos <strong>de</strong><br />

restauração e bebidas, seria <strong>de</strong> to<strong>do</strong> conveniente, <strong>no</strong>s casos <strong>de</strong> funcionamento fora <strong>do</strong> horário<br />

estipula<strong>do</strong>, atribuir às forças <strong>de</strong> segurança ou polícias municipais a competência para, não só<br />

elaborar auto por verificação da infração mas também a <strong>de</strong> or<strong>de</strong>nar o imediato encerramento <strong>do</strong><br />

estabelecimento sob cominação <strong>de</strong> incorrer o infrator em crime <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência. Julga-se que,<br />

sobretu<strong>do</strong>, <strong>no</strong>s casos <strong>de</strong> reiterada violação <strong>do</strong> horário, tal regime legal surtiria mais efeito <strong>do</strong> que a<br />

simples abertura <strong>de</strong> processos <strong>de</strong> contraor<strong>de</strong>nação. Aliás, <strong>de</strong>veria prever-se a cominação <strong>do</strong> crime<br />

<strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência para o incumprimento das <strong>de</strong>cisões administrativas que nesta área impõem<br />

restrições <strong>de</strong> funcionamento, <strong>de</strong>signadamente <strong>de</strong> horário. Julga-se, até, e paralelamente, que <strong>no</strong>s<br />

casos mais graves <strong>de</strong> reitera<strong>do</strong> incumprimento, <strong>de</strong>veria a administração municipal po<strong>de</strong>r lançar mão<br />

<strong>de</strong> recursos mais capazes <strong>de</strong> assegurar o cumprimento da <strong>de</strong>cisão proferida, <strong>de</strong>signadamente a<br />

solicitação às entida<strong>de</strong>s competentes para cortes <strong>de</strong> fornecimento <strong>de</strong> água, gaz ou energia elétrica.<br />

Julgamos que o regime da imputação <strong>do</strong> crime <strong>de</strong> <strong>de</strong>sobediência <strong>de</strong>veria a<strong>do</strong>tar-se, também, para os<br />

<strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>no</strong> <strong>Controlo</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong><br />

Prove<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>, 2013<br />

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