a importância da leitura silenciosa e oral segundo vigotski - Unioeste

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17.09.2013 Views

leva a criança a entender os motivos da escrita. O púbere sente necessidade de relatar seus sentimentos e sua experiência. No entanto, se não tiver entrado em suficiente contato com a literatura, não terá subsídios para o desenvolvimento da imaginação criadora, de modo que acabará por desistir de escrever. Vigotsky considera que nada de grandioso na vida é feito sem sentimento. A puberdade é uma fase caracterizada pela ampliação da excitabilidade e do sentimento. A linguagem escrita, na puberdade, ajuda a transmitir com mais precisão a complexidade destes sentimentos. Por isso, a puberdade pode ser considerada o período literário. Aqui é importante ressaltar que, embora o bom escritor seja antes um conhecedor de literatura, nem todas as pessoas que lêem e conhecem literatura tornam-se escritoras. Vigotsky mostra que a vontade de escrever do adolescente tende a diminuir com o tempo. (...)¿ cuál es el sentido de esta creación si no puede formar en el niño al futuro escritor, al creador, si es solo un fenómeno breve, episódico en el desarrollo del adolescente que después se reduce y a veces se pierde por completo? El sentido y la importancia de esta creación consiste en que permite al niño dar ese paso dificil en el desarrollo de la imaginación creadora que brinda una nueva dirección de su fantasía que se mantiene para toda la vida. Su sentido está en que profundiza, amplía y purifica la vida emocional del niño, estimula y condiciona por primera vez a la adultez y, por último, su importancia radica en que le permite al niño, al ejercitar sus deseos de creación y sus hábitos, dominar el lenguaje ese instrumento delicado y complejo de formación y entrega del pensamiento y el sentimiento humanos, y del mundo interior del hombre. (VIGOTSKY, 2003: 93) Assim, a constatação inicial que fizemos sobre a dificuldade que os alunos têm de produzir textos pode ser considerada normal e esperada na idade dos nove aos quatorze anos. Entretanto, a leitura diária de literatura, pode ajudar estes alunos a desenvolverem não só o gosto pela leitura, mas também a capacidade de escrever. Aos poucos, a contação de histórias foi tornando-se um elemento inerente a um novo modo de produção textual feito pelos próprios alunos. A produção de texto, antes concebida simplesmente como um instrumento de aferição dos conhecimentos internalizados, agora era tida com uma necessidade de organizar os elementos da imaginação, na qual a criação passou a agregar os elementos da experiência. (Vigotsky, 2003). Em síntese, à luz da teoria histórico-cultural, percebemos que a leitura e a escrita dos alunos estavam se modificando em direção a uma compreensão mais ampla do conhecimento sistematizado pela humanidade, potencializando individual e socialmente o desenvolvimento da escrita.

3. A leitura silenciosa: o desafio de ler em casa Surpreendentemente, quando foi proposto que os alunos treinassem a leitura em casa para depois lerem em voz alta para a turma, houve ampla adesão. Preferimos que a adesão à atividade se desse voluntariamente, para não constranger perante a turma os alunos com pouca habilidade de leitura expressiva. No entanto, os primeiros voluntários leram baixo, sem expressividade, não chamando atenção para a história. Mais uma vez foi salientado a importância da leitura ser feita de modo agradável ao ouvinte, o que só seria possível com treino em casa. Acreditamos, no entanto, que tal atividade foi válida para levar os alunos a fazerem leitura silenciosa. Achamos conveniente nunca exigir que um aluno faça leitura em voz alta sem antes ter feito leitura silenciosa. Buscamos também sempre explicar aos alunos como se faz leitura silenciosa e a importância disso para a aprendizagem. Como veremos, Vygotski considera a leitura silenciosa essencial para o desenvolvimento da habilidade de leitura. De acordo com Vygotski (2000), a escrita é uma função cultural complexa e uma linguagem, qualitativamente diferente da fala. É uma função cultural complexa porque exerce importantes papéis nas sociedades letradas, visto que amplia as possibilidades de interação entre as pessoas, permitindo atividades que a fala não permite, como, por exemplo, escrever um bilhete para auxiliar a memória. A escrita é diferente da fala pois, como seu interlocutor é ausente ou imaginário, exige uma expressividade mais precisa, não permitindo as mesmas omissões e aglutinações que a fala permite. Por exemplo, em um diálogo oral é possível se fazer entender usando cortes, imprecisões e descontinuidades, como: ‘olha’, ‘vem o dez’, ‘eu prefiro aquele’. Na escrita, estas imprecisões resultam na incompreensão. A criança tem uma fase no desenvolvimento da escrita no qual reproduz a fala. O resultado são as produções de textos quase incompreensíveis ao leitor. No entanto, na medida em que entrar em contato com a diversidade de textos que circulam na sociedade, a criança gradualmente entenderá as diferenças da escrita em relação à fala e passará a melhorar a própria escrita. Segundo Vygotski (2000) para se apropriar da escrita como função cultural complexa, a criança precisa se desprender do seu aspecto sonoro. A leitura silenciosa é um importante meio de ajuda para que a criança se desprenda do aspecto sonoro da

leva a criança a entender os motivos <strong>da</strong> escrita. O púbere sente necessi<strong>da</strong>de de relatar<br />

seus sentimentos e sua experiência. No entanto, se não tiver entrado em suficiente<br />

contato com a literatura, não terá subsídios para o desenvolvimento <strong>da</strong> imaginação<br />

criadora, de modo que acabará por desistir de escrever. Vigotsky considera que na<strong>da</strong> de<br />

grandioso na vi<strong>da</strong> é feito sem sentimento. A puber<strong>da</strong>de é uma fase caracteriza<strong>da</strong> pela<br />

ampliação <strong>da</strong> excitabili<strong>da</strong>de e do sentimento. A linguagem escrita, na puber<strong>da</strong>de, aju<strong>da</strong><br />

a transmitir com mais precisão a complexi<strong>da</strong>de destes sentimentos. Por isso, a<br />

puber<strong>da</strong>de pode ser considera<strong>da</strong> o período literário. Aqui é importante ressaltar que,<br />

embora o bom escritor seja antes um conhecedor de literatura, nem to<strong>da</strong>s as pessoas que<br />

lêem e conhecem literatura tornam-se escritoras. Vigotsky mostra que a vontade de<br />

escrever do adolescente tende a diminuir com o tempo.<br />

(...)¿ cuál es el sentido de esta creación si no puede formar en el niño al<br />

futuro escritor, al creador, si es solo un fenómeno breve, episódico en el<br />

desarrollo del adolescente que después se reduce y a veces se pierde por<br />

completo?<br />

El sentido y la importancia de esta creación consiste en que permite al niño<br />

<strong>da</strong>r ese paso dificil en el desarrollo de la imaginación creadora que brin<strong>da</strong><br />

una nueva dirección de su fantasía que se mantiene para to<strong>da</strong> la vi<strong>da</strong>. Su<br />

sentido está en que profundiza, amplía y purifica la vi<strong>da</strong> emocional del niño,<br />

estimula y condiciona por primera vez a la adultez y, por último, su<br />

importancia radica en que le permite al niño, al ejercitar sus deseos de<br />

creación y sus hábitos, dominar el lenguaje ese instrumento delicado y<br />

complejo de formación y entrega del pensamiento y el sentimiento humanos,<br />

y del mundo interior del hombre. (VIGOTSKY, 2003: 93)<br />

Assim, a constatação inicial que fizemos sobre a dificul<strong>da</strong>de que os alunos têm<br />

de produzir textos pode ser considera<strong>da</strong> normal e espera<strong>da</strong> na i<strong>da</strong>de dos nove aos<br />

quatorze anos. Entretanto, a <strong>leitura</strong> diária de literatura, pode aju<strong>da</strong>r estes alunos a<br />

desenvolverem não só o gosto pela <strong>leitura</strong>, mas também a capaci<strong>da</strong>de de escrever.<br />

Aos poucos, a contação de histórias foi tornando-se um elemento inerente a um<br />

novo modo de produção textual feito pelos próprios alunos. A produção de texto, antes<br />

concebi<strong>da</strong> simplesmente como um instrumento de aferição dos conhecimentos<br />

internalizados, agora era ti<strong>da</strong> com uma necessi<strong>da</strong>de de organizar os elementos <strong>da</strong><br />

imaginação, na qual a criação passou a agregar os elementos <strong>da</strong> experiência. (Vigotsky,<br />

2003).<br />

Em síntese, à luz <strong>da</strong> teoria histórico-cultural, percebemos que a <strong>leitura</strong> e a escrita<br />

dos alunos estavam se modificando em direção a uma compreensão mais ampla do<br />

conhecimento sistematizado pela humani<strong>da</strong>de, potencializando individual e socialmente<br />

o desenvolvimento <strong>da</strong> escrita.

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