FINANÇAS PÚBLICAS CURVA DE LAFFER A Curva de Laffer ...

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Professor: Sérgio Ricardo de Brito Gadelha Email: professor.sergio.gadelha@gmail.com Sítio eletrônico: http://srbgadelha.wordpress.com Supondo que a taxa de inflação seja estável, há um déficit máximo, igual à IImáx, que pode ser financiado pela emissão de dinheiro. É possível o governo financiar temporariamente um déficit superior a IImáx, mas ao custo de acelerar a inflação em vez de conseguir uma taxa estável. Se o governo persistir em financiar o déficit superior a IImáx, o resultado provável será a hiperinflação. Em uma inflação em aceleração, pode acontecer de o público estar persistentemente subestimando a inflação que vai ocorrer a cada período e, portanto, manter maiores saldos do que se soubesse exatamente qual seria a inflação. O governo também pode aproveitar esta percepção errada, ao menos durante algum tempo, no sentido de recolher receita de senhoriagem acima do IImáx. ⎛ M ⎞ ⎛ M ⎞ ↑ II =↑ π ⎜ ⎟ ↓⇔↓ II =↑ π ⎜ ⎟ ↓ ⎝ ↑ P ⎠ ⎝ ↑ P ⎠ O resultado é o aumento da regressividade do sistema, uma vez que os segmentos de menor renda, geralmente os assalariados, são os mais atingidos. Em uma situação de hiperinflação, a arrecadação tende a zero porque ninguém desejará reter moeda. A inflação é tratada como um imposto não apenas porque corrói os encaixes monetários, mas porque a contrapartida disso é a receita do governo, que arrecada o imposto inflacionário com moeda que emite para comprar bens e serviços do setor privado. Infere-se disso que o financiamento do déficit público só pode ser feito por tributação ou endividamento, visto que a emissão de moeda para esse fim pode ser considerada forma alternativa de tributação. Assim, a inflação é um imposto sobre a posse de moeda. É importante destacar que o nível ótimo de taxa de inflação depende de fatores, como a capacidade de substituição da moeda por outros ativos que forneçam alto grau de liquidez e que possam compensar a perda com a erosão real. Nesse caso, quanto mais elevada for essa capacidade, maior será a inflação requerida para atingir a receita máxima. SENHORIAGEM (OU SEIGNORAGE REAL): Os governos podem financiar suas despesas de três formas: primeiro, podem levantar recursos através da tributação (↑T), como os impostos de renda sobre a pessoa física ou sobre a pessoa jurídica; segundo, podem tomar empréstimos (aumento do passivo externo líquido: ↑PEL); e, terceiro, os governos podem emitir moeda. Dessa forma, os governos podem auferir receita como resultado de seu monopólio na emissão de moeda 1 . Nesse contexto, define-se seignorage real ou senhoriagem como sendo o produto da expansão monetária pelos saldos monetários reais. É o poder de compra da expansão monetária feita pelo Banco Central. 1 O direito de emitir dinheiro foi de fato uma fonte preciosa de receita para os “senhores feudais” na Idade Média. O termo senhoriagem é derivado de seigneur, do francês para senhor feudal. Na Idade Média, o senhor feudal tinha o direito exclusivo de cunhar moeda em seu feudo. Atualmente, esse direito cabe ao governo e é uma de suas fontes de receita. TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – Parte integrante da obra “Macroeconomia para Concursos e Exame da Anpec – Volume III – Micro-fundamentos, Setor Público, Crescimento e Ciclos Econômicos”. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, salvo autorização direta dos autores e da editora Campus/Elsevier. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. 8

Professor: Sérgio Ricardo de Brito Gadelha Email: professor.sergio.gadelha@gmail.com Sítio eletrônico: http://srbgadelha.wordpress.com (ESAF/Especialista em Políticas Públicas e Gestão Governamental/2002) - Assinale a opção que preenche corretamente a lacuna abaixo. Os governos podem obter volumes significativos de recursos ano após ano pela emissão de moeda, isto é, aumentando a base monetária. Esta fonte de receita é, às vezes, conhecida como _____________, que é a habilidade do governo para aumentar a receita por meio do seu direito de criar moeda. a) crowding out b) coeteris paribus c) seigniorage d) break-even point e) take-off Solução: a resposta é a letra “c. A senhoriagem é dada pela incidência da taxa de expansão monetária sobre os encaixes monetários reais. É a razão entre a expansão monetária e o nível geral de preços. Teoricamente, são bens e serviços que o Banco Central pode adquirir pelo fato de ser monopolista da emissão de papel moeda. O poder de seignorage se concretiza sob duas formas. A primeira resulta de um aumento da demanda real por moeda suprido por emissão monetária (sempre em termos nominais) pelo Banco Central. Trata-se de uma forma legítima de receita para o governo, e costuma ser tão maior quanto maior a elevação na demanda real por moeda no decorrer do tempo. Por outro lado, existe a possibilidade de a demanda real por moeda cair e, ainda assim, o governo arrecadar receita de senhoriagem. Um exemplo típico ocorre quando se emite moeda para recompor os estoques reais de moeda do público, corroídos pela inflação. Havendo inflação positiva, um dado estoque nominal de moeda passará a viabilizar um número menor de transações, o que forçará o público a procurar adquirir mais moeda na tentativa de restabelecer o nível de transações anterior à elevação dos preços. Os recursos obtidos pelo governo por esse expediente corresponde à seignorage nominal (ou imposto inflacionário). Existirá senhoriagem toda vez que o Banco Central variar a taxa de expansão monetária ( Δ M ) . A senhoriagem é dada pela incidência da taxa de expansão monetária sobre os encaixes monetários reais. É a razão entre a expansão monetária e o nível geral de preços. CONCEITOS DE DÉFICIT E DÍVIDA PÚBLICA ÓTICA DAS CONTAS NACIONAIS TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – Parte integrante da obra “Macroeconomia para Concursos e Exame da Anpec – Volume III – Micro-fundamentos, Setor Público, Crescimento e Ciclos Econômicos”. É proibida a reprodução total ou parcial, de qualquer forma ou por qualquer meio, salvo autorização direta dos autores e da editora Campus/Elsevier. A violação dos direitos de autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido pelo artigo 184 do Código Penal. 9

Professor: Sérgio Ricardo <strong>de</strong> Brito Ga<strong>de</strong>lha<br />

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Supondo que a taxa <strong>de</strong> inflação seja estável, há um déficit máximo, igual à IImáx, que<br />

po<strong>de</strong> ser financiado pela emissão <strong>de</strong> dinheiro. É possível o governo financiar<br />

temporariamente um déficit superior a IImáx, mas ao custo <strong>de</strong> acelerar a inflação em vez <strong>de</strong><br />

conseguir uma taxa estável. Se o governo persistir em financiar o déficit superior a IImáx, o<br />

resultado provável será a hiperinflação. Em uma inflação em aceleração, po<strong>de</strong> acontecer <strong>de</strong><br />

o público estar persistentemente subestimando a inflação que vai ocorrer a cada período e,<br />

portanto, manter maiores saldos do que se soubesse exatamente qual seria a inflação. O<br />

governo também po<strong>de</strong> aproveitar esta percepção errada, ao menos durante algum tempo, no<br />

sentido <strong>de</strong> recolher receita <strong>de</strong> senhoriagem acima do IImáx.<br />

⎛ M ⎞<br />

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↑ II =↑ π ⎜ ⎟ ↓⇔↓ II =↑ π ⎜ ⎟ ↓<br />

⎝ ↑ P ⎠<br />

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O resultado é o aumento da regressivida<strong>de</strong> do sistema, uma vez que os segmentos <strong>de</strong><br />

menor renda, geralmente os assalariados, são os mais atingidos. Em uma situação <strong>de</strong><br />

hiperinflação, a arrecadação ten<strong>de</strong> a zero porque ninguém <strong>de</strong>sejará reter moeda. A inflação<br />

é tratada como um imposto não apenas porque corrói os encaixes monetários, mas porque a<br />

contrapartida disso é a receita do governo, que arrecada o imposto inflacionário com moeda<br />

que emite para comprar bens e serviços do setor privado. Infere-se disso que o<br />

financiamento do déficit público só po<strong>de</strong> ser feito por tributação ou endividamento, visto<br />

que a emissão <strong>de</strong> moeda para esse fim po<strong>de</strong> ser consi<strong>de</strong>rada forma alternativa <strong>de</strong> tributação.<br />

Assim, a inflação é um imposto sobre a posse <strong>de</strong> moeda.<br />

É importante <strong>de</strong>stacar que o nível ótimo <strong>de</strong> taxa <strong>de</strong> inflação <strong>de</strong>pen<strong>de</strong> <strong>de</strong> fatores,<br />

como a capacida<strong>de</strong> <strong>de</strong> substituição da moeda por outros ativos que forneçam alto grau <strong>de</strong><br />

liqui<strong>de</strong>z e que possam compensar a perda com a erosão real. Nesse caso, quanto mais<br />

elevada for essa capacida<strong>de</strong>, maior será a inflação requerida para atingir a receita máxima.<br />

SENHORIAGEM (OU SEIGNORAGE REAL): Os governos po<strong>de</strong>m financiar suas<br />

<strong>de</strong>spesas <strong>de</strong> três formas: primeiro, po<strong>de</strong>m levantar recursos através da tributação (↑T),<br />

como os impostos <strong>de</strong> renda sobre a pessoa física ou sobre a pessoa jurídica; segundo,<br />

po<strong>de</strong>m tomar empréstimos (aumento do passivo externo líquido: ↑PEL); e, terceiro, os<br />

governos po<strong>de</strong>m emitir moeda. Dessa forma, os governos po<strong>de</strong>m auferir receita como<br />

resultado <strong>de</strong> seu monopólio na emissão <strong>de</strong> moeda 1 . Nesse contexto, <strong>de</strong>fine-se seignorage<br />

real ou senhoriagem como sendo o produto da expansão monetária pelos saldos<br />

monetários reais. É o po<strong>de</strong>r <strong>de</strong> compra da expansão monetária feita pelo Banco Central.<br />

1 O direito <strong>de</strong> emitir dinheiro foi <strong>de</strong> fato uma fonte preciosa <strong>de</strong> receita para os “senhores feudais” na Ida<strong>de</strong><br />

Média. O termo senhoriagem é <strong>de</strong>rivado <strong>de</strong> seigneur, do francês para senhor feudal. Na Ida<strong>de</strong> Média, o senhor<br />

feudal tinha o direito exclusivo <strong>de</strong> cunhar moeda em seu feudo. Atualmente, esse direito cabe ao governo e é<br />

uma <strong>de</strong> suas fontes <strong>de</strong> receita.<br />

TODOS OS DIREITOS RESERVADOS – Parte integrante da obra “Macroeconomia para Concursos e<br />

Exame da Anpec – Volume III – Micro-fundamentos, Setor Público, Crescimento e Ciclos Econômicos”. É<br />

proibida a reprodução total ou parcial, <strong>de</strong> qualquer forma ou por qualquer meio, salvo autorização direta dos<br />

autores e da editora Campus/Elsevier. A violação dos direitos <strong>de</strong> autor (Lei nº 9.610/98) é crime estabelecido<br />

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