Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça
Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça
Boas Práticas no Controlo Municipal do Ruído - Provedor de Justiça
You also want an ePaper? Increase the reach of your titles
YUMPU automatically turns print PDFs into web optimized ePapers that Google loves.
P R O V E D O R D E J U S T I Ç A<br />
Geral <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong> aquan<strong>do</strong> da realização <strong>do</strong> evento <strong>de</strong> iniciativa municipal,<br />
caben<strong>do</strong>-lhes a<strong>do</strong>tar os meios e procedimentos técnicos para o efeito<br />
ajusta<strong>do</strong>s.<br />
Não raro, as câmaras municipais condicionam festas e divertimentos<br />
promovi<strong>do</strong>s por particulares ao «rigoroso cumprimento <strong>do</strong>s limites <strong>de</strong><br />
ruí<strong>do</strong> <strong>de</strong>fini<strong>do</strong>s <strong>no</strong> Decreto-Lei n.º 9/2007» Mais se dispõe «em caso <strong>de</strong><br />
reclamação fundada <strong>de</strong>verá ser <strong>de</strong> imediato cessada a activida<strong>de</strong>». E<br />
bem se compreen<strong>de</strong> esta imposição, na ausência <strong>de</strong> outros<br />
condicionalismos que acautelem o sossego e o <strong>de</strong>scanso <strong>do</strong>s mora<strong>do</strong>res.<br />
Na verda<strong>de</strong>, a enten<strong>de</strong>r-se que o evento apenas é condiciona<strong>do</strong> em<br />
termos <strong>de</strong> perío<strong>do</strong> <strong>de</strong> duração, <strong>de</strong>ve inferir-se, ao me<strong>no</strong>s <strong>no</strong>s casos em<br />
que é autoriza<strong>do</strong> um limite horário dilata<strong>do</strong>, que o licenciamento não<br />
prossegue a<strong>de</strong>quadamente o objetivo <strong>de</strong> preservação da tranquilida<strong>de</strong>,<br />
constituin<strong>do</strong> uma permissão para produção <strong>de</strong> to<strong>do</strong> e qualquer ruí<strong>do</strong> <strong>no</strong><br />
perío<strong>do</strong> <strong>no</strong>tur<strong>no</strong>. A licença configurará um cheque em branco, frustran<strong>do</strong>,<br />
inteiramente, as finalida<strong>de</strong>s e razão <strong>de</strong> ser <strong>do</strong> próprio procedimento.<br />
Nesta perspetiva, po<strong>de</strong>rá arguir-se que o ato <strong>de</strong> concessão da licença<br />
esteja feri<strong>do</strong> <strong>de</strong> vício <strong>de</strong> <strong>de</strong>svio <strong>do</strong> po<strong>de</strong>r por aten<strong>de</strong>r a interesses<br />
particulares <strong>do</strong> requerente, que a Administração Pública sobrepôs aos<br />
interesses <strong>do</strong>s terceiros potencialmente afeta<strong>do</strong>s <strong>no</strong>s seus direitos <strong>de</strong><br />
personalida<strong>de</strong> pelo exercício da ativida<strong>de</strong> rui<strong>do</strong>sa.<br />
<strong>Boas</strong> <strong>Práticas</strong> <strong>no</strong> <strong>Controlo</strong> <strong>Municipal</strong> <strong>do</strong> Ruí<strong>do</strong><br />
Prove<strong>do</strong>r <strong>de</strong> <strong>Justiça</strong>, 2013<br />
104